domingo, 29 de julho de 2012

RELIGIÕES E INQUISIÇÕES

Numa época em que o ateísmo militante matou quase duas centenas de milhões de pessoas e criou os mais temíveis mecanismos de repressão já conhecidos , as advertências de certos vigilantes da democracia contra o perigo das inquisições religiosas soam tão comicamente desproporcionais, que não se pode deixar de ver nelas um simples mecanismo de fuga. Por meio desse artifício, o inimigo das religiões tenta salvar de um confronto com a realidade o mais querido mito moderno: o mito de que a cultura científico-materialista pode criar um mundo de liberdade e democracia.

Se as religiões, uma vez perdido o seu impulso originário, podem cristalizar-se em burocracias tirânicas e até homicidas, isso prova que a violência repressiva não está na raiz e essência do fenômeno religioso, mas sim na sua lenta e progressiva contaminação por elementos estranhos – políticos, sociais, culturais e econômicos. A repressão religiosa só aparece quando decorridos muitos séculos da revelação inicial, e vem junto com a proliferação das controvérsias teológicas que assinalam a dissolução da unidade espiritual do povo crente.

Nos seus primeiros tempos, as religiões em geral mostram um notável espírito de mansuetude e tolerância. Os judeus do Antigo Testamento só partiram para as guerras depois de suportar docemente toda sorte de ofensas. Os cristãos só começaram a reagir pela força depois de três séculos de sofrimento resignado. Maomé ao entrar triunfante em Medina deu anistia geral aos adversários que haviam tramado sua morte. As manifestações de fanatismo e intolerância foram tardias nos três casos e entremeadas de retornos a bondade originária.

As ideologias modernas, ao contrário, nasceram bebendo sangue, com uma sede ilimitada que nem se inibe na derrota, nem se aplaca na vitória. São homicidas desde o berço. Não há uma só delas – nem o democratismo iluminista, nem o socialismo, nem o nacionalismo, nem o anarquismo – que não tenha surgido como proposta explicita de transformação violenta, que não tenha dado seus primeiros passos sobre os cadáveres de seus adversários e que uma vez no poder, não tenha progredido praticamente sem limites, no uso de meios cruéis para derrubar os obstáculos que se apresentem no caminho de uma paz sempre adiada, de um paraíso de ordem e justiça que vai se esfumando no horizonte, de século em século.

Mais ainda: desde o inicio, essa violência, de escala milhares de vezes maior do que tudo quanto se possa imputar a qualquer religião conhecida e a todas elas somadas, se volta no essencial, contra povos e comunidades crentes. Contra os católicos na França, no México e na Espanha. Contra os ortodoxos na Rússia e paises satélites. Contra os judeus na Alemanha e paises sob ocupação alemã. Contra os budistas na China e no Tibete. Total de vitimas: o equivalente a população do Brasil. E tudo isto em nome de doutrinas puramente agnósticas ou atéias: o laicismo, a interpretação materialista da história, a competição darwinista das raças. A história da modernidade não é só a narrativa de um processo de ‘laicização’crescente – tantas vezes assim denominado para dar a impressão de que tudo não passou de um inofensivo debate acadêmico no qual o lado mais inteligente levou a melhor. A história da modernidade não é isso: é a história da matança sistemática e ininterrupta dos crentes pelos descrentes. Foi matando os homens de Deus e não argumentando com eles, que a modernidade atéia pôde triunfar e hoje impor ao mundo a mentira sórdida de que as religiões são um perigo para a democracia e a paz.

Tão fundo essa mentira penetrou na mente contemporânea, que mesmo homens que se imaginam mais avessos às ideologias totalitárias, quando vão denunciá-las em público, não falam delas senão no vocabulário que elas mesmas forjaram para caluniar as religiões. Quando com pose de esclarecido e tolerante, o democrata moderno expressa sua repulsa pelas tiranias do século XX referindo-se a elas com expressões como “inquisição”, “intolerância rabínica” ou “fundamentalismo”, o que ele faz é , em última análise, misturar numa pasta de sombras a imagem das vitimas e a dos assassinos, insinuando que estes só são verdadeiramente assassinos porque em algo se parecem com aquelas. Nessa linha, o ateu não mata porque é ateu, porque é inimigo professo de Deus, porque tem ódio aos crentes: mata porque se deixou contaminar de “espirito inquisitorial”, de “fé irracional”, de “fanatismo puritano”. Mata porque ainda carrega em si algum residuo das antigas religiões. Mata porque ainda não alcançou a perfeição do puro materialismo cientifico. Quando o último rabino for enforcado nas tripas do último bispo e enterrado sob os ossos do último aiatolá, a violência terá desaparecido do mundo.

É assim que, no ato mesmo de confessar seus crimes, a astúcia materialista acaba por imputá-los às suas vitimas.

Na verdade, só quem não faz a menor idéia do que seja uma religião – ou quem fazendo uma idéia bem clara, tenha motivos para obscurece-la – pode supor que haja uma conexão intrinseca entre religião e fanatismo totalitário de um lado,e entre materialismo e tolerância democrática de outro.

A aposta fanática que o militante faz numa ideologia cientifica é, pela própria natureza das coisas , infinitamente maior que aquela que qualquer religião poderia admitir numa alma de crente. Nenhum profeta, santo ou mistico jamais esteve tão persuadido de conhecer as intensões divinas quanto os ilumunistas , marxistas e racistas imaginavam ter penetrado as leis secretas da natureza e da história. (Uns sabiam muito e se julgavam pouco sábios; outros pouco sabiam e achavam que sabiam tudo). Em religião, as revelações vêm sempre numa linguagem demasiado compacta, demasiado densa de subintenções simbólicas, para que seu conteúdo doutrinal possa saltar aos olhos a primeira vista. O esclarecimento, a explicação doutrinal leva séculos – e a margem de incerteza nas interpretações tem de permanecer ampla pelo menos até que se perfilem, ao fim de um longo trabalho, os pontos de controvérsia irredutíveis, que então sim, podem se cristalizar em antagonismos políticos e inaugurar a era das inquisições. Com as ideologias cientifico-politicas não há essa delonga: mal acabam de ser formuladas, já podem conquistar a adesão consensual de massas de intelectuais e militantes, fortalecidas, ademais pela convicção de que não agem por fé irracional, mas por uma fatalidade natural ou histórica legitimada pela ciência. Por isto as religiões quando velhas podem até se tornar assassinas. Mas as ideologias materialistas já nascem matando e nunca param de matar.
Olavo de Carvalho, filósofo

quinta-feira, 26 de julho de 2012

A VIDA E A QUIMICA


A

 Vida e a Química, tema paradoxalmente fácil e dificil. Todos sabemos o que é a vida, porém somos incapazes de defini-la com precisão. No dicionário encontramos: “Vida - conjunto de propriedades e qualidades graças as quais animais e plantas se mantêm em continua atividade.” Do que se conclui que somente os animais e plantas têm vida. Mas, qual a relação entre a vida e a química? Todas as imagináveis, porque os animais (organismos predominantemente nitrogenados) e os vegetais (organismos predominantemente oxigenados) constituem-se os mais eficientes laboratórios de química, jamais idealizados pelas mais evoluídas sociedades cientifícas de todos os tempos. A vida tem sua origem no simbolismo religioso, no Livro das Origens, no Gênesis: “O homem foi criado da terra, mas animado de um sopro de vida”. Com esta evocação surge concomitantemente a química, uma vez que os componentes químicos inorgânicos da terra, sob a ação catalítica do sopro Divino, reagem e transformam-se na estrutura orgânica do ser humano. Hoje, milênios depois, a presença da química no surgir da vida é mais e mais importante. No germinar de um vegetal, ou seja, no nascer de uma nova vida, a semente passa por um processo no qual ela “seca”. Uma primeira fase de transformações que exige cuidados de acondicionamento, luz e temperatura.  Em seguida ela é plantada, de preferência pela manhã quando a temperatura é mais amena, em solo acrescido de adubo (alimentos) e água. Isto é, são oferecidas à semente as condições físicas necessárias para o seu desenvolvimento. Nos humanos e em muitos outros animais temos o surgir da vida quando o óvulo é fertilizado pelo espermatozóide. Para que isso aconteça há a necessidade de uma identificação química realizada por códigos genéticos que nada mais são que proteínas, substâncias químicas. Qualquer transtorno nesta interação química impede a fertilização ou origina seres deficientes. Na evolução da vida a puberdade é o período em que o laboratório humano adquire a capacidade de produzir novas substâncias, entre as quais os hormônios necessários para a perpetualização da espécie. De modo semelhante os vegetais também modificam seus quimismos quando tornam-se capazes de florir e frutificar. No interregno da vida a saúde depende do laboratório orgânico. Se não produz a insulina necessária ao metabolismo do açúcar, advem o diabetes. Se não produz a coenzima necessária para a eliminação do ácido úrico produzido no metabolismo das proteínas, advem a artrite. O final da vida, a morte, nada mais é do que o cessar das reações químicas responsáveis pela vida e o iniciar de outras reações que conduzem a decomposição e reutilização da matéria orgânica na vida de outros seres.             

            Os vegetais têm a capacidade de sintetizar os seus alimentos, diferentemente dos animais que consomem alimentos sintetizados por outros organismos,como frutos, folhas, flores, raízes, enfim todos os órgãos vegetais e outros animais. O equilíbrio ecológico ou o desenvolvimento auto sustentado é norteado pela racionalidade das batalhas pela sobrevivência nas lutas pelos alimentos. O consumo dos alimentos pelos animais pode ser in natura ou após tratamento químico. O amido, um polisacarídeo presente em muitos de nossos alimentos (milho, batata, arroz, trigo, mandioca, etc.) para ser consumido é necessário ser decomposto em carboidratos de menor peso molecular, o que se consegue através do cozimento (reação de hidrólise). De modo semelhante, a carne animal para ser consumida também é submetida a tratamentos químicos que transformam suas proteínas em moléculas menores, de modo a favorecer o metabolismo dos aminoácidos. Quando se ingere um alimento inadequado ou inadequadamente (em quantidade excessiva) tem-se problemas estomacais, hepáticos ou intestinais, porque o laboratório orgânico é exigido além de sua capacidade. O laboratório animal está equipado para identificar um alimento inadequado através mensagens químicas que são detectadas pelos nossos sentidos. Sabemos que um fruto está verde quando ainda não está em condições de ser consumido. Na maturação ocorrem reações químicas em que substâncias de dificil digestão (taninos, alcalóides, etc.) são transformadas em outras de mais fácil digestão (açucares, vitaminas, etc.). Ocorre também a formação de óleos essenciais que dão o odor característico do fruto. Mesmo de olhos vendados somos capazes de distinguir pelo odor, uma maçã de uma laranja. Nossas glândulas salivares são ativadas pelo odor dos alimentos, como o odor exalado no preparo de um churrasco, por exemplo. Da mesma forma sentimos repúdio pelo odor fétido de um alimento deteriorado. Ao adentrarmos em nossas casas as vezes detectamos odores que nos indicam vazamento de gás, preparo de determinada comida, queima de um aparelho elétrico , etc. Em alguns animais,como os cães, a linguagem química dos odores é muito mais sensível. Os odores dos ferormônios são particularmente importantes na perpetuação das espécies animais por se constituírem um indicador do momento em que a fêmea está no período de fertilidade. Os humanos ao longo dos anos vêm procurando eliminar ou substituir seus ferormônios naturais com o uso dos mais variados perfumes. É importante, porém, não confundir o odor produzido por bactérias que se alojam nas axilas e que não é eliminado por falta de higiene, ou o odor do liquido de defesa de um gambá (Didelphis) com ferormônios.

            Em conclusão o nascer, o viver, o morrer, os menores movimentos dos seres vivos estão intrinsecamente ligados a processos químicos naturais que determinam, em cada organismo, todas as características e todos movimentos por menor que sejam.

            A vida, entretanto, está intimamente ligada e dependente de processamentos químicos desenvolvidos pelo homem. Sem os adubos, os inseticidas, etc., produzidos pela indústria química, seria muito mais dificil a luta contra as pragas e contra a fome. Quando olhamos as coisas que nos rodeiam o que vemos? Um sapato confeccionado de couro animal ou elastômero; roupas confeccionadas de polímeros; produtos de higiene; materiais de construção (cimento, vidro, metais, tintas, plásticos). Todos produzidos pela indústria química. Hoje é muito dificil imaginarmos a vida sem a indústria química. Voltando ao Gênesis, sentimos aumentar nossa incerteza em definir se Deus ao criar a vida criou a química ou se ao criar a química criou a vida.  
(Sinopse de palestra proferida na ULBRA-AM - Centro Universitário Luterano de Manaus por Arnaldo F.I. da Rocha, conselheiro do CFQ)








sexta-feira, 20 de julho de 2012

Um olhar sobre a cidade


Apesar de nossas mazelas grandes eventos acontecerão na bela Rio de Janeiro: copa das confederações, copa do mundo, jogos olímpicos; grandes eventos esportivos. No entanto, outro grande evento é pouco divulgado: a JMJ Rio 2013; jornada mundial da juventude com o Papa Bento XVI. Com exceção da mídia católica, a mídia secular pouco a divulga e explora. Sem demérito dos demais e dando-lhes a importância devida, a JMJ é também um grandioso evento e nos traz a expectativa de um marco na história do Rio de Janeiro.

Deus é bom. Rico em misericórdia, amor, previdência e providência. A eleição do Rio de Janeiro para receber esse encontro da juventude mundial com o papa, justamente em 2013 foi ocasional? Foi providência divina! A cidade está sendo preparada para sediar grandes eventos internacionais. Revitalização da zona portuária, reparo nas vias, aperfeiçoamento do transporte público – BRTs, ampliação do metrô. Tudo isso, mesmo que para outros objetivos, irá favorecer grandemente a realização das diversas atividades da JMJ 2013.

Diz o ditado popular que Deus escreve certo por linhas tortas. Porém Deus não escreveu sobre linhas tortas, escreveu sobre linhas retas. Eventos esportivos são bem-vindos, pois o esporte une e congrega os povos. E para coroar tudo isso, um evento religioso internacional. Cristo Redentor do alto do Corcovado lança seu olhar amoroso sobre a cidade e de braços abertos recebe os jogos da copa, as olimpíadas e sobretudo a jornada mundial da juventude católica. Deus seja louvado!

quarta-feira, 18 de julho de 2012

A diminuição do número de católicos



O IBGE publicou que o número de católicos no Brasil, segundo o censo de 2010, caiu para 123,3 milhões, cerca de 64,6% da população.

Na verdade esses números não nos assustam e nem nos surpreendem diante da realidade que vivemos. Na verdade, quantos católicos, de fato, participam da Missa aos domingos, se Confessam, Comungam e vivem os 10 Mandamentos? Creio que não chegam a 20%.

Vários são os fatores que causam este fenômeno.

Ignorância religiosa - é o principal deles, sem dúvida. A maioria que se diz católica, na verdade o são apenas de estatística; não conhecem os dogmas, a doutrina, a história da Igreja, etc. Não é sem razão que o Papa anunciou o "Ano da Fé" com o objetivo principal de enfrentar esse analfabetismo crônico. São Paulo disse que "a Igreja é a coluna e o fundamento da verdade" (1Tm3,15). Mas muitos católicos não sabem que esta Igreja, a que São Paulo se referia, era aquela que Cristo fundou sobre Pedro e os Apóstolos, e que as demais não foram instituídas por Jesus, mas por outros homens. Os que abandonam a fé católica nunca a conheceram de verdade.

Mas, por que muitos católicos são analfabetos da fé que professam? Várias são essas causas. A principal, me parece, a falta de uma boa catequese às crianças e aos jovens. E isto acontece, há muitos anos, porque, logicamente, faltaram e faltam bons catequistas. Os primeiros deveriam ser os pais, mas, infelizmente muitos deles também não receberam formação religiosa. Já não se reza mais em família, e os pais já não ensinam a doutrina básica para os filhos. Ligado a isso está a destruição da família católica, especialmente pela mídia imoral, devastadora dos bons costumes e da moral católica, incentivando um relativismo moral degradante e um permissivismo doentio.

A mídia de modo geral estimula uma vida de conforto, relaxada, regalada, usufruindo de todos os prazeres sem limites e sem regras. É claro que num contexto desse não vale a pena ser católico; não vale a pena adotar uma religião que exige uma moral rígida, autocontrole, vida de oração, jejum e sacrifícios.

Infelizmente ficamos sem uma boa catequese há muito tempo. A difícil situação social da América Latina gerou entre nós nos últimos 50 anos uma falsa "catequese renovada", trazendo no seu bojo mais sociologia e política do que teologia, esvaziando e politizando a fé. O povo católico ficou à mingua de uma catequese verdadeira, baseada no Credo, nos Sacramentos, nos Mandamentos e na Oração, como pede o Catecismo. O povo ficou à mingua de uma sadia espiritualidade e foi busca-la nas seitas. Uma certa "teologia marxista da libertação", que confunde a libertação espiritual com a libertação política, e o estabelecimento do "Reino de Deus" na terra com a implantação uma sociedade socialista e igualitária, influenciou tremendamente quase todos os Seminários do pais; prejudicando essencialmente a sua formação de muitos sacerdotes.

As homilias e catequeses deixaram de falar do pecado, do sexo fora do casamento, do céu, do inferno, do purgatório, da vida eterna, dos sacramentos, dos mandamentos, da oração..., e tudo se voltou para o social. Por isso o frei Cantalamessa, pregador do Papa chegou a dizer que a Igreja na América fez uma opção pelos pobres, mas estes fizeram uma opção pelas igrejas evangélicas. Por que nelas se fala de Deus e de tudo que foi excluído da catequese católica.

Esqueceu-se que a Igreja não foi instituída por Jesus para resolver os problemas políticos, econômicos e sociais, mas para "salvar as almas" da morte eterna. Esqueceu-se que Jesus não é o "revolucionário de Nazaré", mas o "Redentor dos homens", que tira o pecado do mundo, como disse João Paulo II em Puebla. "A quem iremos, Senhor, só tu tens palavras de vida eterna" (Jo 6,68).

Em 1996, falando aos bispos do Brasil (Regionais Nordeste I e IV), sobre a "ameaça das seitas, o beato João Paulo II, falou desse grave "esvaziamento espiritual". Disse aos bispos, entre outras coisas:

"A difusão das seitas não nos interroga se tem sido manifestado suficientemente o senso do sagrado?"

"Vosso povo, caríssimos irmãos no episcopado, quer ver os padres como verdadeiros Ministros de Deus, inclusive na sua veste e no seu modo externo de proceder. Ele quer ver o homem de Deus nos ministros de sua Igreja, uma presença que lhes inspire amor, respeito, confiança. O povo tem direito e isso pode exigi-lo de seus pastores. O que os homens querem, o que esperam é que o sacerdote com o seu testemunho de vida e com sua palavra, lhes fale de Deus".

"O ministério da Palavra, que está intimamente ligado à Liturgia Eucarística (cf. SC, 56), contenha sempre, do início ao fim, uma mensagem espiritual. É certo que há tanta gente que não possui o suficiente para acalmar a própria fome, mas, ordinariamente, o povo tem mais fome de Deus que do pão material, pois entende que "não só de pão vive o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus" (Mt 4, 4)".

"Não estaria havendo uma certa acomodação deixando de ir em busca das ovelhas que estão afastadas? Ao contrário da parábola evangélica, não é uma e outra que está tresmalhada, mas é uma parte do rebanho".

Outro fator que destrói a fé católica hoje se encontra nas universidades. A maioria delas, com raras exceções, possuem professores que desconhecem a real História da Igreja e despejam sobre os alunos calúnias e mentiras sobre ela, gerando neles ódio e aversão à Igreja. Depois, esses jovens, futuros jornalistas, escritores, artistas, profissionais liberais, passam a ser maus formadores de opinião; se incumbem de destruir nos corações dos jovens leitores, telespectadores e internautas a fé católica e o amor a Igreja. Ela é mostrada a eles como a "megera da história", a sanguinária, a culpada de todos os males, quando, na verdade, ela salvou e construiu a Civilização Ocidental a partir da queda do Império Romano do Ocidente.

Outro fator preponderante nesta debandada de católicos para outras comunidades não católicas, é sem dúvida o contra testemunho de muitos católicos: leigos, sacerdotes e até alguns bispos. Nada pior para a fé católica do que isso, especialmente quando parte de um religioso. Penso que nem preciso explicar as razões disso.

Mais um fator devastador para a fé católica são aqueles que dividem a Igreja Católica, não aceitando a orientação do Magistério da Igreja, se opondo ao Papa e às normas da Santa Sé. Infelizmente há muitos dentro da Igreja que se acham mais iluminados e preparados do que o Papa e ousam enfrentá-lo acintosamente. O nosso Papa disse que os piores inimigos da Igreja estão dentro dela.

Diante disso tudo a Igreja não desanima e não se desespera; ela sabe que Jesus ressuscitado caminha com ela para salvar a humanidade. O Papa João Paulo II propôs uma NOVA EVANGELIZAÇÃO, que Bento XVI a impulsiona vivamente. Pedia o Papa beato uma evangelização "com novo ardor", "novos métodos" e "nova expressão", e graças a Deus isso tem acontecido. Os Seminários estão se enchendo. O número de padres está crescendo sensivelmente; padres novos, ardorosos, renovados. São jovens que buscam o sacerdócio com convicção e não por conveniência ou dúvidas outras. A Igreja renasce com os "Novos Movimentos" e as "Novas Comunidades", como disse João Paulo II, "a resposta do Espírito Santo para o novo milênio".

Há que se priorizar nesse trabalho de resgate dos católicos o "ministério da acolhida", os sinais exteriores da fé católica, as homilias bem feitas, etc., como João Paulo II pediu aos bispos em 1996.

Nosso Papa atual tem pedido uma Igreja de qualidade mais que de quantidade; porque a Igreja é como a pequena colher de fermento que leveda toda a massa; frágil e potente como um grão de mostarda.
Professor Felipe Aquino



sábado, 14 de julho de 2012

A Solidão do Pastor


Muitas vezes, narra o evangelho, Jesus se retirava e geralmente no alto de um monte ficava a sós num colóquio amoroso e reservado com o Pai. Imitando Jesus, assim também fazemos nós cristãos; procuramos nos isolar para na oração pessoal, ficarmos a sós com Deus. Certamente D. Eugenio Sales fazia o mesmo; apartava-se dos assessores e acompanhantes em seus momentos de oração diária na liturgia das horas, na reza do terço, na oração pessoal. Aparente solidão do pastor, pois estava na melhor companhia possível e agora, literalmente, está na melhor companhia possível.

Isto não é mera especulação nem desejo ardente do coração. É fato. Os sinais comprovam isso. Aquele pombo branco sobre o caixão não foi obra do acaso, foi inequívoco sinal de Deus. Não há como não fazer ilação com a passagem bíblica do batismo de Jesus, quando o Espírito Santo, como um pombo, pousou sobre Seus ombros e do céu ouviu-se uma voz: “Eis meu filho muito amado em quem ponho minha afeição”.


D. Eugenio não morreu simplesmente. Foi mergulhado, como num batismo, na glória eterna. O pombo sobre o caixão não ficou por um breve momento, permaneceu horas, ho-ras! Aquele pombo era como se o próprio Espírito Santo estivesse presente em forma corpórea, como um guardião, e comprovasse a santidade daquele homem. E também Jesus, como que falando a nosso coração: “Eis meu servo amado em quem ponho minha afeição. Reverenciai-o”.


Cremos na remissão dos pecados, na ressurreição da carne, na vida eterna e temos convicção que D. Eugenio goza dessa vida eterna. D. Eugenio, intrépido pastor, na solidão do seu quarto adormeceu para o mundo e despertou nos braços do Pai.


quarta-feira, 11 de julho de 2012

O Corpo Místico de Cristo

A verdade da fé católica a respeito do Corpo Místico de Cristo é pouco ensinada aos fiéis e, por isso, pouco conhecida. O prezado leitor, por certo, nunca ouviu uma bela pregação sobre essa verdade, numa missa dominical ou em outra celebração católica. Este artigo pretende levar ao conhecimento dos leitores essa verdade.

O Corpo Místico é a Igreja viva, formada por todos os batizados; quer os que ainda vivem caminhos da vida terrena, a quem chamamos “Igreja Militante” (ou Peregrina), quer os que se encontram no purgatório, a quem denominamos “Igreja Padecente” (ou Penitente), quer os que já se encontram na glória dos céus, que formam a “Igreja Triunfante” (ou Gloriosa).

Essa Igreja viva é o Corpo Místico, cuja cabeça é Jesus Cristo. Numa comparação com o corpo humano, dizemos: Jesus Cristo é a cabeça e nós, Igreja Viva, somos o seu corpo, formado por muitos membros.

 

Corpo Místico

A palavra corpo é usada comumente para designar o nosso corpo humano, material, mas também em outros sentidos que, aliás, nos auxiliam a compreender o corpo místico, formado de cabeça e membros. Dizemos: Corpo de Bombeiros, para designar um grupo de militares que prestam serviços específicos à comunidade. Nesse grupo há um chefe – um cabeça – que comanda e há também os que trabalham sob suas ordens – o corpo. Falamos também em corpo médico do hospital, que é o conjunto de médicos que trabalham num hospital. É nesse sentido mais existencial que compreendemos o Corpo Místico. Jesus ressuscitado é o cabeça de todos batizados; formamos o seu grupo, seu corpo vivo, seus comandados, seus seguidores, seus discípulos.

A palavra místico revela que essa verdade do Corpo de Cristo é um mistério de ordem espiritual, sobrenatural. Só a compreendemos à luz da fé e da revelação divina.

São Paulo, inspirado pelo Espírito Santo e fazendo uma comparação com o corpo humano escreveu: “Porque, como o corpo é um todo tendo muitos membros, e todos os membros do corpo, embora muitos, formam um só corpo, assim também é Cristo. Em um só Espírito fomos batizados todos nós, para formar um só corpo, judeus ou gregos, escravos ou livres; e todos fomos impregnados do mesmo Espírito. Assim, o corpo não se consiste em um só membro, mas em muitos” (Cor 12,12-14).


A Cabeça

A cabeça desse corpo é Jesus Cristo ressuscitado e glorioso. Foi Ele que chamou os seus primeiros seguidores, formando um corpo discípulos, um corpo de apóstolos. Depois, em Pentecostes, a sua Igreja que reúne todos os batizados.

É pelo santo batismo que um ser humano começa a fazer parte do corpo místico, que é a Igreja Viva. Pelo batismo fomos enxertados, transplantados no Corpo Místico. A partir desse “transplante” começamos a receber a vida sobrenatural, que nos foi conquistada pelo cabeça e que nos foi dada por meio do Espírito Santo. Jesus, o Cabeça, continua a dirigir o seu Corpo Místico, a Igreja, quer agindo pessoalmente em favor de um membro, de um grupo ou de todo o corpo; quer por meio doEspirito Santo; quer por meio de sua Palavra e dos seus Sacramentos; quer por meio da hierarquia da Igreja, ou de outras mediações humanas ou materiais.

Ao voltar para os céus, Jesus nomeou S.Pedro e seus sucessores, os papas, para serem sua presença visível. O Papa é o “vicarius Christi”, o vigário de Cristo, o substituto imediato, aquele que age em nome e no lugar de Jesus Cristo.


Os Membros

Os membros do Corpo Místico são todos os batizados que se encontram no Céu, no purgatório ou na terra. Os membros do Corpo Místico que estão no paraíso celeste e no purgatório já possuem a glória eterna garantida. Os membros que estão a caminho, na face da terra, podemos classificá-los em três grupos: os sadios, os enfermos e os mortos espiritualmente,

1. Sadios são aqueles que vivem em estados de graça santificante, fortemente ligados a Deus por essa graça, e portanto conseguindo viver habitualmente sem cometer pecados mortais, graves. Esses procuram aperfeiçoar-se progressivamente, buscando a santidade cristã.

2. Enfermos são aqueles que batizados que em sua vida cristã cambaleiam entre o estados de graça e o estados de pecados graves, vivem tempos de graça e amizade com Deus, conseguindo evitar os pecados graves, em outros momentos, vivem a fraqueza, entregues a pecados mortais. Esses precisam de uma conversão mais profunda, erradicando os pecados mortais com suas raízes, causas e ocasiões.

3. Os membros mortos são os que vivem em estado permanente de pecados mortais, muitos desses foram batizados, fizeram a primeira comunhão e foram crismados, mais por tradição do que por convicção religiosa. Nunca, porém assumiram uma vida cristã com suas verdades de fé, com sua moral, com suas práticas doutrinais. Outros viveram anos de vida cristã, mas por alguma razão abandonaram-na e passaram a viver contrariamente à fé, à moral e às prática religiosas. Infelizmente muitos desses membros mortos espiritualmente passaram a praticar religiões não cristãs.

Esses membros mortos continuam ligados ao Corpo Místico, mas não têm vida sobrenatural. A vida que receberam no batismo morreu, atingida por pecados mortais. São como um galho seco, ligados ainda a árvore.


A Inter Comunicação

Como no corpo humano há uma “seiva de vida” – o sangue – que circula por todos os membros, mantendo-os vivos, assim também no Corpo Místico circula a “seiva da vida divina”, recebida no batismo, para mantê-lo vivo e sadio. Assim como no corpo humano podem surgir doenças que afetam algum membro, tornando-o doente, podendo até causar a morte, assim também no Corpo Místico podem surgir doenças espirituais – os pecados – que tornam esse batizado enfermo espiritualmente, podendo causar a morte de sua vida sobrenatural.

No Corpo Místico, membros que estão no Céu favorecem os que estão no purgatório e os que estão na terra, intercedendo por eles junto a Deus de quem procede todas as graças. Os que estão na terra favorecem-se vivendo uma vida cristã, bebendo das graças divinas pela fé, pelos sacramentos, pela vida de oração, pela Palavra de Deus e outra tantas fontes de espirituais. Ao mesmo tempo favorecem os que se encontram no purgatório, pelas diversas formas de sufrágio, principalmente pela oferta do Santo Sacrifício da Missa por eles.

É da Cabeça, Jesus Cristo morto e ressuscitado que jorra toda a vitalidade do Corpo Místico. Todas as graças divinas para a humanidade foram adquiridas por Jesus Cristo, por sua Paixão, Morte e Ressurreição.


terça-feira, 10 de julho de 2012

Morre D. Eugenio



Faleceu nesta segunda-feira, por volta das 23h30m, aos 91 anos, o Cardeal Emérito do Rio de Janeiro Dom Eugenio de Araújo Salles. Ele estava em sua residência, no Sumaré e faleceu de morte natural. O velório será a partir desta terça-feira, com Missas de duas em duas horas na Catedral de São Sebastião, que foi concluída e inaugurada por ele em 1979. O sepultamento será na própria Catedral, no final da tarde de quarta-feira, 11 de julho, às 15h. 
(Pascom-S. Brás)

domingo, 8 de julho de 2012

Humano e Divino


Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem está em nosso meio. Este é o mistério da encarnação, esta é uma verdade fundamental da fé e por ela sabemos que a natureza humana e a natureza divina de Nosso Senhor Jesus Cristo nem se confundem nem separam. Formam uma única pessoa, a segunda pessoa da Santíssima Trindade.

Foi no Concilio Ecumênico da Calcedônia (ano 451), que a Igreja formalizou dogmaticamente esta verdade de fé: “Um só e mesmo filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, perfeito na sua divindade, perfeito na sua humanidade, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, composto de alma racional e de corpo; consubstancial ao Pai quanto a divindade, consubstancial a nós quanto a humanidade, em tudo semelhante a nós, menos no pecado (Hb 4,15); gerado do Pai antes dos séculos, segundo a divindade, e nos últimos tempos, por nós, para nossa salvação, gerado de Maria Virgem, Mãe de Deus, segundo a humanidade; que se deve reconhecer um só Cristo Senhor, Filho Unigênito, em duas naturezas, sem confusão, imutáveis, indivisíveis, inseparáveis, de nenhum modo suprimida a diferença das naturezas por causa de sua união, mas salvaguardada a propriedade de cada natureza e confluindo numa só pessoa e hipóstase, não separado ou dividido em duas pessoas, mas um só e mesmo Filho Unigênito, Deus Verbo, Senhor Jesus Cristo, como outrora nos ensinaram sobre Ele os profetas e depois o próprio Jesus Cristo e como nos transmitiu o Símbolo da Patrística.”

A encarnação de Jesus Cristo ocorre na plenitude dos tempos, e com ela vivemos e antecipamos aquilo que será a realidade final na ressurreição dos mortos. A encarnação do Filho de Deus permite ver realizada uma síntese duradoura e definitiva que a mente humana por si mesma não poderia imaginar: O eterno entra no tempo, o Tudo se esconde no fragmento. Deus assume o rosto do homem. Deste modo a verdade expressa na revelação do Cristo, deixou de estar circunscrita a um âmbito territorial e cultural, abrindo-se a todo homem e mulher que a queiram acolher como palavra definitivamente válida para dar sentido a existência (cf. Fides e Ratio-João Paulo II).

Só no Verbo de Deus feito carne se realizou a obra de nossa redenção e o instrumento da nossa salvação foi a humanidade de Jesus – corpo e alma – na unidade da pessoa do verbo (cf. SC nº 5). Esta humanidade é o único caminho para a salvação dos homens e o meio insubstituível para nos unir com Deus.

Sendo Deus, qualquer ato seu já seria suficiente para levar à plenitude a retribuição de amor, reconciliar-nos com o Pai e satisfazer por toda ofensa, e como homem poderia nos representar. Por isso Ele disse: “Eis que venho ó Deus, fazer a tua vontade (Sl 39,7-9); se encarnou, cumpriu toda a Lei e se deu por inteiro, se fez vitima no silencio do seu amor, se fez cordeiro e foi levado ao matadouro, manifestando ali a face do verdadeiro Deus que é misericordioso e que ama seus filhos e filhas.

(Pe. Francisco Sehnem)

quinta-feira, 5 de julho de 2012

O TERÇO

Dizem os santos que a oração do terço pertence a vida da igreja. É uma oração que se tornou solo fértil da vida espiritual de uma multidão de santos e tem seu valor particular na espiritualidade cristã de nosso povo. Precisamos redescobrir o valor do terço para nossa gente, como uma das maneiras ricas de rezar e viver o caminho para nossa salvação.

O que a igreja ensina sobre o terço? Vejam só: ao recitarmos o terço, rezamos várias vezes a mais bela e rica oração da igreja que o próprio Cristo nos ensinou, o Pai Nosso. Ao recitarmos as dezenas de Ave-Marias, nos servimos das próprias palavras bíblicas que nos recordam as grandes verdades de nossa salvação e nossa redenção. Entre uma dezena e outra, aclamamos o maior hino de louvor à Santíssima Trindade, a oração do Glória. Tudo isso continua muito atual e importante para nossa fé e vida espiritual. Nos mistérios gozosos meditamos o amor extremado de Deus Pai que se fez um de nós na encarnação de Seu Filho amado, Jesus, nosso Salvador e Redentor. Através dos mistérios dolorosos refletimos sobre o amor de Deus em Jesus, amando-nos ao extremo de Sua Paixão, morte e ressurreição para nos salvar. Nos mistérios gloriosos renovamos nossa esperança na ressurreição de Cristo como a esperança de nosso futuro; e através dos novos mistérios da luz, na riqueza da vida nova trazida por Cristo à Sua Igreja e ao mundo. Sem dúvida, a recitação do terço nos convida a meditar no conteúdo central da nossa salvação e redenção.

Diante do acima descrito me pergunto: como poderia alguém dizer que o terço não é uma autêntica oração, válida e atual na vida da Igreja? Pergunto aos questionadores do terço ou aos que ignoram seu valor: será errado usar a Bíblia para rezar, nos servindo da meditação dos grandes mistérios de nossa salvação e redenção?

Ademais, a oração da Ave-Maria não é uma invenção nossa e nem da Igreja. Ao rezarmos a Ave-Maria, usamos somente textos e palavras bíblicas. Afinal, ao rezarmos “Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo...” (Lc 1,28), apenas repetimos o que o próprio céu disse através o Anjo Gabriel, saudando Maria, convidando-a para ser a mãe de nosso Redentor. Ao pronunciarmos as palavras “Santa Maria mãe de Deus”, nada mais fazemos do que utilizar as palavras que Isabel usou para saudar Maria, proclamando “Donde me vem a honra de vir a mim a mãe do meu Senhor” (Lc 1,43). E ao rezarmos “Rogai por nós pecadores...” não é essa a nossa realidade de pecadores necessitados que todos somos?

Na Igreja acreditamos no mérito da comunhão dos santos, por isso rezamos uns pelos outros. Confiantes, pedimos que a Mãe de Jesus e nossa Mãe – dada por Jesus ao pé da cruz – interceda junto a seu Filho por nós, pela Igreja, pela humanidade. Se o céu saudou Maria, por que não podemos nós saúda-la com as mesmas palavras que o céu a aclamou? Sim, é a própria Bíblia que prediz que Maria seria bendita: “Desde agora me proclamarão bem aventurada todas as gerações” (Lc 1,48). Como então, não recorrermos e invocarmos a esta Mãe que o próprio Cristo ao pé da cruz entregou para todos nós, na pessoa de São João?

Como devotos de Maria devemos rezar a oração do terço com uma sadia espiritualidade para manter na mente, no coração e no espírito, a meditação e contemplação dos mistérios de nossa salvação. A devoção a Maria através do terço continua a fazer parte do autêntico patrimônio místico da Igreja de Cristo, que deve ser incentivado, cultivado e amado, hoje e sempre na vida do nosso povo e de nossas famílias cristãs.



(de um texto do Pe. Evaristo Debiase)