sábado, 26 de dezembro de 2009

Pureza de criança


Na igreja, joelhos no chão diante do Sacrário adorando Jesus Eucarístico, tive a atenção despertada por passinhos de criança correndo. Observei uma menininha parar diante do presépio montado junto ao altar e embevecida chamar pela mãe para também essa apreciar a beleza do presépio. Diante do Senhor e para o Senhor, refleti que a menina completava o cenário. Era como se algo faltasse a cena do presépio e aquela criancinha suprisse essa ausência. Aquela criança diante da imagem do menino Jesus no presépio, nos representava. Ali estava toda a humanidade, tal qual Deus Pai nos havia criado, com a pureza de uma criança.
Na passagem do Evangelho de Mateus, capitulo 18, versículos de 2 a 5, Jesus nos exorta a sermos como crianças, pois só assim seremos merecedores do reino do céu. Ser como crianças para estar com Jesus na eternidade; voltar no tempo, ter atitudes infantis, ser ingênuo como uma criança?
Não. Jesus não nos pede atitudes pueris, ele pede que tenhamos alma de criança. Que sejamos como crianças na pureza de pensamentos, nos sentimentos, no despojamento, na afabilidade e por que não dizer na dependência? Como a criança depende dos pais, dependemos todos de Deus.
Se hoje em dia as crianças perdem a pureza original cada vez mais cedo, não é culpa delas, sim do ambiente que as cercam. Ao invés da partilha, são incentivadas ao individualismo; ao invés do amor, são incentivadas a desconfiança; ao contrário da concórdia, são incentivadas a competição. Daí nos transformam nos adultos que somos.
Por isso disse Jesus que só estará com ele em Seu Reino quem for puro como uma criança. Retornemos as origens, sejamos como criancinhas nos braços do Pai!

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

sábado, 19 de dezembro de 2009

Feliz Natal


Abra o coração e se deixe envolver pelo Espírito Santo. Deixe que Ele venha fazer em você a obra de renovação que você tanto precisa. Permita que Ele venha e deposite em você o amor, a força, a coragem e a determinação que farão de você um novo homem, uma nova mulher. Depois disso, volte-se para si mesmo, busque o seu interior e irá encontrar Jesus resplandecendo de alegria em seu coração. Feliz Natal!

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Adoração dos magos

Mt 2,1-12
A passagem bíblica em foco é repleta de simbolismos. Cada fato descrito tem uma significação especial. A adoração dos magos a Jesus menino foi o cumprimento das profecias messiânicas em Isaias 49 e Salmo 71 (72). A leitura também apresenta a salvação oferecida a todos os povos da terra, representada no encontro de Jesus pelos reis magos, que eram pagãos vindo de uma terra distante. A atitude de Herodes querendo achar o menino, com o intuito de elimina-lo, representa o inimigo induzindo o mundo a nos tirar a salvação. Os presentes: ouro, incenso e mirra, simbolizam a realeza de Jesus (o ouro), sua divindade (o incenso) e sua paixão e morte (a mirra – um perfume, usado para embalsamar corpos a serem sepultados). A leitura também trata da epifania, ou seja, a revelação de Jesus ao mundo. Ele quer hoje se revelar a nós, ele quer se apresentar a nós.
Os magos foram atraídos a Jesus por uma luz brilhante. Que luz os estão atraindo? O brilho falso das coisas do mundo, ou a moção do Espírito Santo os guiando até Jesus? Os magos adoraram o rei que havia nascido; abriram seus tesouros, ofereceram-lhe presentes e partiram. Voltaram por outra estrada, por outro caminho. Quem encontra Jesus, quem conhece verdadeiramente Jesus, quem tem um encontro pessoal com Jesus não fica no mesmo caminho, deixa os atalhos para seguir o verdadeiro caminho, verdade e vida que é o próprio Jesus. Quem encontra Jesus não pode continuar na mesma vida. Muda, converte-se, volta por outro caminho.
Jesus veio ao mundo, pisou nosso chão, nos ensinou sua doutrina, nos apresentou o reino de Deus – seu reino – e morreu; morreu na cruz por nós. Ressuscitou ao terceiro dia, subiu ao céu. Mas não nos deixou sós, não nos abandonou, pois são suas as palavras: onde estiverem dois ou mais reunidos em meu nome, aí estarei no meio deles. Jesus nos derramou o seu Espírito Santo e está presente na Santa Eucaristia e na leitura orante dos Evangelhos. No entanto muitos de nós, muitíssimos, o buscamos somente pelos milagres, pelas curas. Buscamos Jesus pelo que ele pode fazer e não pelo que ele já fez, que foi nos dar a salvação. Esquecemo-nos que cada milagre realizado, cada cura, aponta para algo maior, a salvação. O objetivo final não é simplesmente a cura que é transitória, mas a salvação, que é a cura completa e definitiva.
Jesus tira toda dor, toda angustia, toda tribulação. Ele tirou de mim, me curou e continua curando. E quer tirar de vocês também toda dor, mágua, todo ressentimento, falta de perdão, sofrimento... Pode ser que demore, pode ser que ele tire tudo isso agora, já, nesse instante. Depende de vocês, depende da abertura de seus corações, depende da maneira como vocês se colocam diante de Jesus. Em suma, o tempo da ação de Deus vai depender em grande parte da dimensão da nossa fé. Por isso creia irmão, irmã. Acreditem; Jesus está aqui para nos curar, para nos libertar, para dar vida plena e abundante.

sábado, 5 de dezembro de 2009

Natal

O Natal se aproxima. O comércio já prepara as ofertas de natal, as lojas se enfeitam, a TV divulga anúncios visando as vendas natalinas. Tudo respira natal; o consumismo é intensamente incentivado. Já se ouvem as musiquinhas de natal; “gingou béu, gingou béu...” e o Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo onde está que não se fala? Cadê o nosso Natal?
Não há muito tempo, ainda se armavam presépios nas praças, as lojas eram ornamentadas com motivos verdadeiramente natalinos. Mesmo no meio comercial havia Natal. Hoje em dia os ornamentos nos mostram renas, carruagens, duendes, “papais noéis” estilizados. Mostram um natal diferente, também estilizado, ou seja, deturpado.
O Natal de Jesus foi substituído por um consumismo desenfreado. A ceia em família foi substituída por festas onde a oração e a moderação no comer e beber deram lugar a comilança e bebedeira sem limites.
Infelizmente constatamos que muitos que se dizem cristãos católicos aderiram ao natal mundano. Trocam Jesus por Papai Noel, o cálice de vinho por latas e latas de cerveja, a Missa de Natal pela confraternização entre amigos e o que é pior, muitos optam pelas baladas em plena noite de Natal.
Como, porém, em plantas espinhentas nascem belas rosas, ainda há quem em meio a tudo ainda comemore o legitimo Natal, com Missa e ceia em família, ainda que trocando presentes e também confraternizando com os amigos (que a bem da verdade não constituem erro).
Talvez tenha sido notada a diferença em alguns parágrafos das grafias natal e Natal. Não, não foi erro de digitação.

sábado, 28 de novembro de 2009

Visão do Carro de Javé

O profeta Ezequiel descreve em Ez 1,4-14 uma visão de Deus, uma visão da glória de Deus. No Antigo Testamento Deus se apresentava em visões esplendorosas ou através forças da natureza, ventanias, tempestades, raios e trovões, a chamada teofania. Assim vemos em Ex 19,18, no Sinai; monte Horeb, quando Deus se apresenta pela primeira vez a Moisés, na sarça ardente. Apesar da descrição detalhada de Ezequiel é difícil imaginar o que ele tenha visto. Deus não pode ser descrito; é impossível à nossa inteligência compreender a divindade. Diante da grandeza de Deus, cabe a nós aceitar humildemente, sem discutir. Deus é Deus e ponto.
Hoje não podemos falar de Deus sem falar do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Deus único na Santíssima Trindade. Javé, Emanuel, Ruah. Javé, o Pai que nos criou; Emanuel, Deus conosco, o Filho que nos redimiu e Ruah, o sopro divino, Espírito Santo que nos consola, nos molda, nos conduz a santidade. Deus uno e trino, único Deus que se apresenta em três pessoas distintas. Grande mistério que talvez venhamos a entender quando, terminada a nossa jornada, estivermos frente a frente com Ele. Aí sim, ao caírem todas as nossas imperfeições o veremos tal qual Ele é.
Somos frutos do amor de Deus. Com amor, no amor e por amor fomos criados. No entanto, apesar do amor do Pai, perdemos a graça santificante e aí Deus mostrou outro grande atributo: a Divina Misericórdia. Se por amor fomos criados, pela misericórdia somos perdoados. Disse Sta. Faustina: “Nosso pecado é uma gotinha de orvalho no oceano da misericórdia de Deus”. Deus nos ama tanto, tem tanta compaixão de nós, que nos deu seu filho único, Jesus, para morrer em nosso lugar. Assim a salvação veio a nós. Então Jesus, que sendo parte integrante de Deus, desceu de sua glória e veio até nós em carne, humilhando-se e humildemente se dá ainda hoje. Pois se Ele se fez carne e pisou nosso chão, hoje se faz pão e se nos dá a cada eucaristia. Sua presença também se faz sentir através o Espírito Santo que infundido em nós, nos move, nos transforma, nos mostra toda a verdade, a verdade libertadora contida na Palavra de Deus.
Deus é amor e na infinitude de seu amor se dá a nós na sua Palavra, na Eucaristia e na efusão do Espírito Santo. Mesmo que você não se sinta amado pelas pessoas, pelo seu próximo, saiba, há um amor maior envolvendo você. É o amor do Pai que lhe perdoa, o amor do Filho que lhe cura, liberta, que lhe remiu numa cruz, o amor do Espírito Santo que lhe conduz a santificação. Deus lhe ama com um amor imenso, tão grande que é inimaginável. Deus lhe ama, deus nos ama como ninguém jamais amou e há de amar. Por amor à sua obra Ele se apresentou a Ezequiel na visão do carro esplendoroso; por amor se apresenta ainda hoje a nós na Palavra, na Eucaristia e através da Sua Igreja.

sábado, 21 de novembro de 2009

O Dia do Senhor

Sf 1,14 – 2,3


O trecho referente ao cap. 1 retrata o dia do Senhor; a manifestação do poder, podemos até mesmo dizer, da ira de Deus, não contra seu povo em si, mas contra o povo pecador. O cap. 2 nos mostra um apelo a conversão, ou seja, mesmo sob a ameaça de seu terrível dia, Deus deixa aberta a porta da conversão; a salvação é oferecida àqueles humildes de coração, aos que submetem-se a sua vontade.
Este texto, já nos tempos em que foi escrito suscitou inúmeras interpretações. Foi entendido como a ruína de Israel, devido a seus pecados; entendido tempos depois como castigo aos povos opressores de Israel e finalmente, como entendido hoje, julgamento, ou seja, triunfo dos justos frente ao castigo dos pecadores.
O v.18 adverte que nem ouro e prata, tesouros mundanos, hão de livrar a quem tem culpa, do merecido castigo. Isto remete a Dt 4,23s; daí concluímos que os ídolos modernos – dinheiro, poder, fortuna material – não salvam ninguém. Só Deus pode nos livrar do mal e do castigo no juízo final. Não sabemos dia e hora do retorno de Jesus. Não sabemos nem mesmo quando seremos chamados à sua presença. Portanto cada uma de nós viva intensamente como se cada dia fosse o último. Viver intensamente para o cristão é buscar incessantemente a santidade, é vivenciar dia a dia a Palavra de Deus. São João Bosco dizia: “Viva cada dia como se fosse o primeiro, o único e o último dia de sua vida.”
Jesus há de voltar glorioso porque assim diz a Escritura e a Escritura não mente. Entenda você objetivamente ou subjetivamente esta Palavra, não importa, Jesus voltará! Porque a Palavra de Deus é real e verdadeira. Jesus poderá retornar hoje, amanhã, daqui a um, dois, cem, mil anos, com certeza Jesus voltará. Temos que estar preparados, pois Ele virá resgatar sua Igreja, como em Ap 21. Estejamos prontos para apresentarmo-nos a Deus puros e santos, irrepreensíveis, para não sermos rejeitados. Estarmos vivos com Ele e não mortos longe Dele!
Apesar das mazelas que vivemos no último século (século XX). Um século cheio de guerras, abominações, cataclismos, epidemias, tragédias como nunca antes vistas, Deus nos ama e por isso nos chama à conversão. Abra os braços e com os braços abra também o coração e clama a Deus que envie a você, o Espírito Santo para ajuda-lo a trilhar seus caminhos. Deus é compassivo e misericordioso; Ele não quer que o que foi lido efetivamente aconteça. Escreveu tudo isso para nos advertir, chamar nossa atenção e nos voltarmos para Ele e para Jesus Salvador. Mas infelizmente a humanidade é surda. Surda e desobediente; não ouve e quando ouve não obedece. O mundo precisa ser mudado. E pode ser mudado a partir de mim, de você, de nós. Se conseguirmos, com o auxilio do Espírito Santo mudar a nós mesmos, seremos capazes de com o mesmo auxilio, fazer mudar a quem estiver a nossa volta, e assim sucessivamente, como uma onda, mudar a muitos como um tsunami de amor, levando vida, não morte!
Encerramos com a citação de Hb 9,28: “...Assim Cristo se ofereceu uma só vez para tomar sobre si os pecados do mundo, e voltará uma segunda vez, não em razão do pecado, mas para trazer a salvação aqueles que o esperam.” Esperemos por Jesus! Amém.

domingo, 15 de novembro de 2009

A Luz do Mundo


Na noite do dia 10 e em toda madrugada do dia 11, sofremos com o apagão que atingiu metade do país. Imaginemos – na realidade vivemos isso – as grandes cidades sem luz, sofrendo esse grande blecaute. As pessoas sem geladeira, rádio, televisão, até mesmo sem água, pois as estações de bombeamento param por falta de energia. É o caos no trânsito; os semáforos apagados, congestionamentos intermináveis. Que transtorno!
Irmãos e irmãs, a falta de luz espiritual é muito pior que a falta de luz física. A escuridão no espírito tem conseqüências mais graves que a escuridão física. Sem luz interior vivemos à margem de Deus, perdemos o freio moral, a “luz amarela” que sinaliza o perigo deixa de acender. Não acende a “luz vermelha” que impede que prossigamos numa atitude pecaminosa. Também a “luz verde” que nos indica para seguirmos em frente em nossa vida de oração e caridade, essa é como as outras, apagada. Vivemos no escuro, vendados, às apalpadelas, aos tropeções.
Assim como os judeus saindo do Egito marcharam até a travessia do Mar Vermelho, conduzidos por Moisés e guiados por uma nuvem flamejante, nós peregrinamos também em direção a terra prometida, conduzidos pela grande luz que é Jesus. Ao deixarmos para trás uma vida de pecado, não podemos jamais olhar para trás, nem sequer devemos pensar saudosamente nos tempos idos, pois são tempos de escuridão, são um passado obscuro onde éramos iludidos pelos falsos prazeres do mundo. Devemos caminhar sempre em direção ao caminho apontado por Jesus, ao caminho iluminado. Jamais retornar as trevas, pois quem gosta da escuridão é o inimigo de nossas almas, o inimigo de Deus: o príncipe das trevas, Satanás. Ao contrário, Jesus é a luz do mundo, o único e verdadeiro caminho. Diz Jesus que somos sal da terra e luz do mundo; somos como luzeiros e devemos levar a luz a quem vive nas trevas, a quem sofre por falta da luz. Mas em verdade apenas devemos refletir a luz verdadeira: Jesus Cristo.
Temos que fugir da escuridão, deixar a terra do pecado e vir para a luz, para a terra da promissão. Temos que sair da escuridão e nos colocar debaixo do Sol radiante da justiça, que é Deus e nos deixar envolver por essa luz, mergulhar nessa luz, ser banhados nessa luz! Eu quero chegar lá, atravessar o Jordão e viver para sempre na Jerusalém Celestial; eu quero ao final da jornada atravessar o Jordão, pisar a terra prometida e habitar na Jerusalém Celeste, onde não há Sol nem Lua, pois a única luz que brilha é a glória de Deus!
Dá-me Senhor a tua luz, a luz do teu olhar, a luz da tua Palavra que é lâmpada em meu caminho.

domingo, 1 de novembro de 2009

Respostas

As drogas, repetindo assertiva anterior, levam a lares destroçados, famílias enlutadas, corações feridos, vidas sem sentido. Infelizmente, como também já exposto, muitos veladamente ou escancaradamente apregoam a descriminização das drogas e por conseguinte, aprovam o seu uso. Alguns talvez por conveniência; outros por modismo, não querem ir contra as tendências, são os “maria vai com as outras”.
Por outro lado, felizmente, há aqueles que indo na contramão do relativismo, da permissividade irresponsável, das veleidades, são taxativamente contra as drogas e tudo mais que possa subverter a ética e a moral. Mais: auxiliam com os recursos que dispõem àqueles que carecem de assistência para se libertarem do vicio. Louvado seja Deus pela existência de pessoas e organizações que se disponibilizam a ajudar aos que precisam: os alcoólicos anônimos, narcóticos anônimos, grupos religiosos, as comunidades cristãs.
O mundo precisa de mais Fazendas da Esperança, Comunidade Católica Maranatá, Shalon, Comunidade Betânia e quantas mais surgirem, sejam católicas ou evangélicas.
Nestes locais, os drogados em tratamento só têm um dever: rezar e trabalhar; ora et labora, é a regra em quase toda casa de recuperação. Nada de mais se exige nesses locais; não é pedido a ninguém para deixar nada, não se acusa, apenas são acolhidos com muito amor, sentem-se amparados, incentivados a exercer a plena cidadania. Nos momentos de partilha, de pregação, ouvem testemunhos de ex-dependentes químicos que se recuperaram e que evocam a necessidade de se abandonar todo tipo de vicio e da alegria de viver sem as drogas. Também nesses momentos são apresentados a Alguém, e os que abrem o coração vivenciam a experiência mística do encontro pessoal com Aquele que tudo pode, Aquele que renova todas as coisas, Aquele cujo nome é acima de todo nome, Aquele que é, foi e sempre será: Jesus Cristo Nosso Senhor e Salvador. Aleluia!

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Indagações

Tristeza, muita tristeza causou aos corações sensíveis a atitude desesperada daquele pai no Rio de Janeiro, no fim de semana passado. Ao tomar conhecimento de que o filho sob efeito de droga assassinara a namorada, este pai indo contra os ditames do paternalismo irresponsável, entrega o próprio filho a policia, o qual é preso ainda no local do crime. Atitude de desespero daquele pai que não via saída para o filho entregue as drogas há anos. Consta que o homem havia tentado por diversas vezes internar o filho viciado em crack, mas não logrou êxito, pois nosso sistema de saúde é falho, principalmente nesta questão. Alega-se que ninguém pode ser submetido a nenhum tratamento, internação ou que tais, contra a própria vontade, ou seja, à força, a não ser que represente ameaça imediata contra a sociedade. A questão é: os escravos do vicio têm vontade própria? Os drogados não representam perigo, mormente para seus familiares e os mais próximos?
Eis de forma patética e comovente a realidade das drogas e drogados. A sociedade, os intelectualóides, artistas, gente da mídia, estes que são formadores de opinião (não todos, mas número considerável) de maneira hipócrita e irresponsável fazem apologia às drogas, alguns de modo velado e camuflado, outros abertamente. Em vista deste e de outros casos repercutidos na imprensa, é licito, é moralmente correto propagar e defender o livre arbítrio ao usuário de drogas (referência a essa questão, naturalmente) e a legalização das drogas?
Os partidários da legalização das drogas argumentam que tabaco e álcool são drogas legais e que o álcool é responsável por tantas ou mais desgraças que maconha, cocaína, etc. Têm razão. Mas um erro não justifica outro. Alegam também que maconha é uma droga leve e inconsequente. Sem trocadilho, é leve mas leva a outras mais pesadas; como inconsequente se a consequência é cocaína e crack?
Tantas indagações e uma só resposta: falta-nos bom senso. Falta-nos discernimento para distinguir o bem do mal, o prazer licito da ilicitude do prazer. As drogas jamais devem ser legalizadas, haja vista que em outros paises essa experiência não foi bem sucedida. É sensato porém que o usuário ou viciado não seja tratado como criminoso, no entanto seja reprimido. As drogas levam ao relatado acima; lares destroçados, famílias enlutadas, corações feridos, profundamente feridos. E para curar definitivamente esses corações somente Deus. Voltaremos ao assunto.

sábado, 24 de outubro de 2009

E a festa dos halloweens?






Há suspeitas sobre o significado de tais celebrações.

Em síntese: A Festa dos Halloween é de origem céltica; tem sua inspiração no druidismo ou na religião dos sacerdotes celtas, que muito marcaram o pensamento dos povos da Irlanda, da Escócia e de regiões da Inglaterra. Supunha-se que os mortos vinham a terra visitar seus familiares na noite de 31/10 para 1º/11; em conseqüência disso os homens e mulheres se vestiam com trajes fantasiosos a fim de não serem reconhecidos e arrebatados pelos visitantes do além. A essas concepções se associava o festival de fim do ano celta celebrado no dia 31/10 com presentes e orgias. Esse fundo de idéias e práticas pagãs foi, tanto quanto possível, cristianizado pela Igreja, que instituiu a Festa de Todos os Santos a 1º/11 e a comemoração de Finados a 2/11.
Ainda hoje os Halloween são festejados nos Estados Unidos, levados para lá pelos imigrantes irlandeses. Todavia muitos abusos se têm registrado em tais celebrações.
No Brasil a Festa dos Halloween toma o caráter de um pequeno carnaval, em que as crianças trajam suas fantasias e recebem presentes. O apreço dessa celebração em alguns lugares decorre da onda neo-pagã que tem invadido a civilização ocidental.
À tarde de 31/10 celebra-se em alguns lugares a vigília da Festa dos Halloween (Allhallowseven).
Muitas pessoas, um tanto estupefatas, perguntam: que festa é essa?

1. As origens da festa
À primeira vista, quem considera a Festa dos Halloween, como é celebrada no Brasil, dirá que é uma comemoração folclórica, popular e inofensiva: as crianças então se vestem de fantasias (quase carnavalescas) e põem seus sapatos à porta da residência dos vizinhos, para que estes lhe dêem presentes. Há, porém, quem levante suspeitas sobre o significado de tais celebrações, suspeitas, aliás, justificadas, dada a origem dos Halloween.
Com efeito, a Festa dos Halloween tem seu berço entre os povos celtas. Estes emigraram da Ásia para o Continente Europeu nos séculos anteriores a Cristo e se fixaram principalmente na Gália, na Irlanda, na sacerdotal dos druídas, guardiões das tradições religiosas de sua gente, que tinham conhecimentos de astronomia, medicina e direito. Os druídas exerciam as funções de juízes e líderes, dotados de “dons proféticos” ou da capacidade de prever o futuro. Acreditavam na imortalidade da alma e de metempsicose ou na migração das almas dos falecidos. Eles foram um fator de unidade do mundo celta: por isso foram combatidos pelos romanos, que conquistaram a Gália e as Ilhas Britânicas.
De modo especial, os celtas valorizavam a noite de 31/10 para 1º/11. E isso por dois motivos:
1) O ano celta terminava em 31/10, dia do olho de Samhain. Tal dia era celebrado com ritos religiosos e agrários. Nessa ocasião comiam-se alimentos especiais, como nozes, maçãs e preparavam-se os alimentos para o inverno.
2) Na noite de 31/10 para 1º/11 julgava-se que os mortos desciam do além para a terra a fim de visitar seus familiares à procura de calor e bom ânimo frente ao frio do inverno que se aproximava.
Dessa maneira, Samhain assinalava o fim de um ano e o começo de outro, juntamente com o festival dos mortos. A celebração respectiva implicava todo um folclore típico. Os homens e as mulheres vestiam trajes fantasiosos a fim de se dissimilarem e não serem arrebatados pelos espíritos dos falecidos para o além. Por estarem começando novo ano, desejavam uns aos outros plena felicidade. Havia magos que procuravam saber “profeticamente” quem haveria de se casar e quem haveria de morrer no próximo ano; tentavam adivinhar também quais as melhores oportunidades de êxito em seus empreendimentos. Ao lado desse aspecto festivo, havia o apavorante: julgava-se que as bruxas, as fadas e os gnomos lançavam o terror no povo: eram tidos como seres de um mundo superior que roubavam crianças, destruíam colheitas e matavam o gado.
Dentro desse quadro de festa e pavor, os homens acendiam lanternas no topo das colinas sob o olhar de Samhain; o fogo luminoso podia servir para guiar os espíritos até a casa dos familiares, como também para matar ou afugentar as bruxas.
Tais são os elementos dos quais dependem a festa moderna dos Halloween. Além desses dados de origem céltica, julga-se que os Halloween trazem também resquícios da festa romana da colheita dita “Pomona”, resquícios, porém, muito mais pálidos do que os de origem céltica.
O Cristianismo, ao penetrar nas regiões da Gália e das Ilhas Britânicas, encontrou aí a celebração pagã mencionada. A Igreja procurou eliminar os elementos mitológicos do festival. Assim o dia 1º de novembro foi “cristianizado”. Com efeito, o Papa Gregório III (731-741) escolheu a data de 1º/11 para celebrar a festa da consagração de uma capela na basílica de São Pedro em honra de Todos os Santos. Em 834, o Papa Gregório IV estendeu a festa à Igreja inteira; dessa maneira, procurava-se dar um sentido cristão à celebração da vinda dos espíritos dos falecidos praticada pelo druidismo.
A cristianização foi corroborada pelo fato de que em 908 Santo Odilon, abade de Cluny (França), começou a celebrar a memória de todos os fiéis defuntos aos 2/11. Os cristãos tentaram assim neutralizar os efeitos dos antigos ritos pagãos.
Todavia não foi possível aos cristãos retirarem todo o resquício mitológico. Na Idade Média dava-se grande importância às bruxas, que eram tidas como agentes do demônio; como se dizia, estes desciam sobre as bruxas em “sabbaths”, quando havia banquetes e orgias. Um dos mais importantes “sabbaths” era precisamente o dia da noite de 31 de outubro; supunha-se que as bruxas iam a esses bacanais voando em cabo de vassoura, acompanhadas de gatos pretos.
Na época moderna os festivais de Halloween caíram em desuso na Europa, exceto na Irlanda, na Escócia e em regiões do País de Gales. Mesmo aí degeneraram, muitas vezes, tomando o caráter de desmandos com pilhagem e saques. Grupos de festeiros itinerantes bloqueiam as portas das casas com carretas; roubam grades e maquinaria, batem nas janelas, arremessam hortaliças contra os portões, entopem as chaminés para que a fumaça não possa sair. Em alguns lugares os rapazes e as moças vestem trajes ou fantasias do sexo oposto, usam máscaras e assim invadem as casas vizinhas para se divertir com os moradores. Fazem às vezes de bruxas, fadas e gnomos.
Para preparar a tarde de Halloween, muitos adeptos da festa vão de casa em casa pedindo donativos, especialmente alimentos (nozes, maçãs...). Os doadores generosos são gratificados com promessas de prosperidade, ao passo que os opositores são ameaçados de castigos. Essas contribuições são, muitas vezes, solicitadas em nome de Muck Olla, antiga divindade dos druídas, ou também em nome de São Columba Cille, missionário na Irlanda do século VI.
Nos Estados Unidos a Festa dos Halloween foi introduzida pelos imigrantes irlandeses a partir de 1840; e tem sido celebrada com vandalismo e danos para muitas famílias.
No Brasil também há redutos de Halloween, com fantasias e presentes para as crianças. Tal festividade tem caráter ambíguo, fomentado pela onda de paganismo renascente.
Revista "PERGUNTE E RESPONDEREMOS
D. Estevão Bettencourt, osb.

domingo, 18 de outubro de 2009

Tempo de amar


Há tempo para tudo: tempo para plantar, tempo para colher; tempo para construir, tempo para demolir; tempo para juntar pedras, tempo para espalhá-las; tempo de viver, tempo de morrer. Só não há tempo para amar. Não se trata de falta de tempo, porém da inexistência de um tempo especifico para amar. O exercício do amor é (ou deve ser) constante, a qualquer tempo. O que é o tempo? Podemos dizer que tempo é o lapso entre o que se passou e o que há de vir. Num outro contexto tempo seria a ocasião propicia para um determinado evento. O tempo como tal existe, é natural, porém a contagem do tempo, ou seja, a medida decorrente entre o inicio e fim de um evento qualquer, é convenção humana. Se o tempo existe – de modo natural ou tecnicamente – e para tudo e tudo tem um tempo, por que não para o amor?
Sabemos que Deus é amor. Sabemos também que Deus é atemporal. Portanto, o amor é atemporal, como o Criador. Tudo que procede de Deus é incondicional; incondicional é seu amor por nós; amor infinito, imensurável, indelével. Diz a Palavra que Deus amou tanto a humanidade, que deu seu filho como sacrifício de amor por nós. No antigo testamento, no livro do profeta Isaias, Deus declara seu amor ao nos revelar que somos preciosos a seus olhos, que troca reinos e nações por nós e que está sempre a nosso lado. Também Davi cantando as misericórdias do Senhor, louva a Deus por seu amor ao salmodiar: O Senhor é lento para a cólera, bom e misericordioso, porque tanto os céus distam da terra quanto sua misericórdia é grande para os tementes a Ele.
Em vista de tudo isso podemos afirmar com toda convicção que não há tempo para amar. Há tempo para tudo, ensejo para todo acontecimento, menos para amar, porque todo tempo é tempo de amar. Esse amor que o Pai Eterno derrama constantemente sobre nós e que não deve ser retido. Deus embora ame a todos indistintamente, ama cada um como se esse um fosse único; amor único e ao mesmo tempo universal. No mistério desse amor somos envolvidos e Deus nos pede que partilhemos com todos esse amor. Aos que estão próximo amemos afetuosamente, que sejam especiais e preciosos; assim são os amigos, parentes, a família. Aos mais distantes, aos desconhecidos, também amemos, mesmo de forma difusa, desejando-lhes o bem, usando de misericórdia, orando por eles, mesmo que estejam do outro lado do mundo. Não, não existe lugar nem hora para o amor. Amor cuja fonte é o coração bondoso do Pai e que flui através do nosso coração.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

A você que sofre

Em resposta a comentário postado em 10/10 na postagem Profecia nos grupos de oração, em verdade um pedido de socorro, e na impossibilidade de contato pessoal (o comentário foi postado por anônimo) nós do grupo de oração respondemos a essa irmã que seu pedido foi acolhido e sua causa já está em nossas orações.
Sugiro que você leia (se ainda não o fez) neste blog as reflexões Parar de sofrer e Parar de sofrer 2. Com certeza serão de grande valia, pois as mensagens ali escritas servirão de apoio e conforto espiritual. A seguir transcrevemos trecho de um artigo do padre Fábio de Melo, sacerdote cheio de sabedoria e um grande conselheiro espiritual:
“A alegria ou a tristeza só poderão continuar dentro de nós à medida que nos deixamos afetar por suas causas. É questão de escolha. Dura, eu sei. Difícil, reconheço. Mas ninguém nos prometeu que seria fácil.
Se hoje a vida lhe apresenta motivos para sofrer, ouse olhá-los de uma forma diferente. Não aceite todo esse contexto de vida como causa já determinada para o seu fracasso. Não, não precisa ser assim.
Deixe-se afetar de um jeito novo por tudo isso que já parece tão velho. Sofrimentos não precisam ser estados definitivos. Eles podem ser apenas pontes, locais de travessia. Daqui a pouco você já estará do outro lado; modificado, amadurecido.
Certa vez, um velho sábio disse ao seu aluno que, ao longo de sua vida, ele descobriu ter dentro de si dois cães – um bravo e violento, e o outro manso, muito dócil. Diante daquela pequena história o aluno resolveu perguntar - E qual é o mais forte? O sábio respondeu – O que eu alimentar. O mesmo se dará conosco na lida como os sofrimentos da vida. Dentro de nós haverá sempre um embate estabelecido entre problema e solução. Vencerá aquele que nós decidirmos alimentar. “

domingo, 4 de outubro de 2009

Orai e vigiai

Quando Deus resgata e salva uma alma, ouve-se do inferno um urro de ódio e um grito de dor, enquanto que no céu há aclamação: palmas e louvores. Ao contrário, quando o Diabo rouba e conquista uma alma, há no inferno gargalhadas sinistras e uma lágrima rola do céu.

Irmãos, Deus não castiga nem condena ninguém; Ele se compadece e não se apraz com a perdição do pecador. Qual o pai que se satisfaz com a morte de um filho? Assim é Deus, nosso Pai Eterno; cada alma perdida é como a morte de um filho amado, rebelde, mas amado. Por isso a lágrima. Em contrapartida, as almas salvas são os filhos justos e os pródigos que retornam aos braços do Pai na eternidade. Daí o júbilo, a alegria.

O inimigo de nossas almas não se importa com o ímpio, pois já o conquistou. No entanto, o inimigo nos ronda, nos espreita sorrateiramente aguardando uma brecha para nos invadir com tentações. Por isso devemos estar sempre atentos: sobriedade e vigilância, nos adverte Pedro em sua primeira carta, capítulo 5, versículos 8 e seguintes. Também São Paulo ensina a nos defender das investidas do maligno, em sua carta aos Efésios, capítulo 6, versos 10 a 18.

Agora uma questão: você está diante de duas casas: uma cercada de demônios; a outra com o quintal vazio. Qual delas você escolheria para habitar?

Se você escolheu a casa cercada, escolheu a casa certa, pois nesta os demônios não conseguiram entrar, enquanto a outra já está ocupada por eles.

Por fim devemos lembrar que Deus é extremamente bondoso. Em sua infinita misericórdia, Ele nos convida a Si, Ele nos perdoa sempre, seja qual for o nosso pecado. Ele não se importa com o que fomos e sim com o que viermos a ser. Portanto, irmãos, expulsemos o maligno de nossas vidas, exorcizemos nossas casas. Deixemos os inimigos fora dela, para que o Espírito Santo de Deus transborde em nós. Amém.

domingo, 20 de setembro de 2009

Os dois caminhos

“Feliz o homem que não procede conforme o conselho dos ímpios, não trilha o caminho dos pecadores, nem se assenta entre os escarnecedores.
Feliz aquele que se compraz no serviço do Senhor e medita sua lei dia e noite.
Ele é como a árvore plantada na margem das correntes: dá fruto na época própria, sua folhagem não murchará jamais. Tudo o que empreende prospera.
Os ímpios não são assim! Mas são como a palha que o vento leva.
Por isso não suportarão o juízo, nem permanecerão os pecadores na assembléia dos justos.
Porque o Senhor vela pelo caminho dos justos, ao passo que o dos ímpios leva à perdição.”(Salmo 1)
Eis nesse salmo a inevitável dicotomia bem e mal, pecado e virtude, justiça e iniquidade. Nossa vida se apresenta assim mesmo, ser ou não ser, ir ou não ir. Nossa vida é feita de escolhas e dependendo da opção feita, caminhamos firme ou tropeçamos. Assim sendo, é como se diante de nós se apresentassem duas estradas, dois caminhos a seguir. Ninguém, nem Deus nos obriga a ir por essa ou aquela, somos livres para escolher nosso caminho e a opção feita é inteiramente responsabilidade nossa. Somos livres até mesmo para errar; até para pecar, se bem que ao escolher o pecado nos tornamos escravos dele.
As estradas propostas são divergentes e levam a destinos longínquos entre si. Uma conduz a porta estreita, outra ao caminho largo da perdição. (cf. Mt 7,13-14). Ao longo da jornada estes caminhos se interligam; é possível passar de um a outro a qualquer tempo. Se escolhemos o caminho errado, percebemos o erro e resolvemos mudar, podemos tomar a trilha que leva ao outro caminho e desta vez na estrada certa continuar a caminhada. Por outro lado, ao estar no rumo certo, nos momento de indecisão, dúvida, ou abalos, não poucos enveredam por outros caminhos e acabam se dirigindo a perdição.
Portanto, enquanto caminhamos não temos certeza de nada. Assim, por nossos méritos nada podemos afirmar a respeito de salvação ou condenação. A certeza da salvação não existe enquanto não se chega ao fim do caminho, até porque a pretensa certeza da salvação por si só é um grande perigo, pois essa pretensão leva ao descuido e isso é causa de queda para muitos (Orar e vigiar...). Da mesma forma jamais podemos dizer que este ou aquele está irremediavelmente perdido, pois a conversão pode ocorrer no último instante e só Deus sonda e conhece os corações (Ainda hoje estarás comigo no paraíso...).
Sendo assim se quisermos prosseguir no rumo que leva à porta estreita, caminho difícil e muitas vezes pedregoso, cheio de dificuldades, não podemos fazê-lo sozinhos; esse caminhar só é possível de mãos dadas com Jesus, guiados pelo Espírito Santo rumo ao Pai. Sós, a estrada se nos apresenta tortuosa e com montanhas que nos parecem intransponíveis; com Jesus a estrada se apresenta reta e os montes são aplainados, toda dificuldade do caminho se extingue e o caminhar se faz com alegria, pois o Senhor vela pelo nosso caminho.

domingo, 13 de setembro de 2009

Ao Pé da Cruz





Ao pé da cruz de Jesus estavam João, Maria e outras mulheres piedosas. Onde estavam os demais? Onde estavam Pedro, Tomé e os outros apóstolos? Todos haviam abandonado Jesus. O abandonaram por medo, haviam fugido. Não que o rejeitassem, mas tiveram medo das conseqüências de segui-lo até o fim e fugiram. Eles não tinham idéia da dimensão do amor de Jesus por eles; se soubessem o quanto Jesus os amava não teriam fugido. Estariam com João e Maria aos pés da cruz, porque só permanece junto a cruz aquele que se sente amado.
Do alto da cruz Jesus nos deu Maria como mãe. Jesus naquele momento consagrava toda a humanidade – representada por João – a Maria. Por isso todos devemos venerar Maria como Nossa Senhora. Todo cristão consciente deveria ao menos amar e respeitar Maria. Se todo cristão, católico ou protestante, diz com razão, que o sangue de Jesus tem poder, temos que reconhecer que o sangue de Jesus é tão somente o sangue de Maria. Não podemos esquecer que Jesus não teve pai humano, foi concebido no ventre virginal de Maria pelo poder do Espírito Santo, sem interferência de homem algum. Humanamente falando a carne de Jesus é a carne de Maria, o coração de Jesus é o coração de Maria, o sangue de Jesus é o sangue de Maria! Contudo Maria não se aborrece, não se incomoda e nem se importa se às vezes nos esquecemos dela. O que verdadeiramente a entristece e ver-nos esquecer e afastarmo-nos de seu filho. Ao olharmos Maria – uma imagem dela, por exemplo – com os olhos da fé, devemos enxergar Jesus; se não for assim, não haverá sentido algum e então ela se entristecerá. Sabemos que Maria não faz milagres, não cura, não salva, não liberta. Não tem poder, pois todo poder vem de Jesus e o milagre só pode ser realizado por Deus. Mas Maria tem a força da intercessão; ela intercede por nós o tempo todo.
Ainda a respeito de Maria: “A delicada mãe de Cristo sabe ensinar melhor que ninguém, pelo exemplo da prática, como devemos conhecer, amar e louvar a Deus. Tal e tanta honra se encerra na denominação de Mãe de Deus que ninguém pode falar coisas maiores, ainda que tenham tantas línguas como há flores na terra, estrelas no céu e areia no mar.” Quem disse? Simplesmente, Lutero.
Lendo os versículos 28 a 30 de João 19, vemos Jesus com sede e seus algozes lhe dando vinagre a beber. Em Mt 27,34 e Mc 15,23, oferecem a Jesus uma mistura de vinho e mirra e ele não aceita. Aí, as circunstancias eram outras; Jesus ainda não estava na cruz e esta bebida era oferecida para que o condenado ficasse entorpecido e até facilitasse a fixação na cruz. Jesus se negou a beber, porque era necessário que ele estivesse sóbrio para sentir na própria carne todas as dores do mundo. Mais adiante em Mt 27 e Mc 15, assim como lemos em Jo 19, Jesus, agora agonizante na cruz, teve sede e lhe oferecem vinagre – o que certamente lhe aumentaria a sequiosidade por água – e ele não rejeitou. Porque? Porque ele estava disposto a sofrer o máximo possível para nossa redenção. Entenderam aí o sentido do sacrifício e a profundidade da entrega de Jesus por nós?
Na cruz Jesus teve sede e lhe deram vinagre. Agora ele nos diz que tem sede e o que temos para dar? O vinagre da ingratidão, da indiferença, da desobediência, o vinagre do pecado? Jesus pede água pura para que ele possa transforma-la em vinho; vinho novo para nossa purificação. Ele quer nosso coração renovado como um odre novo, para que ele possa enche-lo com o vinho novo. Jesus nos quer renovados no seu amor, pela ação do Espírito Santo. Andávamos nas trevas subjugados pelo pecado, mas Jesus nos resgatou da escuridão ao sentir nossas dores, carregar nossos fardos e derramar seu sangue na cruz. Coloquemo-nos sob a cruz e entreguemos a Jesus nosso coração.
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sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Eminência de Cristo


Para ele foram feitas todas as coisas. Ele que existe desde sempre, junto ao Espírito, consubstancial ao Pai, partícipe e também autor da Criação; existente antes de todas as coisas, todas as coisas subsistem nele. Ele é o principio, meio, fim. Alfa e ômega, estrela da manhã, sol radiante da justiça, príncipe da paz.
Nele e para ele foram feitas todas as coisas nos céus e na terra. Tudo foi criado pelo Verbo; as coisas visíveis e invisíveis; o céu, a terra, o mar; plantas e animais; os seres humanos e os seres angelicais; toda criação, porque aprouve habitar nele a plenitude de todas as coisas.
Porque nele habita a plenitude dos dons e da graça, assumiu também nossa humanidade. Assim o Verbo Divino se fez carne e habitou entre nós para reconciliar consigo todos os homens. Reconciliação essa através de seu sacrifício, o derradeiro sacrifício conciliatório. Portanto, por intermédio dele ao preço do seu sangue, aprouve Deus reconciliar consigo toda a humanidade decaída, restabelecendo a paz a tudo que existe no céu e na terra.
“Sendo vós noutro tempo estranhos e inimigos de coração pelas más obras, agora por certo vos reconciliou no corpo de sua carne, pela morte, para vos apresentar santos e imaculados e irrepreensíveis diante dele. Para tanto é necessário perseverar na fé, firmes e inabaláveis na esperança que é dada pelo evangelho que vos foi anunciado”.(Epistola aos Colossenses, cap. 1, vv. 21 a 23).

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Vocação à missão

Na leitura do último domingo (ontem, dia 30) vimos a contestação dos fariseus que se escandalizam pelo fato dos apóstolos não praticarem as purificações rituais que lhes eram tão caras.
A resposta de Jesus é emblemática. Ele faz incidir a atenção do exterior ao coração do homem; lança um golpe mortal sobre a tendência a uma atitude religiosa de fachada, ao desejo atual de aparecer e de parecer o que não se é, condenando a hipocrisia e o farisaísmo.
Em nosso tempo esta tendência permanece atual. Quantas pessoas caem em descrédito, simplesmente porque no agir contradizem diretamente o que pregam? São políticos que nunca cumprem o que prometeram, falsos amigos que decepcionam a confiança depositada, ou juras de amor que acabam no vazio.
Ao mesmo tempo vivemos o mundo do controle da qualidade. Fala-se da geração saúde, dos alimentos naturais, orgânicos. A preocupação com o meio ambiente é o grito do momento, e as iniciativas ecológicas surgem com toda força. Fala-se da preservação das florestas, do respeito aos mananciais, da desconfiança frente aos alimentos transgênicos, de uma responsabilidade ecológica por parte das empresas. Tais preocupações são realmente justas e deveriam levar a sociedade a rever seus comportamentos frente a natureza.
Em contrapartida, a preocupação pelo que se passa no coração do homem vai na ordem inversa. Assistimos ao aniquilamento de valores primários que vão comprometendo a vida humana, lançando sombras sobre a família e as relações interpessoais. É o mundo do relativismo, da perda do sentido do sagrado, do culto ao prazer, do individualismo, onde cada um quer ser a referencia única da verdade, onde o homem quer ser a medida de todas as coisas.
Ao longo do mês de agosto, dedicado as missões, meditamos sobre a importância do chamado à santidade, compromisso inerente do nosso batismo.
Do folheto A Missa – Arquidiocese do Rio de Janeiro.

sábado, 22 de agosto de 2009

Avivar ou reavivar?

Certa vez ouvi de alguém (que certamente não pertence a nossa igreja) que estaria em oração pedindo um avivamento para a igreja católica. Essa pessoa com toda certeza desconhece os movimentos eclesiais e as novas comunidades surgidas após o Concilio Vaticano II. Talvez nem tenha sequer ouvido falar dos Cursilhos de Cristandade, dos Focolares, e de outros movimentos comprometidos com a nova evangelização; talvez vagamente tal pessoa já tenha ouvido a respeito da RCC e da Comunidade Canção Nova, pois estes têm maior exposição. Mesmo sem levar em conta este renovar do Espírito Santo na Igreja, esse mesmo Espírito estaria “dormindo”? Por dois mil anos a Igreja estaria estagnada? Pensar assim é desconhecer, ou pior, talvez desconsiderar que Jesus fundamentou sua Igreja sobre rocha firme, que essa igreja mantem inalterada a sucessão apostólica e que Jesus prometeu a esses apóstolos que estaria com eles – consequentemente com a Igreja – até o fim dos tempos. Descumpriria Jesus sua palavra? Jamais. A palavra de Deus é infalível.
Renovar sim é necessário. Renovar, movimentar, reavivar (dar vida nova) é diferente de avivar (dar vida). Reavivar, ou seja, renovar, dar novo ímpeto à vida, avançar. Por isso a Igreja é comparada a uma grande embarcação capitaneada por Jesus, cujo timoneiro é Pedro (por conseguinte, o Papa) que navega por mares revoltos às vezes, mas sempre em frente, avançando com destemor rumo a porto seguro. Por isso a Igreja sempre viva, estará sendo constantemente renovada e conduzida pelo vento do Espírito.
Na postagem anterior comentamos a respeito de comunidade de fé. Da importância de reunirmo-nos para partilhar nossas alegrias e também, principalmente, nossos problemas. Fora dito que haveria sustento, amparo, reconforto. Verdadeiramente há tudo isso, mas não por atributos meramente humanos. O verdadeiro, grande responsável por tudo isso é somente um: Jesus Cristo. Juntamente com Maria, os anjos e os santos de Deus nos reunimos em torno de Jesus e colocamos em prática nossa fé, abrimo-nos a ação do Espírito Santo; então a benção é derramada, a graça é alcançada e os milagres acontecem. Isso é consequência de uma igreja viva, atuante. Isso acontece nas Celebrações Eucarísticas, nos grupos de oração dos diversos movimentos, nas comunidades de base, nas reuniões de partilha e nos círculos bíblicos, enfim, em diversos movimentos, comunidades e pastorais da Igreja. É ou não uma Igreja viva? Certamente sim!

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Comunidade de Fé

Nos tempos de hoje nossa realidade é bem diferente que no tempo dos apóstolos, da igreja primitiva. Naquele tempo as noticias se propagavam lentamente; hoje com o progresso das comunicações, se a semente do mal é plantada na China, ainda hoje, ela chega ao Brasil. O mundo está globalizado. Mas só na economia. A globalização só existe economicamente, quanto ao ser humano existe o individualismo; o mundo prega e propaga a disputa, a competição. O homem para chegar ao topo, ser o primeiro, há que derrubar o outro, pisar em cima, usa-lo como degrau para alcançar o topo. Neste mundo egoísta, dois colegas de trabalho sorriem, confraternizam, porém nos bastidores conspiram um contra o outro, tramam a derrubada do outro, porque almejam o mesmo cargo, a mesma gerência, a mesma diretoria. Deus quer isso? Não!!! Ele quer a união; Ele quer que sejamos unidos num só coração, o coração de Jesus, o sacratíssimo coração de Jesus. Jesus, homem e Deus. Jesus que detinha como homem todo o poder concedido pelo Pai, Jesus que poderia fazer tudo sozinho, mas quis precisar dos homens, formou um grupo, uma comunidade: seus discípulos, os apóstolos que foram seus sucessores formando novas comunidades. Paulo é um grande exemplo; formou comunidades cristãs em Colossos, Filipos, Tessalonica e outras.
A RCC quer reviver hoje as comunidades ao molde da Igreja primitiva. Comunidade de fé não é coisa do passado, é para hoje, para agora!
Lendo Reis 8,33-39a, observamos parte do discurso de Salomão na consagração do templo de Jerusalém ao todo poderoso Javé. É uma exortação à oração; demonstra o poder da oração, mormente a oração em comum. O v. 38 quando diz: “Se todo o povo orar...” evidencia a oração comunitária.
Quando um só fiel, um só filho de Deus, muitas vezes enfraquecido, abalado na fé, ora sozinho, quase sempre encontra um céu de bronze onde a oração retine, reflete e não chega a Deus. Se porém ele ora em grupo, o céu se abre, o bronze se transforma num véu diáfano e a palavra chega ao trono de Deus. Aí, a oração recebida por Deus volta em forma de bênçãos e de graças.
Existe um ditado popular que diz: “Cada um por si e Deus por todos”. É cristão? Não. É egoísta. Já, “um por todos e todos por um”, pode ser adotado por nós, porque somos um em todos e todos em um, centrados em Cristo Jesus, como a Igreja: O corpo místico do Senhor, do qual fazemos parte na comunhão e na unidade.
Sós somos fracos para combater o inimigo. Juntos somos imbatíveis pelo poder do sangue de Jesus. Tomando um pequeno graveto, qualquer criança pode quebrá-lo com facilidade. Tomando três ou mais é necessário certo esforço para quebrá-los. Se tomarmos um feixe com centenas, é impossível quebrá-los com as mãos; nem o homem mais forte do mundo consegui-lo-ia.
Mesmo que o irmão esteja na dor, angustiado, em duvida, atribulado, ao buscar o auxilio do próximo na comunidade de fé, certamente encontrará um ombro amigo, conforto moral, palavras de sabedoria. Em oração, ouvirá palavras de ciência que revigoram, palavras proféticas que animam, que revivem a fé abalada.
Dir-se-á: Havia monges que viviam sós, isolados, porém felizes sentindo a presença de Deus. É verdade. Mas estes eram homens fortalecidos na fé, misticos, que se isolavam, buscavam o deserto para se colocar a escuta de Deus e buscar discernimento. Depois retornavam ao convívio dos demais e construíam mosteiros, criavam irmandades, enfim, formavam comunidades.
As idéias expostas nos mostram a importância da Igreja como aglutinadora, como comunidade, especialmente os grupos de oração. Por isso devemos rezar juntos, interceder juntos e jejuar juntos, para nosso crescimento e crescimento do irmão.
Quanto à ajuda mútua, lembremo-nos da batalha dos hebreus contra os amalecitas. Enquanto Moisés do alto do monte mantinha os braços estendidos em oração, seu povo vencia a batalha; quando, porém, fatigado, seus braços pendiam, seu povo também cedia ao inimigo. Moisés então sentou-se numa pedra; Aarão e Hur sustentando os braços de Moisés, os mantinham erguidos e assim a batalha prosseguiu até o aniquilamento de Amalec.
Assim é a comunidade de fé: auxiliando-se mutuamente, um orando com e pelo outro.

domingo, 9 de agosto de 2009

Aridez

Neste fim de semana em viagem, transitando pela Via Dutra na região do Vale do Paraíba, chamou-me a atenção num determinado trecho a vista de uma colina com a vegetação ressequida e árvores totalmente sem folhagem, como tocos de pau secos espetados no solo árido. Eram como espectros, numa visão tétrica. De imediato sobreveio-me um pensamento: há pessoas assim; coração duro, ressequido como aquele morro. Gente desanimada – sem animo, sem vida (anima: alma / alma: vida) – como na parábola do semeador, terreno pedregoso e espinhento. Qualquer palavra de animo ou reconforto é repelida ou sufocada, pois o coração e a mente estão secos e turvados pelas agruras e dificuldades da vida.
Todos passamos por momentos de aridez e deserto, entretanto que não seja algo constante, duradouro ou interminável. Em momentos difíceis, principalmente durante enfermidades é comum a dificuldade de oração devido a nosso foco estar voltado para a vicissitude vivida. Nessa circunstância o combate da oração é mais intenso, pois temos que lutar conosco mesmo para desviar nossa atenção para a busca da solução e não para o centro da crise. Porém com esforço e uma fé atuante, conseguimos pouco a pouco sair do deserto. Como diz o profeta Isaias: o deserto se converterá em vergel e o vergel em floresta. Para isto havemos de ser confiantes; nossa esperança residir na presença ativa de Deus em nós. Essa presença ativa é o Espírito Santo que nos faz viver e caminhar sob a égide de Jesus Cristo. Assim a terra árida, tétrica como a paisagem que suscitou essa reflexão, transforma-se numa área verdejante que além, forma uma bela e pujante floresta!
A vida no Espírito é nossa vocação; vocação de toda a humanidade. Buscá-la é fortalecer-se frente as dificuldades, é equilibrar-se nos momentos de indecisão, enfrentar sem temor os conflitos e acima de tudo ver os caminhos mais tenebrosos inundarem-se de luz. É verdadeiramente encontrar de uma maneira que nos interpela, o sentido pleno da vida. É encontrar a paz; não a paz estática que leva à acomodação, mas a paz dinâmica, a paz inquieta que faz brotar nos corações o impulso para servir ao Senhor e aos irmãos. Que o Espírito Santo venha fertilizar o solo árido, venha fecundar os corações dos homens, para que ao se deparar com a vista de uma colina infértil, não nos lembremos de nossa falta de fé.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Beata Elena Guerra



Beata Elena Guerra: Apóstola do Espírito Santo e Precursora dos Movimentos Carismáticos do Século XX!




Toda a história da salvação está marcada pela presença viva e operante do Deus fiel que é Amor (Cf. I Jo 4,16) e pelo Espírito derramado em nossos corações (Cf. Rm 5,5). Também a nossa vida cristã está cheia da presença de Cristo e do Espírito Santo!
Santo Irineu dizia que onde está a Igreja está o Espírito de Deus e todas as graças. E foi justamente nos momentos mais difíceis da história da Igreja que o Espírito Santo utilizou concretamente homens e mulheres para que estes pudessem servir de fermentos de renovação diante dos desafios e crises. É neste contexto profético que podemos falar de Elena Guerra, a “Apóstola do Espírito Santo dos tempos modernos”.
Elena nasceu em Lucca, na Itália, no dia 23 de Junho de 1835. Viveu e cresceu em um clima familiar profundamente religioso. Durante uma longa enfermidade, se dedicou a meditar a Palavra de Deus e a estudar os escritos Padres da Igreja, o que determinaria seu discernimento na vida espiritual e no seu apostolado, primeiro na “Associação das Amigas Espirituais”, idealizada por ela mesma para promover entre as jovens a amizade cristã, e depois nas “Filhas de Maria”.
Em Abril de 1870, Elena vive um momento determinante em sua vida. Participa de uma Peregrinação pascal em Roma juntamente com seu pai, Antônio. Entre outros momentos marcantes, a visita as Catacumbas dos Mártires confirmou nela o desejo pela vida consagrada. Em 24 de Abril assiste, na Basílica de São Pedro, a terceira sessão do Concílio Vaticano I, na qual vinha aprovada a Constituição “Dei Filius” sobre a Fé. A visita ao Papa Pio IX a comove de tal maneira que depois de algumas semanas, já em Lucca, no dia 23 de Junho, faz a oferta de toda a sua vida pelo Papa.





No ano de 1871, depois de uma grande noite escura seguida de graças místicas particulares, Elena com um grupo de Amigas Espirituais e Filhas de Maria, dá início a uma nova experiência de vida religiosa comunitária, que em 1882 culminará na fundação da “Congregação das Irmãs de Santa Zita”, dedicada a educação cultural e religiosa da juventude. É neste período que Santa Gemma Galgani se tornará “sua aluna dileta”.
Em 1886, Elena sente o primeiro apelo interior a trabalhar de alguma forma para divulgar a Devoção ao Espírito Santo na Igreja. Para isto, escreve secretamente muitas vezes ao Papa Leão para exortá-lo a convidar “os cristãos modernos” a redescobrirem a vida segundo o Espírito; e o Papa, amavelmente, endereça a Igreja alguns documentos que são como que uma introdução à vida segundo o Espírito e que podem ser considerados também como o início do “retorno ao Espírito Santo” dos tempos atuais: a breve “Provida Matris Charitate” de 1895, com o qual pedia que fosse celebrada a Novena de Pentecostes em toda Igreja; a “Divinum Illud Munus” em 1897, primeira Encíclica dedicada ao Espírito Santo na história da Igreja, e a carta aos bispos “Ad fovendum in christiano populo” de 1902, pedindo que Bispos e Sacerdotes pregassem sobre o Espírito Santo e recordassem da obrigatoriedade da Novena do Espírito Santo.
Em Outubro de 1897, Elena é recebida em audiência por Leão XIII, que a encoraja a prosseguir o apostolado pela causa do Espírito Santo e autoriza também a sua Congregação a mudar de nome para melhor qualificar o carisma próprio na Igreja: as Oblatas do Espírito Santo!

Para Elena a exortação do Papa é uma ordem e se dedica ainda com maior empenho a causa do Espírito Santo, aprofundando assim, para si e para os outros, o verdadeiro sentido do “retorno ao Espírito Santo”. Será este o mandato da sua Congregação ao mundo!
Elena, em suas meditações com a Palavra de Deus, é profundamente impressionada e comovida por tudo o que acontece no Cenáculo histórico da Igreja Nascente: ali, Jesus se oferece como vítima a Deus para a salvação dos homens; ali, institui o Sacramento de Amor, a Eucaristia; ali, aparece aos seus depois da ressurreição e ali, enfim, manda de junto do Pai o Espírito Santo sobre a Igreja Nascente.
A Beata entende que a Igreja está endereçada a realizar os mistérios do Cenáculo, mistérios permanentes, e, portanto, o Mistério Pascal: a Igreja é por isto, prolongamento do Cenáculo e analogamente, é ela mesma como um Cenáculo Espiritual Permanente.
É neste Cenáculo do Mistério Pascal, no qual o Senhor Ressuscitado reúne a comunidade sacerdotal real e profética, que também nós e cada fiel em particular, fomos inseridos pelo Espírito mediante o Batismo e a Crisma e capacitados a participar da Eucaristia, que é uma assembléia de confirmados, e portanto, semelhantes a primeira comunidade do Cenáculo depois da descida do Espírito Santo.



É nesta prospectiva que Elena Guerra concebe e inicia o “Cenáculo Universal” como movimento de oração ao Espírito Santo, com uma estrutura muito similar aos nossos “Grupos de Oração”.
Elena morreu no dia 11 de Abril de 1914, Sábado Santo, com o grande desejo no coração de ver “os cristãos modernos” tomando consciência da presença e da ação do Espírito Santo em suas vidas, condição indispensável para a verdadeira “renovação da face da terra”.
Faltando poucos dias para a convocação do Concílio Vaticano II, o verdadeiro Pentecostes dos nossos tempos, o Papa João XXIII, eleva Elena Guerra a honra dos altares em 26 de Abril de 1959, fazendo-a a primeira Beata do seu Pontificado, quando a definiu “Apóstola do Espírito Santo dos tempos modernos”. Naquele dia, em sua homilia, o Papa afirmou: “A mensagem de Elena Guerra é sempre atual. Todos sentimos a necessidade de uma contínua Efusão do Espírito Santo, como a de um Novo Pentecostes, que renove a Terra”.
Nenhum outro santo deu tanto, orou tanto e sofreu tanto pela causa do Espírito Santo como Elena Guerra. Como RCC precisamos conhecê-la mais! Ela nos exorta: “Outrora, Jesus manifestou seu Sagrado Coração, agora quer manifestar o seu Espírito!”. Oremos como ela, para que no nosso tempo, o Espírito Santo seja “mais conhecido, amado e invocado”.
Beata Elena Guerra, Apóstola do Espírito Santo, Roga por nós e para que o Novo Pentecostes renove a Igreja, nossos corações e o mundo!


(Pe Eduardo Braga - extraído do portal RCC Br)

sábado, 25 de julho de 2009

Jesus Libertador

Nós cristãos dizemos – e dizemos com convicção – que Jesus Cristo cura, liberta, salva. Realmente, Jesus é Nosso Senhor e tem poder sobre tudo e sobre todos. Na cruz nossos pecados foram remidos: “Mortos pelos vossos pecados e pela incircuncisão de vossa carne, chamou-vos novamente à vida em companhia com ele. É ele quem nos perdoou todos os pecados, cancelando o documento escrito contra nós, cujas prescrições nos condenavam. Aboliu-os definitivamente ao encravá-lo na cruz” (Cl 2,13-15). Portanto, Cristo já nos libertou, cabe a nós sair do cativeiro. A morte, consequência do pecado, foi vencida e cabe ainda a nós, como Lázaro, vir para fora do sepulcro. Jesus abriu as portas de todas as prisões, rompeu os grilhões que nos acorrentavam, e da porta nos chama a si. Muitos, porém são surdos aos apelos do Senhor; ouvem, no entanto, os clamores do mundo. Estes ao invés de sair, ficam acuados no fundo de suas prisões, escravos que se fazem do pecado.
Nenhum de nós é pecador porque abandonados por Deus; ao contrário, abandonamos Deus, por isso somos pecadores. O mal não tem poder sobre nós se estamos em Deus com Jesus Cristo. Se alguém proclama que Jesus é senhor de sua vida e ainda assim vive em pecado, na verdade não tem Jesus como senhor e peca porque quer. Permanece no interior de sua cela no calabouço da iniquidade, não dá ouvidos a Jesus e atende aos clamores glamourosos do mundo, deixando-se seduzir pelos embustes do maligno.
Ouçamos, pois, a voz do Senhor que nos chama. Sigamos Jesus que é o caminho. Caminho que leva à verdade; verdade que liberta; liberdade que dá vida; vida plena e abundante.

domingo, 12 de julho de 2009

Jesus Cristo é o Senhor

A Bíblia na carta de São Paulo aos Filipenses, capitulo 2, versículos de 5 ao 11 nos relata: “ Dedicai-vos mutuamente a estima que se deve em Cristo Jesus. Sendo ele de condição divina, não prevaleceu de sua igualdade com Deus, mas aniquilou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e assemelhando-se aos homens. E sendo exteriormente reconhecido como homem, humilhou-se ainda mais, tornando-se obediente até a morte e morte de cruz. por isso Deus o exaltou soberanamente e lhe outorgou o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus todo o joelho se dobre no céu, na terra e nos infernos. Toda língua proclame para a glória de Deus Pai que Jesus Cristo é o Senhor.” Deus o exaltou soberanamente, ou seja, de forma total e conclusiva, tornando-o superior a todos os nomes, e sabendo o que significava para o povo judeu a importância do nome, o qual representava a própria pessoa, podemos afirmar que há de chegar o dia em que todos os homens estarão curvados diante de Jesus, ou mesmo ao ser simplesmente pronunciado o seu nome.
Estamos voltando do congresso nacional da Renovação Carismática Católica, na cidade de Cachoeira paulista, estado de São Paulo, precisamente, da Canção Nova, cujo tema foi Jesus Cristo é o Senhor. Atentem: Jesus Cristo é o Senhor, não simplesmente senhor; Ele é O SENHOR! Isto é significativo, pois o artigo definido “o”, indica que Ele é único. Único senhor de nossa vida. Da minha vida, da sua vida, da nossa vida. Senhor de todos os senhores. Senhor divino e eterno, superior a todo senhor temporal.
Sendo de condição divina disso não se prevaleceu, fazendo-se como nós. Desceu de seu trono de glória, porém sem perder majestade e poder. Atemporal, enclausurou-se no tempo; imortal como Deus, submeteu-se a morte, morte cruenta e humilhante, morte no pior instrumento de suplicio de seu tempo, morte na cruz. Venceu a morte, pois Jesus é Senhor da vida, é a própria vida. Ao morrer na cruz nos lavou das iniqüidades e nos oferece a salvação; ao ressuscitar nos abriu as portas do céu, dando-nos a esperança da eternidade.
Jesus é um com o Pai e o Espírito Santo, é Deus. E do alto dos céus com o Pai nos dá o seu Espírito, pois somente sob ação do Espírito Santo podemos proclamar verdadeiramente que Jesus Cristo é o Senhor. Sem o Espírito Santo, ou seja, carnalmente podemos até dizer que Jesus é Senhor, mas dessa forma só dizemos. No Espírito, porém, não só dizemos, na verdade vivemos, assumimos o senhorio de Jesus em nossa vida. E assumir o senhorio é submeter-se à vontade, obedecer ao senhor, segui-lo, imitá-lo. É fazer aquilo que ele quer. O que Deus quer e espera de nós é que nos abramos a ação do Espírito Santo e segundo a sua vontade, sigamos Jesus, caminho verdade e vida, obedecendo em tudo, vivendo o evangelho pleno, apossando-se da Palavra de cura, libertação, salvação, sem no entanto esquecer-se das cruzes. O próprio Jesus para alcançar a glória eterna passou pela transitoriedade da cruz.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Se Calarem Nossa Voz

Zapeando o televisor vi e ouvi estarrecido trecho de dois programas; o primeiro, com a presença de vários adolescentes incentivava o uso livre de preservativos (a famigerada camisinha). No outro uma mulher fazia aberta apologia ao aborto. O estarrecedor não foi tanto o conteúdo dos programas em si – já tão corriqueiros na TV – porém o fato de serem veiculados em emissoras consideradas educativas e uma delas pública.

A desmoralização das virtudes (castidade, abstinência), a cultura da morte (aborto, eutanásia), os contra valores (adultério, homossexualismo), são de forma ora sutil, ora despudoradamente, apregoadas nos meios de comunicação, notadamente a televisão. Isto já soa como normalidade, embora imoral. O que na realidade nos choca (nós cristãos, nós que buscamos o caminho da verdade, nós que sonhamos viver num mundo melhor), é o patrulhamento das mentes com a condenação sumária dos que pensam diferente, ou seja, os que prezam os valores morais, a ética, a justiça, o direito à vida.

A liberdade de expressão e certos direitos só existem para esta ou aquela minoria que se diz perseguida e/ou discriminada. Aí então pululam aproveitadores que se dizem quilombolas (gente que nem ao menos sabe o que foi um quilombo), pseudo negros de plantão (gente de pele clara, que se declara negro porque tem um bisavô mulato, só e tão somente para se aproveitar do sistema da reserva de cotas nas universidades). Por aí vai o “tirar vantagem”, a famosa lei de Gerson. Isso não é o pior, é na verdade um caso de abuso de direito e desonestidade. O pior é tentar inculcar na mente da população que aborto é um direito da mulher, que homossexualismo é algo natural e expressão de amor, que certas drogas deveriam ser descriminalizadas, que adultério é aceitável, notadamente o masculino, já que o homem por natureza teria tendência poligâmica e a mulher pelo principio da igualdade teria o direito de pagar na mesma moeda. Quanta leviandade!

Liberdade de expressão e alguns direitos só existem para alguns, repito. Quem pensar diferente, quem navegar contra a maré, quem nadar contra a corrente, quem falar ou agir de maneira contrária é perseguido, acuado, execrado. Por isso pessoas de bom senso que intrepidamente ainda se dispõem a tomar posição contra a insanidade moral que grassa na sociedade, são tachados de preconceituosos; por isso a Igreja, reserva moral da sociedade, é vilmente atacada; por isso homens e mulheres, cristãos ou não, que defendem os bons costumes e a moral são impiedosamente calados, sendo-lhes tirado o direito de opinar. É a cruel ditadura das minorias. É a praga (praga mesmo!) do politicamente correto.

Querem nos amordaçar. Que importa? “Tenho que falar, tenho que gritar, ai de mim se não o faço...” E mesmo que consigam calar a nossa voz, as pedras falarão.

Ser feliz

Diz a letra de uma bela canção popular: "A felicidade é como a pluma que o vento vai levando pelo ar. Voa tão leve, mas tem a vida breve; precisa que haja vento sem parar. A felicidade é como a gota de orvalho numa pétala de flor; brilha tranquila, depois de leve oscila e cai como uma lágrima de amor".
Belíssima poesia; no entanto não condiz com a felicidade cristã. Nossa felicidade não é efêmera como sugerem os versos da canção. Nossa felicidade não é baseada em fatos, pessoas ou coisas - se bem que isto possa concorrer para sermos felizes - não como fundamento, mas de maneira completiva.
A felicidade real não vem de fora, brota do coração pela presença viva de Jesus em nosso interior. Somos felizes quando temos Cristo Jesus no coração. Pois Jesus nos confere sua Paz, sua Alegria, seu Amor, sua Amizade. Quem tem Jesus tem tudo, portanto é feliz. A Palavra de Deus em Lc 12,31 e Mt 6,33 nos diz: "Buscai primeiro o Reino de Deus e sua Justiça e todas as demais coisas vos serão acrescentadas".
Busquemos o Senhor; deixemo-nos conduzir pelo Divino Espírito Santo para que voando levemente, não por um vento qualquer de vã doutrina, mas pelo sopro da brisa suave do Espírito de Deus, sejamos realmente felizes. Felizes para sempre.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

O que agrada a Deus

Que agrada a Deus? Bater no peito e gritar: “Jesus é meu Senhor”; comprometer-se com mil serviços, num excesso de ativismo; fazer todos os retiros; rezar o rosário diariamente; guardar os dias santos de preceito?
Dizer que Jesus é Senhor (e é mesmo) somente da boca pra fora, sem submeter-se integralmente a seu Senhorio é só falação, mero blá blá blá. Já fora dito pelo Senhor mesmo, nem todo o que diz senhor senhor, é digno do reino do céu. Ativismo em excesso é só ativismo. Quem se preocupa com muitos afazeres na igreja, ou mesmo no cotidiano, não tem tempo para a oração, para a escuta de Deus, para a leitura orante da Palavra, não tem tempo para nada, a não ser para suas tarefas, muitas delas infrutíferas e tantas outras que poderiam ser delegadas. De que vale fazer todos os retiros, se passa-se ao largo dos mais necessitados? Tomar o rosário e rezar mecanicamente cada terço, sem a devida meditação à cada mistério, é desprezar a riqueza que esta devoção nos proporciona. Cumprir os preceitos como se fossem mera obrigação também de nada vale. Nada feito por temor, por interesse pessoal ou por formalidade conta com o beneplácito divino.
Agrada a deus àquele que tem o coração contrito, amoroso, misericordioso, um coração adorador. Aquele que proclama que Jesus é Senhor e realmente vive sob o Senhorio de Jesus. Aquele que exerce dignamente seu trabalho no ganha pão de cada dia e participa ativamente na igreja, como agente de pastoral ou servo de movimentos eclesiais, sem esquecer-se de uma vida de oração. Aquele que comumente faz retiros espirituais, aos quais lhes são necessários, e não simplesmente por achar que estes lhe tornam santos. Aquele que, devoto mariano ou não, reza com respeito e dedicação o terço. Também aquele que cumpre os preceitos e é fiel a doutrina da Igreja, não no intuito do cumprimento de regras, mas com um sentimento de amor e fidelidade.
A estes Deus olha com especial atenção. Ele não esquece os outros, obviamente, pois o sol nasce para todos, bons ou maus e assim também Deus ama a todos seus filhos, rebeldes, ingratos, ou obedientes e fiéis. Portanto agrada a Deus quem o segue, quem se submete a sua vontade, quem o reconhece Senhor e Soberano, quem o reconhece dispensador de todas as graças.
Para sermos assim é fundamental aceitarmos Jesus como senhor, reiteramos. E para tanto nosso coração tem que ser (ou estar) brando e assim permanecer. Abertura de coração para o Espírito Santo; o Espírito Santo é o próprio Deus habitando em nós e que se revela quando, abrindo o coração nós Lhe concedemos que nos controle.
Jesus com o Pai nos dá o Espírito Santo para que através do Espírito, Ele próprio se revele e nos conceda Sua companhia para que o sigamos incondicionalmente, deixando o caminho largo e trilhando a via que conduz à porta estreita. Esse caminhar no Espírito agrada imensamente a Deus.

sábado, 20 de junho de 2009

Profecia nos grupos de oração

“Praticar o carisma da profecia na Renovação Carismática”
María José Cantos de Ortiz - (ICCRS)

A profecia é uma mensagem de Deus, uma manifestação do Espírito para o bem geral, pois os que profetizam edificam, exortam e confortam a comunidade (1 Cor 12,7; 14,3). Pode ser expressa através de uma frase, visualização ou texto da Bíblia.
Nos grupos de oração da Renovação Carismática Católica, há muitas intervenções que são inspiradas pelo Espírito Santo: algumas vezes, algumas pessoas se sentem movidas pelo Espírito a partilhar uma experiência, a dizer uma oração ou a ler um texto claramente guiado por Deus; outras vezes, uma idéia, uma visualização ou uma moção recebida é comunicada aos outros. Quando falamos de “profecia”, estamos nos referindo a comunicações do Senhor. Estas podem ser expressadas de forma simples e direta, como, por exemplo: “ Eu estou com vocês, não temam”... através de uma mensagem em línguas e sua interpretação, através de uma canção profética ou de uma visualização recebida.
Quando uma profecia é recebida, há dois aspectos envolvidos: um é aquele de sentir-se movido por Deus a falar e o outro é uma iluminação da mente para expressar a mensagem. Estes aspectos podem ser consecutivos ou simultâneos. Sentir-se movido por Deus a falar pode manifestar-se em sinais físicos, como o aumento dos batimentos cardíacos, um peso que persiste, ou um impulso sereno em dizer alguma coisa. Em qualquer caso, devemos sempre considerar de que nenhum impulso divino é incontrolável ou deixa a pessoa perturbada: o espírito profético deve estar sob o controle do “profeta” (1 Cor 14,32). Por sua vez, a iluminação da mente acontece através de idéias, palavras, frases que surgem na mente, visualizações ou inspirações repentinas. Algumas vezes a pessoa recebe uma mensagem completa, mas é bastante comum que a pessoa receba a mensagem como ele/ela a expressam. O conteúdo da profecia é uma mensagem de Deus para aquele momento e seu propósito é edificar a comunidade, confortar, dando-lhe paz e alegria, encorajar, fortalecer, corrigir ou exortar.
Embora a profecia seja uma mensagem de Deus, esta é dada através de uma pessoa que fala quando movida pelo Espírito. Pela mesma razão, faz-se necessário discernimento para saber se é genuína. Quanto mais uma pessoa estiver entregue a Deus, mais pura e transparente será a mensagem. Este é o motivo pelo qual a profecia deve ser discernida pela comunidade: “Quanto aos profetas, falem dois ou três e os outros julguem” (1 Cor 14,29).
Os critérios para discernir podem ser agrupados considerando que a mensagem de Deus deve “ter a fragrância de Cristo...o perfume da vida conduzindo à vida”.
(2 Cor 2,14-16 ). Allan Panozza considera cinco critérios para discernir uma profecia genuína: dar bons frutos; estar de acordo com as Escrituras; encorajar, edificar, exortar, trazer paz e não medo; dar glórias a Deus, e o profeta estar sob a unção de Deus.
Através do processo de discernimento, a profecia verdadeira, a falsa profecia, e a pseudoprofecia podem ser distinguidas. A verdadeira tem os atributos expressos acima. A falsa profecia não aparece com freqüência e geralmente contradiz, em algumas de suas partes, o que a Palavra de Deus ou o ensinamento da Igreja expressam; é expressa em palavras agressivas ou condenatórias; seus efeitos são negativos e seus frutos são a inquietude, a angústia ou a ansiedade. Há situações que favorecem a falsa profecia: pessoas que tem tido contato com o oculto, divisões no grupo, situações de pecado ou o desejo por carismas extraordinários. A pseudoprofecia corresponde a uma mensagem que vem da pessoa, seja através de seus pensamentos, sentimentos ou emoções; sem prejudicar, ela não tem o poder e a unção que vem de Deus. Por último, há também mensagens dadas como profecias nas quais o que vem de Deus se mistura com o que vem da pessoa. Isto geralmente acontece quando uma pessoa começa a profetizar. Neste caso, a pessoa responsável pelo grupo ou comunidade deve ajudar para que este dom seja purificado no irmão ou irmã que a manifestam.
A profecia é um dom muito apreciado por São Paulo: “Empenhai-vos em procurar a caridade. Aspirai igualmente aos dons espirituais, mas sobretudo ao da profecia” (1 Cor 14,1).
Não desprezá-la, é uma insistência que ele faz em suas cartas (Tes 5, 19-21) a fim de que a apreciemos e a promovamos em nossos grupos de oração, dando ensinos apropriados sobre o assunto, apoiando, orientando e ajudando os irmãos e irmãs que mostram ter este dom para que cresçam, encorajando e ensinando o grupo a acolher e expressar a profecia que geralmente aparece em momentos de recolhimento, adoração, longos silencias e após cantar em línguas.
Finalmente, devemos considerar que deve haver algum tipo de autoridade a qual a profecia se submete; no grupo de oração, são os líderes que a discernem; em outros eventos como retiros ou reuniões, o discernimento é feito por uma equipe.
Resumindo, como a profecia é uma mensagem inspirada pelo Espírito, é um dom altamente estimado na Renovação Carismática e nos grupos de oração e deveria ser convenientemente encorajado. Quando um grupo reza e invoca o Espírito, Ele age edificando, exortando ou confortando a comunidade através de palavras proféticas na boca de pessoas simples que se abrem à Sua ação. Entretanto, o discernimento é essencial para distinguir a profecia verdadeira de outras mensagens que não vem de Deus.

domingo, 14 de junho de 2009

Nossa História

Corria o ano de 1986, mês de junho, quando a Sra. Ana Cândida, conhecida na comunidade como Dona Ana, fundou o grupo de oração denominado Jesus Misericórdia. A principio o grupo se reunia em sua residência, posteriormente com o aval do pároco, na época Padre Domingos, passou para a sede da Paróquia de São Brás. Foram pioneiros o Dr. Waldir, cirurgião dentista e o casal Ismael e Therezinha Durade, além de Jorge Augusto Ferreira. Dona Ana foi para os braços do Pai em setembro de 2008. Dr. Waldir é hoje Diácono permanente. Ismael fora membro do Conselho Vicarial Suburbano e coordenador da RCC no Vicariato Oeste; atualmente faz parte do núcleo do Grupo de Oração Jesus Misericórdia juntamente com sua esposa Therezinha; Ismael pregador e ambos ministros de oração por cura e libertação, também sendo MESCE’s. Jorge Augusto também compõe o núcleo do G.O. Jesus Misericórdia.
A 17 de setembro de 1991 foi acrescido, por iniciativa de Dona Ana, um horário alternativo no grupo de oração. Com o passar do tempo, as reuniões neste horário adquiriram característica e personalidade próprias, dando origem a novo grupo de oração, o Jesus Misericórdia e Paz. Em meados de 1998 este novo grupo viveu um período de arrefecimento e quase extinção, porém Deus aprouve usar o servo Ismael para promover a reestruturação e reavivamento do grupo de oração Jesus Misericórdia e Paz. Ao longo do tempo este grupo de oração teve como coordenadores: Ana Cândida (Dona Ana), Elizabeth (Betinha) e Carlos A. R. Nunes. Atualmente o grupo de oração é coordenado por Margarida Dolores de Almeida Lima, tendo como servos de núcleo Carlos A. R. Nunes, Lucilia Maria da Silva, Lucinéa M. da Silva, Maria José Gaião Ferreira, Maria de Lourdes S. de Lima, Teresinha M. de Araújo e Mirian Ferreira.
Integram o grupo de oração os ministérios: pregação (Carlos, Margarida, Lucilia), cura e libertação (Margarida, Mirian, Carlos, Lucilia, Teresinha), intercessão (Lucilia, Lucinéa, Ma José, Lourdes, Teresinha, Vânia), acolhida (Ma José, Rosana, Henrique) e música (Lourdes, Lucilia, Lucinéa).
Em outubro de 2008 foi iniciado o projeto Celebrando Pentecostes em Família, idealizado por Carlos Nunes e composto por servos dos dois grupos de oração. A finalidade é evangelizar levando a cultura de pentecostes ao seio das famílias. A equipe de servos visita as famílias em datas previamente agendadas, promovendo reuniões de louvor, oração, pregação e batismo no Espírito Santo. Enfim, o G.O. nas casas.
Os grupos de oração acontecem na Igreja de São Brás, Rua Andrade Figueira-158, Madureira – Rio de Janeiro. O Grupo de Oração Jesus Misericórdia se reúne as quartas feiras, 20:00 horas. O Jesus Misericórdia e Paz às segundas feiras, 15:00 horas.
Essa é nossa breve história. Que Deus continue abençoando os grupos de oração. Que Deus continue abençoando a Renovação Carismática Católica.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Dor do mundo

Sempre haverá dor no mundo. Contudo não devemos nos desesperar. Os maus a levarão consigo e a espalharão aonde forem; os tolos egoístas não a perceberão em outros, somente em si próprios. Outras pessoas tentarão aliviar a dor, consolando os que sofrem, confortando, remediando. Estas são as pessoas boas, misericordiosas, compassivas, que amam; espero que você que agora lê este texto esteja entre esses últimos, mesmo que ocasionalmente também você tenha sido atingido pela dor e viva um momento atribulado.
Sabemos que Deus é bom e não se compraz com o sofrimento. Então porque sofremos?
Várias podem ser as causas: desleixo, conseqüências do pecado (pessoal ou herdada), fatalidade, imprudência, etc. Várias são as ocorrências em que pais ao perderem filhos em acidentes fatais, blasfemam culpando a Deus pela tragédia. Não se atêm ao fato que Deus não dirigia um automóvel enlouquecidamente; não se embriagou numa festa e assumiu um volante; não induziu ninguém a atravessar uma via de grande circulação de veículos fora da faixa ou da passarela de pedestres e tantas e tantas atitudes afoitas e irresponsáveis de grande numero de jovens hoje em dia.
E quando alguém atravessa a rua corretamente na faixa e é atropelado por um carro que em alta velocidade avançou o sinal? Quando o motorista dirige de modo correto e é abalroado por outro que dirigia drogado ou embriagado? Quando alguém é atingido por uma bala perdida? Quando uma criança contrai dengue e não resiste? Neste caso pode não haver responsabilidade das vitimas, mas alguém errou, alguém foi responsável pelos acidentes (ou incidentes). Um motorista insano guiava um carro velozmente e avançou um sinal; outro guiava embriagado; criminosos trocavam tiros nas ruas; profissionais de saúde negligentes e autoridades omissas não conseguem controlar uma doença facilmente diagnosticável e de tratamento simples.
Porque então responsabilizar Deus pelos erros e desatinos dos seres humanos? Porque Ele tudo sabe, tudo vê, tudo pode? De fato, Deus é onisciente, onipresente, onipotente, mas não é prepotente. Logo, Ele nos fez livres e não interfere em nossa liberdade, mesmo que abusemos dessa liberdade, mesmo que transformemos essa liberdade em libertinagem e libertinagem em maldade.
Deus não poderia vencer o mal? Certamente; em seu infinito amor Deus tem poder para tudo. É por isso que diante da maldade e suas conseqüências devemos sempre nos lembrar d’Ele. Sabemos que Deus é amor e sendo assim, valoriza quem é amado, portanto Ele não faz a nossa parte; deixa-nos à vontade. Na verdade Deus é força para que unidos em seu amor, façamos tudo que é possível para superar o mal. Quando as pessoas se unem vencendo barreiras, preconceitos, divisões, muito das conseqüências do mal são anuladas. Pode acontecer que nos atemorizemos frente ao que nos cerca. Entretanto jamais podemos esquecer que na morte e ressurreição de Cristo Jesus o mal foi vencido. Cabe a cada um de nós acolher esta dádiva. Não podemos fugir da responsabilidade, pois quem ama é responsável.

Façamos então como o Apóstolo Paulo: “Quem nos afastará do amor de Cristo? A tribulação, a angústia, a perseguição, a fome, a nudez, o perigo, a espada? Pois estou persuadido que nem a morte, nem os abismos, nada poderá nos apartar do amor que Deus nos testemunha em Cristo Jesus, nosso Senhor”.(Rm 8,35.38s).

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Parar de sofrer 2

Aprender a sofrer com o sofrimento de Cristo... Eis a frase. Cristão é aquele que segue a Cristo, ou melhor dizendo, aquele que imita (ou pretende imitar) a Cristo. Amar como Jesus amou, viver como Jesus viveu e, portanto, participar do sofrimento de Jesus enquanto homem. Jesus Divino é isento de sofrimento, vive e reina na glória eterna e por ora é inacessível a nossos olhos meramente carnais. Imitemos, pois, Jesus humano que pisou nosso chão, assumiu nossa carne, em tudo foi como nós, menos no pecado e como nós submeteu-se ao sofrimento. Sofrimento esse para que o nosso fosse amenizado, para que nos fosse possível suportar as dores que cedo ou tarde nos alcançam.
Ninguém gosta do sofrimento, ninguém quer sofrer e quem sofre naturalmente quer parar de sofrer. Porém o sofrimento é inevitável. Inevitável, não imanente, não insuportável. Não imanente porque não perpassa a totalidade da vida; não insuportável porque quem tem Jesus tem tudo e Ele carregou sofre Si nossas dores, além do que não nos é dado fardo além de nossa força. A cruz que abraçamos é mais fácil de carregar do que aquela que arrastamos. Assumamos a cruz e roguemos a Deus que nos venha amenizar o sofrimento, ou expurgá-lo de vez.
O saudoso padre Leo nos mostrou o que é sofrer com dignidade, sofrer sem deixar de amar, sem jamais perder a fé. Grandes santos da Igreja sofreram por longos períodos de suas vidas. São Francisco de Assis sofreu os estigmas de Cristo em sua carne e morreu feliz por isso. O apóstolo Paulo nos relata o quanto sofreu pelo evangelho e a tudo suportou por amor a Cristo e a Cristo crucificado! Cristo vive, sabemos todos. Mas a cruz é a maior prova de amor que a humanidade já viu. Olhar para a cruz é ver o quanto Cristo Jesus padeceu por nós.
A noite sucede ao dia e assim dia e noite se revezam ao longo do tempo. Dias ensolarados, dias chuvosos e nevoentos; noites claras de luar, noites sombrias e tenebrosas. Dias tranquilos, noites serenas; dias agitados, noites insones. Dia e noite se revezam... Assim é também a vida de cada um de nós. Na linha do tempo de nossa vida, bons e maus momentos se alternam. Para alguns, muitos bons ou ótimos momentos e raros momentos de tribulação, a outros o contrário. Mas a todos, indistintamente, é dada a oportunidade de remissão, o reconforto, o refrigério, a oportunidade de cura através do sangue de Jesus. Sangue derramado na cruz!
Você talvez, caro irmão, esteja vivendo um período de turbulência, passando por uma noite escura; não desanime. O Sol Radiante da Justiça brilha sobre você. Se não O vê é porque você está envolvido em seus problemas, olhando seu próprio interior, daí a escuridão. O mundo tenta cegá-lo com o brilho falso das coisas pecaminosas para afastá-lo da luz verdadeira que é Jesus. Não olhe para trás nem para o chão, olhe para frente, olhe para o alto.
Parar de sofrer é o que todos queremos. Enquanto não conseguimos e se não conseguimos, ao menos aprendamos a sofrer com o sofrimento de Cristo: “Anseio pelo conhecimento de Cristo e do poder de sua ressurreição, pela participação em seus sofrimentos, tornando-me semelhante a Ele na morte, com a esperança de conseguir a ressurreição entre os mortos” (Fl 3,10s).

sábado, 16 de maio de 2009

Parar de sofrer

Disse Jesus aos discípulos: No mundo havereis de ter tribulações, mas coragem, eu venci o mundo. Jesus venceu o mundo e esta vitória nos trouxe conforto em nossas tribulações. Não importa a intensidade da dor, do sofrimento, o tamanho do problema, os assuntos mal resolvidos, nada, nada é maior que a confiança que Jesus nos inspira. Ele é nossa força, nossa esperança, acima de tudo, nossa paz.
Paz que só encontramos Nele. A paz verdadeira; outras “pazes” encontramos a torto e a direito por aí afora. Contudo, a paz que conta, a paz verdadeira, é a Dele. Essa paz que brota de Seu Coração imensamente misericordioso e que é infundida em nossos corações.
Todos, vez ou outra, passamos por dificuldades. Sejam dificuldades financeiras, sentimentais, emocionais, conflitos nos relacionamentos, enfermidades, e tudo que se possa imaginar de infortúnios. Quem anda só ou confia tão somente em outros homens, geralmente se desespera, vê tudo desmoronar e desmorona junto. No entanto, quando apesar dos problemas, depositamos nossa confiança em Jesus, esperando Nele e naturalmente fazendo o que nos cabe, tudo pode balançar, oscilar de um lado a outro, mas não desmorona, não vem abaixo.
Nossa confiança está no Senhor que fez o céu a terra, diz o salmista. Nossa confiança está no Pai, Criador de tudo e de todos, JAVE, Aquele Que É; Deus por nós. Nossa confiança está no Filho, Jesus Salvador, o Emanuel; Deus conosco. Nossa confiança está no Espírito Santo, Paráclito, Santificador, Ruah; Deus em nós.
Jesus nos garante vida plena e abundante, mas isso não é promessa de “boa vida” e abundância material. Ao contrário, àquele que queria segui-lo, disse que as aves tinham ninhos e as raposas tocas para abrigarem-se e Ele mesmo não tinha onde recostar a cabeça. Vida plena e abundante de paz interior, de tranquilidade emocional, de riqueza espiritual. Vida plena, pois a plenitude da vida é Ele próprio. Vida abundante, pois a abundância da vida é o Espírito Santo derramado em nós.
Queres seguir-me? Tome cada dia tua cruz e venha comigo. Porque para seguir Jesus precisamos também de uma cruz? Porque se renegarmos a cruz não o seguimos, apenas o vemos passar. Sozinhos com a cruz (confiando em nós mesmos ou em outros como nós) é impraticável; qualquer cruzinha seria pesada demais. Quando Jesus nos pede que tomemos nossa cruz e o sigamos é para que partilhemos com Ele a nossa cruz! Ele tomou sobre Si os nossos fardos, nossas cruzes, nossas tribulações. Deus não permite um sofrimento maior do que aquele que possamos suportar. Por isso: desapegue-se de frivolidades, assuma a sua cruz transitória e caminhe par e passo com Jesus. Para Jesus houve um Cireneu. Para você também: o próprio Cristo é seu Cireneu.
Pare de sofrer é uma frase imperfeita. Aprenda a sofrer com o sofrimento de Cristo, é a frase. A paz do Senhor esteja contigo, caro leitor.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

O que Deus espera de nós

Quando amamos nos entregamos ao objeto de nosso amor, seja coisa ou pessoa. Entrega essa no sentido restrito de comprometimento, se bem que as vezes, a entrega é total no sentido pleno da palavra. Também quando amamos – pessoas naturalmente – esperamos que a recíproca seja verdadeira, ou seja, esperamos correspondência unívoca a esse amor. Amamos e ansiamos sermos amados; somos fiéis e exigimos fidelidade; comprometemo-nos (entregamo-nos) e esperamos compromisso. Em tudo esperamos, ansiamos, desejamos, exigimos uma contrapartida. Amamos e esperamos ser amados, fazemos o bem e esperamos o bem em nossa vida, somos caridosos e esperamos caridade, oramos a Deus e esperamos uma resposta ou uma atitude.

Nosso amor é condicional ou impõe condições. Nosso amor é egoísta, egocêntrico, egonimo. Nosso amor é carnal. Longe de tratar-se de antítese corpo/alma, vivamos no espírito e não segundo as paixões da carne: ‘' Digo pois: deixai-vos conduzir pelo Espírito, e não satisfareis os apetites da carne; pois são contrários uns aos outros... Se vivemos pelo Espírito, vivamos também de acordo com o Espírito” (Carta de S. Paulo aos gálatas cap. 5, versos 16 e 25). Diante do preposto por S. Paulo, viver de acordo com o Espírito Santo é a chave, a premissa na vida de todo cristão. Ser impregnado pelo Espírito Santo (todo batizado o é), aquele que se abre a ação do Espírito Santo deixando-O assomar em si (quem se deixa batizar no Espírito) vivendo plenamente sob a ação do Espírito por certo fará a vontade de Deus, pois sabemos que o Espírito Santo é Deus próximo a nós. Sta. Edith Stein já dissera: “Espírito Santo, mais próximo de mim que eu de eu mesma, mais intimo de mim que o âmago de minha alma” . O Espírito Santo é Deus em nós; Aquele que nos confere a graça santificante. Portanto se quisermos fazer a vontade de Deus, deixemo-nos guiar por Ele através do Espírito Santo.

Deus nos ama de modo absoluto, todos sabemos disso. Pede que amemos, espera algo de nós, embora não faça disso uma condição. Acima está exposto o nosso modo de amar: condicional. O que Deus nos pede? O que Ele espera de nossa parte? A Palavra nos diz: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o coração, de toda tua alma, de todo teu espírito e amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mt 22, 37.39). É a regra de ouro do cristianismo. Eis o que Deus espera de nós: ágape, caritas, hessed, filos, não importa a origem linguística da palavra, o que Deus espera é que nos O amemos acima de tudo e de todos e nos amemos como irmãos. Se amamos respeitamos; se respeitamos não ofendemos; se assim agimos não transgredimos; se não transgredimos não pecamos. Eis a razão do Apóstolo S. Paulo nos exortar: “Ao viver sob a ação do Espírito Santo não se está submisso a lei”. (cf. Gl 5). Não que estejamos acima da lei, mas que sob a ação do Espírito jamais descumpriremos as leis, sejam humanas e acima de tudo as Divinas. É o que Deus espera de nós.