domingo, 29 de dezembro de 2013

Perseverar na Oração


Quando vier o Filho do Homem, encontrará fé sobre a terra?


 

Para mostrar que é necessário orar sempre, sem nunca desanimar, Jesus contou uma parábola: “Havia numa cidade um juiz que não temia a Deus e não respeitava ninguém. Havia lá também uma viúva que o procurava, dizendo: ‘Faze-me justiça contra o meu adversário’. E durante muito tempo o juiz se recusou. Por fim disse consigo mesmo: ‘embora eu não tema a Deus e não respeite ninguém, vou fazer-lhe justiça, porque esta viúva está me aborrecendo. Talvez assim ela pare de me incomodar’. Prosseguiu o Senhor: ‘ouvi o que diz este juiz perverso. E Deus não fará justiça aos seus eleitos, que clamam por Ele noite e dia, mesmo quando os fizer esperar? Eu vos digo que em breve lhes fará justiça. mas quando vier o Filho do Homem, encontrará fé sobre a terra”? (Lc 18,1-8).

Este trecho do Evangelho fala de justiça, de perseverança, de oração. e fala acima de tudo, do grande amor de Deus por cada um de nós e de sua grande preocupação conosco, seus filhos eleitos. Mostra-nos o Senhor preocupado com nossa fé. E, deixa claro que é preciso muita oração, rezar sem esmorecer para vencermos as barreiras/muralhas diárias. Jesus usa neste trecho bíblico a parábola da viúva e do juiz, para mostrar aos seus discípulos o valor da persistência. Essa senhora dependia de uma ação daquele juiz para se livrar da opressão se um adversário. E só conseguiu ser atendida depois de muita insistência.

A viúva que Jesus usou como exemplo, é um personagem bastante comum em nosso dia a dia. Ela simboliza o pobre e o desamparado, que justamente por não ter como custear as despesas judiciais, é simplesmente privado de seus direitos perante os fortes e poderosos de nossa sociedade.  

A Palavra de Deus não envelhece. Dois mil anos se passaram e parece que Jesus foi buscar esse exemplo nas manchetes dos jornais. Aquele juiz era desonesto, não cumpria com suas obrigações e provavelmente legislava em causa própria, em beneficio dos ricos e de seus aliados políticos. É triste admitir, mas nosso dia a dia está repleto de casos semelhantes.

Juiz quer dizer: aquele que tem o poder de julgar. Entretanto, subentende-se que seu julgamento seja justo e imparcial.  Nesta parábola, o juiz não é justo e simboliza somente o poder. Infelizmente, esse juiz é o retrato fiel de certos homens públicos e de muitos políticos que manipulam as leis em causa própria. A viúva simboliza o marginalizado e excluído. Representa os pobres, os doentes, os trabalhadores, os aposentados, enfim, simboliza o povo simples que não tem quem lute por seus direitos.

O juiz atendeu a viúva só para não ser importunado. Essa é a reação normal de quem não ama, só cede sob pressão. Através dessa parábola, Jesus nos lembra que Deus é Amor e sabe das nossas necessidades, portanto, fará por nós o melhor, se pedirmos com humildade e muita fé.

Com esse exemplo, Jesus ressalta a importância e a necessidade de sermos perseverantes na oração. Se a viúva tivesse desistido, se não tivesse sido perseverante, não teria recebido a merecida justiça. Sabemos que a oração é o caminho para quem procura a justiça. Sabemos? Acreditar e pedir, insistir sem exigir, essa é a oração que nos aproxima de Deus.

Pe. Nivaldo Jr. -  Vigário Episcopal Vic. Suburbano-Arquid. Rio de Janeiro/Pároco Paróquia S. Brás.

 

 

sábado, 21 de dezembro de 2013

O infinito amor materno


Amor que não acaba, amor sem limites. Uma mãe ama seu filho, não importa quem ou o que ele seja; mães de criminosos, mesmo quando estas os denunciam e os entregam a autoridade policial, o fazem por amor. Elas têm a esperança que se recuperem e preferem ver o filho vivo na cadeia, que morto nas ruas. Amor de mãe é assim, sofrido, incompreendido, até contestado. Algumas sofrem o desprezo dos filhos, que muitas vezes não reconhecem a dedicação de suas mães por eles. Mães que se sacrificam para sustentar, cuidar, educar. Mães que se alimentam mal para que seus filhos tenham o que comer. Mães que trabalham de sol a sol – às vezes em jornada dupla – para que os filhos tenham o que vestir, possam estudar, até possam usufruir momentos de lazer. 
O poeta já dizia: ser mãe é padecer no paraíso; ser mãe é viver intensamente a graça de gerar uma vida, gestá-la, dar a luz, enfim, trazer um novo ser humano ao mundo. A maternidade é algo tão sublime, que Deus ao encarnar-se e vir ao mundo como Filho, serviu-se de uma mulher para que Ele tivesse também uma mãe. Maria de Nazaré foi a escolhida. Virgem Maria, Mãe de Deus (Teothokos), Maria, modelo de todas as mães na face da terra. Assim podemos afirmar que não existe amor humano maior que o amor de mãe. É certo que existem mães, raríssimas na verdade, que não merecem ser assim chamadas; aquelas que abortam, que jogam os filhos recém-nascidos no lixo, que deixam os filhos pequenos trancados em casa e vão para a rua se drogar, se prostituir. Entretanto, felizmente, apesar do desvirtuamento dos costumes nos dias atuais, a imensa e esmagadora maioria são verdadeiramente mães. Mães solteiras, mães casadas, mães com família, mães sozinhas, não importa; mães que amam, que educam, que zelam pelos filhos.  Amor de mãe, humanamente incomparável.


quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

O Sacramento do Matrimônio 2


 


 

 

                 “Maridos, amai as vossas mulheres, como Cristo amou a Igreja e se entregou por ela, para santificá-la, purificando-a pela água do batismo com a palavra, para apresentá-la a si mesmo toda gloriosa, sem mácula, sem ruga, sem qualquer outro defeito semelhante, mas santa e irrepreensível. Assim os maridos devem amar as suas mulheres, como a seu próprio corpo. Quem ama a sua mulher, ama-se a si mesmo. Certamente, ninguém jamais aborreceu a sua própria carne; ao contrário, cada qual a alimenta e a trata, como Cristo faz à sua Igreja porque somos membros de seu corpo. Por isso, o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e os dois constituirão uma só carne (Gn 2,24). Este mistério é grande, quero dizer, com referência a Cristo e à Igreja. Em resumo, o que importa é que cada um de vós ame a sua mulher como a si mesmo, e a mulher respeite o seu marido.” (Efésios 5, 25-33)

                  No rito latino, a celebração do Matrimônio entre dois fiéis católicos normalmente ocorre dentro da santa missa, em vista de vínculo de todos os sacramentos com o mistério pascal de Cristo. Na Eucaristia se realiza o memorial da nova aliança, na qual Cristo se uniu para sempre à Igreja, sua esposa bem-amada, pela qual se entregou. Portanto, é conveniente que os esposos selem seu consentimento de entregar-se um ao outro pela oferenda de suas próprias vidas, unindo-o à oferenda de Cristo por sua Igreja que se toma presente no Sacrifício Eucarístico, e recebendo Eucaristia, a fim de que, comungando no mesmo Corpo e no mesmo Sangue de Cristo, eles "formem um só corpo" nele. 1621

                 "Como gesto sacramental de santificação, a celebração litúrgica do Matrimônio ... deve ser válida por si mesma, digna e frutuosa." Convém, pois, que os futuros esposos se disponham à celebração de seu casamento recebendo o sacramento da Penitência. 1622

Segundo a tradição latina, são os esposos que, como ministros da graça de Cristo, se conferem mutuamente o sacramento do Matrimônio, expressando diante da Igreja seu consentimento. Nas tradições das Igrejas Orientais, os sacerdotes, Bispos ou presbíteros, são testemunhas do consentimento recíproco dos esposos, mas também é necessária a bênção deles para a validade do sacramento. 1623

                    As diversas liturgias são ricas em orações de bênção e de epiclese para pedir a Deus a graça e a bênção sobre o novo casal, especialmente sobre a esposa. Na epiclese deste sacramento, os esposos recebem o Espírito Santo como comunhão de amor de Cristo e da Igreja (Cf. Ef 5,32). É Ele o selo de sua aliança, a fonte que incessantemente oferece seu amor, a força em que se renovar a fidelidade dos esposos. 1624

                  O consentimento consiste num "ato humano pelo qual os cônjuges se doam e se recebem mutuamente": "Eu te recebo por minha mulher" - "Eu te recebo por meu marido. Este consentimento que liga os esposos entre si encontra seu cumprimento no fato de "os dois se tomarem uma só carne". 1627

 

                                        

A Graça do Sacramento


 

 

                    Transbordam palavras sublimes do meu coração. Ao rei dedico o meu canto. Minha língua é como o estilo de um ágil escriba. Sois belo, o mais belo dos filhos dos homens. Expande-se a graça em vossos lábios, pelo que Deus vos cumulou de bênçãos eternas. Cingi-vos com vossa espada, ó herói; ela é vosso ornamento e esplendor. Erguei-vos vitorioso em defesa da verdade e da justiça. Que vossa mão se assinale por feitos gloriosos. Aguçadas são as vossas flechas; a vós se submetem os povos; os inimigos do rei perdem o ânimo. Vosso trono, ó Deus, é eterno, de eqüidade é vosso cetro real. Amais a justiça e detestais o mal, pelo que o Senhor, vosso Deus, vos ungiu com óleo de alegria, preferindo-vos aos vossos iguais. Exalam vossas vestes perfume de mirra, aloés e incenso; do palácio de marfim os sons das liras vos deleitam. Filhas de reis formam vosso cortejo; posta-se à vossa direita a rainha, ornada de ouro de Ofir. Ouve, filha, vê e presta atenção: esquece o teu povo e a casa de teu pai. De tua beleza se encantará o rei; ele é teu senhor, rende-lhe homenagens. Habitantes de Tiro virão com seus presentes, próceres do povo implorarão teu favor. Toda formosa, entra a filha do rei, com vestes bordadas de ouro. Em roupagens multicores apresenta-se ao rei, após ela vos são apresentadas as virgens, suas companheiras. Levadas entre alegrias e júbilos, ingressam no palácio real. Tomarão os vossos filhos o lugar de vossos pais, vós os estabelecereis príncipes sobre toda a terra. Celebrarei vosso nome através das gerações. E os povos vos louvarão eternamente.” (Salmo 44, 2-18)

                   "Em seu estado de vida e função, (os esposos cristãos) têm um dom especial dentro do povo de Deus." Esta graça própria do sacramento do Matrimônio se destina a aperfeiçoar o amor dos cônjuges, a fortificar sua unidade indissolúvel. Por esta graça "eles se ajudam mutuamente a santificar-se na vida conjugal, como também na aceitação e educação dos filhos". 1641

                   Cristo é a fonte desta graça. "Como outrora Deus tomou a iniciativa do pacto de amor e fidelidade com seu povo, assim agora o Salvador dos homens, Esposo da Igreja, vem ao encontro dos cônjuges cristãos pelo sacramento do Matrimônio." Permanece com eles, concede-lhes a força de segui-lo levando sua cruz e de levantar-se depois da queda, perdoar-se mutuamente, carregar o fardo uns dos outros, "submeter-se uns aos outros no temor de Cristo" (Ef 5,21) e amar-se com um amor sobrenatural, delicado e fecundo. Nas alegrias de seu amor e de sua vida familiar, Ele lhes dá, aqui na terra, um antegozo do festim de núpcias do Cordeiro.

Onde poderei haurir a força para descrever satisfatoriamente a felicidade do Matrimônio administrado pela Igreja, confirmado pela doação mútua, selado pela bênção? Os anjos o proclamam, o Pai celeste o ratifica... O casal ideal não é o de dois cristãos unidos por uma única esperança, um único desejo, uma única disciplina, o mesmo serviço? Ambos filhos de um mesmo Pai, servos de um mesmo Senhor. Nada pode separá-los, nem no espírito nem na carne; ao contrário, eles são verdadeiramente dois numa só carne. Onde a carne é uma só, um também é o espírito. 1642

                 "O amor conjugal comporta uma totalidade na qual entram todos os componentes da pessoa apelo do corpo e do instinto, força do sentimento e da afetividade, aspiração do espírito e da vontade; O amor conjugal dirige-se a uma unidade profundamente pessoal, aquela que, para além da união numa só carne, não conduz senão a um só coração e a uma só alma; ele exige a indissolubilidade e a fidelidade da doação recíproca definitiva e abre-se à fecundidade. Numa palavra, trata-se das características normais de todo amor conjugal natural, mas com um significado novo que não só as purifica e as consolida, mas eleva-as, a ponto de torná-las a expressão dos valores propriamente cristãos." 1643

                 O amor dos esposos exige, por sua própria natureza, a unidade e a indissolubilidade da comunidade de pessoas que engloba toda a sua vida: "De modo que já não são dois, mas uma só carne" (Mt 19,6). "Eles são chamados a crescer continuamente nesta comunhão por meio da fidelidade cotidiana à promessa matrimonial do dom total recíproco." Esta comunhão humana é confirmada, purificada e aperfeiçoada pela comunhão em Jesus Cristo, concedida pelo sacramento do Matrimônio . E aprofundada pela vida da fé comum e pela Eucaristia recebida pelos dois. 1644

                “Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, sou como o bronze que soa, ou como o címbalo que retine. Mesmo que eu tivesse o dom da profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência; mesmo que tivesse toda a fé, a ponto de transportar montanhas, se não tiver amor, não sou nada. Ainda que distribuísse todos os meus bens em sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, se não tiver amor, de nada valeria! O amor é paciente, o amor é bondoso. Não tem inveja. O amor não é orgulhoso. Não é arrogante. Nem escandaloso. Não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não guarda rancor. Não se alegra com a injustiça, mas se rejubila com a verdade. Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor jamais acabará. As profecias desaparecerão, o dom das línguas cessará, o dom da ciência findará. A nossa ciência é parcial, a nossa profecia é imperfeita. Quando chegar o que é perfeito, o imperfeito desaparecerá. Quando eu era criança, falava como criança, pensava como criança, raciocinava como criança. Desde que me tornei homem, eliminei as coisas de criança. Hoje vemos como por um espelho, confusamente; mas então veremos face a face. Hoje conheço em parte; mas então conhecerei totalmente, como eu sou conhecido. Por ora subsistem a fé, a esperança e o amor. Porém, a maior delas é o amor.”   (1 Coríntios 13,1-13)   

                    ( Final da série sacramentos)

 

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

sábado, 14 de dezembro de 2013

A dignidade da mulher


Admiro-me, cada vez mais, da significativa presença e atuação das mulheres nas pastorais e movimentos de nossa Arquidiocese. Tenho notado, também, quanto é importante e essencial o papel que exercem na própria família. Dessas constatações, nasceu a reflexão que segue.
O homem e a mulher foram criados à imagem e semelhança de Deus. Para a fé cristã, essa é uma verdade fundamental e inquestionável. Somos pessoas, isto é, criaturas racionais e livres, capazes de conhecer e amar o Criador. Só nos realizamos plenamente no dom de nós mesmos a Deus e ao nosso próximo. Em suas pregações e em seu modo de agir, Jesus deixava claro que tanto o homem como a mulher merecem o respeito de todos, porque são iguais em dignidade. Hoje isso é aceito pacificamente; no tempo de Jesus, contudo, era uma ideia revolucionária, pois a mulher era vista como um ser inferior, sem direitos. O relacionamento que Jesus tinha com elas despertava a atenção de todos, pois era marcado pela atenção, simplicidade e transparência. Com elas conversava sobre os mistérios mais profundos do Reino dos céus, como aconteceu em seu encontro com a Samaritana (cf. Jo 4). Falou-lhe do dom que Deus lhe queria dar, qual fonte de água viva que jorra para a vida eterna. Algumas mulheres acompanharam seus passos e com ele caminharam até o Calvário. Mereceram, inclusive, uma advertência de sua parte: “Não choreis por mim! Chorai por vós mesmas e por vossos filhos!” (Lc 23,28).
A dedicação e o sofrimento dessas mulheres nos lembram as que hoje sofrem por inúmeros motivos. Aliás, como há mulheres que sofrem! Além de tudo o que uma mulher enfrenta enquanto espera um filho, é decisiva sua contribuição na formação da personalidade desse novo ser. Quantos poderiam dar um belo testemunho a essa respeito! É imensa a dívida que nós, homens, temos para com elas. Respeitar sua dignidade e ajudá-las a viver sua vocação e missão é o mínimo que podemos fazer em retribuição ao que delas recebemos. Mas podemos dar um passo a mais, agradecendo ao Senhor por todas e cada uma das mulheres: pelas mães, irmãs e esposas; pelas consagradas a Deus na vida religiosa; pelas que se dedicam aos necessitados e doentes; pelas que exercem uma profissão e dão preciosa contribuição na construção da sociedade; pelas que, sozinhas, assumem a responsabilidade de sua família. Todas elas saíram do coração de Deus e tornam nosso mundo mais poético e belo, mais rico e virtuoso. Diante dessas colocações, poderia nascer uma pergunta: se Cristo valorizou tanto a dignidade e a vocação da mulher, por que a Igreja não lhes possibilita a ordenação sacerdotal e episcopal? A resposta é simples: agindo assim, a Igreja segue a prática do próprio Jesus que, ao chamar os “Doze”, escolheu só homens. Só eles estiveram com Jesus na última Ceia; só eles receberam o mandato sacramental: “Fazei isto em minha memória” (Lc 22,19), ligado à instituição da eucaristia; só eles, na tarde do dia da Ressurreição, receberam o Espírito Santo para perdoar os pecados. Quem fez essa escolha foi aquele mesmo Jesus que sempre agiu com liberdade e, superando a mentalidade reinante em seu tempo – mentalidade antifeminista –, soube respeitar e enaltecer a mulher. Ao partir para o Pai, Jesus ordenou a seus discípulos: “Ide e evangelizai todas as nações!” Para cumprir essa missão, a Igreja volta seu olhar para as mulheres, que podem dar uma colaboração inestimável nesse campo. Elas são como algumas mulheres da Bíblia – como Maria, por exemplo, que soube acolher a proposta que Deus lhe fazia e colaborou decisivamente para a vinda do Salvador ao mundo. Ela se antecipou a nós no caminho da santidade. Nela, a Igreja já atingiu a perfeição. Para os homens, a Virgem Santíssima testemunha a vocação e a dignidade de cada mulher. Para as mulheres, ela é exemplo de filha e mãe, de virgem e esposa, de mestra e discípula. Para todos, ela é um modelo perfeito de vida cristã, pois nos precedeu no caminho da fé, da caridade e da união com Cristo.
Dom Murilo S.R. Krieger
Arcebispo de Salvador (BA), Primaz do Brasil
 
 
 
 
 
 

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

O Sacramento do Matrimônio


 


 

 

 


 Sacramento do Matrimônio desígnio Divino

 

                    “Ah! Beija-me com os beijos de tua boca! Porque os teus amores são mais deliciosos que o vinho, e suave é a fragrância de teus perfumes; o teu nome é como um perfume derramado: por isto amam-te as jovens. Arrasta-me após ti; corramos! O rei introduziu-me nos seus aposentos. Exultaremos de alegria e de júbilo em ti. Tuas carícias nos inebriarão mais que o vinho. Quanta razão há de te amar!” (Cânticos 1, 2-4)

                   "A aliança matrimonial, pela qual o homem e a mulher constituem entre si uma comunhão da vida toda, é ordenada por sua índole natural ao bem dos cônjuges e à geração e educação da prole, e foi elevada, entre os batizados, à dignidade de sacramento por Cristo Senhor." 1601          

                   A sagrada Escritura abre-se com a criação do homem e da mulher à imagem e semelhança de Deus se fecha-se com a visão das "núpcias do Cordeiro" (cf. Ap 19,7). De um extremo a outro, a Escritura fala do casamento e de seu "mistério", de sua instituição e do sentido que lhe foi dado por Deus, de sua origem e de seu fim, de suas diversas realizações ao longo de história da salvação, de suas dificuldades provenientes do pecado e de sua renovação "no Senhor" (1Cor 7,39), na noa aliança de Cristo e da Igreja. 1602

                  "A íntima comunhão de vida e de amor conjugal que o Criador fundou e dotou com suas leis [...] O próprio [...] Deus é o autor do matrimônio. "A vocação para o Matrimônio está inscrita na própria natureza do homem e da mulher, conforme saíram da mão do Criador. O casamento não é uma instituição simplesmente humana, apesar das inúmeras variações que sofreu no curso dos séculos, nas diferentes culturas, estruturas sociais e atitudes espirituais. Essas diversidades não devem fazer esquecer os traços comuns e permanentes. Ainda que a dignidade desta instituição não transpareça em toda parte com a mesma clareza, existe, contudo, em todas as culturas, um certo sentido da grandeza da união matrimonial. "A salvação da pessoa e da sociedade humana está estreitamente ligada ao bem-estar da comunidade conjugal e familiar." 1603

                 Deus, que criou o homem por amor, também o chamou para o amor, vocação fundamental e inata de todo ser humano. Pois o homem foi criado à imagem e semelhança de Deus, que é Amor. Tendo-os Deus criado homem e mulher, seu amor mútuo se torna uma imagem do amor absoluto e indefectível de Deus pelo homem. Esse amor é bom, muito bom, aos olhos do Criador, que "é amor" (1Jo 4,8. 16). E esse amor abençoado por Deus é destinado a ser fecundo e a realizar-se na obra comum de preservação da criação: "Deus os abençoou e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a" (Gn 1,28). 1604

                 Que o homem e a mulher tenham sido criados um para o outro, a sagrada Escritura o afirma: "Não é bom que O homem esteja só" (Gn 2,18). A mulher, "carne de sua carne", é, igual a ele, bem próxima dele, lhe foi dada por Deus como um "auxilio", representando, assim, "Deus, em quem está o nosso socorro". "Por isso um homem deixa seu pai e sua mãe, se une à sua mulher, e eles se tornam uma só carne" (Gn 2,24). Que isto significa uma unidade indefectível de suas duas vidas, o próprio Senhor no-lo mostra lembrando qual foi, 'na origem", o desígnio do Criador (Cf. Mt 19,4): "De modo que já não são dois, mas uma só carne" (Mt 19,6). 1605

                 “Casar-Me-ei contigo para sempre, casar-Me-ei contigo na justiça e no direito, no amor e na ternura.22.Casar-Me-ei contigo na fidelidade e conhecerás Javé.23.Nesse dia - oráculo de Javé - Eu responderei ao céu e o céu responderá à terra; e a terra responderá com o trigo, com o vinho e o azeite. E tudo estará respondendo a Jezrael, † Deus semeia.” (Oséias 2, 21-24)

 

 

Aliança no Senhor


 

 

                    “Três dias depois, celebravam-se bodas em Caná da Galiléia, e achava-se ali a mãe de Jesus. Também foram convidados Jesus e os seus discípulos. Como viesse a faltar vinho, a mãe de Jesus disse-lhe: ‘Eles já não têm vinho’. Respondeu-lhe Jesus: ‘Mulher, o que há entre nós? Minha hora ainda não chegou.’ Disse, então, sua mãe aos serventes: ‘Fazei o que ele vos disser.’ Ora, achavam-se ali seis talhas de pedra para as purificações dos judeus, que continham cada qual duas ou três medidas. Jesus ordena-lhes: ‘Enchei as talhas de água.’ Eles encheram-nas até em cima. ‘Tirai agora’ , disse-lhes Jesus, ‘e levai ao chefe dos serventes.’ E levaram. Logo que o chefe dos serventes provou da água tornada vinho, não sabendo de onde era (se bem que o soubessem os serventes, pois tinham tirado a água), chamou o noivo e disse-lhe: ‘É costume servir primeiro o vinho bom e, depois, quando os convidados já estão quase embriagados, servir o menos bom. Mas tu guardaste o vinho melhor até agora.’ Este foi o primeiro milagre de Jesus; realizou-o em Caná da Galiléia. Manifestou a sua glória, e os seus discípulos creram nele.

(João 2, 1- 11)

                 A aliança nupcial entre Deus e seu povo Israel havia preparado a nova e eterna aliança na qual o Filho de Deus, encarnando-se e entregando sua vida, uniu-se de certa maneira com toda a humanidade salva por ele, preparando, assim, "as núpcias do Cordeiro (Cf. Ap 19,7 e 9). 1612

                No limiar de sua vida pública, Jesus opera seu primeiro sinal a pedido de sua Mãe por ocasião de uma festa de casamento. A Igreja atribui grande importância à presença de Jesus nas núpcias de Caná. Vê nela a confirmação de que o casamento é uma realidade boa e o anúncio de que, daí em diante, ser ele um sinal eficaz da presença de Cristo. 1613

               É provável que esta insistência sem equívoco na indissolubilidade do vínculo matrimonial deixasse as pessoas perplexas e aparecesse como uma exigência irrealizável. Todavia, isso não quer dizer que Jesus tenha imposto um fardo impossível de carregar e pesado demais para os ombros dos esposos, mais pesado que a Lei de Moisés. Como Jesus veio para restabelecer ordem inicial da criação perturbada pelo pecado, ele mesmo dá a força e a graça para viver o casamento na nova dimensão do Reino de Deus. E seguindo a Cristo, renunciando a si mesmos e tomando cada um sua cruz que os esposos poderão "compreender" o sentido original do casamento e vivê-lo com a ajuda de Cristo. Esta graça do Matrimônio cristão é um fruto da Cruz de Cristo, fonte de toda vida cristã. 1615

               É justamente isso que o apóstolo Paulo quer fazer entender quando diz: "E vós, maridos, amai vossas mulheres, como Cristo amou a Igreja e se entregou por ela, a fim de purificá-la" (Ef 5,25-26), acrescentando imediatamente: "Por isso de deixar o homem seu pai e sua mãe e se ligar à sua mulher, e serão ambos uma só carne. E grande este mistério: refiro-me à relação entre Cristo e sua Igreja" (Ef 5,31-32). 1616

               Toda a vida cristã traz a marca do amor esponsal de Cristo e da Igreja. Já o Batismo, entrada no Povo de Deus, é um mistério nupcial: é, por assim dizer, o banho das núpcias que precede o banquete de núpcias, a Eucaristia. O Matrimônio cristão se torna, por sua vez, sinal eficaz, sacramento da aliança de Cristo e da Igreja. O Matrimônio entre batizados é um verdadeiro sacramento da nova aliança, pois significa e comunica a graça. 1617

             

          

 

sábado, 7 de dezembro de 2013

Acolha Jesus neste Natal


 
O Natal se aproxima. As ruas dos centros comerciais estão apinhadas, os shoppings abarrotados. O Rio de janeiro está um canteiro de obras, o que piora consideravelmente o trânsito, já muito ruim rotineiramente. O texto parece repetição do anterior sobre a época do natal. E é, pois a situação é praticamente a mesma. Repetem-se os esbarrões, o empurra empurra, a impaciência, o mal humor, tudo sob um calor escaldante – o que agrava a situação.

Tudo em nome do Natal; época de paz, de harmonia, de boa convivência, de amor... Será? O Natal de Jesus é realmente uma oportunidade para a reconciliação, o perdão, a convivência pacifica. Mas o natal do comércio é uma época de lucros, $$$, lucros, $$$$, mais lucros, $$$$$, e assim a propaganda natalina evoca um tempo de paz e prosperidade, paz para nós (merecemos) e prosperidade para os comerciantes. O ideal seria paz e prosperidade para todos, pois isso todos nós merecemos.

Nada de anormal o comércio ter bons lucros, nós trocarmos presentes, comemorarmos festivamente com os familiares e amigos. Tudo isso é licito, válido, desde que tenhamos em mente que a festa é para comemorarmos a encarnação e o nascimento do Salvador, a vinda do Messias ao mundo; portanto não esqueçamos que o Natal é festa religiosa e como tal deve ser vivenciada. Portanto, tenhamos temperança no comer e beber, parcimônia na compra de presentes, evitando a gastança, a comilança e a bebedeira. Assim teremos verdadeiramente um bom e feliz Natal, uma alegria autêntica no encontro de parentes e amigos, a degustação saudável dos quitutes à mesa.

O Natal sem Jesus (uma incoerência) termina em desavenças, brigas, acirramento de velhas rixas, bebedeira incontrolada, tristeza, choro, decepções. Sem dúvida ao menos uma dessas situações, e não raro todas elas acontecem juntas.   

Com Jesus (o motivo da festa) o Natal é rico, mesmo numa mesa modesta. Rico em alegria autêntica, em harmonia, em controle no comer e beber, rico em felicidade, pois Ele está presente e Ele é a razão da nossa felicidade.

Em Belém de Judá, Maria a dar a luz não teve quem a acolhesse com José e a criança prestes a nascer. Neste Natal acolha a Sagrada Família no seio da sua família e tenha um Natal cheio de Paz e Felicidade. Que Jesus viva e reine na sua vida. Amém.

 

sábado, 30 de novembro de 2013

Adoração Eucarística


 

Na expressão “Adoração Eucarística”, a palavra “Adoração” é usada, de forma ampla, para significar qualquer espécie de oração, qualquer espécie de união com Deus. “Eucarística” significa rezando diretamente para Jesus presente na Eucaristia ou de forma centrada n’Ele. Adoração Eucarística, então, é qualquer oração endereçada a ou centrada em Jesus Cristo, presente na Eucaristia.

A Adoração Eucarística pode ser realizada na presença de Jesus na Eucaristia, em igreja ou em tabernáculo de capela. Ou pode ser feita diante da Eucaristia exposta no altar, por exemplo, em um ostensório.

Algumas igrejas mantêm a exposição da Eucaristia todos os dias. No centro de Roma, uma igreja faz a exposição todas as tardes, até o início da noite; outra expõe a Eucaristia todas as noites, das 18 às 22 horas. As pessoas vão até lá rezar por cinco minutos ou mais, por uma hora ou mais…

Por que fazer isto? Qual a importância da Adoração Eucarística, qual a importância de rezar a Jesus na Eucaristia? Por um lado, muitas pessoas acham esta uma maneira mais fácil de rezar, concentrando-se no Senhor, na presença de Jesus ali na Eucaristia. Por outro lado, Jesus na Eucaristia está presente exatamente para vir até nós, para estar unido a nós. Quando eu rezo a Jesus na Eucaristia, eu rezo a Ele, no que diz respeito a mim, como por meu alimento espiritual, presente diante de mim para uma união comigo, unindo-me a Ele de forma especial.

Jesus na Eucaristia é Jesus em Seu estado presente, não Jesus crucificado, mas Jesus ressuscitado, glorificado, entre a Sua Ascensão ao Céu e Sua segunda vinda à Terra; Jesus  ressuscitado, presente para mim sob a aparência de pão. Sua presença é gloriosa, Sua aparência é simbólica – símbolo do que Ele está fazendo ali na Eucaristia, oferecendo-Se como meu alimento e força.

A Adoração Eucarística é comunhão espiritual. Cada vez que eu rezo a Jesus na Eucaristia, eu estendo minhas Santas Comunhões do passado até o presente, e antecipo minhas futuras Comunhões. A Adoração Eucarística faz sentido apenas no contexto da Santa Comunhão, assim como entre Comunhões.

Senhor Jesus, obrigado pela Sua presença na Eucaristia, para mim, para meu crescimento e sustento, e vigor, e encorajamento. Obrigado por amar-me tanto a ponto de querer estar unido a mim, em união comigo, em comunhão comigo. Amém.

O Bem-aventurado João de Ruysbrook – um grande escritor espiritual que viveu na Bélgica, no Século XIV – escreveu sobre a união com Jesus na oração: “Nesse encontro muito profundo, nesse encontro verdadeiramente íntimo e caloroso, Jesus e eu, cada um de nós quer aquilo que o outro é, e cada um de nós convida o outro a aceitar uma pessoa como ela é.” Em minha oração, Jesus me pede por mim mesma, e Ele Se dá, a Ele Mesmo, a mim, pedindo-me que O aceite exatamente da forma como Ele é. E eu me dou, a mim mesmo, a Jesus, pedindo-Lhe que me aceite exatamente como eu for naquele momento e pedindo a Ele, por Ele Mesmo, que Se dê, a Ele Mesmo, a mim.

O que João de Ruysbrook escreveu sobre oração, eu posso aplicar à Adoração Eucarística. Porque o Bem-aventurado João vê a Eucaristia como sendo o indispensável caminho e modo de união com Jesus; ele escreve que Jesus “deu Sua carne para ser o
alimento de minha alma, e o Seu sangue para ser a bebida de minha alma. E a natureza do amor é sempre a de dar e tirar, amar e ser amado.”

Ele continua: “O amor é, ao mesmo tempo, um tomar fortemente amor e um doar generosamente amor. Ainda que Ele dê tudo o que Ele tem e tudo o que Ele é, Ele também tira de mim tudo o que eu tenho e tudo o que eu sou, e Ele exige de mim mais do que eu posso realizar. Sua fome é indescritivelmente grande. Ele me consome até o mais profundo do meu ser.”

Nós podemos aplicar isto também à Adoração Eucarística. Exatamente como na Santa Comunhão, eu consumo a Jesus, tomo-O, eu mesmo, dentro do meu coração – dentro de todo o meu íntimo e não apenas no interior do meu corpo físico. Então, na Adoração Eucarística, eu tomo a Jesus em meu coração, no meu íntimo, numa comunhão espiritual, mesmo se eu não O consumir fisicamente. E, na Adoração Eucarística, da mesma forma como eu consumo a Jesus espiritualmente, Ele também me consome; não apenas Se dá a mim, mas leva o meu íntimo para dentro de Seu coração, para dentro d’Ele Mesmo. Não somente faz com que eu O deseje; Ele me quer. Não apenas faz com que eu O leve para dentro do meu coração; Ele também me leva para dentro do Seu Coração Sagrado. Não apenas faz com que eu peça algo d’Ele; Ele também pede algo de mim.

O que Ele pede de mim? Ele pede meu coração, meu íntimo, dados a Ele. E, especialmente, pede que eu O encare seriamente como me amando, como desejando que estejamos unidos, juntos, em comunhão, e tão felizes como estamos.

(Cleofas.com.br)

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

O Sacramento da Ordem 2


 


 

 O Celibato dos Apóstolos

                    “Então Jesus disse aos seus discípulos: ‘Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz, e me siga. Pois, quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la; mas, quem perder a sua vida por causa de mim, vai encontrá-la’.” (Mateus 16, 24 –25)

                     Quem segue a Cristo, já tem tudo, e todo o resto é nada. Cristo é a vida.

                    “Os discípulos disseram a Jesus: ‘Se a situação do homem com a mulher é assim, então é melhor não se casar. ’ Jesus respondeu: ‘Nem todos entendem isso, a não ser aqueles a quem é concedido. De fato, há homens castrados, porque nasceram assim; outros, porque os homens fizeram assim; outros, ainda, se castram por causa do Reino do Céu. Quem puder entender, entenda’.” (Mateus 19, 10 –12)

                     Os próprios apóstolos disseram que a melhor condição para servir a Deus é a de não se casar. A Igreja na sua missão de interpretar. Por isto, os sacerdotes não se casam, é para doar a sua vida inteiramente a Deus, a Igreja e ao povo.

                    “A estas palavras seus discípulos, pasmados, perguntaram: ‘Quem poderá então salvar-se? ’ Jesus olhou para eles e disse: ‘Aos homens isto é impossível, mas a Deus tudo é possível. ’ Pedro então, tomando a palavra, disse-lhe: ‘Eis que deixamos tudo para te seguir. Que haverá então para nós? ’ Respondeu Jesus: ‘Em verdade vos declaro: no dia da renovação do mundo, quando o Filho do Homem estiver sentado no trono da glória, vós, que me haveis seguido, estareis sentados em doze tronos para julgar as doze tribos de Israel. E todo aquele que por minha causa deixar irmãos, irmãs, pai, mãe, mulher, filhos, terras ou casa receberá o cêntuplo e possuirá a vida eterna. Muitos dos primeiros serão os últimos e muitos dos últimos serão os primeiros’.” (Mateus 19, 25 –30)

                      O porta-voz dos apóstolos diz que eles deixam tudo para seguir a Cristo. E Nosso Senhor responde apontando tudo o que os sacerdotes católicos deixam para segui-lo.

                      Mas, muitos perguntam: E Pedro não era casado?

                     “Saindo Jesus da sinagoga, entrou na casa de Simão. A sogra de Simão estava com febre alta; e pediram-lhe por ela. Inclinando-se sobre ela, ordenou ele à febre, e a febre deixou-a. Ela levantou-se imediatamente e pôs-se a servi-los.” (Lucas 4, 38-39)

                    A resposta é não. Não se pode afirmar que o primeiro Papa era casado. Pedro foi casado, mas não se sabe se era viúvo ou se tinha deixado a mulher para seguir Cristo. A Bíblia nada fala sobre uma mulher que seja esposa de Pedro. Somente de uma sogra.

                     E mesmo que Pedro fosse casado, vamos ler esta passagem:

                    “Pedro começou a dizer a Jesus: ‘Eis que nós deixamos tudo e te seguimos. ’ Jesus respondeu: ‘Eu garanto a vocês: quem tiver deixado casa, irmãos, irmãs, mãe, filhos, campos, por causa de mim e da Boa Notícia, vai receber cem vezes mais. Agora, durante esta vida, vai receber casas, irmãos, irmãs, mãe, filhos, e campos, junto com perseguições. E, no mundo futuro, vai receber a vida eterna’.” (Marcos 10, 28 –30)

                     É Pedro entre todos os apóstolos quem diz que deixa tudo para seguir Cristo.

                     E por sua vez, a resposta de Nosso Senhor fala sobre deixar a família para segui-lo:

                    “Grandes multidões acompanham Jesus. Voltando-se ele disse: ‘Se alguém vem a mim e não dá preferência mais a mim que ao seu pai, à sua mãe, à mulher, aos filhos, aos irmãos, às irmãs, e até mesmo à sua própria vida, esse não pode ser meu discípulo. Quem não carrega a sua cruz e não caminha atrás de mim, não pode ser meu discípulo. De fato, se alguém de vocês quer construir uma torre, será que não vai primeiro sentar-se e calcular os gastos, para ver se tem o suficiente para terminar? Caso contrário, lançará o alicerce e não será capaz de acabar. E todos, os que virem isso, começarão a caçoar, dizendo: ‘Esse homem começou a construir e não foi capaz de acabar! ’ Ou ainda: ‘Se um rei pretende sair para guerrear contra outro, será que ele não vai sentar-se primeiro e examinar bem, se com dez mil homens poderá enfrentar o outro que marcha contra ele com vinte mil? Se ele vê que não pode, envia mensageiros para negociar as condições de paz, enquanto o outro rei ainda está longe. Do mesmo modo, portanto, qualquer de vocês, se não renunciar a tudo o que tem, não pode ser meu discípulo’.” (Lucas 14, 25 – 33)

                      Os apóstolos devem dar preferência a Nosso Senhor, do que qualquer outra coisa no mundo, principalmente família, inclusive mulher. O que prova definitivamente o celibato de todos os apóstolos, inclusive Pedro, O Papa. A condição de renunciar a tudo por Cristo, com Cristo e em Cristo é o celibato apostólico confirmado nas Sagradas Escrituras.

                     “Os que ouviram isso, disseram: ‘Então, quem pode ser salvo? ’ Jesus disse: ‘As coisas impossíveis para os homens são possíveis para Deus tudo. ’ Então Pedro disse: ‘Vê: nós deixamos nossos bens, e te seguimos. ’ Jesus disse: ‘Eu garanto a vocês: quem tiver deixado casa, mulher, irmãos, pais, filhos, por causa do Reino de Deus, não ficará sem receber muito mais durante esta vida e, no mundo futuro, vai receber a vida eterna’.” (Lucas 18, 26 –30)

 Magistério da Ordem

                     “‘O ministério eclesiástico, divinamente instituído, é exercido em diversas ordens pelos que desde a antigüidade são chamados bispos, presbíteros e diáconos. ’ A doutrina católica, expressa na liturgia, no magistério e na prática constante da Igreja, reconhece que existem dois graus de participação ministerial no sacerdócio de Cristo: o episcopado e o presbiterado. O diaconado se destina a ajudá-los e a servi-los. Por isso, o termo ‘sacerdos’ designa, na prática atual, os bispos e os sacerdotes, mas não os diáconos. Não obstante, ensina a doutrina católica que os graus de participação sacerdotal (episcopado e presbiterado) e o de serviço (diaconado) são conferidos por um ato sacramental chamado ‘ordenação’, isto e, pelo sacramento da Ordem. Que todos reverenciem os diáconos como Jesus Cristo, como também o Bispo, que é imagem do Pai, e os presbíteros como senado de Deus e como a assembléia dos apóstolos: sem eles não se pode falar de Igreja.” 1554

                       "Entre aqueles vários ministérios, que desde os primeiros tempos são exercidos na Igreja, conforme atesta a Tradição, o lugar principal é ocupado pelo múnus daqueles que, constituídos no episcopado, conservam a semente apostólica por uma sucessão que vem ininterrupta desde o começo." 1555

                     “Para desempenhar sua missão, "os Apóstolos foram enriquecidos por Cristo com especial efusão do Espírito Santo, que desceu sobre eles. E eles mesmos transmitiram a seus colaboradores, mediante a imposição das mãos, este dom espiritual que chegou até nós pela sagração episcopal”." 1556

                      “O Concílio Vaticano II "ensina, pois, que pela sagração episcopal se confere a plenitude do sacramento da Ordem, que, tanto pelo costume litúrgico da Igreja como pela voz dos Santos Padres, é chamada o sumo sacerdócio, a realidade total ('summa') do ministério sagrado".” 1557

                     "A sagração episcopal, juntamente com o múnus de santificar, confere também os de ensinar e de reger... De fato, mediante a imposição das mãos e as palavras da sagração, é concedida a graça do Espírito Santo e impresso o caráter sagrado, de tal modo que os Bispos, de maneira eminente e visível, fazem às vezes do próprio Cristo, Mestre, Pastor e Pontífice, e agem em seu nome ('in eius persona agant')." "Os Bispos, portanto, pelo Espírito Santo que lhes foi dado, foram constituídos como verdadeiros e autênticos mestres da fé, pontífices e pastores." 1558

                    "Alguém é constituído membro do corpo episcopal pela sagração sacramental e pela hierárquica comunhão com o chefe e os membros do Colégio." O caráter e a natureza colegial da ordem episcopal se manifestam, entre outras, na antiga prática da Igreja, que requer para a consagração de um novo Bispo a participação de vários Bispos. Para a legítima ordenação de um Bispo, é hoje exigida uma especial intervenção do Bispo de Roma, em razão de sua qualidade de vínculo visível supremo da comunhão das Igrejas particulares na única Igreja e garantia de sua liberdade.” 1559

                   “Cada Bispo, como vigário de Cristo, tem o encargo pastoral da Igreja particular que lhe foi confiada, mas ao mesmo tempo ele, colegialmente, com todos os seus irmãos no episcopado, deve ter solicitude por todas as Igrejas: "Se cada Bispo só é pastor propriamente dito da porção do rebanho que lhe foi confiada, sua qualidade de legítimo sucessor dos apóstolos por instituição divina o toma solidariamente responsável pela missão apostólica da Igreja".” 1560

                   “Tudo o que acabamos de dizer explica por que a Eucaristia celebrada pelo Bispo tem um significado todo especial como expressão da Igreja reunida em tomo do altar sob a presidência daquele que representa visivelmente Cristo, Bom Pastor e Cabeça de sua Igreja.” 1561

                    “Terás, pois, o sacerdote por santo, porque ele oferece o pão de teu Deus: ele será santo para ti, porque eu, o Senhor que vos santifico, sou santo.” (Levitico 21, 8)





 

 

 




 
 
 

 
 

sábado, 23 de novembro de 2013

Ódio – câncer da alma



  “Errare humano est”. Errar é humano, perdoar é divino. Quem nunca ouviu essa frase? É verdade; mas também o perdão deve ser um atributo humano. Sabemos que Deus na sua infinita misericórdia nos perdoa sempre, assim sendo, até mesmo por gratidão a Deus (que nos perdoa sempre) devemos também nós perdoar aqueles que com ou sem motivo aparente tenham nos ofendido.  O modelo de oração ensinado por Cristo, o Pai Nosso, nos interpela nesse sentido: “Perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido”.   A Palavra de Deus em diversas passagens vem nos exortar em relação ao perdão; aqui escolhemos Eclesiástico: “Perdoa ao teu próximo o mal que te fez e teus pecados serão perdoados quando o pedires. Um homem guarda rancor contra outro homem, e pede a Deus a sua cura! Não tem misericórdia para com seu semelhante e roga o perdão dos seus pecados! Ele, que é apenas carne, guarda rancor e pede a Deus que lhe seja propicio! Quem então lhe conseguirá o perdão de seus pecados? Lembra-te do teu fim, e põe termo às tuas inimizades.” (Eclo 28,2-6).  

O maior mandamento, a regra de ouro do cristianismo, autenticada por Cristo Jesus: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o coração, de toda tua alma, de todas as tuas forças, de todo teu pensamento, e a teu próximo como a ti mesmo” (cf. Lc 10,27), é a chave para nos abrirmos ao perdão. É impossível amar a Deus se não amamos o irmão, mesmo que ele esteja longe, tenha se desgarrado, seja desprezado, seja arrogante, orgulhoso e presunçoso. É impossível amar ao outro se não amamos a si próprio. Se tivermos amor próprio somos pessoas bem resolvidas; somos bem amados, resolvidos interiormente e com autoestima elevada quando fugimos do pecado, amando a Deus, seguindo-o e obedecendo-o com docilidade.

Nesse contexto o perdão é imprescindível. Quem ama perdoa sempre e sempre será perdoado. A falta de perdão e como consequência o rancor, o ódio, são causas de muitas enfermidades psicossomáticas – aquelas causadas por distúrbios psíquicos que agridem o corpo – a hipertensão arterial, úlceras, doenças gastro intestinais, entre outras. Mas o grande mal é mesmo a psique alterada, o emocional abalado, a insônia, a depressão.  Quem odeia se maltrata e fere o coração desejando o mal do desafeto. Como recentemente ouvi: odiar é como tomar veneno esperando que o outro morra. Em suma, o ódio é o câncer da alma. Perdoe e tua vida será plena, sadia e abundante de paz e tranquilidade.

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

O Sacramento da Ordem


 

 


 Sacerdócio Régio

                      “Terás, pois, o sacerdote por santo, porque ele oferece o pão de teu Deus: ele será santo para ti, porque eu, o Senhor que vos santifico, sou santo.” (Levitico 21, 8)

                      “A Ordem é o sacramento graças ao qual a missão confiada por Cristo a seus Apóstolos continua sendo exercida na Igreja até o fim dos tempos; é, portanto, o sacramento do ministério apostólico. Comporta três graus: o episcopado, o presbiterado e o diaconado.

(Sobre a instituição e a missão do ministério apostólico por Cristo, veja-se acima. Aqui, só se trata da via sacramental pela qual se transmite este ministério”).” 1536

                    “O povo eleito foi constituído por Deus como "um remo de sacerdotes e uma nação santa" (Ex 19.6). Mas, dentro do povo de Israel, Deus escolheu uma das doze tribos, a de Levi, reservando-a para o serviço litúrgico; Deus mesmo é sua herança. Um rito próprio consagrou as origens do sacerdócio da antiga aliança. Os sacerdotes são ai "constituídos para intervir em favor dos homens em suas relações com Deus, a fim de oferecer dons e sacrifícios pelos pecados".” 1539

                    “Instituído para anunciar a palavra de Deus e para restabelecer a comunhão com Deus pelos sacrifícios e pela oração, esse sacerdócio continua, não obstante, impotente para operar; a salvação. Precisa, por isso, repetir sem cessar os sacrifícios, e não é capaz de levar à santificação definitiva, que só o sacrifício de Cristo deveria operar.” 1540

                    “Entretanto, a liturgia da Igreja vê no sacerdócio de Aarão, no serviço dos levitas e na instituição dos setenta "anciãos" prefigurações do ministério ordenado da nova aliança Assim, no rito latino, a Igreja reza no prefácio consecratório da ordenação dos bispos:

Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo... Por vossa palavra estabelecestes leis na Igreja; e escolhestes desde o princípio um povo santo, descendente de Abraão, dando-lhe chefes e sacerdotes, e jamais deixastes sem ministros o vosso santuário...” 1541

                     “Na ordenação dos presbíteros, a Igreja reza: Assisti-nos, Senhor, Pai Santo... Já no Antigo Testamento, em sinais prefigurativos, surgiram vários ofícios por vós instituídos, de modo que, tendo à frente Aarão para guiar e santificar o vosso povo, lhes destes colaboradores de menor ordem e dignidade. Assim, no deserto, comunicastes a setenta homens prudentes o espírito dado a Moisés que, como auxílio deles, pode mais facilmente governar o vosso povo. Do mesmo modo, derramastes copiosamente sobre os filhos de Aarão a plenitude concedida a seu pai, para que o serviço dos sacerdotes segundo a lei fosse suficiente para os sacrifícios do tabernáculo.” 1542

                    “E, na oração consecratória para a ordenação dos diáconos, a Igreja professa: Ó Deus Todo-Poderoso... fazeis crescer... a vossa Igreja. Para a edificação do novo templo, constituístes três ordens de ministros para servirem ao vosso nome, como outrora escolhestes os filhos de Levi para o serviço do antigo santuário.” 1543

                   “Cristo, sumo sacerdote e único mediador, fez da Igreja "um Reino de sacerdotes para Deus, seu Pai" (Cf Ap 1,6; 5,9-10; 1 Pd 2,5. 9). Toda comunidade dos fiéis é, como tal, sacerdotal. Os fiéis exercem seu sacerdócio batismal por meio de sua participação, cada qual segundo sua própria vocação, na missão de Cristo, Sacerdote, Profeta e Rei. E pelos sacramentos do Batismo e da Confirmação que os fiéis são "consagrados para ser... um sacerdócio santo".” 1546

                     “O sacerdócio ministerial ou hierárquico dos bispos e dos presbíteros e o sacerdócio comum de todos os fiéis, embora "ambos participem, cada qual a seu modo, do único sacerdócio de Cristo", diferem, entretanto, essencialmente, mesmo sendo "ordenados um ao outro". Em que sentido? Enquanto o sacerdócio comum dos fiéis se realiza no desenvolvimento da graça batismal, vida de fé, de esperança e de caridade, vida segundo o Espírito o sacerdócio ministerial está a serviço do sacerdócio comum, refere-se ao desenvolvimento da graça batismal de todos os cristãos. É um dos meios pelos quais Cristo não cessa de construir e de conduzir sua Igreja. Por isso, é transmitido por um sacramento próprio, o sacramento da Ordem.” 1547

                     “No serviço eclesial do ministro ordenado, é o próprio Cristo que está presente á sua Igreja enquanto Cabeça de seu Corpo, Pastor de seu rebanho, Sumo Sacerdote do sacrifício redentor Mestre da Verdade. A Igreja o expressa dizendo que o sacerdote, em virtude do sacramento da Ordem, age "in persona Christi Capitis" (na pessoa de Cristo Cabeça):

Na verdade, o ministro faz às vezes do próprio Sacerdote, Cristo Jesus. Se, na verdade, o ministro é assimilado ao Sumo Sacerdote por causa da consagração sacerdotal que recebeu, goza do poder de agir pela força do próprio Cristo que representa ("virtute ac persona ipsius Christi"). "Cristo é a origem de todo sacerdócio: pois o sacerdote da [“ Antiga Lei era figura dele, ao passo que o sacerdote da nova lei age em sua pessoa”].” 1548

                     “Pelo ministério ordenado, especialmente dos bispos e dos presbíteros, a presença de Cristo como chefe da Igreja se torna visível no meio da comunidade dos fiéis. Segundo a bela expressão de Santo Inácio de Antioquia, o Bispo é "typos tou Patros" (pronuncie: typos tu patrós), como a imagem viva de Deus Pai.” 1549

                     “Esta presença de Cristo no ministro não deve ser compreendida como se este estivesse imune a todas as fraquezas humanas, ao espírito de dominação, aos erros e até aos pecados. A força do Espírito Santo não garante do mesmo modo todos os atos dos ministros. Enquanto nos sacramentos esta garantia é assegurada, de tal forma que mesmo o pecado do ministro não possa impedir o fruto da graça, há muitos outros atos em que a conduta humana do ministro deixa traços que nem sempre são sinal de fidelidade ao Evangelho e que podem, por conseguinte, prejudicar a fecundidade apostólica da Igreja.” 1550

                    “Esse sacerdócio é ministerial. "Esta missão que o Senhor confiou aos pastores de seu povo é um verdadeiro serviço." Refere-se inteiramente a Cristo e aos homens. Depende inteiramente de Cristo e de seu sacerdócio único, e foi instituído em favor dos homens e da comunidade da Igreja. O sacramento da ordem comunica "um poder sagrado" que é o próprio poder de Cristo. O exercício desta autoridade deve, pois, ser medido pelo modelo de Cristo que, por amor, se fez o último e servo de todos. "O Senhor disse claramente que cuidar de seu rebanho é uma prova de amor para com Ele”.” 1551

                  “A tarefa do sacerdócio ministerial não é apenas representar Cristo-Cabeça da Igreja - diante da assembléia dos fiéis; ele age também em nome de toda a Igreja quando apresenta a Deus a oração da Igreja e, sobretudo quando oferece o sacrifício eucarístico.” 1552

 

 

O Dom Sacerdotal

 

 

                     “Isto digo como concessão, não como ordem. Pois quereria que todos fossem como eu; mas cada um tem de Deus um dom particular: uns este, outros aquele.” (1Corintios 7, 6-7)

                     O apóstolo celibatário tem o desejo de que todos sejam iguais a ele, porém cada um é chamado para um dom, o matrimônio ou a ordem.

                     “Aos solteiros e às viúvas, digo que lhes é bom se permanecerem assim, como eu. Mas, se não podem guardar a continência, casem-se. É melhor casar do que abrasar-se.” (1Corintios 7, 8-9)

                      A Palavra confirma mais uma vez o celibato do apóstolo que aconselha os solteiros e as viúvas a se guardarem para o Senhor.

                     “Quanto ao mais, que cada um viva na condição na qual o Senhor o colocou ou em que o Senhor o chamou. É o que recomendo a todas as igrejas.” (1Corintios 7, 17)

                       E se o Senhor chamou quem estava casto, continue na castidade, se estava no celibato, continue no celibatário, se estava casado, continue no casamento.

                      “A respeito das pessoas virgens, não tenho mandamento do Senhor; porém, dou o meu conselho, como homem que recebeu da misericórdia do Senhor a graça de ser digno de confiança. Julgo, pois, em razão das dificuldades presentes, ser conveniente ao homem ficar assim como é.” (1Corintios 7, 25-26)

                      O apóstolo elogia os virgens e diz que é bom que continuem assim. E se o Senhor não tem mandamento, quer dizer que podem permanecer virgens se entregando a Deus.

                      “Quisera ver-vos livres de toda preocupação. O solteiro cuida das coisas que são do Senhor, de como agradar ao Senhor. O casado preocupa-se com as coisas do mundo, procurando agradar à sua esposa. A mesma diferença existe com a mulher solteira ou a virgem. Aquela que não é casada cuida das coisas do Senhor, para ser santa no corpo e no espírito; mas a casada cuida das coisas do mundo, procurando agradar ao marido.” (1Cor 7, 32-34)

                       Desta vez o apóstolo deixa ainda mais explicito que, quem não for casado, não deve se casar e sim se ocupar com as coisas do Senhor para não ficar dividido. E os virgens devem permanecer virgens para serem santos de corpo e espírito. O que comprava definitivamente que o celibato dos padres e freiras é bíblico.

                      “Digo isto para vosso proveito, não para vos estender um laço, mas para vos ensinar o que melhor convém, o que vos poderá unir ao Senhor sem partilha.” (1Corintios 7, 35)

                       O apóstolo reafirma que a condição do celibato é a mais nobre para servir a Deus, aqueles que querem se ocupam somente das coisas do Pai.

                      “Portanto, quem se casa com sua noiva faz bem; e quem não casa, faz ainda melhor.” (1Corintios 7, 38)

                      Quem se casa faz bem, agrada o Senhor, e quem não se casa faz melhor ainda, agrada o Senhor muito mais porque dá a sua vida toda ao seu Deus.

                     “Tornai-vos os meus imitadores, como eu o sou de Cristo.” (1Cor 11,1)

                      O apóstolo é imitador de Cristo, certo? Cristo se casou? Não. E Paulo se casou? Não. Então, o celibato é uma prática voluntária, sem restrição bíblica. Assim, igualmente A Igreja Católica diz que, o padre é outro cristo na vida da comunidade. Assim como Paulo apóstolo foi o pai na fé de muitas comunidades, o sacerdote é o pai da comunidade. O cristo ordenado pela Santa Igreja para servir os fiéis.