terça-feira, 30 de julho de 2013

Ecos da JMJ


Rio de janeiro, cidade tropical – temperatura em torno de 35-40o C no verão e 15-20o C no inverno – enfrentou temperaturas na ordem de 12-14o C e muita chuva durante a Jornada mundial da Juventude com o Papa. Mas esta condição climática atípica não abateu o ânimo da juventude carioca, brasileira, mundial. Nem chuva nem frio arrefeceram o ardor, o fogo de Espírito Santo que dirigia a JMJ. Bem disse o Papa Francisco: “Carioca não gosta de frio e chuva; mas a fé é maior que chuva e frio”.

A seguir algumas frases ouvidas durante a jornada:

“Chuva e frio, mas o coração abrasado!”  

“A esperança, a alegria da juventude do mundo inteiro.”

“Esta juventude não é mera coadjuvante, mas protagonista da nova evangelização – jovem evangelizando jovem.”

“Quando plantamos algo, logo regamos o canteiro. Em verdade, a chuva veio regar as sementes plantadas por Papa Francisco.”
 

Nesta Jornada Mundial da juventude o papa nos deixou uma imensa sensação de paz interior. Não uma paz estática, extasiante, mas uma paz dinâmica que nos leva a evangelizar; desinstalar-se e ir em frente anunciando Cristo e seu amor salvífico ao mundo inteiro. “Ide pelo mundo inteiro e anunciai a boa nova a todas as criaturas” (Mc 16,15).

Concluindo podemos afirmar que a Igreja Católica é pujante sim! O mundo tem jeito sim! A solução é esta juventude enraizada em Cristo. O grande espetáculo de Copacabana – três milhões e meio de pessoas felizes e pacificas – atesta isso.

 

 

domingo, 28 de julho de 2013

Os Livros Sagrados-II


Revelação Divina



 

 

                 “Foi a Tradição apostólica que fez a Igreja discernir que escritos deviam ser enumerados lista dos Livros Sagrados”. Esta lista completa é denominada "Cânon" das Escrituras. “Ela comporta 46 (45, se contarmos Jr e Lm juntos) escritos para o Antigo Testamento e 27 para o Novo Testamento.” 120

                 “Antigo Testamento é uma parte indispensável da Sagrada Escritura. Seus livros são divinamente inspirados e conservam um valor permanente, pois a Antiga Aliança nunca foi revogada.” 121

                “Com efeito, "a Economia do Antigo Testamento estava ordenada principalmente para preparar a vinda de Cristo, redentor de todos". "Embora contenham também coisas imperfeitas e transitórias", os livros do Antigo Testamento dão testemunho de toda a divina pedagogia do amor salvífico de Deus: "Neles encontram-se sublimes ensinamentos acerca de Deus e uma salutar sabedoria concernente à vida do homem, bem como admiráveis tesouros de preces; nestes livros, enfim está latente o mistério de nossa salvação”." 122

                 “Os cristãos veneram o Antigo Testamento como verdadeira Palavra de Deus. A Igreja sempre rechaçou vigorosamente a idéia de rejeitar o Antigo Testamento sob o pretexto de que o Novo o teria feito caducar (marcionismo).” 123

                 "A Palavra de Deus, que é força de Deus para a salvação de todo crente, é apresentada e manifesta seu vigor de modo eminente nos escritos do Novo Testamento." Estes escritos fornecem-nos a verdade definitiva da Revelação divina. “Seu objeto central é Jesus Cristo, o Filho de Deus encarnado, seus atos, ensinamentos, paixão e glorificação, assim como os inícios de sua Igreja sob a ação do Espírito Santo.” 124

                “Os Evangelhos são o coração de todas as Escrituras, "uma vez que constituem o principal testemunho da vida e da doutrina do Verbo encarnado, nosso Salvador".” 125

                “Na formação dos Evangelhos podemos distinguir três etapas: 1. A vida e o ensinamento de Jesus. A Igreja defende firmemente que os quatro Evangelhos, "cuja historicidade afirma sem hesitação, transmitem fielmente aquilo que Jesus, Filho de Deus, ao viver entre os homens, realmente fez e ensinou para a eterna salvação deles, até o dia em que foi elevado". 2. A tradição oral. "O que o Senhor dissera e fizera os apóstolos, após a ascensão do Senhor, transmitiram aos ouvintes, com aquela compreensão mais plena de que gozavam instruídos que foram pelos gloriosos acontecimentos de Cristo e esclarecidos pela luz do Espírito de verdade." 3. Os Evangelhos escritos. "Os autores sagrados escreveram os quatro Evangelhos, escolhendo certas coisas das muitas transmitidas ou oralmente ou já por escrito, fazendo síntese de outras ou explanando-as com vistas à situação das igrejas, conservando, enfim, a forma de pregação, sempre de maneira a transmitir-nos, a respeito de Jesus, coisas verdadeiras e sincera”.” 126

                 “A Igreja, já nos tempos apostólicos, e depois constantemente em sua Tradição, iluminou a unidade do plano divino nos dois Testamentos graças à tipologia. Esta discerne, nas obras de Deus contidas na Antiga Aliança, prefigurações daquilo que Deus realizou na plenitude dos tempos, na pessoa de seu Filho encarnado.” 128

                 “Por isso os cristãos lêem o Antigo Testamento à luz de Cristo morto e ressuscitado. Esta leitura tipológica manifesta o conteúdo inesgotável do Antigo Testamento. Ela não deve levar a esquecer que este conserva seu valor próprio de Revelação, que o próprio Nosso Senhor reafirmou. De resto também o Novo Testamento exige ser lido à luz do Antigo. A catequese cristã primitiva recorre constantemente a ele. Segundo um adágio antigo, o Novo Testamento está escondido no Antigo, ao passo que o Antigo é desvendado no Novo "Novum in Vetere latet et in Novo Vetus patet".” 129

                 "É tão grande o poder e a eficácia encerrados na Palavra de Deus, que ela constitui sustentáculo e vigor para a Igreja, e, para seus filhos, firmeza da fé, alimento da alma, pura e perene fonte da vida espiritual." "É preciso que o acesso à Sagrada Escritura seja amplamente aberto aos fiéis." 131

                 "Que o estudo das Sagradas Páginas seja, portanto, como que a alma da Sagrada Teologia. Da mesma palavra da Sagrada Escritura também se nutre salutarmente e santamente floresce o ministério da palavra, a saber, a pregação pastoral, a catequese e toda a instrução cristã, na qual deve ocupar lugar de destaque a homilia litúrgica." 132

                “A Igreja "exorta com veemência e de modo peculiar todos os fiéis cristãos... a que, pela freqüente leitura das divinas Escrituras, aprendam “a eminente ciência de Jesus Cristo” (Fl 3,8). "Com efeito, ignorar as Escrituras é ignorar Cristo".” 133

 

 

Quem pode afirmar a inspiração divina?

 

 

                  Existem muitos argumentos que são os mesmos sempre usados em muitos debates e nada se novo se ensina porque se repete muito em relação ás inspirações divinas nas Escrituras Sagradas. Então, traçaremos aqui outra linha de argumentação visando provas históricas de como e porque A Bíblia Sagrada tem esses livros. Quem escolheu esses livros? O que foi feito para se chegar à conclusão de que são inspirados? Quem formou A Bíblia Sagrada?

                  Em primeiro lugar: temos que indagar quem pode afirmar a inspiração divina nos livros para conferir a moção de livros sagrados? Qual seria inspirado ou não? A resposta é uma só: A Igreja Católica. Detentora das chaves do Reino dos Céus e porta pela qual o mundo deve passar. Há dois mil anos A Igreja Católica e somente A Igreja tem o direito de proclamar se isto ou aquilo é revelação divina ou não. Mesmo porque As Escrituras Sagradas já tinham sido formadas em um conjunto de livros há mais de 1300 anos antes do protestantismo surgir. Quem é que você acha que leu, selecionou, orou, discerniu e decidiu quais eram os livros inspirados? A Igreja Católica.

                 Em segundo lugar: temos que saber, centenas de livros foram escritos. Só evangelhos foram escritos mais de 800. Todos os discípulos escreveram evangelhos e muitas outras pessoas que não foram discípulos e muitos outros que não conheceram Jesus. Lucas e Marcos não eram apóstolos, eram discípulos dos apóstolos, e escreveram evangelhos que fazem parte dos livros sagrados. Então, como foi se chegou à conclusão entre tantos livros quais eram os evangelhos inspirados? A resposta é uma só: A Eucaristia. Depois de ler durante séculos todos os evangelhos que apareciam em oração e discernimento também segundo inspiração do Espírito Santo, A Igreja Católica viu que a fonte chave, o ponto crucial para que um evangelho fosse reconhecido como inspirado é A Santa Ceia do Senhor. Nos quatro evangelhos a Eucaristia está presente. Fato: nós bem sabemos que a Eucaristia é o ponto máximo da fé católica. E é assim, através de muito estudo e muita oração A Igreja Católica fechou o Canôn de toda A Bíblia Sagrada.

                   Em terceiro lugar: todo cristão deve saber de algo: A Santa Ceia do Senhor é a única cena em comum nos quatro evangelhos. Procure outro ponto relatado da mesma forma nos quatro evangelhos. O nascimento de Jesus não é narrado do mesmo jeito nos evangelhos, cada um descreve um momento da mesma cena. A crucificação de Cristo não é transmitida da mesma forma. A ressurreição de Nosso Senhor está nos quatro evangelhos, mas de forma diferentes em seu conteúdo. Somente a Eucaristia é o ponto em comum contido entre os evangelhos. Isto é fé católica, é doutrina católica, é dogma católico. Isto é prova de que foi A Igreja Católica que, montou A Bíblia Sagrada, tanto o Antigo quanto o Novo Testamento. Mais uma vez A Igreja Católica se sobressai em relação às seitas. Se existe uma reunião de livros sagrados chamado de Bíblia é graças A Igreja Católica.

                   Agora podemos contar a história conforme aconteceu. Quem formou A Bíblia Sagrada foi A Igreja Católica que durante seis séculos estudou, orou discerniu até formar o que hoje temos em nossas mãos. Seis séculos, isto é muito mais tempo do que o protestante tem de existência. O protestantismo que não estudou, não orou, não discerniu, não formulou nada, já tinham A Bíblia pronta em suas mãos, graças A Igreja Católica, e ainda acham que podem dar alguma opinião sobre o caso.

                   Se A Bíblia Sagrada valesse por ela mesma sem uma autoridade para interpretá-la e ministrar seus livros, apontando sua inspiração divina, como poderíamos saber qual livro foi inspirado? E o que cada passagem quer dizer? Os gnósticos queriam colocar muito mais livros nas Escrituras para confirmar as idéias hereges que eles acreditavam. Marcião queria tirar quase todos os livros do Novo Testamento, só deixaria as cartas de Paulo Apóstolo e o Evangelho de Lucas. Isto aconteceu e muitas outras coisas aconteceram mil anos antes do protestantismo.

                   E se não fosse A Igreja Católica, quem mais poderia dizer não para os livros apócrifos? Santo Irineu de Lion, no século II, já falava de livros que não poderiam entrar nas Escrituras Sagradas porque continham muitos erros e apontava esses erros. Aliais, no final do século II, já existia uma lista com os nomes dos livros do Novo Testamento, livros esses que poderiam ser lidos durante A Santa Missa. Sem A Igreja Católica, ninguém mais pode dizer quais livros são inspirados ou não.

                   Não existiria Antigo e muito menos Novo Testamento sem A Igreja Católica, porque o Novo Testamento foi escrito junto com A Igreja nascente. E o Antigo Testamento precisou muito estudo e oração. Há dois mil anos A Igreja Católica mantém fé na mesma doutrina, enquanto o protestantismo com somente 500 anos se desmancha em milhares de denominações e doutrinas diferentes. Somente sabemos o que Cristo fez durante sua vida porque A Igreja Católica nos contou através da Tradição Oral, depois nas Cartas Apostólicas, cartas essas que comprovam a tradição porque primeiro aconteceu à pregação e depois vieram os escritos. E o Magistério da Igreja que com a mesma inspiração divina das Escrituras, montou A Bíblia Sagrada.

 

 

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Os Livros Sagrados


Palavra de Deus

 

 

                 "Cristo Senhor, em quem se consuma a revelação do Sumo Deus, ordenou aos Apóstolos que o Evangelho, prometido antes pelos profetas, completado por ele e por sua própria boca promulgado, fosse por eles pregado a todos os homens como fonte de toda a verdade salvífica e de toda a disciplina de costumes, comunicando-lhes os dons divinos." 75

                 “A transmissão do Evangelho, segundo a ordem do Senhor, fez-se de duas maneiras: oralmente - "pelos apóstolos, que na pregação oral, por exemplos e instituições, transmitiram aquelas coisas que ou receberam das palavras, da convivência e das obras de Cristo ou aprenderam das sugestões do Espírito Santo"; por escrito - "como também por aqueles apóstolos e varões apostólicos que, sob inspiração do mesmo Espírito Santo, puseram por escrito a mensagem da salvação" “76

                "Para que o Evangelho sempre se conservasse inalterado e vivo na Igreja, os apóstolos deixaram como sucessores os bispos, a eles 'transmitindo seu próprio encargo de Magistério." Com efeito, "a pregação apostólica, que é expressa de modo especial nos livros inspirados, devia conservar-se por uma sucessão contínua até a consumação dos tempos". 77

               “Esta transmissão viva, realizada no Espírito Santo, é chamada de Tradição enquanto distinta da Sagrada Escritura, embora intimamente ligada a ela. Por meio da Tradição, "a Igreja, em sua doutrina, vida e culto, perpetua e transmite a todas as gerações tudo o que ela é, tudo o que crê". "O ensinamento dos Santos Padres testemunha a presença vivificante desta Tradição, cujas riquezas se transfundem na praxe e na vida da Igreja crente e orante”." 78

               “Assim, a comunicação que o Pai fez de si mesmo por seu Verbo no Espírito Santo permanece presente e atuante na Igreja: "O Deus que outrora falou mantém um permanente diálogo com a esposa de seu dileto Filho, e o Espírito Santo, pelo qual a voz viva do Evangelho ressoa na Igreja e através dela no mundo, leva os crentes à verdade toda e faz habitar neles abundantemente a palavra de Cristo”." 79

                "O patrimônio sagrado" da fé ("depositum fidei"), contido na Sagrada Tradição e na Sagrada Escritura, foi confiado pelos apóstolos à totalidade da Igreja. "Apegando-se firmemente ao mesmo, o povo santo todo, unido a seus Pastores, persevera continuamente na doutrina dos apóstolos e na comunhão, na fração do pão e nas orações, de sorte que na conservação, no exercício e na profissão da fé transmitida se crie uma singular unidade de espírito entre os bispos e os fiéis." 84

 

 

Transmissão da Palavra

 

 

                 “Deus é o autor da Sagrada Escritura. "As coisas divinamente reveladas, que se encerram por escrito e se manifestam na Sagrada Escritura, foram consignadas sob inspiração do Espírito Santo”. "A santa Mãe Igreja, segundo a fé apostólica, tem como sagrados e canônicos os livros completos tanto do Antigo como do Novo Testamento, com todas as suas partes, porque, escritos sob a inspiração do Espírito Santo, eles têm Deus como autor e nesta sua qualidade foram confiados à própria Igreja”." 105

                 “Deus inspirou os autores humanos dos livros sagrados. "Na redação dos livros sagrados, Deus escolheu homens, dos quais se serviu fazendo-os usar suas próprias faculdades e capacidades, a fim de que, agindo ele próprio neles e por meio deles, escrevessem, como verdadeiros autores, tudo e só aquilo que ele próprio queria”." 106

                “Os livros inspirados ensinam a verdade. "Portanto, já que tudo o que os autores inspirados (ou hagiógrafos) afirmam deve ser tido como afirmado pelo Espírito Santo, deve-se professar que os livros da Escritura ensinam com certeza, fielmente e sem erro a verdade que Deus em vista de nossa salvação quis fosse consignada nas Sagradas Escrituras”." 107

                “Todavia, a fé cristã não é uma "religião do Livro". O Cristianismo é a religião da "Palavra" de Deus, "não de uma palavra escrita e muda, mas do Verbo encarnado e vivo". Para que as Escrituras não permaneçam letra morta, é preciso que Cristo, Palavra eterna de Deus vivo, pelo Espírito Santo nos "abra o espírito à compreensão das Escrituras".” 108

                “Na Sagrada Escritura, Deus fala ao homem à maneira dos homens. Para bem interpretar a Escritura é preciso, portanto, estar atento àquilo que os autores humanos quiseram realmente afirmar e àquilo que Deus quis manifestar-nos pelas palavras deles.” 109

                “Para descobrir a intenção dos autores sagrados, há que levar em conta as condições da época e da cultura deles, os "gêneros literários" em uso naquele tempo, os modos, então correntes, de sentir, falar e narrar. "Pois a verdade é apresentada e expressa de maneiras diferentes nos textos que são de vários modos históricos ou proféticos ou poéticos, ou nos demais gêneros de expressão”. "110

               “Mas, já que a Sagrada Escritura é inspirada, há outro princípio da interpretação correta, não menos importante que o anterior, e sem o qual a Escritura permaneceria letra morta: "A Sagrada Escritura deve também ser lida e interpretada com a ajuda daquele mesmo Espírito em que foi escrita". O Concílio Vaticano II indica três critérios para uma interpretação da Escritura conforme o Espírito que a inspirou:” 111

               “1. Prestar muita atenção "ao conteúdo e à unidade da Escritura inteira". Pois, por mais diferentes que sejam os livros que a compõem, a Escritura é una em razão da unidade do projeto de Deus, do qual Cristo Jesus é o centro e o coração, aberto depois de sua Páscoa

O coração de Cristo designa a Sagrada Escritura, que dá a conhecer o coração de Cristo. O coração estava fechado antes da Paixão, pois a Escritura era obscura. “Mas a Escritura foi aberta após a Paixão, pois os que a partir daí têm a compreensão dela consideram e discernem de que maneira as profecias devem ser interpretadas.” 112

                 “2. Ler a Escritura dentro "da Tradição viva da Igreja inteira". Consoante um adágio dos Padres, "Sacra Scriptura principalius est in corde Ecclesiae quam in materialibus instrumentis scripta a sagrada Escritura está escrita mais no coração da Igreja do que nos instrumentos materiais". Com efeito, a Igreja leva em sua Tradição a memória viva da Palavra de Deus, e é o Espírito Santo que lhe dá a interpretação espiritual da Escritura (“... segundo o sentido espiritual que o Espírito dá à Igreja").” 113

                  “3. Estar atento "a anagogia da fé" Por "anagogia da fé" entendemos a coesão das verdades da fé entre si e no projeto total da Revelação.” 114

 

 

sábado, 20 de julho de 2013

Aprender com os outros

 
Uma enfermeira australiana - Bronnie Ware - escreveu um livro original. Tendo se dedicado a doentes terminais, colecionou suas queixas, seus arrependimentos e seus sonhos não realizados. Tinha consciência de que aquilo que foi ouvindo de uns e de outros ao longo de alguns anos era muito mais do que meros desabafos, mas ela estava, sim, diante de sentimentos profundos, de dores que machucavam, de vidas não vividas. Para que o livro não se tornasse apenas um amontoado de depoimentos, organizou-os em grandes grupos, aos quais denominou "Os cinco maiores arrependimentos à beira da morte". São eles:
1º - "Eu gostaria de ter tido a coragem de viver a vida que eu quisesse, não a vida que os outros esperavam que eu vivesse". Segundo Ware, esse foi o arrependimento mais comum. Diante da proximidade da morte, muitos olhavam para trás e tomavam consciência do que gostariam de ter feito e não fizeram, preocupados sempre com imposições externas ou com o desejo de querer agradar. Em outras palavras, poderiam escolher para a lápide de sua sepultura a frase: "A vida que poderia ter sido e não foi".
 
2º - "Eu gostaria de não ter trabalhado tanto". Essa afirmação nascia especialmente da boca de homens que tinham passado a vida envolvidos pelo trabalho, pela luta para aumentar seu patrimônio ou para serem sempre mais famosos. Percebiam, de repente, que não haviam acompanhado a infância e a juventude seus filhos, que a família tinha ficado sempre em segundo plano, embora procurassem se convencer, enquanto estavam em sua roda viva, que era para a esposa e os filhos que tudo faziam.
 
3º - "Eu queria ter tido a coragem de expressar meus sentimentos". Alguns se arrependiam por não terem sido capazes de expressar seu amor e seu carinho ou por não terem sido capazes de fazer elogios a quem os merecia. Outros guardavam ressentimentos antigos, fazendo de seu coração um "freezer", onde sua amargura estava congelada, sempre pronta a se manifestar. Agora, se perguntavam: "Para quê? De que adiantou isso?"
 
4º - "Eu gostaria de ter tido mais tempo para meus amigos". Muitos descobriram que não haviam cultivado velhas e sinceras amizades, e que não era naquela fase final da vida que iriam conseguir novos amigos.
 
5º - "Eu gostaria de ter-me permito ser mais feliz". Expresso isso com minhas palavras: o grande erro de muitas pessoas consiste em estragar a vida com mesquinharias, com insatisfações não superadas, com o fechar-se em si mesmas, num egoísmo que mata a alegria.
 
Percebe-se que a autora do livro, não sei se premeditadamente, não entrou no campo espiritual, religioso. Por isso, sem pretender completar seu interessante trabalho, mas como expressão do que penso e acredito, faço duas observações envolvidas pela perspectiva da fé.
 
A primeira diz respeito a Santo Agostinho. Para que todos o situem no tempo, lembro que ele morreu no ano 430. Depois de uma vida atribulada em busca da verdade, escreveu os caminhos que percorreu até encontrá-la, no livro autobiográfico "Confissões". Começou constatando: "Criaste-nos para ti, Senhor, e inquieto está o nosso coração enquanto não repousa em ti". E concluiu: "Tarde te amei, Beleza tão antiga e tão nova; tarde te amei! Tu estavas dentro de mim e eu te buscava fora de mim. (...) Tu estavas comigo, mas eu não estava contigo. (...) Saboreei-te, e agora tenho fome e sede de ti. Tocaste-me, e inflamei-me na tua paz."
 
A segunda observação é de Jesus Cristo, e ele a apresentou sob a forma de uma pergunta: "De que adianta a alguém ganhar o mundo inteiro, se vier a perder a própria vida?" (Mateus 16,26). Traduzindo isso em palavras muito pobres posso dizer: onde ficaram as vaidades de muitos, os bens que acumularam - muitas vezes de maneira não honesta-, os prazeres que dominaram suas vidas? O que fica de uma vida, além do amor semeado? Oportuno é, pois, o pensamento que bem poderia servir de título para um livro: "A vida nos é dada para procurar Deus; a morte, para encontrá-lo; e a eternidade, para possuí-lo".
DOM MURILO KRIEGER,scj - Arcebispo de São Salvador da Bahia, Primaz do Brasil

terça-feira, 16 de julho de 2013

O precioso Sangue de Cristo



O mês de julho a Igreja dedica ao preciosíssimo Sangue de Cristo, derramado pelo perdão dos nossos pecados.

O Sangue de Cristo representa a Sua Vida humana e divina, de valor infinito, oferecida à Justiça divina para o perdão dos pecados de todos os homens de todos os tempos e lugares. Quem for batizado e crer, como disse Jesus, será salvo (Mc 16,16) pelo Sangue de Cristo.

Em cada Santa Missa a Igreja renova, presentifica, atualiza e eterniza este Sacrifício de Cristo pela Redenção da humanidade. Em média, a cada quatro segundos essa oferta divina sobe ao Céu em todo o mundo.

O Catecismo da Igreja ensina que mesmo que o mais santo dos homens tivesse morrido na cruz, seria o seu sacrifício insuficiente para resgatar a humanidade das garras do demônio; era preciso um sacrifício humano, mas de valor infinito. Só Deus poderia oferecer este sacrifício; então, o Verbo divino, dignou-se assumir a nossa natureza humana, para oferecer a Deus um sacrifício de valor infinito. A majestade de Deus é infinita; e foi ofendida pelos pecados dos homens. Logo, só um sacrifício de valor infinito poderia restabelecer a paz entre a humanidade e Deus.

“Mas eis aqui uma prova brilhante de amor de Deus por nós: quando éramos ainda pecadores, Cristo morreu por nós.  Portanto, muito mais agora, que estamos justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira” (Rm 5,8-9).

São Pedro ensina que fomos resgatados pelo Sangue do Cordeiro de Deus, mediante “a aspersão do seu sangue” (1Pd 1, 2).

“Porque vós sabeis que não é por bens perecíveis, como a prata e o ouro, que tendes sido resgatados da vossa vã maneira de viver, recebida por tradição de vossos pais, mas pelo precioso sangue de Cristo, o Cordeiro imaculado e sem defeito algum, aquele que foi predestinado antes da criação do mundo.” (1Pe1,19)

Ao despedir dos bispos de Éfeso, em lágrimas, S.Paulo pede que cuidem do rebanho de Deus contra os hereges que já surgiam naquele tempo, porque este rebanho foi “adquirido com o seu Sangue” (At 20,28).

Para os judeus a vida estava no sangue (cf. Lv 11,17), e por isso eles não comiam o sangue dos animais; na verdade, a vida está na alma e não  no sangue; mas para eles o sangue tinha este significado. É muito interessante notar que no dia da Páscoa, a saída do povo judeu do Egito, naquela noite da morte dos primogênitos, Deus, segundo o entendimento do povo, mandou que este passasse o sangue do cordeiro imolado nos umbrais das portas para que o Anjo exterminador não causasse a morte do primogênito naquela casa.

Este sangue do cordeiro simbolizava e prefigurava o Sangue de Cristo, da Nova e Eterna Aliança que um dia seria celebrada no Calvário. É por isso que S.João Batista, o Precursor de Jesus, ao anunciá-lo aos judeus vai dizer: “Este é o Cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo” (Jo 1, 19).  É a missão de Cristo, ser o Cordeiro de Deus imolado por amor dos homens.

É este Sangue de Cristo que nos purifica de todo pecado:
“Se, porém, andamos na luz como ele mesmo está na luz, temos comunhão recíproca uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo pecado” (1Jo 1,7).

“Jesus Cristo, testemunha fiel, primogênito dentre os mortos e soberano dos reis da terra. Àquele que nos ama, que nos lavou de nossos pecados no seu Sangue  e que fez de nós um reino de sacerdotes para Deus e seu Pai, glória e poder pelos séculos dos séculos! Amém.” (Ap 1, 5)

“Cantavam um cântico novo, dizendo: Tu és digno de receber o livro e de abrir-lhe os selos, porque foste imolado e resgataste para Deus, ao preço de teu Sangue, homens de toda tribo, língua, povo e raça; e deles fizeste para nosso Deus um reino de sacerdotes, que reinam sobre a terra” (Ap 5, 9-10).

Os mártires derramaram o seu sangue por Cristo, na força do seu Sangue:
“Mas estes venceram-no por causa do Sangue do Cordeiro e de seu eloqüente testemunho. Desprezaram a vida até aceitar a morte” (Ap 12, 11).

O Apocalipse ainda nos mostra que os santos lavaram as suas vestes (as almas) no Sangue de Cristo:
“Esses são os sobreviventes da grande tribulação; lavaram as suas vestes e as alvejaram no Sangue do Cordeiro” (Ap 7, 14).

Hoje esse Sangue redentor de Cristo está à nossa disposição de muitas maneiras. Em primeiro lugar pela fé; somos justificados por esse Sangue ensina S. Paulo:

“Mas eis aqui uma prova brilhante de amor de Deus por nós: quando éramos ainda pecadores, Cristo morreu por nós. Portanto, muito mais agora, que estamos justificados pelo seu Sangue, seremos por ele salvos da ira” (Rm 5, 8-9).

Ele está à nossa disposição também no Sacramento da Confissão; pelo ministério da Igreja e dos sacerdotes o Cristo nos perdoa dos pecados e lava a nossa alma com o seu precioso Sangue. Infelizmente muitos católicos ainda não entenderam a profundidade deste Sacramento e fogem dele por falta de fé ou de humildade. O Sangue de Cristo perdoa os nossos pecados na Confissão e cura as nossas enfermidades espirituais e psicológicas.

Este Sangue está presente na Eucaristia: Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Jesus. Na Comunhão podemos ser lavados e inebriados pelo Sangue redentor do Cordeiro sem mancha que veio tirar o pecado de nossa alma. Mas é preciso parar para adorá-lo no Seu Corpo dado a nós. Infelizmente muitos ainda comungam mal, com pressa, sem Ação de Graças, sem permitir que o Sangue Real e divino lave a alma pecadora e doente.

Prof. Felipe Aquino

 

sábado, 13 de julho de 2013

Fonte de Água Viva


 


“Bendito o homem que deposita a confiança no Senhor, e cuja esperança é o Senhor. Assemelha-se à árvore plantada perto da água, que estende as raízes para o arroio; se vier o calor, ela não temerá e sua folhagem continuará verdejante; não a inquieta a seca de um ano, pois ela continua a produzir frutos” (Jr 17,7s).

Confiar no Senhor Deus, Deus de toda consolação, de amor inestimável, misericórdia infinita. Deus que é poder supremo e nos nutre com sua graça. A Palavra acima nos convida a confiar e confiar naquele que é plenitude; plenitude da graça, do amor, da justiça, da fidelidade.

 Longe de Deus somos como espinheiros numa terra árida e poeirenta. Somos como que intocáveis, pois na secura e vazio da alma, somos suscetíveis de ferir quem se aproxima e nos toca. Somos inférteis, ou então produzimos frutos amargos e travosos. Assim é a vida daqueles que ao invés de Deus confiam em si próprios, julgando-se autossuficientes, numa atitude de extrema soberba. São como a figueira improdutiva do Evangelho segundo Lucas, cap. 13,6.

A palavra em Jeremias que abre esta reflexão nos mostra claramente que se quisermos frutificar e frutificar sempre faz-se necessário entregar-se inteiramente a Deus. A Palavra nos atesta que se estivermos enraizados junto à fonte de água viva (Deus na Santíssima Trindade) teremos tudo que Ele nos oferece: o refrigério, o conforto, a segurança, as virtudes, enfim a felicidade autêntica que só podemos encontrar nele.

Voltando à figueira de Lucas 13, a partir do versículo 7 o senhor do campo tencionava derrubá-la pois ela era infrutífera; o agricultor interveio e argumentou que ela poderia dar figos se bem cuidada. Esta figueira nos representa; com os cuidados devidos, regada no tempo a na medida certa ela poderá frutificar. Irrigando-nos com a água viva, o Espírito Santo, encontramos Jesus, o Filho, que apresenta e oferece o regaço acolhedor do Pai Eterno. Daí se poderá fruir no coração frutos de amor, de esperança e de justiça. 

 

 

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Ibope do céu


  Falando de ibope e medida de audiência ou sintonia, falemos dos métodos que levam alguém ou uma emissora a ter mais gente a ouvi-la e com isso, faturar mais, já que ninguém é de ferro e quer ganhar dinheiro. É bem isso que os índices de audiência significam. Temos XY milhões de ouvintes, por isso veicular mensagens por meio de nós significa vender melhor (marketing). Nós oferecemos um market (mercado) vasto, de XYZ milhões de ouvintes. Nosso preço para isso é $$$$$.

 

Começa por aí o perigo de usar tais palavras sem uma explicação bem clara a todo o que ouve. Marketing, traduzido seja como for, sempre significará mercadejar, enaltecendo o próprio produto e dourando a pílula para que mais gente compre. Marketing da fé, por mais voltas que demos acaba sempre no projeto de saber entregar a mercadoria bem embalada de maneira atraente para ganhar mais adeptos. Foi o que Jesus não fez em várias ocasiões. Ele daria cólicas de susto a qualquer diretor de marketing que se metesse a dirigi-lo.

 

Afinal que diretor de marketing aceitaria que seu dirigido dissesse que segui-lo dava em cruz e sofrimento? Que fosse embora quem não quisesse ouvi-lo? Que não adaptaria palavras para agradar? Que não veio para os bonzinhos e sim para os pecadores?  Que as prostitutas iriam para o céu mais depressa que os chefes religiosos? Que supermercado rejeita um cliente ou o manda procurar outro? Jesus não dosava as palavras para ganhar clientes nem adeptos. E provavelmente jamais mentiria sobre números. E não ensinaria a seus discípulos que eles eram os maiores e melhores e que seriam vitoriosos aqui, agora, já. É inimaginável Jesus pregando correntes de prosperidade aos negociantes... Ou dizendo que um time venceria se tivesse mais adeptos dele. Quando dois arrojados e ingênuos discípulos admitiram que gostariam dos primeiros lugares, perguntou se tinham estômago para aguentar as
 
consequências de tal responsabilidade. Fama e glória não eram com ele. Não veio dar dinheiro nem prosperidade. O marqueteiro muitas vezes mente e ilude o comprador. Jesus jamais faria isso!

 

No céu não vai valer o marketing das igrejas nem o do mundo. Vai valer a caridade e ponto final! Um dos perigos da igreja eletrônica é olhar demais os dígitos e acabar adaptando o discurso a eles. Jesus também já falou o que acha de pregadores que movem céus e terras e fazem qualquer negócio para fazer mais adeptos (Mt 7,21 e Mt 23,15). Elogio é que não foi...

     Pe. Zezinho (Texto extraído do site canção nova)

 

 

                                  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

sábado, 6 de julho de 2013

Fé – Certeza do que não vemos




A fé é uma energia espiritual e uma iluminação interior que nos capacita a crer com toda certeza em Jesus Cristo e em tudo que ele revelou. Porque cremos que Jesus é verdadeiro, cremos no Pai, no Espírito Santo, na vida eterna, na existência do céu e do inferno e em todas as outras verdades que Jesus nos revelou. Cremos porque ele disse, e pronto!

Porque Deus é espírito puríssimo e porque nós também temos um espírito, e sabemos que no espírito não há matéria, concluímos que existem duas realidades espirituais. Estas são reveladas de forma especial e segura pela fé.

São Paulo nos diz: “A fé é o fundamento da esperança; é uma certeza a respeito do que não se vê. Foi ela que fez a glória dos nossos antepassados” (Hb 11,1-2).

Pela fé cremos firmemente na existência e no amor do Pai, do filho que é Jesus e do Espírito Santo. Porque cremos em Deus, cremos em todos os lindos segredos que ele nos revelou. Por isso cremos em muitas realidades que não vemos, porque ele revelou a nós. Não vemos o nosso espírito, mas cremos e sabemos que ele existe e que nos anima, nos mantém vivos e que continuará vivo após a nossa morte. Não vemos Jesus ressuscitado na Eucaristia ou na comunidade reunida, mas cremos e sabemos que ele ali está. Não vemos o céu e o inferno, mas cremos e sabemos que eles existem, porque Jesus nos revelou. Não vemos os nossos falecidos que já partiram para eternidade, mas cremos e sabemos que eles existem, que vivem numa outra dimensão, na vida eterna que se inicia com a morte.

Pela fé no Deus Uno e Trino, nós podemos ter certeza absoluta a respeito de todas as realidades que não vemos, as quais foram reveladas pela bondosa misericórdia do Deus que nos ama com amor eterno e quer nos dar a vida junto a si, na glória do céu.

Neste Ano da Fé queremos aprofundar e solidificar ainda muito mais nossa vida de fé, a fim de vivermos uma vida santa e cheia de boas obras, para um dia alcançarmos o convívio do Pai, do Filho e do Espírito Santo na glória celeste.

(Pe. Alirio Pedrini)

quarta-feira, 3 de julho de 2013

O Livre Exame


                      “Antes de tudo, sabei que nenhuma profecia da Escritura é de interpretação pessoal. Porque jamais uma profecia foi proferida por efeito de uma vontade humana. Homens inspirados pelo Espírito Santo falaram da parte de Deus.” (2Pedro 1, 20-21)
                        O livre exame consiste de forma falsa na afirmação errônea de que cada pessoa pode pegar sua Bíblia e interpretá-la com lhe convém. Este é o fraco argumento protestante para que eles nunca admitam que estejam errados. É só pararmos para pensar: se o mundo fosse todo ao livre exame, cada um interpretando do jeito que quiser o que aconteceria? Confusão! E os protestantes são mestre nisso. Imagine como seriam as leis. Pois bem, se as leis do mundo não são assim, A Palavra de Deus muito menos.
                       “Reconhecei que a longa paciência de nosso Senhor vos é salutar, como também vosso caríssimo irmão Paulo vos escreveu, segundo o dom de sabedoria que lhe foi dado. É o que ele faz em todas as suas cartas, nas quais fala nestes assuntos. Nelas há algumas passagens difíceis de entender, cujo sentido os espíritos ignorantes ou pouco fortalecidos deturpam, para a sua própria ruína, como o fazem também com as demais Escrituras. Vós, pois, caríssimos, advertidos de antemão, tomai cuidado para que não caiam da vossa firmeza, levados pelo erro destes homens ímpios. Mas crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. A ele a glória agora e eternamente.” (2Pedro 3, 15-18)
                       Acabamos de ler uma das várias passagens que negam o livre exame inventado pelo protestantismo contra A Igreja. Por sua vez, todos os protestantes se dizem inspirados pelo Espírito Santo, mas é só pensarmos: dois pastores têm duas “interpretações” completamente diferentes de um mesmo versículo, qual dos dois está certo? Por mais lamentável que pareça os protestantes pensam: os dois. Como se o Espírito Santo fosse contraditório, como se Deus não soubesse o que fala e que quer de nós. 
                      “O nosso Evangelho vos foi pregado não somente por palavra, mas também com poder, com o Espírito Santo e com plena convicção. Sabeis o que temos sido entre vós para a vossa salvação.” (1Tessanonicenses 1,5)
                     
                   A nossa pregação não provém de erro, nem de intenções fraudulentas, nem de engano. Mas, como Deus nos julgou dignos de nos confiar o Evangelho, falamos, não para agradar aos homens, e sim a Deus, que sonda os nossos corações.” (1Tessalonicenses 2, 3-4)
                       Existem mil denominações protestantes e cada uma tem sua própria “interpretação” do Evangelho, qual estaria então certa? Agora sim, sabendo o que Paulo Apóstolo quis dizer com ‘intenções fraudulentas’. Engraçado é que para os protestantes todas as mil estariam certas, menos A Igreja Católica, a única Igreja Cristã que não acredita em interpretações contraditórias.
                      “Por isso é que também nós não cessamos de dar graças a Deus, porque recebestes a palavra de Deus, que de nós ouvistes, e a acolheu, não como palavra de homens, mas como aquilo que realmente é como palavra de Deus, que age eficazmente em vós, os fiéis.” (1Tessalonicenses 2, 13)         
                      Então, meu caro amigo, estamos estudando aquilo que é verdadeiramente A Palavra de Deus, algo perfeito, sem mancha, sem erro, sem engano, sem mil interpretações. Será mesmo que Deus ficaria feliz se cada um ler A Palavra e ‘interpretar’ do jeito que lhe convém? Pense, eram os fariseus que não entendiam nada e se julgavam doutores...            
                     “Mas temo que, como a serpente enganou Eva com a sua astúcia, assim se corrompam os vossos pensamentos e se apartem da sinceridade para com Cristo.” (2Corintios 11, 3)
                      Será mesmo que uma pessoa que prega essa tal de livre interpretação para somente acreditar no que lhe convém está agindo com sinceridade com Cristo? Bem, digamos que a serpente mostrou à Eva o seu livre exame. Então vejamos: 
                    Estou admirado por estardes a abandonar tão depressa Aquele que vos chamou por meio da graça de Cristo, para aceitardes outro Evangelho. Na realidade, porém, não existe outro Evangelho. Há somente pessoas que semeiam confusão entre vós e querem deturpar o Evangelho de Cristo. Maldito aquele que vos anunciar um evangelho diferente daquele que vos anunciamos, ainda que sejamos nós mesmos ou algum anjo do céu. Já vos dissemos antes e agora repetimos: Maldito seja quem vos anunciar um evangelho diferente daquele que recebestes. Porventura procuro a aprovação dos homens, ou a aprovação de Deus? Ou procuro agradar aos homens? Se procurasse agradar aos homens, não seria servo de Cristo. (Gálatas 1, 6-10)
                     Assim deixamos claro que Deus nunca aprovará as várias interpretações. Não existe outro Evangelho. Não há nada de diferente (muitos sentidos) no Evangelho de Cristo. Um só é O Senhor, uma só é A Palavra e uma só é A Interpretação (O Sagrado Magistério).