sábado, 30 de agosto de 2014

A MORALIDADE DAS PAIXÕES


No ser humano existe uma série de impulsos, tendências, afetos e sentimentos, conhecidos pelo termo "paixões", São forças que Deus colocou em nossa natureza e que nos fazem agir. Elas provocam tensão, mas são úteis quando conseguimos orientá-las.
Mas, o que eu quero ressaltar é a moralidade das paixões, que o Catecismo da Igreja Católica resume em algumas sentenças: 1) O termo "paixões" designa afeições ou sentimentos; 2) As principais paixões são: amor, ódio, desejo, medo, alegria, tristeza e cólera; 3] As paixões e os sentimentos podem ser assumidos em virtudes ou pervertidos em vícios, Grandes sentimentos moveram Hitler e Gandhi com resultados bem diferentes para a humanidade,
As paixões são sinais de que estamos vivos, sentindo. Sem paixão, nunca teríamos, educação, música religião... Mas precisamos ordena-las; caso contrário, elas serão qualificadas como cegueira ou fanatismo.
A perfeição moral está em que o homem não seja movido para o bem só pela vontade, mas também pelo apetite sensível. Em si mesmas, as paixões não são boas nem más, só recebem qualificação moral na medida cm que dependem efetivamente da razão e da vontade, e nos impulsionam a agir bem ou mal, Assim, as paixões são moralmente boas quando contribuem para o bem e moralmente más se nos levam a agir mal,
Não é fácil orientar nossas paixões, submetendo-as à razão. Mas é necessário fazê-lo se queremos viver com a dignidade da nossa condição humana, É preciso querer e lutar, e é necessária a graça de Deus, que o Espírito Santo proporciona aos que a pedem. Santo Agostinho escreveu: "Deus não manda coisas impossíveis, mas, quando manda algo, te adverte que faças o que possas, que peças o que não possas, e te ajudará para que possas. Então, pela força do Espírito Santo que mora em nós, todo o nosso ser será orientado por Deus.
Quando se vive em Cristo, os sentimentos humanos podem alcançar sua consumação na caridade. Cada um de nós tem uma vocação, que deve orientar a nossa vida, de modo que as nossas paixões também fiquem bem ordenadas. Dessa forma, daremos uma valiosa contribuição para a edificação do Corpo Místico de Cristo no mundo. 
Pe. Francisco Sehnem,scj – fonte: revista Brasil Cristão (ASJ)


terça-feira, 26 de agosto de 2014

O Senhor glorifica o pai nos filhos


Deus quer glorificar, honrar o pai através de seus   filhos, Como é maravilhoso ver  uma familia em que os filhos, sadiamente educados pelo seu pai, edificam suas vidas conforme a. Palavra de Deus. Deus honra a esse pai. Ora, Deus quer honrar   bom pai  em seus filhos, quem somos nós para não o fazermos?
Em nossos dias, vemos várias tentativas de se criar uma nova família em que a presença do pai  é desprezada ou até descartada. É  como se a figura  masculina fosse desnecessária ou mesmo inoportuna para a educação plena dos filhos. Considerar - priori – que o pai é um  antivalor a ser eliminado, em muitos casos, demonstra o sentimento de superioridade e onipotência da mãe. Há episódios em que a falta do pai ocorre por motivo de sua morte, desaparecimento; ou abandono do lar.Porém, tais casos independem da vontade de sua mulher e dos, seus filhos, que geralmente sofrem tal ausência
Sobre  esta questão, bem colocou São João Paulo II "Como a experiência ensina, a ausência do  pai provoca desequilíbrios  psicológicos  e morais e  dificuldades. Notáveis nas relações familiares. O mesmo acontece também em situações opostas   pela   presença ostensiva do pai, especialmente onde  ainda se verifica o fenômeno do machismo ,ou seja, da superioridade abusiva das prerrogativas masculinas que humilham a mulher e inibem o desenvolvimento relações familiares sadias" (Exortação Apostólica Familiaris Consortio, 25).
Um homem com a consciência formada sob luz do Espirito Santo jamais humilhará mulher e filhos e tudo  fará para desenvolver o relacionamento familiar saudável . A Bíblia nos ensina sobre a importância única e insubstituível do pai na estrutura familiar e de como o pai formar os seus filhos. Vemos que o pai exerce o papel de provedor  em sentido amplo, de forma que cabe a ele   proteger e   cuidar não apenas da vida física de todos os membros  família que ele decidiu constituir, mas  também que compete a ele fortalecê-los, ampará-los e orienta-los sob aspecto psicológico e espiritual.
De que adianta dar aos filhos todos os  bens deste mundo e privá-los dos valores morais e eternos? "pois que aproveitará homem se ganhar o mundo inteiro, mas arruinar a sua vida?' (Mt 16,26), De que valem todos os ensinamentos humanos sem a sabedoria de Deus? "A sabedoria que vem do alto é, antes de tudo, pura, depois pacifica,indulgente, conciliadora, cheia da misericórdia e de bons frutos, isenta de parcialidade e de hipocrisia" (Tg3,17).
Queres ser um bem pai e receber a honra de Deus? "Ensina a criança no caminho que deve andar, e mesmo quando for velho, não se desfará dele" (Pr 22,6), A Palavra de Deus nos ensina que o homem sensato constrói sua casa sobre a. Rocha (cf: Mt7.24-27). Ora, a rocha, é Cristo (1Cor 10,4); É sobre de que as famílias devem ser alicerçadas a fim de resistir a todas as investidas que virão contra ela. Um pai prudente e equilibrado edifica as paredes de sua casa em  total retidão,de forma a ser exemplo para seus filhos. Porém, o pai submisso à vontade de Deus sabe perfeitamente que ele não edificará sozinho a sua casa; ele depende de Deus: '"Se Adonai não constrói a casa, em ' vão labutam os seus construtores" (Sl 127,1) Feliz o pai que coloca a sua confiança em Deus para edificar o seu lar.
Roseli Cristina Rodolfo (terapeuta familiar-medicina comportamental-S. José dos Campos/SP)
Fonte: Revista Canção Nova



sábado, 23 de agosto de 2014

Deus está sempre perto de nós


Nos afastamos de Deus porque pecamos ou pecamos por que nos afastamos de Deus? Na verdade o afastamento de Deus é consequência do pecado e quanto mais pecamos, mais nos afastamos dele. Cada pecado cometido é um passo a mais longe de Deus. Sendo assim, uma vida de pecados nos distancia mais e mais de Deus, logo da Sua Graça.
É como se caminhássemos em direção ao abismo e o Senhor ficasse nos observando, aguardando com extrema misericórdia nosso retorno. Se arrependidos nos voltamos a Ele, para cada passo nosso em sua direção, Ele dá inúmeros passos até nós. Assim é nosso Deus, amoroso, misericordioso; um Deus que vem em direção ao seu povo; Deus fiel, cumpridor de suas promessas: “Estou contigo para te guardar aonde quer que fores, e te reconduzirei a esta terra, e não te abandonarei sem ter cumprido o que prometi” (Gn28,15).
Deus que nos perdoa sempre e nos reconduz a seus caminhos. Se arrependidos nos voltamos a Ele, caídos, humilhados, Ele nos toma pela mão e nos soergue. Bem nos recorda o salmista: “Lembrai-vos, Senhor, de vossas misericórdias e de vossas bondades, que são eternas. Não vos lembrei dos pecados de minha juventude e dos meus delitos; em nome de vossa misericórdia, lembrai-vos de mim, por vossa bondade, Senhor. O Senhor é bom e reto, por isso reconduz os extraviados ao caminho reto. Dirige os humildes na justiça, e lhes ensina a sua via.” (Sl 24,6-9).
A graça do Senhor, sua misericórdia, seu Divino amor, em sinergia com nosso arrependimento cobrem e anulam uma multidão de pecados, pois como diz a Palavra: “Onde abundou o pecado, superabundou a Graça” (Rm 5,20).
Desse modo, caríssimos, se afastados voltemos a Deus não importando nossa condição passada ou atual; o que importa é arrependidos pedirmos perdão por nossas faltas, nos reconhecendo pecadores – como no salmo citado acima – e como o salmista, clamar pela Divina Misericórdia para que Ele venha perdoar nossos pecados e nos recolocar em caminho seguro,  o caminho da salvação que conduz à vida eterna.


quarta-feira, 20 de agosto de 2014

O Dogma do Purgatório


Fogo Purificador




                    Muitos fiéis não conhecem a doutrina do purgatório e, inúmeros não acreditam em sua existência. A grande maioria pensa que o purgatório é um lugar de castigo, mas se trata de uma purificação para as almas sem a perfeita comunhão. Infelizmente poucos conhecem a revelação do purgatório nas Sagradas Escrituras:
                    “Ouvistes o que foi dito aos antigos: Não matarás, mas quem matar será castigado pelo juízo do tribunal. Mas eu vos digo: todo aquele que se irar contra seu irmão será castigado pelos juízes. Aquele que disser a seu irmão: imbecil, será castigado pelo Grande Conselho. Aquele que lhe disser: idiota, será condenado ao fogo do inferno. Se estás, portanto, para fazer a tua oferta diante do altar e te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa lá a tua oferta diante do altar e vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; só então vem fazer a tua oferta. Entra em acordo sem demora com o teu adversário, enquanto estás em caminho com ele, para que não suceda que te entregue ao juiz, e o juiz te entregue ao seu ministro e seja posto em prisão. Em verdade te digo: dali não sairá antes de teres pago o último centavo.”
(Mateus 5, 21-26)
                     Durante O Sermão da Montanha, Nosso Senhor consolida diretrizes aos cristãos para caminharem na fé e assim conseguirem participar da promessa eterna. Por sua vez, neste mesmo capítulo, Nosso Senhor deixa clara a existência de três níveis espirituais: o céu, o inferno e o purgatório. Depois de estabelecer normas para chegarmos ao céu e evitarmos o inferno, Nosso Senhor evidencia uma prisão espiritual temporária pela qual pagaremos nossos pecados (pagar pelas faltas não significa castigo, mas uma purificação). Nosso Senhor não poderia estar falando de uma prisão humana, simplesmente porque nunca tratou disso. Esta prisão, uma vez espiritual, não pode ser o céu, que é a glória eterna, e nem o inferno, que é o castigo eterno. A passagem é clara ao se tratar de uma prisão temporária e espiritual.
                    “No dia seguinte, Judas e seus companheiros foram tirar os corpos dos mortos, como era necessário, para depô-los na sepultura ao lado de seus pais. Ora, sob a túnica de cada um encontraram objetos consagrados aos ídolos de Jânia, proibidos aos judeus pela lei: todos, pois, reconheceram que fora esta a causa de sua morte. Bendisseram, pois, a mão do justo juiz, o Senhor, que faz aparecer as coisas ocultas, e puseram-se em oração, para implorar-lhe o perdão completo do pecado cometido. O nobre Judas falou à multidão, exortando-a a evitar qualquer transgressão, ao ver diante dos olhos o mal que havia sucedido aos que foram mortos por causa dos pecados. Em seguida, fez uma coleta, enviando a Jerusalém cerca de dez mil dracmas, para que se oferecesse um sacrifício pelos pecados: belo e santo modo de agir, decorrente de sua crença na ressurreição, porque, se ele não julgasse que os mortos ressuscitariam, teria sido vão e supérfluo rezar por eles. Mas, se ele acreditava que uma bela recompensa aguarda os que morrem piedosamente, era esse um bom e religioso pensamento; eis por que ele pediu um sacrifício expiatório para que os mortos fossem livres de suas faltas.”
(2 Macabeus 12, 39 –46)
                     A oração pelos mortos intercede á grande aliança das almas do purgatório na beatitude celeste. Por isto, em especial, A Santa Igreja desde os primeiros séculos honra os mortos em um sacrifício expiatório durante a Celebração Eucarística. Se todos os mortos fossem para salvos ou estivessem perdidos, então não haveria necessidade de se fazer orações pelos mortos. Assim como Judas Macabeu, muitos séculos antes de Cristo, já acreditava que suas orações eram ouvidas em favor daqueles que depois da morte precisam de uma maior misericórdia divina, também nós temos que crer e professar nossa fé.
                    “Se não fosse assim, o que ganhariam aqueles que se batizam em favor dos mortos? Se os mortos realmente não ressuscitam, por que se fazer batizar por eles?”
(1 Corintios 15, 29)
                    Desde que, os filhos de Jó foram purificados pelos sacrifícios do pai, os mortos, com toda certeza da nossa fé, também podem ser purificados por nossas orações, preces, suplicas, obras de caridade, penitências e indulgências. (cf. Jó 1, 5)
                   “Ora, se nós pregamos que Jesus ressuscitou os mortos, como é que alguns de vocês dizem que não há ressurreição dos mortos? Se não há ressurreição dos mortos, então Cristo também não ressuscitou; se Cristo não ressuscitou, a nossa pregação é vazia, e também é vazia a fé que vocês têm. Se os mortos não ressuscitam, então somos testemunhas falsas de Deus, pois estamos testemunhando contra Deus, dizendo que Deus não ressuscitou a Cristo. Pois, se os mortos não ressuscitam Cristo também não ressuscitou. E se Cristo não ressuscitou, a fé que vocês têm é ilusória e vocês ainda estão nos seus pecados. E desse modo, aqueles que morreram em Cristo estão perdidos. Se a nossa esperança em Cristo é somente para esta vida, nós somos os mais infelizes de todos os homens.” (1 Corintios 15, 12 –19)
                    

Mistério Passageiro


                    
                   “Os que morrem na graça e na amizade de Deus, mas não estão completamente purificados, embora tenham garantida sua salvação eterna, passam, após sua morte, por uma purificação, a fim de obter a santidade necessária para entrar na alegria do Céu.” 1030
                  “A Igreja denomina Purgatório esta purificação final dos eleitos, que é completamente distinta do castigo dos condenados. A Igreja formulou a doutrina da fé relativa ao Purgatório, sobretudo no Concílio de Florença e de Trento. Fazendo referência a certos textos da Escritura, a tradição da Igreja fala de um fogo purificador:
                    No que concerne a certas faltas leves, deve-se crer que existe antes do juízo um fogo purificador, segundo o que afirma aquele que é a Verdade, dizendo, que, se alguém tiver pronunciado uma blasfêmia contra o Espírito Santo, não lhe será  perdoada nem presente século nem no século futuro (Mt 12,32). “Desta afirmação podemos deduzir que certas faltas podem ser perdoadas no século presente, ao passo que outras, no século futuro.” 1031
                   “Este ensinamento apoia-se também na prática da oração pelos defuntos, da qual já  a Sagrada Escritura fala: "Eis por que ele [(Judas Macabeu) mandou oferecer esse sacrifício expiatório pelos que haviam morrido, a fim de que fossem absolvidos de seu pecado" (2Mc 12,46). Desde os primeiros tempos a Igreja honrou a memória dos defuntos e ofereceu sufrágios em seu favor, em especial o sacrifício eucarístico, a fim de que, purificados, eles possam chegar à visão beatífica de Deus. A Igreja recomenda também as esmolas, as indulgências e as obras de penitência em favor dos defuntos:
Levemo-lhes socorro e celebremos sua memória. Se os filhos de Jó foram purificados pelo sacrifício de seu pai que deveríamos duvidar de que nossas oferendas em favor dos mortos lhes levem alguma consolação? Não hesitemos em socorrer os que partiram e em oferecer nossas orações por eles.” 1032
                    Almas mais felizes do que as almas do purgatório, somente aquelas que estão em comunhão com Deus no Reino dos céus. As almas que estão no purgatório passam por uma purificação dos pecados a fim de agradar plenamente a Deus. É como uma penitência. Este estado espiritual acontece para que as almas alcancem o perdão total de suas faltas e sejam santificadas na pureza necessária para entrar no Reino dos Céus. Estas almas têm a certeza de que, após a purificação estarão puras e em comunhão com Deus no seu Reino.
                  “Antigamente vocês eram estrangeiros e inimigos de Deus, por causa das obras más que praticavam e pensavam. Agora, porém, com a morte que Cristo sofreu em seu corpo mortal, Deus reconciliou vocês, para torná-los santos, sem mancha e sem reprovação diante dele. Há bem pouco tempo, sendo vós alheios a Deus e inimigos pelos vossos pensamentos e obras más, eis que agora ele vos reconciliou pela morte de seu corpo humano, para que vos possais apresentar santos, imaculados, irrepreensíveis aos olhos do Pai. Para isto, é necessário que permaneçais fundados e firmes na fé, inabaláveis na esperança do Evangelho que ouvistes que foi pregado a toda criatura que há debaixo do céu, e do qual eu, Paulo, fui constituído ministro.”
(Colossenses 1, 21-23)
                      
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sábado, 16 de agosto de 2014

A Cruz Trocada


Há uma poesia chamada “A Cruz Trocada”, que fala de uma mulher que, muito cansada, achou que a sua cruz era mais pesada do que a das pessoas à sua volta, e desejou trocá-la por outra.
Certa vez sonhou que tinha sido levada a um lugar onde havia muitas cruzes, de diversos formatos e tamanhos.
Havia uma bem pequena e linda, cravejada de ouro e pedras preciosas.
“Ah, esta eu posso carregar facilmente”, disse ela. Então tomou-a; mas seu corpo frágil estremeceu sob o peso daquela cruz. As pedras e o ouro eram lindos, mas o peso era demais para ela.
A seguir viu uma bonita cruz, com flores entrelaçadas ao redor de seu tronco e braços. Esta seria a cruz ideal, pensou. Então tomou-a; mas sob as flores haviam espinhos, que lhe feriram os ombros.
Finalmente, mais adiante, viu uma cruz simples, sem joias, sem entalhes, tendo apenas algumas palavras de amor inscritas nela.
Pegou-a, e viu que era a melhor de todas, a mais fácil de carregar. E enquanto a contemplava banhada pela luz que vinha do céu, reconheceu que era a sua própria cruz. Ela a havia encontrado de novo, e era a melhor de todas, e a que lhe pareceu bem mais leve.
Deus sabe melhor qual é a cruz que devemos levar. Nós não sabemos o peso da cruz dos outros. Invejamos uma pessoa que é rica; a sua cruz é de ouro e pedras preciosas, mas não sabemos o peso que tem. Ali também está outra pessoa cuja vida parece muito agradável. Sua cruz está ornada de flores.
Se pudéssemos experimentar todas as outras cruzes que julgamos mais leves do que a nossa, descobriríamos por fim que nenhuma delas é tão certa para nós como a nossa.
“Disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz, e siga-me.” (Mateus 16,24)
Deus sabe a cruz que cada um precisa e pode carregar, pois, como dizem os santos, “é da cruz que se vê a luz”. São Francisco de Sales, doutor da Igreja do século XVI, disse que a melhor forma de penitência é aceitar e carregar com resignação a cruz de cada dia, melhor do que escolher qualquer outra penitência para se santificar.

Prof. Felipe Aquino

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Organização católica trabalha para combater a propagação do Ebola na África Ocidental

O Site ACI/EWTN Noticias informou na última sexta (08/08/14), que enquanto o vírus ebola continua fazendo vítimas na África Ocidental, a organização Catholic Relief Services trabalha para combater o surto educando as comunidades afetadas e dissipando os mitos locais.
“Esta é a primeira vez que a África Ocidental experimentou uma epidemia do ebola”, informou o oficial de informação regional do CRS para a África Ocidental e Central, Michael Stulman.
“Muitas pessoas não sabem o que é o Ebola ou acreditam que não existe”, disse Stulman ao Grupo ACI em 31 de julho. “Existem muitos mitos em relação ao vírus”.
Stulman advertiu que muitas ideias errôneas sobre o Ebola estão facilitando a propagação mortal do vírus na África Ocidental.
Há informações erradas, como por exemplo, “se for ao hospital, os médicos darão injeções que te matarão, ou também, pensam que uma vez que a pessoa entra no hospital, não sairá com vida”, assinalou Stulman. Entretanto, a verdade é que existem sobreviventes do Ebola e “receber um tratamento o mais rápido possível é algo fundamental”.
Stulman adicionou que alguns acreditam que o Ebola é resultado de uma maldição que só pode ser desfeita por curandeiro tradicional. Do mesmo modo, existe um risco de propagação do Ebola em cerimônias funerárias que incluem lavar o corpo do defunto.
“No CRS tentamos enfrentar os mitos, medos e desafios culturais que as pessoas estão experimentando”, disse Stulman.
O surto atual do Ebola se iniciou em março e se estendeu pela Guiné, Libéria, Nigéria e Serra Leoa.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, o Ebola não tem vacina nem tratamento específico. O vírus se transmite através do contato direto com o sangue, secreções ou outros líquidos corporais das pessoas infectadas. Segundo relatórios, esta epidemia tem uma taxa de mortalidade de aproximadamente 60 por cento.
Fonte:  cleofas.com.br


quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Pecado Mortal e Pecado Venial (II)

O Pecado Venial

                    
 
                      O Catecismo nos exorta sobre o pecado venial como faltas:
                     “O pecado mortal destrói a caridade no coração do homem por sua infração grave da Lei de Deus; desvia o homem de Deus, que é seu fim último e bem-aventurança, preferindo um bem inferior. O pecado venial deixa subsistir a caridade, embora ofenda e fira.” 1855
                     “A ignorância involuntária pode diminuir ou até escusar a imputabilidade de uma falta grave, mas supõe-se que ninguém ignore os princípios da lei moral inscritos na consciência de todo ser humano. Os impulsos da sensibilidade, as paixões, podem igualmente reduzir o caráter voluntário e livre da falta, como também pressões exteriores e perturbações patológicas. O pecado por malícia, por opção deliberada do mal, é o mais grave.” 1860
                     Quando uma pessoa não sabe que uma determinada ação é pecado mortal e a comete, esse pecado por falta de consciência da pessoa torna-se um pecado venial. Mas isto, somente se a pessoa não tiver plena consciência que de é um ato mortal.
                    “Comete-se um pecado venial quando não se observa, em matéria leve, a medida prescrita pela lei moral, ou então quando se desobedece à lei moral em matéria grave, mas sem pleno conhecimento ou pleno consentimento.” 1862
                     Todos aqueles pecados que cometemos, não sendo de matéria grave, não agredindo as Leis de Deus, que não afetam a nossa santidade e nem a vida do próximo, ou seja, pecados que nem temos consentimento que é pecado, são chamados pecados veniais. Mas, essas faltas ao se tornarem um vício ou não produzindo em nós o desejo de conversão, portanto, ao banalizar o pecado, torna-se um pecado mortal. Por isto, a necessidade da consciência cristã, do arrependimento, da confissão e da conversão.
                    “O pecado venial enfraquece a caridade; traduz uma afeição desordenada pelos bens criados; impede o progresso da alma no exercício das virtudes e a prática do bem moral; merece penas temporais. O pecado venial deliberado e que fica sem arrependimento dispõe-nos pouco a pouco a cometer o pecado mortal. Mas o pecado venial não nos torna contrários à vontade e à amizade divinas; não quebra a aliança com Deus. ‘Não priva da graça santificante, da amizade com Deus, da caridade, nem, por conseguinte, da bem-aventurança eterna’.” 1863


Uma Explicação do Caso



                      Pecados veniais são aqueles que você não tem conhecimento de que é pecado e o comete sem ter discernimento disso. Para isto, serve o Ato Penitencial na Santa Missa, é neste momento que estes pecados são perdoados, pois pedidos perdão por todos os pecados, o que sabemos e o que não sabemos. Assim, somos purificados para que possamos receber o Corpo de Cristo, por isto, é um erro comungar A Santíssima Eucaristia tendo chegado à missa após o ato penitencial. Pecado venial é toda falta leve, porém devemos confessar ao sacerdote até as faltas que pareçam mais desprovidas de pecado, pois o acumulo dessas faltas sem perdão acarreta em pecado mortal. Pecado venial é todo erro cometido por ignorância, falta de discernimento e conhecimento da Palavra.
                      Pecados mortais são aqueles que você sabe que é errado, tem certeza que é errado, em seu coração existe o não querer pecar, muitas vezes luta para não cair no erro, mas comete o erro. Todo pecado se torna grave quando é feito com conhecimento e discernimento do erro, isto é pecado mortal. Principalmente para estes pecados deve-se confessar a um padre, para que o mesmo conceda o perdão em nome de Nosso Senhor.
                      A Bíblia Sagrada nos esclarece ao afirmar que existem pelo menos três níveis de falta: o pecado, a blasfêmia e a heresia. O Catecismo, por sua vez, ressalta que:
                      “O pecado é uma falta contra a razão, a verdade, a consciência reta; é uma falta ao amor verdadeiro para com Deus e para com o próximo, por causa de um apego perverso a certos bens. Fere a natureza do homem e ofende a solidariedade humana.” 1849
                     “A blasfêmia opõe-se diretamente ao segundo mandamento. Ela consiste em proferir contra Deus interior ou exteriormente - palavras de ódio, de ofensa, de desafio, em falar mal de Deus, faltar-lhe deliberadamente com o respeito ao abusar do nome de Deus. São Tiago reprova "os que blasfemam contra o nome sublime (de Jesus) que foi invocado sobre eles" (Tg 2,7). A proibição da blasfêmia se estende às palavras contra a Igreja de Cristo, os santos, as coisas sagradas. É também blasfemo recorrer ao nome de Deus para encobrir práticas criminosas, reduzir povos à servidão, torturar ou matar. O abuso do nome de Deus para cometer um crime provoca a rejeição da religião.” 2148
                    “A incredulidade é a negligência da verdade revelada ou a recusa voluntária de lhe dar o próprio assentimento. ‘Chama-se heresia a negação pertinaz, após a recepção do Batismo, de qualquer verdade que se deve crer com fé divina e católica, ou a dúvida pertinaz a respeito dessa verdade; apostasia, o repúdio total da fé cristã; cisma, a recusa de sujeição ao Sumo Pontífice ou da comunhão com os membros da Igreja a ele sujeitos’.” 2089
                     Nosso Senhor foi criticado por curar no sábado, os fariseus disseram que ele pecou (Lc 13, 10-17), mas quando Jesus afirmou ser o Filho de Deus, os doutores da lei falaram que ele blasfemou (Jo 10, 22-39) e Paulo Apóstolo ainda nos ensina sobre a heresia (Tt 3, 10-11). Portanto, pecar é cometer erros, blasfemar é falar contra o que não se conhece e heresia é negar uma verdade bíblica.

                     Das penas mais leves, os pecados veniais, passando pelos pecados que nos privam da graça e nos levam para a morte, os pecados mortais, aos atos contra as verdades de fé e os insultos a criação, as blasfêmias, até chegar á negação da fé professada pela Santa Igreja Católica, as heresias, evidenciamos vários níveis de faltas contra a santidade. 

sábado, 9 de agosto de 2014

A nossa vida inteira é um processo de cura interior


Deus sabe o quanto você foi machucado e sabe como curá-lo

Ninguém se coloca sob o sol sem se queimar. Se tomarmos sol em excesso, vamos sofrer as consequências dele. Com Deus acontece algo semelhante, pois ninguém se coloca na presença d'Ele sem ser beneficiado por Suas graças. As marcas da presença do Todo-poderoso também são irreversíveis para a nossa salvação. Quando nós nos deixamos conduzir pelo Espírito Santo, Ele nos dá liberdade. Nunca o Senhor pensou em nos trazer para perto d'Ele a fim de tira algo de nós, muito menos para limitar a nossa liberdade. Se Ele não quisesse a nossa liberdade, por que teria nos criado livres?

Nossa liberdade ficou comprometida por nossa própria culpa, porque quem peca se torna escravo do pecado. Pelos erros e pelos vícios que entram em nossa vida, ficamos debilitados. O Pai nos deu Cristo para nos libertar daquilo que nos amarra. Deus nos mostra quais caminhos podemos seguir, mas a liberdade de escolher é nossa. O desejo do Senhor é nos libertar de toda angústia, de toda opressão. O desejo d'Ele é nos ver felizes.

Em Gálatas 5,1 lemos: "É para que sejamos homens livres que Cristo nos libertou. Ficai, portanto, firmes e não vos submetais outra vez ao jugo da escravidão". Cristo nos amou, morreu numa cruz por nossa causa, para que não fôssemos escravos do pecado. O Ressuscitado nos libertou de todo mal, de toda armadilha do inimigo para que permanecêssemos livres. Contudo, ninguém é livre na maldade. Uma vez que o Espírito Santo nos visita, não há brechas para o pecado.

Quem conhece as coisas que há no homem senão o espírito do homem que nele reside? (cf. Coríntios 2,10-16). Assim também ninguém conhece as coisas de Deus senão o Seu Espírito.

Ninguém pode saber o que há em nosso interior se não abrirmos a boca e dissermos o que pensamos. Quando rezamos, Deus Pai nos refaz e o Espírito Santo nos cura e liberta. Rezar é ficar nu na presença de Deus, é abrir-se a Ele. Quando rezamos, colocamo-nos na presença do Altíssimo, nos expomos e somos curados. Quando tiramos a roupa diante do espelho, vemos o que queremos e o que não queremos. Na hora em que estamos rezando, caem as nossas vestes espirituais; assim, vemos aquilo que queremos e o que não queremos. Tudo que fazemos de mau volta para nós no momento da oração. No momento em que o Senhor nos mostra quem somos, Ele também nos mostra quem Ele é. Se Ele nos revela uma coisa que não está boa, é porque precisamos consertá-la.

Na oração nós aprendemos a ouvir o Senhor. Não existe ninguém que, tendo rezado, Deus não o tenha respondido. E se Ele não lhe responde diretamente, vai fazê-lo por meio de uma pessoa ou de um fato, mas Ele responde. Nós precisamos aprender a ouvi-Lo na oração, para conhecermos os planos que Ele tem para nossa vida.

Nós precisamos, na oração, pedir ao Espírito Santo que nos faça descobrir o que está ruim dentro de nós. Deus sabe o quando fomos machucados e sabe como nos curar.

A nossa vida inteira é um processo de cura interior. Enquanto estivermos com os pés nesta terra, nossa vida será um processo de cura interior. Nós temos de nos apresentar diante de Deus. O Todo-poderoso tem um plano para nossa vida, um plano de amor, de realização e de felicidade para nós. Se não abrirmos o nosso coração para a oração, correremos o sério risco de morrer sem conhecer o plano que Deus tinha para nós.
Fonte: htpp//cancaonova.com



terça-feira, 5 de agosto de 2014

Pecado Mortal e Pecado Venial (I)

A Existência do Dogma




                     A Santa Igreja sempre ressaltou a diferença entre pecado mortal e pecado venial, infelizmente muitos fiéis não estão habituados a indagar sobre como se difere os pecados e inúmeros são aqueles que pensam que pecado é tudo igual, não existe tamanho maior ou menor. Tendo em vista isso, não poderíamos deixar de apontar nas Sagradas Escrituras, o pecado mortal e o pecado venial, já que outros tantos dizem que não há pecado, pecadinho e pecadão, que é tudo pecado. Vamos desfazer este pequeno engano.   
                     “Os fariseus ouviram que Jesus tinha feito os sauduceus se calarem. Então se reuniram em grupo, e um deles perguntou a Jesus para tentá-lo: ‘Mestre, qual é o maior mandamento da Lei? ’ Jesus respondeu: ‘Ame ao Senhor seu Deus com todo o seu coração, com toda a sua alma, e com todo o seu entendimento. Esse é o maior e o primeiro mandamento. O segundo é semelhante a esse: Ame o seu próximo como a si mesmo. Toda Lei e os Profetas dependem desses dois mandamentos.” (Mateus 22, 34 – 40).
                      O primeiro mandamento é o maior mandamento. Sendo que o segundo mandamento é o segundo maior, e assim por diante. Logo, podemos afirmar que desobedecer aos mandamentos são os maiores pecados. Por isto já existe uma ordem no plano da salvação, cumprir os dez mandamentos.
                     “Portanto, quem desobedecer a um só destes mandamentos, por menor que seja, e ensinar os outros a fazer o mesmo, será considerado o menor no Reino do Céu. Por outro lado, quem os praticar e ensinar, será considerado grande no Reino do Céu.” (Mateus 5, 19).
                     Neste versículo Nosso Senhor deixa claro que, os descumprimentos de maiores mandamentos são culpas mais graves e a desobediência as menores leis são faltas mais leves. E que, pecados veniais não nos excluem do plano da salvação, sendo que, quem desobedecer aos menores mandamentos serão considerados menores no Reino dos Céus, mas mesmo sendo menores, estarão no Paraíso Celestial. 
                     “É por isso que eu digo a vocês: todo pecado e blasfêmia serão perdoados aos homens; mas a blasfêmia contra o Espírito Santo não será perdoada. Quem disser alguma coisa contra o Filho do Homem, será perdoado. Mas quem disser algo contra o Espírito Santo, nunca será perdoado, nem neste mundo, nem no mundo que há de vir.”
(Mateus 12, 31-32).
                     Que pena é essa que vai muito além de todas as outras culpas para nunca ser perdoada? O grande pecado, maior que todas as outras faltas que poderíamos cometer. Eis o exemplo de pecado mortal. O pecado que nos tira a vida e nos leva para a morte. Bem diferente do pecado venial que não nos tira a vida e não nos leva para a morte.
                     “Se alguém vê o seu irmão cometer um pecado que não leva à morte, que ele reze, e Deus dará a vida a esse irmão. Isso quando o pecado cometido não leva para a morte. Existe um pecado que leva para a morte, mas não é a respeito desse que eu digo para se rezar. Toda injustiça é pecado, mas existe pecado que não leva para a morte.” (1João 5, 16-17)

O Pecado Mortal                   


                             O Catecismo ressalta o perigo do pecado mortal e diz que:
                            “Para que um pecado seja mortal requerem-se três condições ao mesmo tempo: ‘É pecado mortal todo pecado que tem como objeto uma matéria grave, e que é cometido com plena consciência e deliberadamente’.” 1857
                     Quando a pessoa sabe que aquilo é pecado e, mesmo assim, consciente de que aquela ação desagrada a Deus, a pessoa decide cometer a falta, essa ação é um pecado mortal. Quanto maior for a desobediência da pessoa, mais grave é a culpa.
                     “A matéria grave é precisada pelos Dez mandamentos segundo a resposta de Jesus ao jovem rico: ‘Não mates, não cometas adultério, não roubes, não levantes falso testemunho, não defraudes ninguém, honre teu pai e tua mãe’ (Mc 10, 17-22). A gravidade dos pecados é maior ou menor; um assassinato é mais grave do que um roubo. A qualidade das pessoas lesadas entra também em consideração. A violência exercida contra os pais é em si mais grave do que contra um estranho.” 1858
                     As Sagradas Escrituras sempre nos ensinam a basear nossas vidas segundo Os 10 Mandamentos da Lei de Deus. Quem cumpre os dez mandamentos não comete faltas graves. Mas, as maiores culpas acontecem quando não cumprimos os dez mandamentos.
                     “O pecado mortal requer pleno conhecimento e pleno consentimento. Pressupõe o conhecimento do caráter pecaminoso do ato, de sua oposição à Lei de Deus. Envolve também um consentimento suficientemente deliberado para ser uma escolha pessoal. A ignorância afetada e o endurecimento do coração (Mc 3, 1-6) não diminuem, mas aumentam o caráter voluntário do pecado.” 1859
                     Somos livres para fazer escolhas, e sabemos que aquela determinada situação é pecado, e mesmo assim escolhemos cometer. Então, torna-se um pecado mortal ainda mais grave, porque desprezamos as leis de Deus para o nosso bel prazer.
                    “O pecado mortal é um possibilidade radical da liberdade humana, como o próprio amor. Acarreta a perda da caridade e a privação da graça santificante, isto é, do estado de graça. Se este estado não for recuperado mediante o arrependimento e o perdão de Deus, causa a exclusão do Reino de Cristo e a morte eterna no inferno, já que nossa liberdade tem o poder de fazer opções para sempre, sem regresso. No entanto, mesmo podendo julgar que um ato é em si falta grave, devemos confiar o julgamento sobre as pessoas à justiça e à misericórdia de Deus.” 1861
                     O pecado cometido contra o próprio corpo é maior do que qualquer outro pecado exterior ao corpo. Uma vez que, sendo o corpo templo do Espírito Santo de Deus, pecar contra o próprio corpo é, pecar contra o templo de Deus. Pecar contra o templo do Espírito Santo é pecado mortal.
                     “Fujam da imoralidade. Qualquer outro pecado que o homem comete, é exterior ao corpo; mas quem se entrega à imoralidade peca contra o seu próprio corpo. Ou vocês não sabem que o seu corpo é templo do Espírito Santo, que está em vocês e lhes foi dado por Deus? Vocês já não pertencem a si mesmos. Alguém pagou alto preço pelo resgate de vocês. Portanto, glorifiquem a Deus no corpo de vocês.” (1Corintios 6, 18-20)                      
                     Paulo Apóstolo ainda nos adverte ao listar uma série de pecados que vão totalmente contra o plano da salvação e nos privam de alcançarmos o céu.                                                                   
                     “Além disso, as obras dos instintos egoístas são bem conhecidas: fornicação, impureza, libertinagem, idolatria, feitiçaria, ódio, discórdia, ciúme, ira, rivalidade, divisão, sectarismo, inveja, bebedeira, orgias e outras coisas semelhantes. Repito o que já disse: os que fazem tais coisas não herdarão o Reino de Deus.” (Gálatas 5, 19-21)




 


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sábado, 2 de agosto de 2014

As palavras mostram o coração


É conhecida a história daquela mulher que foi se confessar e disse ao padre que tinha difamado uma amiga, falando mal dela às outras. Após o perdão, o sacerdote deu-lhe como reparação dos pecados soltar do alto da torre da igreja um saco cheio de penas. Após cumprir a penitência, a mulher foi comunicar ao sacerdote, que lhe disse: “agora a senhora vai juntar todas as penas que o vento levou…”
Assim como é impossível juntar todas essas penas lançadas ao vento, é quase impossível restaurar os efeitos destruidores da calúnia, da maledicência, da fofoca e dos julgamentos indevidos.
Alguém disse que as palavras são mais poderosas que os canhões. As palavras geram a paz ou a guerra. Ela leva consigo o próprio espírito e poder da pessoa que a comunica. Jesus disse que: “A boca fala daquilo que está cheio o coração” (Lc 6,45). Se você só pensa em política, você fala de política. Se você só pensa em dinheiro e em negócios, você também só fala de dinheiro e de negócios. Se você pensa em Deus, gosta de falar de Deus… e assim por diante. Se o seu coração estiver em paz; vivendo na mansidão, na humildade, cheio de misericórdia, também as suas palavras transmitirão isso. Mas se o seu coração for exaltado, rebelde, violento, cheio de ódio… cuidado com as suas palavras, elas transmitirão o seu espírito. As palavras “mostram” o coração.

Pela palavra, Jesus curou cegos e leprosos, expulsou demônios, multiplicou pães, acalmou os ventos e o mar… ressuscitou mortos, amaldiçoou a figueira estéril (Mc 11,14). Também nossas palavras poderão fazer milagres de alegria ou de dor, conforme esteja o nosso coração. O Mestre divino disse: “É do interior do coração dos homens que procedem os maus pensamentos: devassidões, roubos, assassinatos, adultérios, cobiças, perversidades, fraude, desonestidade, inveja, difamação, orgulho e loucura” (Mc 7, 21). Por nossas palavras seremos julgados.
Não é à toa que São Paulo nos exortava: “Nenhuma palavra má saia de vossas bocas, mas só boas palavras que sirvam para edificação e que sejam benfazejas aos que a ouvem” (Ef 4,29).
(Do livro ENTRAI PELA PORTA ESTREITA)-fonte: Canção Nova