quarta-feira, 30 de outubro de 2013

A Unção dos Enfermos


 


 

 Curai Os Doentes

                      “Saindo Jesus da sinagoga, entrou na casa de Simão. A sogra de Simão estava com febre alta; e pediram-lhe por ela. Inclinando-se sobre ela, ordenou ele à febre, e a febre deixou-a. Ela levantou-se imediatamente e pôs-se a servi-los. Depois do pôr do sol, todos os que tinham enfermos de diversas moléstias lhos traziam. Impondo-lhes a mão, os sarava.” (Lucas 4, 38-40)

                      Nosso Senhor Jesus Cristo ministrou o sacramento aos enfermos curando a todos de forma física e espiritual. Assim sendo, os sucessores de Nosso Redentor aplicam também este magistério, mais um sacramento confiado para a salvação na Igreja Católica:

                     “Por onde andardes anunciai que o Reino dos céus está próximo. Curai os doentes, ressuscitai os mortos, purificai os leprosos, expulsai os demônios. Recebestes de graça, de graça dai!” (Mateus 10, 7-8)

                      Os apóstolos ministravam os sacramentos, em todos os povoados por onde passavam, mas somente os doze. Nosso Senhor escolheu também mais 72 discípulos que estabeleceu para que exercessem o magistério da cura de enfermos física e espiritualmente. Segundo a unção que cabe para todos os membros do clero.  

                     “Eles partiram e pregaram a penitência. Expeliam numerosos demônios, ungiam com óleo a muitos enfermos e os curavam.” (Marcos 6, 12-13)

                     Nos dias de hoje a ação da Igreja é a mesma função que os apóstolos tinham ao sacramentar os enfermos como forma de cura interior e exterior. Por isto, somos A Igreja Apostólica, em tudo agimos conforme Nosso Senhor instituiu aos seus discípulos.   

                    “Curai os enfermos que nela houver e dizei-lhes: O Reino de Deus está próximo.” (Lucas 10, 9)

                    A Bíblia Sagrada indica claramente o papel da Igreja Católica em relação a este sacramento que Nosso Senhor instituiu para que seja efetuado pelos ministros consagrados da Santa Igreja. Uma missão para o clero que deve ser exigida sempre que necessário pelos povos de Deus Pai.

                   Está alguém enfermo? Chame os presbíteros da Igreja, e estes façam oração sobre ele, ungindo-o com óleo em nome do Senhor. A oração da fé salvará o enfermo e o Senhor o restabelecerá. Se ele cometeu pecados, ser-lhe-ão perdoados.” (Tiago 5, 14-15)

                     A Sagrada Tradição da Igreja Católica não poderia deixar de nos orientar, este sacramento foi disposto por Nosso Senhor aos apóstolos que passaram aos discípulos que instruíram a outros discípulos e outros e outros até chegar aos dias de hoje.

                   “Tu, portanto, meu filho, procura progredir na graça de Jesus Cristo. O que de mim ouviste em presença de muitas testemunhas, confia-o a homens fiéis que, por sua vez, sejam capazes de instruir a outros.” (2 Timóteo 2, 1-2)

 

 

 

 

Ungidos Segundo O Catecismo


 

 

                       Agora vamos conferir o que O Magistério nos orienta sobre este sacramento através do Catecismo dirigido para curar o povo de Deus:

                      “O sacramento da Unção dos Enfermos tem por finalidade conferir uma graça especial ao cristão que está passando pelas dificuldades inerentes ao estado de enfermidade grave ou de velhice.” 1527

                     “O tempo oportuno para receber a sagrada unção é certamente aquele em que o fiel começa a encontrar-se em perigo de morte devido à doença ou à velhice.” 1528

                    “Cada vez que um cristão cair gravemente enfermo, pode receber a sagrada unção. Da mesma forma, pode recebê-la novamente se a doença se agravar.” 1529

                    “Só os sacerdotes (Bispos e presbíteros) podem administrar o sacramento da Unção dos Enfermos; para conferi-lo, empregam óleo consagrado pelo Bispo ou, em caso de necessidade, pelo próprio presbítero celebrante.” 1530

                       “O essencial da celebração deste sacramento consiste na unção da fronte e das mãos do doente (no rito romano) ou de outras partes do corpo (no Oriente), unção acompanhada da oração litúrgica do presbítero celebrante, que pede a graça especial deste sacramento.” 1531

                      “A graça especial do sacramento da Unção dos Enfermos tem como efeitos: a união do doente com a paixão de Cristo, para seu bem e o bem de toda a Igreja; reconforto, a paz e a coragem para suportar cristãmente os sofrimentos da doença ou da velhice; perdão dos pecados, se o doente não pode obtê-lo pelo sacramento da Penitência; restabelecimento da saúde, se isso convier à salvação espiritual; a preparação para a passagem à vida eterna.” 1532

                     “Se um enfermo que recebeu a Unção dos Enfermos recobrar a saúde, pode, em caso de recair em doença grave, receber de novo este sacramento. No decorrer da mesma enfermidade, este sacramento pode ser reiterado se a doença se agravar. Permite-se receber a Unção dos Enfermos antes de uma cirurgia de alto risco. O mesmo vale também para as pessoas de idade avançada, cuja fragilidade se acentua.” 1515

                      “Só os sacerdotes (bispos e presbíteros) são ministros da Unção dos Enfermos. E dever dos pastores instruir os fiéis sobre os benefícios deste sacramento. Que os fiéis incentivem os doentes a chamar o sacerdote, para receber este sacramento. Que os doentes se preparem para recebê-lo com boas disposições, com a ajuda de seu pastor e de toda a comunidade eclesial, que é convidada a cercar de modo especial os doentes com suas orações e atenções fraternas.” 1516

                      “Como é celebrado este sacramento? Como todos os sacramentos, a Unção dos Enfermos é uma celebração litúrgica e comunitária, quer tenha lugar na família, no hospital ou na Igreja, para um só enfermo ou para todo um grupo de enfermos. E de todo conveniente que ela se celebre dentro da Eucaristia, memorial da Páscoa do Senhor. Se as circunstâncias o permitirem, a celebração do sacramento pode ser precedida pelo sacramento da Penitência e seguida pelo sacramento da Eucaristia. Como sacramento da Páscoa de Cristo, a Eucaristia deveria sempre ser o último sacramento da peregrinação terrestre, o "viático" para a "passagem" à vida eterna.” 1517

                       “Os efeitos da celebração deste sacramento Um com particular do Espírito Santo O principal dom deste sacramento é uma graça de reconforto, de paz e de coragem para vencer as dificuldades próprias do estado de enfermidade grave ou da fragilidade da velhice. Esta graça é um dom do Espírito Santo que renova a confiança e a fé em Deus e fortalece contra as tentações do maligno, tentação de desânimo e de angustia diante da morte. Esta assistência do Senhor pela força de seu Espírito quer levar o enfermo à cura da alma, mas também à do corpo, se for esta a vontade de Deus. Além disso, "se ele cometeu pecados, eles lhe serão perdoados" (Tg 5,15).” 1520

                      “Uma reparação para a última passagem. Se o sacramento da Unção dos Enfermos é concedido a todos os que sofrem de doenças e enfermidades graves, com mais razão ainda cabe aos que estão às portas da morte (“ in exitu vitae constituti"). Por isso, também foi chamado "sacramentum exeuntium". A Unção dos Enfermos completa nossa conformação com a Morte e Ressurreição de Cristo, como o Batismo começou a fazê-lo. E o termo das sagradas unções que acompanham toda a vida cristã: a do Batismo, que selou em nós a nova vida; a da confirmação, que nos fortificou para o combate desta vida. Esta derradeira unção fortalece o fim de nossa vida terrestre como que de um sólido baluarte para enfrentar as últimas lutas antes da entrada na casa do Pai.” 1523

                         “O viático, último sacramento do cristão Aos que estão para deixar esta vida, a Igreja oferece, além da Unção dos Enfermos, a Eucaristia como viático. Recebida neste momento de passagem para o Pai, a comunhão do Corpo e Sangue de Cristo tem significado e importância particulares. E semente de vida eterna e poder de ressurreição, segundo as palavras do Senhor: "Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia" (Jo 6,54). Sacramento de Cristo morto e ressuscitado, a Eucaristia é aqui sacramento da passagem da morte para a vida, deste mundo para o Pai.” 1524

 

 

 

domingo, 27 de outubro de 2013

O velho, o menino e o burro


Um velho resolveu vender seu burro na feira da cidade.

Como iria retornar andando, chamou seu neto para acompanhá-lo. Montaram os dois no animal e seguiram viagem.

Passando por umas barracas de escoteiros, escutaram os comentários críticos: “Como é que pode, duas pessoas em cima deste pobre animal!”.

Resolveram então que o menino desceria, e o velho permaneceria montado. Prosseguiram…

Mais na frente tinha uma lagoa e algumas velhas estavam lavando roupa. Quando viram a cena, puseram-se a reclamar: “Que absurdo! Explorando a pobre criança, podendo deixá-la em cima do animal”.

Constrangidos com o ocorrido, trocaram as posições, ou seja, o menino montou e o velho desceu.

Tinham caminhado alguns metros, quando algumas jovens sentadas na calçada externaram seu espanto com o que presenciaram:

“Que menino preguiçoso! Enquanto este velho senhor caminha, ele fica todo prazeroso em cima do animal. Tenha vergonha!”.

Diante disto, o menino desceu e desta vez o velho não subiu. Ambos resolveram caminhar, puxando o burro. Já acreditavam ter encontrado a fórmula mais correta quando passaram em frente a um bar. Alguns homens que ali estavam começaram a dar gargalhadas, fazendo chacota da cena: “São mesmo uns idiotas! Ficam andando a pé, enquanto puxam um animal tão jovem e forte!”.

O avô e o neto olharam um para o outro, como que tentando encontrar a maneira correta de agir. Então ambos pegaram o burro e o carregaram nas costas!!!

Além de divertida, esta fábula mostra que não podemos dedicar atenção irracional para as críticas, pois estas acontecerão sempre, independente da maneira em que procurarmos agir.

www.cleofas.com.br -  do livro: “Sabedoria em Parábolas”

 

 

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

A Sagrada Eucaristia 2


A Celebração Eucarística


 


 

                     “O cálice da benção que nós abençoamos, não é comunhão com o sangue de Cristo? O pão que partimos, não é comunhão com o corpo de Cristo? E como há um único pão, nós, embora muitos somos um só corpo, pois partimos todos desse único pão.”

(1 Coríntios 10 16 –17)

                       Ao recebermos o corpo e o sangue de Cristo participamos da perfeição da vida espiritual e da plenitude dos sacramentos que, estão todos os presentes neste ato de fé. Exercendo a santa unidade na Igreja que é um só corpo e um só espírito.

                      “Guarde para você, diante de Deus, a convicção que você tem. Feliz aquele que não condena a si mesmo na decisão que toma. Mas quem duvida e assim mesmo toma o alimento é condenado, pois seu comportamento não provém de uma convicção. E tudo que não provém de uma convicção é pecado.” (Romanos 14, 22 – 23)

                      Tenhamos a decisão e sejamos convictos de que, Nosso Senhor está presente na Santa Eucaristia em corpo, sangue, alma e divindade. Cristo está todo inteiro em cada partícula, por mínimo fragmento que seja da Eucaristia. 

                     “Depois acrescenta: ‘Eis- me aqui para fazer a tua vontade. ’ Desse modo, Cristo suprime o primeiro culto para estabelecer o segundo. É por causa dessa vontade que nós fomos santificados pela oferta do corpo de Jesus Cristo, realizada uma vez por todas.” (Hebreus 10, 9 – 10)

                     É durante a Celebração Eucarística que A Igreja se faz verdadeiramente, todos os dias, Uma, Santa, Católica e Apostólica.

                     “Eram perseverantes em ouvir o ensinamento dos apóstolos, na comunhão fraterna, no partir do pão e nas orações. Em todos eles havia temor, por causa dos numerosos prodígios e sinais que os apóstolos realizavam. Todos que abraçavam a fé eram unidos e colocavam em comum todas as coisas; vendiam suas propriedades e seus bens e repartiam o dinheiro entre todos, conforme a necessidade de cada um. Diariamente, todos juntos freqüentavam o Templo e nas casas partiam o pão, tomando alimento com alegria e simplicidade de coração. Louvavam a Deus e eram estimados por todo o povo. E a cada dia o Senhor acrescentava à comunidade outras pessoas que iam aceitando a salvação.” (Atos 2, 42 – 47)

                     O Deus Trindade está presente na Celebração Eucarística, o Santo Sacrifício, corpo e sangue do Cordeiro Imolado. Por isto, toda a celebração é constituída em louvor e agradecimento em nome do Pai, em nome do Filho e em nome do Espírito Santo.        

                   “Irmãos, com toda segurança podemos entrar no santuário, por meio do sangue de Jesus. Ele inaugurou para nós esse caminho novo e vivo, através da cortina, isto é, da sua própria carne. Temos um sacerdote eminente à frente da casa de Deus. Aproximemo-nos, pois, de coração sincero, cheios de fé, com o coração purificado da má consciência e o corpo lavado com água pura. Sem vacilar, mantenhamos a profissão da nossa esperança, pois aquele que fez a promessa é fiel. Tenhamos consideração uns com os outros, para nos estimular no amor e nas boas obras. Não deixando de freqüentar as nossas reuniões, como alguns costumam deixar. Ao contrário, procuremos animar-mos sempre mais, principalmente agora que vocês estão vendo que se aproxima o Dia do Senhor.” (Hebreus 10, 19 – 25)

                     Na Santa Eucaristia estão presentes todos os sinais de Nosso Senhor: a encarnação do verbo, a crucificação para lavar os pecados, a ressurreição vencendo a morte e a ascensão para a vida eterna.

                    “Então Jesus entrou para ficar com eles. Sentou-se à mesa com os dois, tomou o pão e abençoou, depois partiu a eles. Nisso os olhos dos discípulos se abriram, e eles reconheceram Jesus. Jesus, porém, desapareceu da frente deles.” (Lucas 24, 13 - 35)

                      Por que Nosso Senhor desapareceu? Como explicar essa passagem? “Porque a minha carne é verdadeiramente comida e o meu sangue é verdadeiramente bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue vive em mim e eu nele. E como o Pai, que vive me enviou e eu vivo pelo Pai, assim, aquele que me receber como alimento viverá por mim. Este é o pão que desceu do céu.” (João 6, 55 –57) Nosso Senhor desapareceu porque Ele é o pão abençoado e repartido.

                      “A Eucaristia, sacramento de nossa salvação realizada por Cristo na cruz, é também um sacrifício de louvor em ação de graças pela obra da criação. No sacrifício eucarístico, toda a criação amada por Deus é apresentada ao Pai por meio da Morte e da Ressurreição de Cristo. Por Cristo, a Igreja pode oferecer o sacrifício de louvor em ação de graças por tudo o que Deus fez de bom, de belo e de justo na criação e na humanidade.” 1359

                      “A Eucaristia é um sacrifício de ação de graças ao Pai, unia bênção pela qual a Igreja exprime seu reconhecimento a Deus por todos os seus benefícios, por tudo o que ele realizou por meio da criação, da redenção e da santificação. Eucaristia significa, primeiramente, "ação de graças".” 1360

                      “A Eucaristia é também o sacrifício de louvor por meio do qual a Igreja canta a glória de Deus em toda a criação. Este sacrifício de louvor só é possível através de Cristo: Ele une os fiéis à sua pessoa, ao seu louvor e à sua intercessão, de sorte que o sacrifício de louvor ao Pai é oferecido por Cristo e com ele para ser aceito nele.” 1361

 

                

O Corpo e O Sangue


 

 

                     “De fato, quando se reúnem, o que vocês fazem não é comer a Ceia do Senhor, porque cada um se apressa em comer a sua própria ceia. E, enquanto um passa fome, outro fica embriagado. Será que vocês não têm suas casas onde comer e beber? Ou desprezam a Igreja de Deus e querem envergonhar aqueles que nada têm? O que vou dizer para vocês? Devo elogiá-los? Não! Nesse ponto eu não os elogio.

                     De fato, eu recebi pessoalmente do Senhor aquilo que transmiti para vocês. Na noite em que foi entregue, o Senhor Jesus tomou o pão e, depois de dar graças, o partiu e disse: ‘Isto é o meu corpo que é para vocês; façam isto em memória de mim. ’ Do mesmo modo, após a Ceia, tomou também o cálice, dizendo: ‘Este cálice é a Nova Aliança no meu sangue; todas as vezes que vocês beberem dele, façam isso em memória de mim. ’ Portanto, todas as vezes que vocês comem deste pão e bebem deste cálice, estão anunciando a morte do Senhor, até que ele venha.

                    Por isso, todo aquele que comer do pão ou beber do cálice do Senhor indignamente, será réu do corpo e do sangue do Senhor. Portanto, cada um examine a si mesmo antes de comer deste pão e beber deste cálice, pois aquele que come e bebe sem discernir o Corpo, come e bebe a própria condenação.” (1 Coríntios 11 20 –29)

                    Esta passagem é o mais antigo testemunho sobre a Eucaristia, foi escrito no ano 56, mais de dez anos antes dos Evangelhos. Entre as nossas observações podemos dizer primeiro que, pelo Espírito Santo, o Apóstolo teve seu encontro pessoal com Cristo que lhe transmitiu A Santa Celebração. Segundo: se fosse apenas uma simples celebração como alguém pode ser réu do corpo e do sangue do Senhor se este pão e este vinho não tem a presença de Cristo? Terceiro: se qualquer um pudesse cear; por que deve haver um exame de consciência? Quarto: se fosse um simples pedaço de pão e apenas um cálice de vinho. Por que é preciso discernir o corpo? Por que a falta de discernimento do corpo de Cristo em comparação a qualquer pão e vinho gera a própria condenação? Quinto: se a celebração do corpo e do sangue de Cristo fosse apenas uma solene lembrança ou uma simbólica representação, então por que tanto argumento bíblico com uma luta fervorosa de Nosso Senhor e do maior dos apóstolos para que as pessoas acreditem que esta é mais divina liturgia celebrada no mundo?

                      “O sacrifício de Cristo e o sacrifício da Eucaristia são um único sacrifício: "É uma só e mesma vítima, é o mesmo que oferece agora pelo ministério dos sacerdotes, que se ofereceu a si mesmo então na cruz. Apenas a maneira de oferecer difere". "E porque neste divino sacrifício que se realiza na missa, este mesmo Cristo, que se ofereceu a si mesmo uma vez de maneira cruenta no altar da cruz, está contido e é imolado de maneira incruenta, este sacrifício é verdadeiramente propiciatório".” 1367

                      “A Eucaristia é também o sacrifício da Igreja. A Igreja, que é o corpo de Cristo, participa da oferta de sua Cabeça. Com Cristo, ela mesma é oferecida inteira. Ela se une à sua intercessão junto ao Pai por todos os homens. Na Eucaristia, o sacrifício de Cristo se torna também o sacrifício dos membros de seu Corpo. A vida dos fiéis, seu louvor, seu sofrimento, sua oração, seu trabalho são unidos aos de Cristo e à sua oferenda total, e adquirem assim um valor novo. O sacrifício de Cristo, presente sobre o altar, dá a todas as gerações de cristãos a possibilidade de estarem unidos à sua oferta. Nas catacumbas, a Igreja é muitas vezes representada como uma mulher em oração, com os braços largamente abertos em atitude de orante. Como Cristo que estendeu os braços na cruz, ela se oferece e intercede por todos os homens, por meio dele, com ele e nele.” 1368

                      “A missa é ao mesmo tempo e inseparavelmente o memorial sacrifical no qual se perpetua o sacrifício da cruz, e o banquete sagrado da comunhão no Corpo e no Sangue do Senhor. Mas a celebração do Sacrifício Eucarístico está toda orientada para a união íntima dos fiéis com Cristo pela comunhão. Comungar é receber o próprio Cristo que se ofereceu por nós.” 1382

                    “O altar, em tomo do qual a Igreja está reunida na celebração da Eucaristia, representa os dois aspectos de um mesmo mistério: o altar do sacrifício e a mesa do Senhor, e isto tanto mais porque o altar cristão é o símbolo do próprio Cristo, presente no meio da assembléia de seus fiéis, ao mesmo tempo como vítima oferecida por nossa reconciliação e como alimento celeste que se dá a nós. "Com efeito, que é o altar de Cristo senão a imagem do Corpo de Cristo?”- diz Santo Ambrósio; e alhures: "O altar representa o Corpo [de Cristo], e o Corpo de Cristo está sobre o altar". A liturgia exprime esta unidade do sacrifício e da comunhão em muitas orações. Assim, a Igreja de Roma ora em sua anáfora: Nós vos suplicamos que ela seja levada à vossa presença, para que, ao participarmos deste altar, recebendo o Corpo e o Sangue de vosso Filho, sejamos repletos de todas as graças e bênçãos do céu.” 1383              

                     Nosso Senhor iniciou suas obras com o milagre nas bodas de Caná, transformando a água em vinho como prefiguração do vinho transformado em seu Sangue. E sua última obra em vida, antes da morte na cruz, foi a Santa Ceia em que instituiu A Sagrada Eucaristia. Isto, para que a vida da Igreja e de todos os cristãos tenha sua plenitude, do inicio ao fim, no Santo Sacrifício de Cristo.

 

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

A Sagrada Eucaristia


O Pão da Vida


 

 

                    “Depois disso, Jesus foi para outra margem do mar da Galiléia, também chamado Tibiríades. Uma grande multidão seguia Jesus porque as pessoas viram os sinais que ele fazia, curando os doentes. Jesus subiu a montanha e sentou-se aí com seus discípulos. Estava próximo a Páscoa, festa dos judeus. Jesus ergueu os olhos e viu uma grande multidão que vinha ao seu encontro.


                    Então Jesus disse a Felipe: ‘Onde vamos comprar pão para eles comerem?’ Jesus falou assim para testar Felipe, pois sabia muito bem o que ia fazer. Felipe respondeu: ‘Nem meio ano de salário bastaria para dar um pedaço para cada um. ’ Um discípulo de Jesus, André, irmão de Simão Pedro, disse: ‘Aqui há um rapaz que tem cinco pães de cevada e dois peixes. Mas, o que é isso para tanta gente?


                    Então Jesus disse: ‘Falem para o povo sentar. ’ Havia muita grama nesse lugar e todos sentaram. Estavam aí cinco mil pessoas, mais ou menos. Jesus pegou os pães agradeceu a Deus e distribuiu aos que estavam sentados. Fez a mesma coisa com os peixes. E todos comeram o quanto queriam. Quando ficaram satisfeitos, Jesus disse aos discípulos: ‘Recolham os pedaços que sobraram, para não se desperdiçar nada. ’ Eles recolheram os pedaços e encheram doze cestos com as sobras dos pães que haviam comido.” (João 6, 1 –13)


                           Nosso Senhor faz o anúncio da Eucaristia. Reparte o pão aos que têm fome. Desse momento em diante o peixe vira símbolo dos cristãos e o pão se transforma em alimento corporal e espiritual.

                          “No dia seguinte, a multidão, que tinha ficado do outro lado do mar, viu que aí havia uma barca. Viu também que Jesus não havia subido na barca com os discípulos e que eles tinham ido sozinhos. Então chegaram outras barcas de Tiberíades, perto do lugar onde eles tinham comido o pão, depois que o Senhor agradeceu a Deus. Quando a multidão viu que nem Jesus nem os discípulos estavam aí, as pessoas subiam nas barcas e foram procurar Jesus em Cafarnaum.

                    Quando encontraram Jesus no outro lado do lago, perguntaram: ‘Rabi, quando chegaste aqui?’ Jesus respondeu: ‘Eu garanto a vocês: vocês estão me procurando não porque viram os sinais, mas porque comeram os pães e ficaram satisfeitos. Não trabalhem pelo alimento que se estraga; trabalhem pelo alimento que dura a vida eterna. É este o alimento que o Filho do Homem dará a vocês, porque foi ele que Deus Pai marcou com seu selo. ’

                  Então eles perguntaram: ‘O que é que devemos fazer para realizar as obras de Deus?’ Jesus respondeu: ‘A obra de Deus é que vocês acreditem naquele que ele enviou. ’ Eles perguntaram: ‘Que sinal realizas para que possamos ver e acreditar em ti? Qual é a tua obra? Nossos pais comeram o maná no deserto como diz a Escritura: ‘Ele deu-lhes um pão que veio do céu’. ’

                 Jesus respondeu: ‘Eu garanto a vocês: Moisés não deu para vocês o pão que veio do céu. É meu Pai quem dá para vocês o verdadeiro pão que vem do céu, porque o pão de Deus é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo. ’ Então eles pediram: ‘Senhor, dá-nos sempre desse pão’.”

(João 6, 22 – 34)

                     A Eucaristia é o alimento que dura para a vida eterna, o verdadeiro pão do céu, o pão da vida, o pão de Deus.

                    “Jesus disse: ‘Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais fome, e quem acredita em mim nunca mais terá sede.” (João 6, 35)

                    Nosso Senhor é Jesus Cristo o eterno alimento para o corpo, para a mente, para o coração e para a alma. O sustento da vida eterna.

                   “As autoridades dos judeus começaram a criticar, porque Jesus tinha dito: ‘Eu sou o pão que desceu do céu’. ’’ (João 6, 41)

                   Nosso Senhor sempre foi criticado por pessoas incrédulas, mas Cristo está eternamente certo em tudo que fala e faz.

                  Eu garanto a vocês: quem acredita possui a vida eterna. Eu sou o pão da vida. Os pais de vocês comeram o maná no deserto e, no entanto, morreram. Eis aqui o pão que desceu do céu: quem dele comer nunca morrerá.” (João 6, 47 – 50)

                 Nosso Senhor reafirma, quem come deste pão tem a vida eterna. Tenhamos a certeza de receber o corpo de Cristo como alimento.

                “E Jesus continuou: ‘Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Quem come desse pão viverá para sempre. E o pão que eu vou dar é a minha própria carne, para que o mundo tenha vida. ’

                As autoridades dos judeus começaram discutir entre si: ‘Como pode esse homem dar-nos a sua carne para comer?’ Jesus respondeu: ‘Eu garanto a vocês: se vocês não comem a carne do Filho do Homem e não bebem o seu sangue, não terão a vida em vocês. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. Porque a minha carne é verdadeiramente comida e o meu sangue é verdadeiramente bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue vive em mim e eu nele. E como o Pai, que vive me enviou e eu vivo pelo Pai, assim, aquele que me receber como alimento viverá por mim. Este é o pão que desceu do céu. Não como o pão que os pais de vocês comeram e depois morreram. Quem come deste pão viverá para sempre’.” (João 6, 51 –58)

                     Peço em nome de Deus Pai, pelo amor do Filho e pela ação do Espírito Santo.  Não aja como os fariseus que não acreditavam que o corpo e o sangue de Cristo são verdadeiramente comida e bebida. Que outro trecho Nosso Senhor transmite tanta clareza e objetividade? Afirmando e reafirmando 15 vezes que devemos recebê-lo como alimento para termos a vida em nós. Que outra interpretação desta passagem poderia ter? Se não fosse verdadeira a expressão comer a carne e beber o sangue para ter a comunhão com Cristo e por conseqüência à vida eterna. Então por que tanta discussão com os fariseus? Leia outros trechos que Nosso Senhor discute assim com os fariseus e pense se em alguma delas há tanta clareza, objetividade e principalmente insistência de Nosso Senhor de convencer as pessoas sobre algo tão majestoso.

                    “Depois que ouviram essas coisas, muitos discípulos de Jesus disseram: ‘Esse modo de falar é duro demais. Quem pode continuar ouvindo isso? ’ Jesus sabia que seus discípulos estavam criticando o que ele havia dito. Então lhes perguntou: ‘Isso escandaliza vocês? Imaginem então se vocês virem o Filho do Homem subir para o lugar onde estava antes! O Espirito é que dá a vida, a carne não serve para nada. As palavras que eu disse a vocês são espírito e vida. Mas entre vocês há alguns que não acreditam. ’ Jesus sabia desde o começo quais eram aqueles que não acreditavam e quem seria o traidor. E acrescentou: ‘É por isso que eu disse: Ninguém pode vir a mim se isso não lhe é concedido pelo Pai. ’

                     A partir desse momento, muitos discípulos voltaram atrás, e não andavam mais com Jesus. Então Jesus disse as Doze: ‘Vocês também querem ir embora?’ Simão Pedro respondeu: ‘A quem iremos Senhor? Tu tens palavras de vida eterna. Agora nós acreditamos e sabemos que tu és o Santo de Deus. (João 6, 60 –69) 

                     Nosso Senhor afirma mais uma vez que o que foi dito acima é a verdade da nossa fé. Uma verdade que chega a tal de ponto que, escandaliza até os discípulos. É preciso ter fé. “A fé é um modo de já possuir aquilo que se espera, é um meio de conhecer realidades que não se vêem.” (Hebreus 11, 1). E a falta desta fé fez com que muitos abandonassem Cristo porque não acreditavam na Comunhão Eucarística.

                    Agora eu pergunto: será que se o pão e o vinho não fossem verdadeiramente o corpo e o sangue de Cristo teria causado tanta polemica entre os discípulos a ponto de Nosso Senhor perguntar se os apóstolos também o deixariam? Como quem diz: ou aceita a verdade ou me deixe.

                   “A Eucaristia é "fonte e ápice de toda a vida cristã”. "Os demais sacramentos, assim como todos os ministérios eclesiásticos e tarefas apostólicas, se ligam à sagrada Eucaristia e a ela se ordenam. Pois a santíssima Eucaristia contém todo o bem espiritual da Igreja, a saber, o próprio Cristo, nossa Páscoa”." 1324

                   "A comunhão de vida com Deus e a unidade do povo de Deus, pelas quais a Igreja é ela mesma, a Eucaristia as significa e as realiza. Nela está o clímax tanto da ação pela qual, em Cristo, Deus santifica o mundo, como do culto que no Espírito Santo os homens prestam a Cristo e, por ele, ao Pai." 1325

                  “Finalmente, pela Celebração Eucarística a nos unimos à liturgia do céu e antecipamos a vida eterna, quando Deus ser tudo em todos.” (1Cor 15,28). 1326

 

 

A Instituição da Eucaristia


 

                    

                   “O milagre da multiplicação dos pães, quando o Senhor proferiu a bênção, partiu e distribuiu os pães a seus discípulos para alimentar a multidão, prefigura a superabundância deste único pão de sua Eucaristia. O sinal da água transformada em vinho em Caná já anuncia a hora da glorificação de Jesus. Manifesta a realização da ceia das bodas no Reino do Pai, onde os fiéis beberão o vinho novo, transformado no Sangue de Cristo.” 1335               

                  “Enquanto comiam, Jesus tomou o pão e, tendo pronunciado a benção, o partiu, distribuiu aos discípulos e disse: ‘Tomem e comam, isto é o meu corpo. ’ Em seguida, tomou o cálice, agradeceu, e deu a eles dizendo: ‘Bebam dele todos, pois isto é o meu sangue, o sangue da aliança, que é derramado em favor de muitos, para remissão dos pecados. Eu lhes digo: de hoje em diante não beberei desse fruto da videira, até o dia em que, com vocês, beberei o vinho novo no reino do meu Pai’.” (Mateus 26, 26 –29)

                A Primeira Missa foi realizada por Nosso Senhor durante a Última Ceia. Ao celebrarmos a Ceia do Senhor comemos a carne e bebemos o sangue do Cordeiro de Deus que tira todo o pecado do mundo. A Santa Eucaristia é a Nova Arca Aliança aberta para que todo o povo de Deus possa ser agraciado com os mistérios da fé.

                    “Desde o século II temos o testemunho de S. Justiço Mártir sobre as grandes linhas do desenrolar da Celebração Eucarística, que permaneceram as mesmas até os nossos dias para todas as grandes famílias litúrgicas. Assim escreve pelo ano de 155, para explicar ao imperador pagão Antonino Pio (138-161) o que os cristãos fazem: "No dia 'do Sol', como é chamado, reúnem-se num mesmo lugar os habitantes, quer das cidades, quer dos campos. Lêem-se, na medida em que o tempo o permite, ora os comentários dos Apóstolos, ora os escritos dos Profetas. Depois, quando o leitor terminou, o que preside toma a palavra para aconselhar e exortar à imitação de tão sublimes ensinamentos. A seguir, pomo-nos todos de pé e elevamos nossas preces por nós mesmos (...) e por todos os outros, onde quer que estejam, a fim de sermos de fato justos por nossa vida e por nossas ações, e fiéis aos mandamentos, para assim obtermos a salvação eterna. Quando as orações terminaram, saudamo-nos uns aos outros com um ósculo. Em seguida, leva-se àquele que preside aos irmãos pão e um cálice de água e de vinho misturados. Ele os toma e faz subir louvor e glória ao Pai do universo, no nome do Filho e do Espírito Santo e rende graças (em grego: eucharístia, que significa 'ação de graças' longamente pelo fato de termos sido julgados dignos destes dons. Terminadas as orações e as ações de graças, todo o povo presente prorrompe numa aclamação dizendo: Amém. Depois de o presidente ter feito a ação de graças e o povo ter respondido, os que entre nós se chamam diáconos distribuem a todos os que estão presentes pão, vinho e água 'eucaristizados' e levam (também) aos ausentes".” 1345

                     “A liturgia da Eucaristia desenrola-se segundo uma estrutura fundamental que se conservou ao longo dos séculos até nossos dias. Desdobra-se em dois grandes momentos que formam uma unidade básica: a convocação, a Liturgia da Palavra, com as leituras, a homilia e a oração universal; a Liturgia Eucarística, com a apresentação do pão e do vinho, a ação de graças consecratória e a comunhão. Liturgia da Palavra e Liturgia Eucarística constituem juntas "um só e mesmo ato do culto"; com efeito, a mesa preparada para nós na Eucaristia é ao mesmo tempo a da Palavra de Deus e a do Corpo do Senhor. ”1346

                    “Por acaso não é exatamente esta a seqüência da Ceia Pascal de Jesus ressuscitado com seus discípulos? Estando a caminho, explicou-lhes as Escrituras, e em seguida, colocando-se à mesa com eles, "tomou o pão, abençoou-o, depois partiu-o e distribuiu-o a eles". 1347

 

sábado, 19 de outubro de 2013

Santa Teresa de Ávila


Teresa d´Ávila mereceu ser proclamada “Doutora da Igreja”: Santa Teresa de Ávila (também conhecida como Santa Teresa de Jesus, nasceu em Ávila  na Espanha, em 1515 e foi educada de modo sólido e cristão, tanto assim que, quando criança, se encantou tanto com a leitura da vida dos santos mártires a ponto de ter combinado fugir com o irmão para uma região onde muitos cristãos eram martirizados; mas nada disso aconteceu graças à vigilância dos pais. Aos vinte anos, ingressou no Carmelo de Ávila, onde viveu um período no relaxamento, pois muito se apegou às criaturas, parentes e conversas destrutivas, assim como conta em seu livro biográfico. Certo dia, foi tocada pelo olhar da imagem de um Cristo sofredor, assumiu a partir dessa experiência a sua conversão e voltou ao fervor da espiritualidade carmelita, a ponto de criar uma espiritualidade modelo. Foi grande amiga do seu conselheiro espiritual São João da Cruz, também Doutor da Igreja, místico e reformador da parte masculina da Ordem Carmelita. Por meio de contatos místicos e com a orientação desse grande amigo, iniciou aos 40 anos de idade, com saúde abalada, a reforma do Carmelo feminino. Começou pela fundação do Carmelo de São José, fora dos muros de Ávila. Daí partiu para todas as direções da Espanha, criando novos Carmelos e reformando os antigos. Provocou com isso muitos ressentimentos por parte daqueles que não aceitavam a vida austera que propunha para o Carmelo reformado. Chegou a ter temporariamente revogada a licença para reformar outros conventos ou fundar novas casas.

Santa Teresa deixou-nos várias obras grandiosas e profundas, principalmente escritas para as suas filhas do Carmelo: “O Caminho da Perfeição”, “Pensamentos sobre o Amor de Deus”, “Castelo Interior”, “A Vida”. Morreu em Alba de Tormes na noite de 15 de outubro de 1582 aos 67 anos, e em 1622 foi proclamada santa. O seu segredo foi o amor. Conseguiu fundar mais de trinta e dois mosteiros, além de recuperar o fervor primitivo de muitas carmelitas, juntamente com São João da Cruz. Teve sofrimentos físicos e morais antes de morrer, até que em 1582 disse uma das últimas palavras: “Senhor, sou filha de vossa Igreja. Como filha da Igreja Católica quero morrer”. No dia 27 de setembro de 1970 o Papa Paulo VI reconheceu-lhe o título de Doutora da Igreja. Sua festa litúrgica é no dia 15 de outubro. Santa Teresa de Ávila é considerada um dos maiores gênios que a humanidade já produziu. Mesmo ateus e livres-pensadores são obrigados a enaltecer sua viva e arguta inteligência, a força persuasiva de seus argumentos, seu estilo vivo e atraente e seu profundo bom senso. O grande Doutor da Igreja, Santo Afonso Maria de Ligório, a tinha em tão alta estima que a escolheu como patrona, e a ela consagrou-se como filho espiritual, enaltecendo-a em muitos de seus escritos.

Santa Teresa de Ávila, rogai por nós!

Fonte: PASCOM- S. Brás

 

 

 

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

A Confissão Sacramental 2


A Reconciliação


 

 

                    “O pecado é antes de tudo uma ofensa a Deus, uma ruptura da comunhão com ele. Ao mesmo tempo é um atentado à comunhão com a Igreja. Por isso, a conversão traz simultaneamente o perdão de Deus e a reconciliação com a Igreja, Q que é expresso e realizado liturgicamente pelo sacramento da Penitência e da Reconciliação.” 1440

                 “Conferindo aos apóstolos seu próprio poder de perdoar os pecados, o Senhor também lhes dá a autoridade de reconciliar os pecadores com a Igreja. Esta dimensão eclesial de sua tarefa exprime-se principalmente na solene palavra de Cristo a Simão Pedro: "Eu te darei as chaves do Reino dos Céus, e o que ligares na terra ser ligado nos céus, e o que desligares na terra será desligado nos céus" (Mt 16,19). "O múnus de ligar e desligar, que foi dado a Pedro, consta que também foi dado ao colégio do apóstolos, unido a seu chefe (cf. Mt 18,18; 28,16-20)”." 1444

                 “As palavras ligar e desligar significam: aquele que excluirdes da vossa comunhão, será excluído da comunhão com Deus; aquele que receberdes de novo na vossa comunhão, Deus o acolherá também na sua. A reconciliação com a Igreja é inseparável da reconciliação com Deus.” 1445

                  “Cristo instituiu o sacramento da Penitência para todos os membros pecadores de sua Igreja, antes de tudo para aqueles que, depois do Batismo, cometeram pecado grave e com isso perderam a graça batismal e feriram a comunhão eclesial. E a eles que o sacramento da Penitência oferece uma nova possibilidade de converter-se e de recobrar a graça da justificação. Os Padres da Igreja apresentam este sacramento como "a segunda tábua (de salvação) depois do naufrágio que é a perda da graça.” 1446

                 “Ao celebrar o sacramento da Penitência, o sacerdote cumpre o ministério do bom pastor, que busca a ovelha perdida; do bom samaritano, que cura as feridas; do Pai, que espera o filho pródigo e o acolhe ao voltar; do justo juiz, que não faz acepção de pessoa e cujo julgamento é justo e misericordioso ao mesmo tempo. Em suma, o sacerdote é o sinal e o instrumento do amor misericordioso de Deus para com o pecador.” 1465

                 “O confessor não é o senhor, mas o servo do perdão de Deus. O ministro deste sacramento deve unir-se à intenção e à caridade Cristo. Deve possuir um comprovado conhecimento do comportamento cristão, experiência das coisas humanas, respeito e delicadeza diante daquele que caiu; deve amar a verdade, ser fiel ao magistério da Igreja e conduzir, com paciência, o penitente à cura e à plena maturidade. Deve orar e fazer penitência por ele, confiando-o à misericórdia do Senhor.” 1466

                 ““Toda a força da Penitência reside no fato de ela nos reconstituir na graça de Deus e de nos unir a Ele com a máxima amizade.” Portanto, a finalidade e o efeito deste sacramento é a reconciliação com Deus. Os que recebem o sacramento da Penitência com coração contrito e disposição religiosa "podem usufruir a paz e a tranqüilidade da consciência, que vem acompanhada de uma intensa consolação espiritual". Com efeito, o sacramento da Reconciliação com Deus traz consigo uma verdadeira "ressurreição espiritual", uma restituição da dignidade e dos bens da vida dos filhos de Deus, entre os quais o mais precioso é a amizade de Deus (Cf. Lc 15,32).” 1468

                 “Este sacramento nos reconcilia com a Igreja. O pecado fende ou quebra a comunhão fraterna. O sacramento da Penitência a repara ou restaura. Neste sentido, ele não cura apenas aquele que é restabelecido na comunhão eclesial, mas tem também um efeito vivificante sobre a vida da Igreja, que sofreu com o pecado de um de seus membros. Restabelecido ou confirmado na comunhão dos santos, o pecador sai fortalecido pela participação dos bens espirituais de todos os membros vivos do Corpo de Cristo, quer estejam ainda em estado de peregrinação, quer já estejam na pátria celeste:

Não devemos esquecer que a reconciliação com Deus tem como conseqüência, por assim dizer, outras reconciliações capazes de remediar outras rupturas ocasionadas pelo pecado: o penitente perdoado reconcilia-se consigo mesmo no íntimo mais profundo de seu ser, onde recupera a própria verdade interior; reconcilia-se com os irmãos que de alguma maneira ofendeu e feriu; reconcilia-se com a Igreja; e reconcilia-se com toda a criação.” 1469

                “Neste sacramento, o pecador, entregando-se ao julgamento misericordioso de Deus, antecipa de certa maneira o julgamento a que ser sujeito no fim desta vida terrestre. Pois é agora, nesta vida, que nos é oferecida a escolha entre a vida e a morte, e só pelo caminho da conversão poderemos entrar no Reino do qual somos excluídos pelo pecado grave. Convertendo-se a Cristo pela penitência e pela fé, o pecador passa da morte para a vida "sem ser julgado" (Jo 5,24).” 1470

                      “E Jesus nos mandou pregar ao povo que Deus o constitui o Juiz dos vivos e dos mortos. Sobre ele todos os profetas dão o seguinte testemunho: todo aquele que acredita em Jesus recebe, em seu nome, o perdão dos pecados.” (Atos 10, 42-43)

                         É preciso que haja o exame de consciência, para avaliar a firmeza na fé. Mesmo que nossa consciência não nos condene somos abalados pelo pecado. Por isto, A Igreja pede que se faça a confissão no mínimo uma vez por ano, durante A Páscoa do Senhor, e se possível uma vez por mês. Aliás, se confessarmos o pecado e recebemos o perdão, mas voltarmos a pecar este que confessamos não podemos comungar, devemos confessar de novo, mesmo que se tenha passado algumas horas.

                          “Não se põe vinho novo em barris velhos, se não os barris se arrebentam, o vinho derrama e os barris se perdem. Mas vinho novo se põe em barris novos e assim os dois se conservam.” (Mateus 9, 17) 

                           Eis porque A Igreja pede que os fiéis se confessem uma vez por mês. Não podemos comungar o Corpo e o Sangue de Cristo sendo barris velhos para o Vinho Novo, isso é um disparate para a essência da fé cristã, vinho novo só pode ser comungado por barris novos, e esta renovação acontece no sacramento da confissão. Através da confissão dos pecados e absolvição do Magistério cumpre-se a penitência e torna-se um barril novo para comungar o Vinho Novo. Lembre-se de 1 Coríntios 11, 27-29:

                          “Por isso, todo aquele que comer do pão ou beber do cálice do Senhor indignamente, será réu do corpo e do sangue do Senhor. ‘Portanto, cada um examine a si mesmo antes de comer deste pão e beber deste cálice, pois aquele que come e bebe sem discernir o Corpo, come e bebe a própria condenação’.”

 

 

terça-feira, 15 de outubro de 2013

A Confissão Sacramental


Somos Pecadores


 

 

                   “Se dissermos que não temos pecado, enganamos a nós mesmos, e a Verdade não está em nós. Se reconhecemos os nossos pecados, Deus, que é fiel e justo, perdoará os nossos pecados e nos purificará de toda injustiça. Se dizermos que nunca pecamos, estaremos afirmando que Deus é mentiroso, e sua Palavra não estará em nós.”

(1João 1, 8-10)

                  Todos somos pecadores, cometemos pecados porque nascemos com a marca do pecado original. E necessitamos da misericórdia divina para alcançarmos a salvação. Essa misericórdia em ao nosso encontro através do sacramento da confissão.

                “Que é o homem, e para que serve? Que mal ou que bem pode ele fazer? A duração da vida humana é quando muito cem anos. No dia da eternidade esses breves anos serão contados como uma gota de água do mar, como um grão de areia. É por isso que o Senhor é paciente com os homens, e espalha sobre eles a sua misericórdia. Ele vê quanto é má a presunção do seu coração, e reconhece que o fim deles é lamentável; é por isso que ele os trata com toda a doçura, e mostra-lhes o caminho da justiça. A compaixão de um homem concerne ao seu próximo, mas a misericórdia divina estende-se sobre todo ser vivo. Cheio de compaixão, (Deus) ensina os homens, e os repreende como um pastor o faz com o seu rebanho. Compadece-se daquele que recebe os ensinamentos de sua misericórdia, e do que se apressa a cumprir os seus preceitos.” (Eclesiástico 18, 7-14)

                Por isto é preciso que o homem se converta e busque a santidade em seu coração, amando a Deus com as forças da alma. Se não confessamos, o pecado está em nós e nos mancha excluindo da salvação e leva para a morte.

                “Vocês não sabem que os injustos não herdarão o Reino de Deus? Não se iludam! Nem os imorais, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os depravados, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os caluniadores irão herdar o Reino de Deus. Alguns de vocês eram assim, mas vocês se lavaram, foram santificados e reabilitados pelo nome do Senhor Jesus Cristo e pelo Espírito de nosso Deus.” (1Corintios 6, 9-12)

                  Olhe a grandeza do amor infinito de Deus conosco, sua fidelidade misericordiosa nos toca em momentos que nós mesmos nos achamos perdidos. Mas Deus, por amor, vem ao nosso encontro. Basta apenas reconhecermos nossos pecados e buscarmos a confissão. Que não é apenas uma confissão dos nossos pecados, mas antes de tudo, é uma confissão ao nosso amor a Deus. Confessamos que o amamos e não queremos mais o pecado, por amor a Deus.

                “Quando estendeis vossas mãos, eu desvio de vós os meus olhos; quando multiplicais vossas preces, não as ouço. Vossas mãos estão cheias de sangue, lavai-vos, purificai-vos. Tirai vossas más ações de diante de meus olhos. Cessai de fazer o mal, aprendei a fazer o bem. Respeitai o direito, protegei o oprimido; fazei justiça ao órfão, defendei a viúva. Pois bem, justifiquemo-nos, diz o Senhor. Se vossos pecados forem escarlates, tornar-se-ão brancos como a neve! Se forem vermelhos como a púrpura, ficarão brancos como a lã! Se fordes dóceis e obedientes, provareis os melhores frutos da terra; se recusardes e vos revoltardes, provareis a espada. É a boca do Senhor que o declara.” (Isaías 1, 15-20)

                Infelizmente muitas pessoas não querem entender que Deus é amor, por isto mesmo sendo amor, é fiel e justo. Sendo assim, Deus, por amor a nós, não pode nos perdoar se não confessamos nossos pecados e procuramos a santidade.

               Quem dissimula suas faltas, não há de prosperar; quem as confessa e as detesta, obtém misericórdia. Feliz daquele que vive em temor contínuo; mas o que endurece seu coração, cairá na desgraça.” (Provérbios 28, 13-14)

               Por isto, Deus confiou A Santa Igreja através dos apóstolos e seus sucessores este sacramento de perdão, cura, reconciliação com o próprio Deus, A Igreja, o próximo, e cada um consigo mesmo. Confessar também é amar A Igreja e perdoar o próximo e a si mesmo.

               Àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos.” (João 20, 23)

 

 

Sacramento do Perdão

 

 

                 “A penitência interior é uma reorientação radical de toda a vida, um retorno, uma conversão para Deus de todo nosso coração, uma ruptura com o pecado, uma aversão ao mal e repugnância às m s obras que cometemos. Ao mesmo tempo, é o desejo e a resolução de mudar de vida com a esperança da misericórdia divina e a confiança na ajuda de sua graça. Esta conversão do coração vem acompanhada de uma dor e uma tristeza salutares, chamadas pelos Padres de "animi cruciatus (aflição do espírito)", "compunctio cordis (arrependimento do coração)".” 1431

                 “O coração do homem apresenta-se pesado e endurecido. É preciso que Deus dê ao homem um coração novo. A conversão é antes de tudo uma obra da graça de Deus que reconduz nossos corações a ele: "Converte-nos a ti, Senhor, e nos converteremos" (Lm 5,21). Deus nos dá a força de começar de novo. É descobrindo a grandeza do amor de Deus que nosso coração experimenta o horror e o peso do pecado e começa a ter medo de ofender a Deus pelo mesmo pecado e de ser separado dele. O coração humano converte-se olhando para aquele que foi traspassado por nossos pecados.

“Fixemos nossos olhos no sangue de Cristo para compreender como é precioso a seu Pai porque, derramado para a nossa salvação, dispensou ao mundo inteiro a graça do arrependimento.” 1432

                 “A penitência interior do cristão pode ter expressões bem variadas. A escritura e os padres insistem principalmente em três formas: o jejum, a oração e a esmola, que exprimem a conversão com relação a si mesmo, a Deus e aos outros. Ao lado da purificação radical operada pelo batismo ou pelo martírio, citam, como meio de obter o perdão dos pecados, os esforços empreendidos para reconciliar-se com o próximo, as lágrimas de penitência, a preocupação com a salvação do próximo, a intercessão dos santos e a prática da caridade, "que cobre uma multidão de pecados" (1Pd 4,8).” 1434

                 “A conversão se realiza na vida cotidiana por meio de gestos de reconciliação, do cuidado dos pobres, do exercício e da defesa da Justiça e do direito, pela confissão das faltas aos irmãos, pela correção fraterna, pela revisão de vida, pelo exame de consciência pela direção espiritual, pela aceitação dos sofrimentos, pela firmeza na perseguição por causa da justiça. Tomar sua cruz, cada dia, seguir a Jesus é o caminho mais seguro da penitencia.” 1435

                 “O dinamismo da conversão e da penitência foi maravilhosamente descrito por Jesus na parábola do "filho pródigo", cujo centro é "O pai misericordioso": o fascínio de uma liberdade ilusória, o abandono da casa paterna; a extrema miséria em que se encontra o filho depois de esbanjar sua fortuna; a profunda humilhação de ver-se obrigado a cuidar dos porcos e, pior ainda, de querer matar a fome com a sua ração; a reflexão sobre os bens perdidos; o arrependimento e a decisão de declarar-se culpado diante do pai; o caminho de volta; o generoso acolhimento da parte do pai; a alegria do pai: tudo isso são traços específicos do processo de conversão. A bela túnica, o anel e o banquete da festa são símbolos desta nova vida, pura, digna, cheia de alegria, que é a vida do homem que volta a Deus e ao seio de sua família, que é a Igreja. Só o coração de Cristo que conhece as profundezas do amor do Pai pôde revelar-nos o abismo de sua misericórdia de uma maneira tão simples e tão bela.” 1439

                

 

A Confissão dos Pecados


 

 

                          “O perdão dos pecados cometidos após o Batismo é concedido por um Sacramento próprio chamado sacramento da Conversão, da Confissão, da Penitência ou da Reconciliação.”1486

                          “Voltar à comunhão com Deus depois de a ter perdido pelo pecado, é um movimento que nasce da graça do Deus misericordioso e solícito pela salvação dos homens. É preciso pedir este dom precioso para si mesmo e também para os outros.” 1489
                          “O movimento de volta a Deus, chamado conversão e arrependimento, implica uma dor e uma aversão aos pecados cometidos e o firme propósito de não mais pecar no futuro; nutre-se da esperança na misericórdia divina.” 1490
                         “O sacramento da penitência é constituído de três atos do penitente e da absolvição dada pelo sacerdote. Os atos do penitente são o arrependimento, a confissão ou manifestação dos pecados ao sacerdote e o propósito de cumprir a penitência e as obras de reparação.”1491

                       “Aquele que quiser obter a reconciliação com Deus e com a Igreja deve confessar ao sacerdote todos os pecados graves que ainda não confessou e de que se lembra depois de examinar cuidadosamente sua consciência. Mesmo sem ser necessária em si a confissão das faltas veniais, a Igreja não deixa de recomendá-la vivamente.” 1493

                       “Somente os sacerdotes que receberam da autoridade da Igreja a faculdade de absolver podem perdoar os pecados em nome de Cristo.”1495

                      “Os efeitos espirituais do sacramento da Penitência são: a reconciliação com Deus, pela qual o penitente recobra a graça; a reconciliação com a Igreja; a remissão da pena eterna devida aos pecados mortais; a remissão, pelo menos em parte, das penas temporais, seqüelas do pecado; a paz e a serenidade da consciência e a consolação espiritual; o acréscimo de forças espirituais para o combate cristão.” 1496