terça-feira, 15 de outubro de 2013

A Confissão Sacramental


Somos Pecadores


 

 

                   “Se dissermos que não temos pecado, enganamos a nós mesmos, e a Verdade não está em nós. Se reconhecemos os nossos pecados, Deus, que é fiel e justo, perdoará os nossos pecados e nos purificará de toda injustiça. Se dizermos que nunca pecamos, estaremos afirmando que Deus é mentiroso, e sua Palavra não estará em nós.”

(1João 1, 8-10)

                  Todos somos pecadores, cometemos pecados porque nascemos com a marca do pecado original. E necessitamos da misericórdia divina para alcançarmos a salvação. Essa misericórdia em ao nosso encontro através do sacramento da confissão.

                “Que é o homem, e para que serve? Que mal ou que bem pode ele fazer? A duração da vida humana é quando muito cem anos. No dia da eternidade esses breves anos serão contados como uma gota de água do mar, como um grão de areia. É por isso que o Senhor é paciente com os homens, e espalha sobre eles a sua misericórdia. Ele vê quanto é má a presunção do seu coração, e reconhece que o fim deles é lamentável; é por isso que ele os trata com toda a doçura, e mostra-lhes o caminho da justiça. A compaixão de um homem concerne ao seu próximo, mas a misericórdia divina estende-se sobre todo ser vivo. Cheio de compaixão, (Deus) ensina os homens, e os repreende como um pastor o faz com o seu rebanho. Compadece-se daquele que recebe os ensinamentos de sua misericórdia, e do que se apressa a cumprir os seus preceitos.” (Eclesiástico 18, 7-14)

                Por isto é preciso que o homem se converta e busque a santidade em seu coração, amando a Deus com as forças da alma. Se não confessamos, o pecado está em nós e nos mancha excluindo da salvação e leva para a morte.

                “Vocês não sabem que os injustos não herdarão o Reino de Deus? Não se iludam! Nem os imorais, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os depravados, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os caluniadores irão herdar o Reino de Deus. Alguns de vocês eram assim, mas vocês se lavaram, foram santificados e reabilitados pelo nome do Senhor Jesus Cristo e pelo Espírito de nosso Deus.” (1Corintios 6, 9-12)

                  Olhe a grandeza do amor infinito de Deus conosco, sua fidelidade misericordiosa nos toca em momentos que nós mesmos nos achamos perdidos. Mas Deus, por amor, vem ao nosso encontro. Basta apenas reconhecermos nossos pecados e buscarmos a confissão. Que não é apenas uma confissão dos nossos pecados, mas antes de tudo, é uma confissão ao nosso amor a Deus. Confessamos que o amamos e não queremos mais o pecado, por amor a Deus.

                “Quando estendeis vossas mãos, eu desvio de vós os meus olhos; quando multiplicais vossas preces, não as ouço. Vossas mãos estão cheias de sangue, lavai-vos, purificai-vos. Tirai vossas más ações de diante de meus olhos. Cessai de fazer o mal, aprendei a fazer o bem. Respeitai o direito, protegei o oprimido; fazei justiça ao órfão, defendei a viúva. Pois bem, justifiquemo-nos, diz o Senhor. Se vossos pecados forem escarlates, tornar-se-ão brancos como a neve! Se forem vermelhos como a púrpura, ficarão brancos como a lã! Se fordes dóceis e obedientes, provareis os melhores frutos da terra; se recusardes e vos revoltardes, provareis a espada. É a boca do Senhor que o declara.” (Isaías 1, 15-20)

                Infelizmente muitas pessoas não querem entender que Deus é amor, por isto mesmo sendo amor, é fiel e justo. Sendo assim, Deus, por amor a nós, não pode nos perdoar se não confessamos nossos pecados e procuramos a santidade.

               Quem dissimula suas faltas, não há de prosperar; quem as confessa e as detesta, obtém misericórdia. Feliz daquele que vive em temor contínuo; mas o que endurece seu coração, cairá na desgraça.” (Provérbios 28, 13-14)

               Por isto, Deus confiou A Santa Igreja através dos apóstolos e seus sucessores este sacramento de perdão, cura, reconciliação com o próprio Deus, A Igreja, o próximo, e cada um consigo mesmo. Confessar também é amar A Igreja e perdoar o próximo e a si mesmo.

               Àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos.” (João 20, 23)

 

 

Sacramento do Perdão

 

 

                 “A penitência interior é uma reorientação radical de toda a vida, um retorno, uma conversão para Deus de todo nosso coração, uma ruptura com o pecado, uma aversão ao mal e repugnância às m s obras que cometemos. Ao mesmo tempo, é o desejo e a resolução de mudar de vida com a esperança da misericórdia divina e a confiança na ajuda de sua graça. Esta conversão do coração vem acompanhada de uma dor e uma tristeza salutares, chamadas pelos Padres de "animi cruciatus (aflição do espírito)", "compunctio cordis (arrependimento do coração)".” 1431

                 “O coração do homem apresenta-se pesado e endurecido. É preciso que Deus dê ao homem um coração novo. A conversão é antes de tudo uma obra da graça de Deus que reconduz nossos corações a ele: "Converte-nos a ti, Senhor, e nos converteremos" (Lm 5,21). Deus nos dá a força de começar de novo. É descobrindo a grandeza do amor de Deus que nosso coração experimenta o horror e o peso do pecado e começa a ter medo de ofender a Deus pelo mesmo pecado e de ser separado dele. O coração humano converte-se olhando para aquele que foi traspassado por nossos pecados.

“Fixemos nossos olhos no sangue de Cristo para compreender como é precioso a seu Pai porque, derramado para a nossa salvação, dispensou ao mundo inteiro a graça do arrependimento.” 1432

                 “A penitência interior do cristão pode ter expressões bem variadas. A escritura e os padres insistem principalmente em três formas: o jejum, a oração e a esmola, que exprimem a conversão com relação a si mesmo, a Deus e aos outros. Ao lado da purificação radical operada pelo batismo ou pelo martírio, citam, como meio de obter o perdão dos pecados, os esforços empreendidos para reconciliar-se com o próximo, as lágrimas de penitência, a preocupação com a salvação do próximo, a intercessão dos santos e a prática da caridade, "que cobre uma multidão de pecados" (1Pd 4,8).” 1434

                 “A conversão se realiza na vida cotidiana por meio de gestos de reconciliação, do cuidado dos pobres, do exercício e da defesa da Justiça e do direito, pela confissão das faltas aos irmãos, pela correção fraterna, pela revisão de vida, pelo exame de consciência pela direção espiritual, pela aceitação dos sofrimentos, pela firmeza na perseguição por causa da justiça. Tomar sua cruz, cada dia, seguir a Jesus é o caminho mais seguro da penitencia.” 1435

                 “O dinamismo da conversão e da penitência foi maravilhosamente descrito por Jesus na parábola do "filho pródigo", cujo centro é "O pai misericordioso": o fascínio de uma liberdade ilusória, o abandono da casa paterna; a extrema miséria em que se encontra o filho depois de esbanjar sua fortuna; a profunda humilhação de ver-se obrigado a cuidar dos porcos e, pior ainda, de querer matar a fome com a sua ração; a reflexão sobre os bens perdidos; o arrependimento e a decisão de declarar-se culpado diante do pai; o caminho de volta; o generoso acolhimento da parte do pai; a alegria do pai: tudo isso são traços específicos do processo de conversão. A bela túnica, o anel e o banquete da festa são símbolos desta nova vida, pura, digna, cheia de alegria, que é a vida do homem que volta a Deus e ao seio de sua família, que é a Igreja. Só o coração de Cristo que conhece as profundezas do amor do Pai pôde revelar-nos o abismo de sua misericórdia de uma maneira tão simples e tão bela.” 1439

                

 

A Confissão dos Pecados


 

 

                          “O perdão dos pecados cometidos após o Batismo é concedido por um Sacramento próprio chamado sacramento da Conversão, da Confissão, da Penitência ou da Reconciliação.”1486

                          “Voltar à comunhão com Deus depois de a ter perdido pelo pecado, é um movimento que nasce da graça do Deus misericordioso e solícito pela salvação dos homens. É preciso pedir este dom precioso para si mesmo e também para os outros.” 1489
                          “O movimento de volta a Deus, chamado conversão e arrependimento, implica uma dor e uma aversão aos pecados cometidos e o firme propósito de não mais pecar no futuro; nutre-se da esperança na misericórdia divina.” 1490
                         “O sacramento da penitência é constituído de três atos do penitente e da absolvição dada pelo sacerdote. Os atos do penitente são o arrependimento, a confissão ou manifestação dos pecados ao sacerdote e o propósito de cumprir a penitência e as obras de reparação.”1491

                       “Aquele que quiser obter a reconciliação com Deus e com a Igreja deve confessar ao sacerdote todos os pecados graves que ainda não confessou e de que se lembra depois de examinar cuidadosamente sua consciência. Mesmo sem ser necessária em si a confissão das faltas veniais, a Igreja não deixa de recomendá-la vivamente.” 1493

                       “Somente os sacerdotes que receberam da autoridade da Igreja a faculdade de absolver podem perdoar os pecados em nome de Cristo.”1495

                      “Os efeitos espirituais do sacramento da Penitência são: a reconciliação com Deus, pela qual o penitente recobra a graça; a reconciliação com a Igreja; a remissão da pena eterna devida aos pecados mortais; a remissão, pelo menos em parte, das penas temporais, seqüelas do pecado; a paz e a serenidade da consciência e a consolação espiritual; o acréscimo de forças espirituais para o combate cristão.” 1496


 

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