sexta-feira, 26 de março de 2021

At 1,4-9 – Batismo no Espírito Santo

 


J

esus subiu ao céu, está a direita do Pai, e de lá nos envia o Espírito Santo. O Espírito Santo que na realidade você já tem. O recebeu no batismo sacramental. Jesus quer te dar um derramamento desse Espírito. Ele quer que o Espírito Santo cresça em você, infle, de modo que Ele extravase, transborde, como as águas de uma barragem com as comportas abertas.

            E para que Jesus faz isso? Para você bater no peito e dizer: eu tenho o Espírito Santo, Jesus me deu, é meu... Não!... Jesus com o Pai te derrama o Espírito Santo para que com força e autoridade você o anuncie. Jesus te dá o Espírito Santo para que através desse mesmo Espírito possamos ser conduzidos por Ele e anuncia-Lo.

            Sta. Edith Stein, a respeito do Espírito Santo disse: “Mais próximo de mim do que eu de mim mesmo; mais intimo que o âmago da minha alma”. Devemos repetir e tomar posse dessa palavra; que o Espírito Santo seja o mais próximo possível, mais intimo que o âmago de nossa alma. Âmago é o centro, o de mais profundo e interior que possa existir. Portanto, é no interior, no mais profundo de nós que o Espírito Santo habita. Mas não é lá que Ele deve ficar como um prisioneiro, deve inundar-nos, efluir, transbordar. É esse transbordamento, essa efusão, esse derramamento que Jesus nos infunde no batismo no Espírito Santo. 

            Deixe que o Espírito Santo ative o despertador da tua fé para acorda-lo da letargia espiritual, para que você possa caminhar com a Igreja, com Jesus, com os irmãos rumo aos braços do Pai. Abramos o coração e deixemos Deus agir em nós. Deus quer nos transformar como transformou os discípulos naquela madrugada de pentecostes há cerca de dois mil anos. Hoje, aqui, agora, já, nesse momento Ele derrama o mesmo Espírito que mudou a vida daqueles homens e mulheres e que também pode mudar a sua. Abra-se a ação do Espírito Santo, receba uma nova efusão, uma nova unção. Deixe-se batizar no Espírito. Amém.

 

 

 


sábado, 20 de março de 2021

Eclo 1,11-22 – Temor a Deus

 

 

 


leitura proposta fala de temor ao Senhor. Haveremos de ter medo de Deus? Deus quer que tenhamos medo dele? Vejamos o que diz o dicionário; temor = medo . O dicionário também diz: temor = respeito, reverência, zelo, escrúpulo. É neste sentido que devemos temer a Deus, ter respeito, reverência a seu nome, zelo, dedicação a sua palavra.

            Temor a Deus é um dos sete dons infusos, aqueles que recebemos ao ser batizados. Dons infusos, diferentemente dos dons carismáticos, são dons dados para ascese pessoal, servem para crescimento individual, enquanto os carismas são dons de serviço, servem para crescimento e edificação da comunidade, da igreja. Com referencia ao temor a Deus, ver o Catecismo da Igreja Católica no 1303 e 2144.  

                O que vemos nos remete aos primeiros mandamentos: “Amar a Deus sobre todas as coisas “ e “Não tomar seu Santo Nome em vão”. Se temermos a Deus, acataremos seus mandamentos e se acatarmos seus mandamentos, estaremos sendo tementes a Deus. Preocupações com coisas vãs, banalidades, coisas sem importância, mundanas, deixam Deus de lado, abafam os dons e corremos com isso sério risco de ceder às tentações e cair em pecado. O pecado nos afasta de Deus, diz a sua Palavra em Isaias 59,1s. O mundo acusa a Igreja de retrógrada, de estar submetida a leis e mandamentos ultrapassados, que o mundo mudou, etc, etc, e outras baboseiras mais. Mas lei é lei; quanto mais a lei de Deus que é irrefutável e imutável. As leis humanas podem ser mudadas e revogadas a qualquer tempo, basta a canetada de um legislador qualquer, mas a lei de Deus é eterna, as leis da natureza e os mandamentos de Deus valem a qualquer tempo, ontem, hoje e sempre. Um objeto que tenhamos a mão ao ser solto cairá ao chão, como cairia no tempo de Moisés e cairá se for solto daqui a mil anos, pois todos estamos sujeitos a lei da gravidade. A gravidade é uma lei da natureza e portanto imutável, irrevogável! Desobedecer a Deus, desrespeitar seus mandamentos e portanto não temer a Deus, era pecado desde 40 séculos atrás, é pecado hoje e será pecado daqui a 40 séculos!

            Quando criança eu gostava de olhar o céu estrelado; era lindo ver o céu coberto de estrelas. Hoje, devido às luzes da cidade e a poluição não se vê estrelas como antes. Mas as estrelas não se mudaram, continuam lá como no meu tempo de criança. Não as vemos porque a camada de poluição impede que suas luzes cheguem a nossos olhos. Assim é nosso relacionamento com Deus, a poluição do nosso pecado impede que o olhar de Deus nos alcance. Precisamos renunciar ao pecado, temer a Deus, destruir a barreira, para nos tornarmos visíveis a Deus e sermos alcançados pela graça e misericórdia divinas.

            Deus nos ama e apesar do nosso pecado não deixa de nos amar. Nos ama a tal ponto que enviou Jesus para morrer por nós, para lavar com seu sangue os nossos pecados. Jesus, Deus com o Pai e o Espírito Santo, Jesus, Deus na Trindade Santa. Que o Espírito Santo, enviado pelo Pai e pelo Filho, nos ilumine, nos mova na direção daquele que por sua morte e ressurreição nos conduz a vida eterna, ao Pai justo e misericordioso.

            Retomando a Palavra nos vv. 11 a 13, vemos aí uma promessa, uma linda, uma belíssima promessa. Apossemo-nos dessa promessa, vivamos, experintemos essa Palavra, testemunhemos nosso temor ao Senhor e assim possamos servi-lo e adora-lo até que essa promessa se cumpra em nós. Amém.


sexta-feira, 12 de março de 2021

I Cro 17, 1-15 – Caminhos Para o Reino

 


 


Nesta leitura vemos o profeta Natan dizer ao rei Davi, que não seria ele, Davi, a construir a casa, o templo de Deus. Mas que ele seria a origem de uma dinastia que levaria ao grande rei, o que fundaria o império eterno, a grande Igreja. Davi era o depositário das promessas messiânicas. O texto também faz alusão, embora indireta, à Arca da Aliança. A arca feita de madeira nobre, revestida de ouro, com tampo maciço e querubins, tudo de ouro. Possuía argolas também de ouro e varais para o transporte, conforme descrito no livro do Êxodo. A arca continha as tábuas da lei, os dez mandamentos e o próprio Javé (Deus) se fazia presente na Arca da Aliança. Podemos até mesmo comparar a Arca da Aliança com o nosso Sacrário: pois se lá habitava Deus, aqui temos a presença viva de Jesus Sacramentado na hóstia consagrada.

                A arca não tinha paradeiro; era levada de um lugar a outro, de tenda em tenda, de acampamento em acampamento, de cidade em cidade. Foi inclusive roubada, esteve em poder dos Filisteus ate ser recuperada, e Davi a reconduziu a Jerusalém. O povo precisava de um lugar apropriado para adorar a Deus e firmar um sentido de unidade em torno do verdadeiro sentimento religioso.

                Vamos reler os vv. 11-14 (...). Aqui se refere a Salomão. Mas a Palavra de Deus não se restringe a uma época, a um contexto histórico, a uma profecia ocasional. A palavra de Deus se projeta no tempo e no espaço e chega até nós viva, atualizada; a Palavra de Deus é eterna!

                Vejamos o que diz em Is 11,1 (...). Então podemos dizer que esse reino é o reino de Jesus, o rei dos reis, esse trono é o trono da graça, da glória de Deus; a casa é a Igreja de Cristo, a verdadeira Igreja, a Santa Igreja Católica!

                Do mesmo modo que o povo de Israel buscava Deus na Arca da Aliança, podemos buscar Jesus no Sacramento Eucarístico. Freqüentar a igreja, buscar os sacramentos , são caminhos para encontrar Jesus. Amar e respeitar Maria; Maria está sempre presente ao lado de Jesus, discreta, discretíssima, como podemos observar através dos evangelhos escritos. Se estamos com Maria, estamos certamente com Jesus. Maria, todos nós sabemos, não é divindade, Maria não realiza prodígios. No entanto, ela intercede sempre, e o que ela pede Jesus faz, com certeza. Maria não é a salvação, mas nos aponta a salvação, nos leva à salvação que é Jesus.

                Ter vida de oração, oração diária, hábito da leitura da Palavra. Uma pessoa orante tem sintonia com Deus e encontra fácil o caminho para Jesus.

                Batismo no Espírito Santo. Batismo no Espírito Santo, fundamental para nós da renovação carismática. É na efusão do Espírito Santo, no derramamento dos dons, no exercício dos carismas que nos aproximamos de Jesus. Jesus nos dá o Espírito Santo, para através desse mesmo Espírito nos levar a Ele.

                Alguém talvez esteja questionando: Porque o pregador fica falando e repetindo os caminhos que levam a Jesus? E eu respondo: Porque eu busco, eu só procuro este caminho. A que outro eu iria? A que outro você iria? Aos caminhos que levam ao Egito? A Baal? Nunca! Jesus é o único caminho. Jesus é a videira verdadeira, o caminho, a verdade e a vida. Só ele tem palavras de vida eterna, só Jesus!

                O caminho para Jesus é árduo, longo, difícil; sabemos disso e até por isso, muitos por comodismo ou impaciência, ao invés de Jesus, buscam outros caminhos, atalhos, que não levam a lugar nenhum, ou melhor, levam sim: levam ao abismo, ao fundo do poço. Nos caminhos do mundo as quedas são inevitáveis e desastrosas, pois caímos de cara no chão. Mesmo assim, se voltarmos p’rá Jesus, Ele nos ampara e nos sustenta. Nos caminhos de Jesus poderemos até tropeçar e cair, se vacilarmos caímos mesmo, mas caímos de joelhos. E é melhor ralarmos os joelhos que quebrar a cara. Melhor ralar os joelhos que se estropiar! Com Jesus as dores são suportáveis e os fardos por mais pesados que sejam, se tornam leves, porque sabemos que Ele nos aliviará. A Palavra de Deus diz: Ele carregou sobre si nossas dores e enfermidades. Está escrito em Isaias 53. Jesus nos conduz por caminhos às vezes difíceis, mas seguros sempre.

                O Senhor falou a nós do núcleo do grupo de oração, em profecia. Eis o que disse: “Eu conduzo meu povo no deserto: estareis a beira de abismos, enfrentareis opositores, mas não temais, Eu vos guiarei no meio das trevas”. Eu vos guiarei no meio das trevas... Confiem no Senhor, confiem em Jesus. Em Is 9,1 lê-se: O povo que andava nas trevas viu uma grande luz. Essa luz é Jesus; essa luz é Jesus. E onde brilha a luz as trevas se dissipam. Amém.

 

 


sexta-feira, 5 de março de 2021

Sl 103,5-18 – Amor de Deus e Salvação

 

M

eu irmão, minha irmã, tome sua Bíblia. O que você tem nas mãos não é um simples livro. Você tem nas mãos a Palavra de Deus, a Palavra Viva do Deus Vivo. As verdades incontestáveis da Sabedoria Divina; a marcha da Revelação Divina através da história da humanidade. É também um manual de vida, com ensinamentos que nos levam ao caminho da retidão moral e da justiça. Ao longo dos aproximadamente três mil anos em que foi escrita, Deus se apresenta a humanidade e nos oferece o caminho da salvação: Jesus Cristo.

           


Abra sua Bíblia no Salmo 103; vamos ler do versículo 5 ao 18 (...)... Eis um hino de louvor à criação. Deus nos criou por amor; criou o Universo para que servisse de suporte a Terra; criou a Terra para que servisse de pedestal a sua obra-prima: nós. Deus não nos criou porque estivesse só, não; Deus nos criou porque amava, ama e nos amará sempre. Nos criou à sua imagem e semelhança; imagem porque somos reflexos de sua vontade, semelhança porque fomos criados para sermos perfeitos e se não o somos é por culpa nossa, que desobedecemos e perdemos a pureza original. Quando os primeiros seres humanos, Adão e Eva, caíram em tentação e pecaram desobedecendo a Deus, perderam a intimidade que tinham com ele. Ao longo do tempo o homem vem pecando, se penitenciando, sendo perdoado – por pura misericórdia – mas cai de novo, muitas vezes tropeçando na mesma pedra. Sodoma e Gomorra foram destruídas por causa de suas abominações, mas Deus salvou Lot e sua família. O dilúvio cobriu a terra, mas Deus salvou Noé e os seus. O povo hebreu estava cativo no Egito e Deus suscitou Moisés a liberta-los; mas o povo era renitente, teimoso; pecava por idolatria e murmuração, mas Moisés intercedia por eles e Deus os perdoava. Mais tarde, o povo escolhido sacrificava animais em holocausto expiatório para se livrar dos pecados e se o arrependimento era sincero, Deus os perdoava, não pelo sacrifício em si, mas pela contrição do coração. Contudo, já não havia arrependimento, os sacrifícios se tornaram mera formalidade, sem o firme propósito de renunciar verdadeiramente ao pecado e Deus irritou-se. Em Is 1,11 Deus diz (...)... Deus quer o coração do homem, o teu coração, o meu coração. Deus quer nos perdoar, nos salvar e para isso ofereceu a si mesmo em sacrifício, o último sacrifício de sangue, o sacrifício perfeito: Jesus, o Cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo! Jesus foi para a cruz para nos salvar e já nos salvou. Pelo sangue precioso de Jesus fomos lavados de todo o pecado. Mas... Há um porém: é preciso que desejemos a salvação, que sigamos Jesus, até mesmo no calvário se necessário; que assumamos nossa dependência a ele, que nos submetamos a seu senhorio. Jesus morreu e ressuscitou por nós. Ele não está mais na cruz nem no sepulcro; está vivo no meio de nós. A ressurreição de Jesus é garantia que existe a eternidade esperando por nós.

            Por amor fomos criados, por amor somos perdoados e por amor estamos salvos. Sejamos merecedores da Salvação. Amém.