sábado, 28 de novembro de 2009

Visão do Carro de Javé

O profeta Ezequiel descreve em Ez 1,4-14 uma visão de Deus, uma visão da glória de Deus. No Antigo Testamento Deus se apresentava em visões esplendorosas ou através forças da natureza, ventanias, tempestades, raios e trovões, a chamada teofania. Assim vemos em Ex 19,18, no Sinai; monte Horeb, quando Deus se apresenta pela primeira vez a Moisés, na sarça ardente. Apesar da descrição detalhada de Ezequiel é difícil imaginar o que ele tenha visto. Deus não pode ser descrito; é impossível à nossa inteligência compreender a divindade. Diante da grandeza de Deus, cabe a nós aceitar humildemente, sem discutir. Deus é Deus e ponto.
Hoje não podemos falar de Deus sem falar do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Deus único na Santíssima Trindade. Javé, Emanuel, Ruah. Javé, o Pai que nos criou; Emanuel, Deus conosco, o Filho que nos redimiu e Ruah, o sopro divino, Espírito Santo que nos consola, nos molda, nos conduz a santidade. Deus uno e trino, único Deus que se apresenta em três pessoas distintas. Grande mistério que talvez venhamos a entender quando, terminada a nossa jornada, estivermos frente a frente com Ele. Aí sim, ao caírem todas as nossas imperfeições o veremos tal qual Ele é.
Somos frutos do amor de Deus. Com amor, no amor e por amor fomos criados. No entanto, apesar do amor do Pai, perdemos a graça santificante e aí Deus mostrou outro grande atributo: a Divina Misericórdia. Se por amor fomos criados, pela misericórdia somos perdoados. Disse Sta. Faustina: “Nosso pecado é uma gotinha de orvalho no oceano da misericórdia de Deus”. Deus nos ama tanto, tem tanta compaixão de nós, que nos deu seu filho único, Jesus, para morrer em nosso lugar. Assim a salvação veio a nós. Então Jesus, que sendo parte integrante de Deus, desceu de sua glória e veio até nós em carne, humilhando-se e humildemente se dá ainda hoje. Pois se Ele se fez carne e pisou nosso chão, hoje se faz pão e se nos dá a cada eucaristia. Sua presença também se faz sentir através o Espírito Santo que infundido em nós, nos move, nos transforma, nos mostra toda a verdade, a verdade libertadora contida na Palavra de Deus.
Deus é amor e na infinitude de seu amor se dá a nós na sua Palavra, na Eucaristia e na efusão do Espírito Santo. Mesmo que você não se sinta amado pelas pessoas, pelo seu próximo, saiba, há um amor maior envolvendo você. É o amor do Pai que lhe perdoa, o amor do Filho que lhe cura, liberta, que lhe remiu numa cruz, o amor do Espírito Santo que lhe conduz a santificação. Deus lhe ama com um amor imenso, tão grande que é inimaginável. Deus lhe ama, deus nos ama como ninguém jamais amou e há de amar. Por amor à sua obra Ele se apresentou a Ezequiel na visão do carro esplendoroso; por amor se apresenta ainda hoje a nós na Palavra, na Eucaristia e através da Sua Igreja.

sábado, 21 de novembro de 2009

O Dia do Senhor

Sf 1,14 – 2,3


O trecho referente ao cap. 1 retrata o dia do Senhor; a manifestação do poder, podemos até mesmo dizer, da ira de Deus, não contra seu povo em si, mas contra o povo pecador. O cap. 2 nos mostra um apelo a conversão, ou seja, mesmo sob a ameaça de seu terrível dia, Deus deixa aberta a porta da conversão; a salvação é oferecida àqueles humildes de coração, aos que submetem-se a sua vontade.
Este texto, já nos tempos em que foi escrito suscitou inúmeras interpretações. Foi entendido como a ruína de Israel, devido a seus pecados; entendido tempos depois como castigo aos povos opressores de Israel e finalmente, como entendido hoje, julgamento, ou seja, triunfo dos justos frente ao castigo dos pecadores.
O v.18 adverte que nem ouro e prata, tesouros mundanos, hão de livrar a quem tem culpa, do merecido castigo. Isto remete a Dt 4,23s; daí concluímos que os ídolos modernos – dinheiro, poder, fortuna material – não salvam ninguém. Só Deus pode nos livrar do mal e do castigo no juízo final. Não sabemos dia e hora do retorno de Jesus. Não sabemos nem mesmo quando seremos chamados à sua presença. Portanto cada uma de nós viva intensamente como se cada dia fosse o último. Viver intensamente para o cristão é buscar incessantemente a santidade, é vivenciar dia a dia a Palavra de Deus. São João Bosco dizia: “Viva cada dia como se fosse o primeiro, o único e o último dia de sua vida.”
Jesus há de voltar glorioso porque assim diz a Escritura e a Escritura não mente. Entenda você objetivamente ou subjetivamente esta Palavra, não importa, Jesus voltará! Porque a Palavra de Deus é real e verdadeira. Jesus poderá retornar hoje, amanhã, daqui a um, dois, cem, mil anos, com certeza Jesus voltará. Temos que estar preparados, pois Ele virá resgatar sua Igreja, como em Ap 21. Estejamos prontos para apresentarmo-nos a Deus puros e santos, irrepreensíveis, para não sermos rejeitados. Estarmos vivos com Ele e não mortos longe Dele!
Apesar das mazelas que vivemos no último século (século XX). Um século cheio de guerras, abominações, cataclismos, epidemias, tragédias como nunca antes vistas, Deus nos ama e por isso nos chama à conversão. Abra os braços e com os braços abra também o coração e clama a Deus que envie a você, o Espírito Santo para ajuda-lo a trilhar seus caminhos. Deus é compassivo e misericordioso; Ele não quer que o que foi lido efetivamente aconteça. Escreveu tudo isso para nos advertir, chamar nossa atenção e nos voltarmos para Ele e para Jesus Salvador. Mas infelizmente a humanidade é surda. Surda e desobediente; não ouve e quando ouve não obedece. O mundo precisa ser mudado. E pode ser mudado a partir de mim, de você, de nós. Se conseguirmos, com o auxilio do Espírito Santo mudar a nós mesmos, seremos capazes de com o mesmo auxilio, fazer mudar a quem estiver a nossa volta, e assim sucessivamente, como uma onda, mudar a muitos como um tsunami de amor, levando vida, não morte!
Encerramos com a citação de Hb 9,28: “...Assim Cristo se ofereceu uma só vez para tomar sobre si os pecados do mundo, e voltará uma segunda vez, não em razão do pecado, mas para trazer a salvação aqueles que o esperam.” Esperemos por Jesus! Amém.

domingo, 15 de novembro de 2009

A Luz do Mundo


Na noite do dia 10 e em toda madrugada do dia 11, sofremos com o apagão que atingiu metade do país. Imaginemos – na realidade vivemos isso – as grandes cidades sem luz, sofrendo esse grande blecaute. As pessoas sem geladeira, rádio, televisão, até mesmo sem água, pois as estações de bombeamento param por falta de energia. É o caos no trânsito; os semáforos apagados, congestionamentos intermináveis. Que transtorno!
Irmãos e irmãs, a falta de luz espiritual é muito pior que a falta de luz física. A escuridão no espírito tem conseqüências mais graves que a escuridão física. Sem luz interior vivemos à margem de Deus, perdemos o freio moral, a “luz amarela” que sinaliza o perigo deixa de acender. Não acende a “luz vermelha” que impede que prossigamos numa atitude pecaminosa. Também a “luz verde” que nos indica para seguirmos em frente em nossa vida de oração e caridade, essa é como as outras, apagada. Vivemos no escuro, vendados, às apalpadelas, aos tropeções.
Assim como os judeus saindo do Egito marcharam até a travessia do Mar Vermelho, conduzidos por Moisés e guiados por uma nuvem flamejante, nós peregrinamos também em direção a terra prometida, conduzidos pela grande luz que é Jesus. Ao deixarmos para trás uma vida de pecado, não podemos jamais olhar para trás, nem sequer devemos pensar saudosamente nos tempos idos, pois são tempos de escuridão, são um passado obscuro onde éramos iludidos pelos falsos prazeres do mundo. Devemos caminhar sempre em direção ao caminho apontado por Jesus, ao caminho iluminado. Jamais retornar as trevas, pois quem gosta da escuridão é o inimigo de nossas almas, o inimigo de Deus: o príncipe das trevas, Satanás. Ao contrário, Jesus é a luz do mundo, o único e verdadeiro caminho. Diz Jesus que somos sal da terra e luz do mundo; somos como luzeiros e devemos levar a luz a quem vive nas trevas, a quem sofre por falta da luz. Mas em verdade apenas devemos refletir a luz verdadeira: Jesus Cristo.
Temos que fugir da escuridão, deixar a terra do pecado e vir para a luz, para a terra da promissão. Temos que sair da escuridão e nos colocar debaixo do Sol radiante da justiça, que é Deus e nos deixar envolver por essa luz, mergulhar nessa luz, ser banhados nessa luz! Eu quero chegar lá, atravessar o Jordão e viver para sempre na Jerusalém Celestial; eu quero ao final da jornada atravessar o Jordão, pisar a terra prometida e habitar na Jerusalém Celeste, onde não há Sol nem Lua, pois a única luz que brilha é a glória de Deus!
Dá-me Senhor a tua luz, a luz do teu olhar, a luz da tua Palavra que é lâmpada em meu caminho.

domingo, 1 de novembro de 2009

Respostas

As drogas, repetindo assertiva anterior, levam a lares destroçados, famílias enlutadas, corações feridos, vidas sem sentido. Infelizmente, como também já exposto, muitos veladamente ou escancaradamente apregoam a descriminização das drogas e por conseguinte, aprovam o seu uso. Alguns talvez por conveniência; outros por modismo, não querem ir contra as tendências, são os “maria vai com as outras”.
Por outro lado, felizmente, há aqueles que indo na contramão do relativismo, da permissividade irresponsável, das veleidades, são taxativamente contra as drogas e tudo mais que possa subverter a ética e a moral. Mais: auxiliam com os recursos que dispõem àqueles que carecem de assistência para se libertarem do vicio. Louvado seja Deus pela existência de pessoas e organizações que se disponibilizam a ajudar aos que precisam: os alcoólicos anônimos, narcóticos anônimos, grupos religiosos, as comunidades cristãs.
O mundo precisa de mais Fazendas da Esperança, Comunidade Católica Maranatá, Shalon, Comunidade Betânia e quantas mais surgirem, sejam católicas ou evangélicas.
Nestes locais, os drogados em tratamento só têm um dever: rezar e trabalhar; ora et labora, é a regra em quase toda casa de recuperação. Nada de mais se exige nesses locais; não é pedido a ninguém para deixar nada, não se acusa, apenas são acolhidos com muito amor, sentem-se amparados, incentivados a exercer a plena cidadania. Nos momentos de partilha, de pregação, ouvem testemunhos de ex-dependentes químicos que se recuperaram e que evocam a necessidade de se abandonar todo tipo de vicio e da alegria de viver sem as drogas. Também nesses momentos são apresentados a Alguém, e os que abrem o coração vivenciam a experiência mística do encontro pessoal com Aquele que tudo pode, Aquele que renova todas as coisas, Aquele cujo nome é acima de todo nome, Aquele que é, foi e sempre será: Jesus Cristo Nosso Senhor e Salvador. Aleluia!