domingo, 30 de outubro de 2011

Em quem confiar?


Nossa proteção está no nome do Senhor que fez o céu e a terra, diz o salmista em Sl 123,8. Quantos de nós colocamos nossa esperança, contamos com a proteção e o socorro nas pessoas ou até mesmo em talismãs e mandingas. Não queremos dizer com isso que não podemos nem devemos contar com o auxilio – prestimoso – dos irmãos; é claro que sim. Mas acima de tudo contamos com a benevolência divina para que esse auxilio seja eficaz. Não podemos colocar única e exclusivamente nossa vida nas mãos de outros; somente nas mãos do Senhor.

E quanto ao uso de medalhas e crucifixos? Se não forem usados como amuletos, nada demais. Estes apetrechos podem ser naturalmente usados como ornamento e/ou símbolos de fé. De modo especial o crucifixo, que nos faz lembrar o sacrifício de amor que Jesus Cristo fez por cada ser humano, por cada um de nós. Usados como amuletos ou talismãs no intuito de livrar de males, de nada servirão; terão desvirtuado o seu uso, que repetindo, são sinais de nossa fé, nada além disso,

Para nos proteger dos perigos deste mundo devemos ser prudentes, cautelosos, evitar situações de risco. Contar com a proteção divina, mas com os pés no chão, afinal não por Deus a prova, diz a Bíblia em Mt 4,7: “não tentarás o Senhor teu Deus”. Assim disse Jesus ao ser interpelado pelo demônio, quando este lhe desafiou a saltar do alto de uma torre, citando a Palavra em Sl 90,11-12: “Ele deu a seus anjos ordens a teu respeito; eles te protegerão com as mãos, com cuidado para não machucares teus pés nalguma pedra.”

Podemos aqui relatar testemunhos diversos de ambas circunstancias: gente que deliberadamente assumiu riscos contando com a proteção divina, se julgando imune por conta disso e no fim descobriu da pior forma possível que tentar a Deus não é uma boa coisa. Também há casos de gente que involuntariamente colocou a vida em risco e com certeza, por ação de Deus, contou com livramento de maneira prodigiosa. Daí podemos afirmar com toda certeza, que nosso socorro, nossa proteção está em Deus criador de tudo e de todos, no entanto, devemos fazer nossa parte. Afinal, não estamos imunes ao mal só por sermos cristãos, em verdade somos imunes aos efeitos do mal, quando confiamos em Deus e aceitamos seus desígnios.  


quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Jdt 2,1-6 – FÚRIA DO INIMIGO


Na leitura observamos Nabuconosor, por orgulho, extrema vaidade e vingança, tramar uma guerra com o fim de assolar a terra inteira. Podemos a partir daí traçar um paralelo com Lúcifer (o demônio, Satanás), que foi lançado à terra – conforme vemos na passagem de Ezequiel 28,14-17, ao qual atribuímos à sublevação e a queda de Lúcifer e seus seguidores. Esses seres também por orgulho e prepotência, por ousarem desafiar Deus, foram lançados à terra (Ap 12,7-9) e assola-nos com sua maldade.

            Vemos no livro de Judite que por uma mulher, Judite, foi dada a vitória ao povo de Deus contra Holofernes e seu exército. Assim como por uma mulher nos foi trazida a salvação, Jesus, que dos braços de Maria aos braços da cruz nos apresentou, mostrou, apontou e ofereceu o caminho, a verdade e a vida plena e abundante.

            O Catecismo da Igreja Católica (CIC) nos parágrafos 414-415 diz o seguinte: “Satanás ou o diabo, bem como os demais demônios, são anjos decaídos por terem se recusado livremente a servir a Deus e seu desígnio. Sua opção contra Deus é definitiva. Eles tentam associar o homem à sua revolta contra Deus.

            Constituído por Deus em estado de justiça, o homem, instigado pelo maligno, desde o inicio da história, abusou da própria liberdade. Levantou-se contra Deus, desejando atingir seu objetivo fora Dele”.

            Pedro, chefe da Igreja, o primeiro pontífice, também nos adverte em I Pd 5,8 que o inimigo está em torno de nós, nos ronda, nos observa esperando o momento oportuno para nos atacar... Contudo não devemos ter medo do diabo, ele é forte, mas não pode com Deus, Ele tem força, mas seu poder é limitado. Pela cruz e pelo sangue, pela ressurreição de Jesus ele já está derrotado. 

             Satanás é prepotente, orgulhoso, por isso não suporta a humildade, não resiste à humildade. Não resiste à Virgem Santíssima por ela ser humilde. Maria soube ouvir, calar, obedecer. Por sua extrema humildade, docilidade, amor a Deus, obediência a Santa Palavra, Maria tem o poder de pisar a cabeça da serpente!

            Além da humildade diante de Deus, como resistir às investidas do inimigo contra nós? Não permitindo que o pecado nos invada. Impedindo que o rancor e o ressentimento instalem-se em nosso coração. Não nos deixando influenciar pelos contra-valores do mundo. Evitamos o inimigo vivendo a Palavra de Deus, amando e perdoando; renunciando verdadeiramente a todo mal, às falsas doutrinas, a toda obra do maligno. Se vivermos uma vida de oração, em sintonia com Deus, certamente o inimigo não tomará conta de nós. Ele poderá até mesmo nos assediar, nos tentar, nos aborrecer e incomodar, e realmente o fará, porém nunca, nunca irá nos oprimir! Jesus está conosco e com Jesus somos mais que vencedores.

            Finalizando, voltemos ao catecismo: “No último pedido, mas livrai-nos do mal, o cristão pede a Deus, com a Igreja, que manifeste a vitória, já alcançada por Cristo sobre o Príncipe deste Mundo, sobre Satanás, o anjo que se opõe pessoalmente à Deus e a seu plano de salvação”. (CIC # 2864 – citação sobre o Pai Nosso).
            Entreguemo-nos de corpo e alma a Deus, para fugir dos tentáculos e das garras do maligno, que assolam e influenciam o mundo.    

sábado, 22 de outubro de 2011

Senhorio de Jesus


 Is 22,21-25.- Podemos comentar este texto sob três aspectos: no contexto histórico, onde temos a subida e queda de Eliaquim, mordomo do palácio real. No aspecto teológico, segundo o ponto de vista da Igreja, os vv. 22s são referência a Pedro, conforme Mt 16,19. Em último, analisemos o texto como palavra rhema, mensagem de Deus dirigida a nós especialmente para este momento particular.

            O v. 22 nos remete a Ap 3,7 que fala diretamente do Messias, de Jesus, o que abre e fecha todas as portas. Jesus tem todas as chaves menos uma: a chave do nosso coração. Esta nos foi confiada pelo Pai em sua infinita misericórdia, no momento da criação. Porém se entregarmos a chave do nosso coração para Jesus Ele nos abre para a santidade e nos fecha para o pecado.

            Talvez vocês conheçam a estória do homem que recebeu a visita de Jesus em sua casa. O tal homem arrumou a sala, trocou o tapete, etc e etc. No dia e hora marcada Jesus compareceu à casa do homem. Este recebeu Jesus com a cerimônia de um bom anfitrião ao receber uma visita ilustre, mas ficou só nisso. Ele impediu que Jesus visitasse os outros cômodos da casa, pois lá estavam vestígios de seus pecados. De repente ouviram batidas a porta; era o diabo querendo entrar. O dono da casa em vão tentava livrar-se dele, até que Jesus interveio e expulsou o inconveniente visitante. Talvez vocês achem estranho a tentativa do diabo querer entrar numa casa onde Jesus estivesse presente. Mas o dono da casa não abriu a casa toda para Jesus. Jesus ficou confinado a um canto da sala de visitas; o resto da casa foi vedado a Jesus e por isso o diabo se achava no direito de reinvidica-la para si.

            Quantos de nós somos como o homem da estória. Não adianta abrir só um cantinho do coração para Jesus, temos que abrir o coração por inteiro! Não adianta entregar somente uma área de nosso ser a Jesus, temos de entregar todas as áreas. Não adianta dar um pedacinho de nós, temos de nos doar totalmente a Jesus! Há pessoas que têm Jesus no coração e ainda acreditam em horóscopo, por exemplo; têm Jesus, mas continuam a ceder às tentações do mundo, são escravas da TV, deixam de ir a igreja, mas não deixam de ver a porcaria da novela! Não é mentira nem exagero, é assim mesmo. Aceitar o senhorio de Jesus é assumir o compromisso com Jesus na totalidade, seguindo e servindo Jesus plenamente. Não é ficar em cima do muro; ou se é de Jesus ou se é nada, não há meio termo. Sê quente ou frio, mormo Ele te vomitará, diz a Palavra de Deus.

            Quando o eu, nosso ego, é o centro de nossas vidas e Jesus está do lado de fora ou confinado em um cantinho qualquer, somos dirigidos pelo ego, pela carne, resultando em frustrações e decepções e como conseqüência sofrimentos. No entanto, se Jesus está no centro, se Jesus é o centro de nossas vidas, somos controlados por Ele, através do Espírito Santo e crescemos em graça, somos fortalecidos e apesar das dificuldades que possam advir, não haverá frustrações, pois no fim a vitória é certa; com Jesus somos mais que vencedores.

            Aceite o senhorio de Jesus na sua vida. Ele se doou numa cruz por você. Ele morreu para que você pudesse viver. Ele preferiu morrer por você a viver sem você. Oremos: Senhor Jesus entrego-me a vós, fazei de mim o que quiserdes. Aceito tudo de vós. Deponho minha alma em vossas mãos. Entrego-me a vós com todo amor do meu coração, sem medidas, com confiança infinita. Sois meu Senhor e meu Deus. Amém.
(Carlos Nunes)


 

sábado, 15 de outubro de 2011

Ditadura da impiedade


O mundo tenta nos impingir seus contra-valores. Infelizmente muitos de nós (cristãos) caímos nas armadilhas do politicamente correto, dos direitos das (auto intituladas) minorias, do relativismo, das imposições da grande mídia. Quanto ao politicamente correto, não podemos confundir polidez com tolerância, com anuência. E é o aceitar tudo, a conivência, isso é o que prega o tal politicamente correto. É correto aceitar o erro? E o direito das “minorias”? Existem disposições constitucionais que privilegiem este ou aquele? Não somos todos iguais perante a lei? Homossexuais, indígenas, todos nós, temos nossos direitos como pessoas, como cidadãos. Porque alguns arvoram a si direitos exclusivos? É auto discriminação. Discriminação não no sentido usual, mas o querer ser diferente no intuito de fazer-se o “coitadinho”, o incompreendido e daí tentar auferir vantagens.

O relativismo quer nos fazer crer que nada é constante; tudo muda, evolui conforme as circunstancias, os modismos. Assim, não existe pecado, pois o que era velho passou, a Igreja é arcaica, seus valores não são mais aplicáveis, o mundo mudou e por aí vai... Porém há leis e Leis. Da mesma forma que as leis naturais, a lei de Deus é imutável, pois ELE É ontem, hoje, amanhã e sempre!

Então, os grandes meios de comunicação vêm e apregoam que tudo é normal e opcional. Opção sexual seria um direito, o homossexualismo nos é empurrado goela abaixo como coisa normal. Desde quando? Deus nos criou homem e mulher, não homem-mulher ou mulher-homem. A própria natureza distingue o sexo em todo animal e em algumas espécies vegetais. Quem julgamos ser, para arrogantemente subverter a natureza, tentando modificar simplesmente por que assim nos é conveniente, seus princípios eternos?

Em Isaías encontramos essa revelação: “Ai daqueles que ao mal chamam bem e ao bem chamam mal. Ai dos que fazem das trevas luz e luz em trevas, que tornam doce o amargo e amargo o que é doce”. (Is 5,20). Vivemos num país e num mundo onde essas palavras reveladoras do profeta Isaías se tornam cada vez mais uma realidade vivida, defendida, publicada e até transformada em normas de vida, em leis governamentais e até constitucionais. A morte de fetos congelados para fins de pesquisa; o tremendo infanticídio provocado pelas leis que aprovam e patrocinam o aborto; as guerras desencadeadas por interesses econômicos e ganâncias de poder; as leis que aprovam as uniões homossexuais; a corrupção política e econômica; toda falta de ética e moral no desempenho de funções publicas e profissões, bem como todo tipo de pecados de natureza pessoal, como adultério, homossexualismo, prostituição, vícios morais e outros tantos, são um grande mal, mas considerados um “bem”; são as trevas, mas agora consideradas “luz”; são tidos como modernismos, conquistas da sociedade; são o amargo do mal, agora defendido como o “doce”de uma vida de progresso.   




domingo, 9 de outubro de 2011

Reflexão-Gn 1

Reflexões Sobre a Criação


(Baseado em Gen 1,1-31)



O Universo




           


       No princípio era o caos. Numa era infinitamente passada no universo materialmente vazio, coexistiam em total desorganização três forças fundamentais da natureza: a força nuclear, a força eletromagnética e a força gravitacional. Sem aprofundamento da questão, notamos que são três forças idênticas que agem de modo semelhante em níveis distintos: atômico, molecular e cósmico.

Havia Deus, que no princípio não seria como hoje, pois não havia quem O adorasse. Deus era como que a força viva, a energia prima do universo. E d’Ele emanou todas as forças naturais: as três formas fundamentais de energia. E Deus, como tal, organizou-as, já que d’Ele procediam.

A aglutinação dessas forças, começando pela mais intensa (nuclear) conforme a equação E = mC² produziu a matéria. Átomos unindo-se formaram moléculas; moléculas, substâncias; e substâncias, os gases e poeira cósmica.

            Como supomos, tudo começou com uma grande explosão, o “Bigbang”; podemos admitir que a princípio havia um   único corpo celeste, condensação de toda a matéria e energia, cuja fragmentação e expansão criou o Universo tal como o conhecemos.

Deus, O Ser Supremo, ao organizar as forças d’Ele irradiadas, iniciou desta forma o processo da criação. Assim, da vontade Divina fez-se o Universo.



A Terra




As galáxias, estrelas, planetas e todos os corpos celestes derivam do estado inicial a partir da grande explosão (Bigbang) e assim naturalmente foram se transmutando e alguns ainda o estão. Entre muitas, num número incomensurável, encontramos a nossa galáxia, a Via Láctea, nela o Sistema Solar e aí a Terra, nosso planeta. A Terra como outros planetas, na sua infância, podemos assim dizer, era uma massa gasosa, mistura de metano, nitrogênio, oxigênio e outros gases. A partir dessas substâncias foram sintetizadas as demais. Os gases condensaram, rios de lava e outros fluidos serpeavam entre rochas ígneas fumegantes. Após o resfriamento progressivo, havia somente um planeta árido, estéril, sem vida. Aos poucos a água formou-se e tomou conta do planeta.

A simples criação e organização do firmamento e corpos celestes não satisfaziam o plano de Deus. Havia muito mais a fazer, a criação mal se iniciara. O próximo passo foi montar o pedestal, o grande ambiente onde seria colocada sua obra maior, o objetivo de tudo quanto fora criado. Então foi feita a Terra, para que nela habitássemos.



           

A Vida




            Água, metano, oxigênio, nitrogênio. Metano, água, aminas. Aminas, água, oxigênio, aminoácidos. Aminoácidos, água, proteínas. Proteínas, ácidos nucléicos. Ácidos nucléicos, DNA.        DNA, vida.

            A vida como começou? Possivelmente a partir de uma forma cristalóide microscópica formada por cadeias de DNA, ou seja, um simples vírus. Lentamente, a partir desse substrato virótico, foram formando-se estruturas mais complexas até chegar a forma mais simples biologicamente, um ser unicelular, autoregenerativo, ou seja, com capacidade de reproduzir-se. Das bactérias, amebas e líquens para seres mais complexos, o curso foi seguido normalmente. A vegetação então cobriu a terra.

A Terra, a princípio estéril e sem vida foi recoberta com um manto vegetal com todas as condições para um habitáculo. Isso era bom, assim Deus o quis. E por vontade e obra Divina a vida surgiu na Terra.

O surgimento da vida animal foi conseqüência natural. Primeiro as amebas e protozoários nas águas ricas em nutrientes. A partir daí peixes e invertebrados aquáticos, anfíbios, aves, répteis. Vieram os dinossauros e por fim os mamíferos.

E a Terra foi povoada com toda sorte de animais aquáticos, terrestres e voadores. A obra de Deus estava quase completa, o cenário perfeito para a obra prima da criação.



O Homem



Os mamíferos são a forma de vida mais bem sucedida sobre a face da Terra. Mas sobre todos os mamíferos e por conseqüência sobre todo animal e vegetal, reina um ser superior a todos eles, surgido a dezenas de milhares de anos atrás, um segundo ou fração, se compararmos com o tempo inicial da formação do Universo: O Homem.

 Por fim, coroando sua grande obra, o Homem, imagem e semelhança de Si.

            Semelhança de Deus, pois fomos criados para sermos perfeitos. Se não o somos é por culpa nossa, já que por vontade e benevolência do Criador, somos autodeterminantes de nosso destino.

            Imagem de Deus, pois somos o reflexo da vontade do Pai e conseqüentemente do próprio Deus. Se às vezes nos perdemos, é porque quebramos o espelho e nos afastamos de Deus.

Sob este ponto de vista, assim o é com certeza, a humanidade é a quintessência da criação. O Universo foi criado apenas para servir de suporte à nossa Terra e a Terra a nossos pés. Haverá outros mundos? Provavelmente sim. Na imensidão sem fim do Universo haverá outras terras pisadas por outros pés? Estarão em estágios mais ou menos evoluídos tecnologicamente e espiritualmente que nós? Mas não nos serão superiores, serão no máximo, como nós a semelhança de Deus Pai, O Criador de tudo e de todos.

O Pai Eterno nos criou para sermos sua obra perfeita e para que então o adorássemos como Deus. Assim pretendemos fazê-lo. Sabemos que muitos se perdem e erram o caminho, ou quebram o espelho. Contudo, muitos de nós trilharemos o bom caminho e mostraremos e buscaremos trazer conosco os que enveredaram por caminhos obscuros, indicando-lhes a luz no espelho e a retidão da Senda Divina.      Assim seja.



Conclusão



            Tudo que aqui foi exposto, do caos ao Homem na Terra levou bilhões de anos contados no tempo do Homem. Para nós passaram-se mais que bilhões de anos desde o “Bigbang” até o aparecimento do Homem na Terra.

            E Deus? Deus é atemporal. Para Ele não existe tempo nem espaço. O ontem é o amanhã e o amanhã é o hoje. Tudo que se passa ou passou num intervalo de tempo para nós, infinitamente grande, para Deus seria como um estalar de dedos. Não existe tempo, não existe espaço físico, Deus é o tudo, o absoluto. Por isso dizemos que Deus é onipresente, é onisciente, é onipotente.

            Portanto, os textos fundamentados em base científica, frente aos com inspiração filosófico-teológica, não são antagônicos, não se contradizem; ao contrário, se fundem, se complementam.

            Que é um bilhão, um trilhão de anos para Deus? Um piscar de olhos? Um dia? Uma semana?

            O fiat lux Divino marcou o instante zero do Universo e o primeiro dia do Genesis.



Adendo



            A ação direta de Deus na Criação se deu em dois momentos: No princípio de tudo, quando segundo as escrituras sagradas Ele disse “faça-se a luz”. Aí, nesse instante, Deus concebeu todos os princípios científicos, todo, absolutamente todo o saber da ciência. A partir daí desencadeou-se o processo de formação do Universo.

            O segundo momento quando da criação da vida. O primeiro organismo vivo surgiu quando Deus, figuradamente, soprou sobre a célula máter e ela começou a dividir-se gerando outras e outras células mais. Então fez-se a vida, a partir da ação Divina num arcabouço material. A partir do sopro vital, do ânima, da alma imortal, do espírito, a vida inundou a Terra, gerando todos os seres vivos, culminando com a expressão máxima da criação, o Homem.
         Observamos aí dois grandes mistérios, um dado a conhecer aos Homens: o saber científico, com tudo que isso implica, bom uso e muitas vezes mal uso da ciência. O segundo e grande mistério do criador: a vida em si, a nossa alma imortal. Esse não nos foi revelado, talvez sobrevenha à própria vida, e quando nos for permitido conhecer, alcançaremos a plenitude da graça Divina.



“... Revelando coisas que eu não sei mistérios do Grande Autor, que se eu conhecer por nada eu trocarei”
(Trecho da música Vinde ó Espírito Santo)

Carlos Nunes

           






           

           



                       

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Desgraças não vêm de Deus 2



Ultimamente temos ouvido muitas acusações a Deus (Deus é cruel... Onde está Deus que não vê isso... Deus isso, Deus aquilo...). Quando ocorrem coisas desagradáveis, desastres naturais ou não, ouvimos as constantes e conhecidas contestações a Deus e seu amor. Reflitamos, então, nas palavras do texto escrito pelo padre Francisco Sehnem, transcrito a seguir: “Hoje muito procuram um deus à sua imagem e semelhança, um deus que justifique seu modo de pensar e agir. Mas é bom e necessário que pelo menos alguns continuem a crer no Deus revelado por e em Jesus Cristo; que continuem a crer no verdadeiro Deus, de amor e misericórdia. Fora de Cristo os homens se arriscam a dar ao rosto de Deus, aparências estranhas e às vezes perigosas, porque todo o modo de pensar a Deus tem repercussão sobre o modo de pensar o homem e a sua vida. Hoje há um verdadeiro renascimento de vários deuses pagãos, que não passam de criações humanas colocadas nos céus: deus-poder que assusta e domina o mundo, que destrói todos aqueles que são contra ele. Volta a sobressair o deus-juiz, que tem somente a função de punir e condenar (principalmente aqueles que não pensam como eles ou não são da sua religião). Para muitos, Deus se confunde com o mundo, se dissolve e desaparece , deixando o homem na solidão dos seus problemas não resolvidos”.

Pensando assim com tal imagem distorcida da Divindade, agimos egoísticamente, a nosso bel prazer, prescindindo do Deus verdadeiro e no fim culpando-o quando algo dá errado. Quando tudo me é conforme, eu quero, eu posso, eu faço, eu aconteço, eu sou forte e auto-suficiente. Porém, quando não é como eu quero ou gostaria que fosse, quando o resultado é diferente do esperado, quando algo de ruim acontece, Deus é cruel e não olha por nós. Isto é notório quando se refere ao mal.

O mal nasce do abuso da liberdade ou da falta de amor. Deus não intervém a todo momento para modificar o   curso natural das coisas ou para corrigir arbitrariamente nossos erros – lembremo-nos: uma pedra afunda na água, uma rolha de cortiça flutua, um vazamento de gás asfixia ou provoca incêndios, etc. – pois Deus não nos tolhe a liberdade, mesmo quando abusamos, desobedecemos; também não reverte as leis naturais. Deus perdoa sempre, o homem às vezes e a natureza nunca.  

sábado, 1 de outubro de 2011

Perseguição

  No livro dos Atos dos Apóstolos, cap. 23, vv. 6 a 12, encontramos Paulo diante do grande conselho sendo julgado; não que tivesse cometido algum crime, mas simplesmente porque anunciava Jesus Cristo e a ressurreição. Paulo que fora o grande perseguidor de Jesus e seus seguidores, tornara-se também cristão e de perseguidor passou a perseguido. Devemos nós fazer como Paulo, não importando os obstáculos, nem mesmo o sofrimento de sentir-se perseguido, devemos em qualquer circunstância anunciar Jesus. Em outra passagem dos Atos dos Apóstolos vemos Pedro e João felizes após serem libertados da prisão. A alegria deles, porém não era em função da liberdade, estavam contentes por haverem sido injuriados, afrontados por pregarem a doutrina de Jesus. Pedro e João assumiram a bem aventurança, quando Jesus disse no sermão da montanha que bem aventurados seriam aqueles que sofressem perseguições por seu nome, pois grande seria a recompensa para esses na eternidade. Disse também Jesus em Jo15,20: “O servo não é maior que o senhor. Se me perseguiram, hão também de vos perseguir.”

            A perseguição que observamos aí ainda era pouco frente ao que viria, quando o Império Romano deixasse de tolerar o cristianismo e praticamente o declarasse inimigo de estado. A perseguição dos imperadores Nero, Domiciano, Diocleciano, foi cruel e sanguinária, ao longo de pelo menos três séculos. Os cristãos eram decapitados, crucificados, esfolados vivos, jogados as feras, queimados, mas não se intimidavam, não renegavam a fé. Não adiantava matar, pois o sangue dos mártires era semente de novos cristãos!

            Hoje não corremos risco de morte ao anunciar a Palavra, ao menos onde vivemos não somos proibidos de falar de Deus ou de Jesus, apesar de também sofrermos perseguições. Somos perseguidos pelos ouvidos, pela língua e ainda assim temos medo. Aqueles homens e mulheres eram perseguidos pela espada e não se calavam. Nós, por covardia, timidez ou mesmo comodismo, deixamos de anunciar, de evangelizar. Quantas vezes a oportunidade de evangelizar se apresenta e por timidez, por medo de parecer ridículo, deixamos de anunciar Jesus. Alguns dizem não saber como fazer, não conhecerem nada e outras desculpas... Mas para evangelizar não é necessário ser doutor em teologia ou bíblia, basta se abrir a ação do Espírito Santo.

            Nossa fé, nossa doutrina, ou seja, a Igreja, já nasceu perseguida. Primeiro pelos fariseus quando ainda era uma seita de origem judaica, depois pela influência do paganismo, pelo império romano, pelas heresias, pela reforma protestante, pelas filosofias materialistas, pelo iluminismo, mais recentemente pelo comunismo, pelo agnosticismo e tantas mais que apareçam. Mas tudo isso ruiu, caiu, dividiu-se ou desapareceu e a Igreja continua de pé, firme, inabalável há mais de dois mil anos! É a verdade bíblica: “... e sobre esta pedra construirei a minha igreja e as portas do inferno não prevalecerão sobre ela.” Glória a Deus! Não somos uma igrejinha qualquer, a nossa igreja foi concebida aos pés da cruz, com o sangue de Cristo, surgiu em Pentecostes e foi regada, fertilizada com o sangue dos mártires! Não importa o quanto possamos vir a ser perseguidos, somos felizes por sermos cristãos católicos e estarmos na renovação carismática. Como disse um bispo Tcheco duramente perseguido pelo regime comunista: “Quando fazemos a obra de Deus, fazemos muito; fazer a obra em oração faz-se mais ainda e sofrer pela obra de Deus é tudo.”  

Carlos Nunes