quarta-feira, 29 de julho de 2015

As chaves para o Reino


Mais um testemunho interessante na vida de Dr. Scott Hahn, ex-pastor convertido ao catolicismo.
Eu era um católico recém-convertido, e estava orgulhoso da minha descoberta.
Tinha acabado de apresentar um trabalho num seminário de doutorado sobre o Evangelho de Mateus, e achava que essa obra era importante e inédita, bem como, sabia que abordava a verdade. Até esmo a inesgotável sessão de duas horas e meia de questionamentos do meu professor e colegas estudantes tinha deixado a mim e à minha tese ilesos.
Qual era o assunto do trabalho? Eu demonstrava que o relato de Mateus no qual Jesus dá “as chaves do reino” para Pedro, estava relacionado com o obscuro oráculo de Isaías sobre a transferência das “chaves da Casa de Davi”. O que Jesus conferia a Pedro, ou seja, a autoridade sobre a Sua Igreja, correspondia ao que o rei de Isaías tinha conferido a Eliaquim, ao fazê-lo primeiro-ministro do reino de Davi. Em ambos os casos, havia um encargo tanto de primazia como de sucessão. Quando tal pessoa deixasse aquele cargo, outro tomaria o seu lugar e, seu sucessor, gozaria da mesma autoridade que o seu antecessor.
Estudiosos anteriores, tanto protestantes quanto católicos, tinham percebido a citação de Isaías. E você não precisa ser um estudioso para perceber que Mateus está cheio de citações e mais citações, alusões e referências, do Antigo Testamento.
Contudo, eu senti que tinha tido um novo ponto de vista, ao ver como esta citação ajudava a compreender o significado da intenção de Jesus em Mateus. Como dito, esta passagem representava Jesus como o novo rei Davi e, a Igreja, como o reino restaurado de Davi.
Foi essa conclusão e outras semelhantes, que me levaram a me tornar um católico. Agradeci a Deus por esta graça, mas também me parabenizei por ter realizado um trabalho acadêmico tão impressionante. Meus colegas e meu professor também estavam impressionados, mas isso não chegava nem a metade da grande impressão que eu estava de mim mesmo.
Porém, não passou muito tempo depois, e eu encontrei de novo essas mesmas duas passagens bíblicas, num ambiente que eu dificilmente esperava encontrá-las.
Foi o que ocorreu na Missa do 21º domingo do Tempo Comum. A primeira leitura era tirada de Isaías, capítulo 22, o mesmo oráculo obscuro que eu havia estudado em detalhes no meu trabalho acadêmico. É uma passagem tão estranha que eu jamais esperava ouvi-la dentro da Liturgia. E, logo em seguida, poucos minutos depois, o sacerdote proclama o Evangelho segundo Mateus, cap. 16, o episódio em que Jesus entrega as chaves a Pedro!
Perguntei a mim mesmo: quais eram as chances dessas duas leituras das Escrituras serem lidas numa mesma Missa? Eu me senti como se tivesse ganhado uma gincana bíblica.
Somente mais tarde, descobri que as leituras que ouvimos na Missa não são escolhidas por um santo acaso. A minha interpretação inovadora de Mateus, capítulo 16, era a interpretação que os católicos, há anos, ouviam na Liturgia, e não apenas ouvintes acadêmicos, mas trabalhadores, comerciantes, e os mais pobres dos pobres.
Faz mais de vinte anos desde que me converti ao Catolicismo, e tive essa mesma experiência, várias e várias outras vezes, na Missa.
Domingo após domingo, a Igreja nos dá uma padronização das interpretações bíblicas, mostrando-nos como as promessas do Antigo Testamento foram cumpridas no Novo. E a Igreja nos apresenta as Escrituras da mesma forma que os escritores do Novo Testamento faziam; e, eles aprenderam isso com Jesus.
Os evangelistas interpretaram o Antigo Testamento como a história da salvação, o suave desdobramento do plano misericordioso e compassivo de Deus para com os diversos costumes da raça humana, numa aliança familiar – na família de Deus, que adora e vive no Seu reino.
Certamente foi aquela promessa da filiação divina que me cativou e me segurou, por todos esses anos, quando pela primeira vez, eu fui em busca de razões para crer, quando fui em busca do significado mais profundo do Batismo da Igreja.
“Em verdade, em verdade te digo: quem não nascer de novo não poderá ver o Reino de Deus… em verdade, em verdade te digo: quem não nascer da água e do Espírito, não poderá entrar no Reino de Deus” (Jo 3,3.5).
Eu aprendi com meus primeiros professores que o Batismo nos faz Cristão. É uma unção que faz com que Cristo possa conferir a realeza a um mendigo como eu. Mais do que isso, é essa realeza que Ele quer que todos compartilhemos com quem encontramos, especialmente, com aqueles que nos são mais hostis. Sempre com mansidão e respeito. E cheios de esperança.
Trecho retirado do livro: Razões Para Crer, Scott Hahn – fonte: cleofas.com.br


sábado, 25 de julho de 2015

Reflexão sobre a perseguição dos cristãos no Oriente Médio


Hoje, em muitas partes do mundo, mesmo que com maior intensidade no Oriente Médio, os cristãos usam uma coroa de espinhos, carregam a cruz e vivem na pele a Via Crucis. Eles sofrem só por serem cristãos. Nós que vivemos no “mundo livre” olhamos de forma impotente enquanto os nossos irmãos e as nossas irmãs na fé são perseguidos, expulsos das próprias casas e assassinados.
Testemunhamos a prisão deles, as torturas, a destruição de suas propriedades e não podemos fazer quase nada. A oração é o apoio mais forte que podemos oferecer, mas aquilo de que precisam mais que tudo é da ajuda de Deus. As nossas palavras são fracas no contexto da agressão furiosa contra eles por parte dos terroristas.
Quantos cristãos vivem sobre o regime de opressão ou são alvo dos jihadistas. Não é, obviamente, a primeira vez que os cristãos sofrem por causa da fé, e todos nós sabemos bem que não será a última.
O volume de notícias e a rapidez vertiginosa de atualização podem parecer algo esmagador. Milhões de judeus e cristãos inocentes são o alvo por causa de suas convicções. Os terroristas parecem querer destruir todos os sinais do cristianismo no Oriente Médio, no Norte da África e em parte do sudeste da Ásia.
A perseguição de cristãos e judeus não se espalhou do Oriente Médio para a Europa porque os terroristas não querem ganhar territórios para si. Como outras ideologias do passado, inspiradas pelo demônio, buscam o domínio global das pessoas. O custo é o sangue. Existe também dor, medo e destruição. É como um câncer incontrolável que se difunde e mata.
Os governos existem para fazer com que as nações sejam seguras e livres. Os governos e as leis deveriam proteger as pessoas, preservar os direitos e a liberdade fundamental dada por Deus. Os governos do mundo não têm o dever de agir para aliviar os sofrimentos das vítimas do genocídio? As nações correm para ajudar as vítimas de desastres naturais. Quanto precisa ser pior sofrer por causa da ? Israel está combatendo agora quase sozinho pela paz e a segurança de todos os israelitas: judeus, cristãos e muçulmanos. Está combatendo pela vida dos seus cidadãos e pela sua sobrevivência como nação.
Para além de Israel, populações minoritárias de cristãos no Oriente Médio não têm recursos, não têm meios para defender as próprias comunidades ou as próprias famílias e nenhum governo está interessado em defendê-las.
Rezemos para que o Senhor, que conhece bem toda a dor deles, continue a reforçar aqueles que estão sofrendo, garanta a consciência da Sua presença amável e potente e a esperança de uma vida intimamente unida à Sua, seja neste mundo ou no futuro.
Além do nosso pedido de oração, exortamos as mídias a relatarem com precisão a perseguição e o genocídio dos cristãos. Exortamos os nossos representantes eleitos a oferecer para as vítimas serviços de alívio da dor e a colocar todos os meios à disposição para parar a perseguição.
FONTE:http://www.aleteia.org/pt/mundo/artigo/reflexao-sobre-a-perseguicao-dos-cristaos-no-oriente-medio-6358242053586944
Ir. Michele Jascenia, SCMC é uma religiosa das Irmãs da Caridade de Nossa Senhora da Igreja, mora na casa mãe da congregação em Baltic (Connecticut, Estados Unidos).


quarta-feira, 22 de julho de 2015

Rancor e Mansidão


Rancor – mágoa profunda, ódio.
Mansidão – brandura de coração.


Há muito, muito tempo, existiu um homem muito bom. Ele era amigo de todo mundo e gostava de ensinar coisas boas aos outros. Esse homem era manso e humilde de coração, mas mesmo assim era odiado por algumas pessoas que tinham inveja dele.
O homem vivia num lugar que era quase um deserto, as cidades eram pequenas e ficavam longe umas das outras. Naquele tempo não havia carros, ônibus, avião. Só havia carroças, camelos e jumentinhos. Mas o homem andava a pé. Ia de uma cidadezinha à outra a pé! E não reclamava, não resmungava, ao contrário, agradecia a Deus por tudo. Em cada vila que chegava ele reunia as pessoas em volta dele e começava a ensinar tudo que ele sabia e o que ele sabia era muito importante para as pessoas. Ele também ajudava as pessoas doentes, as pessoas tristes, enfim as pessoas que sofriam de algum mal. Ele rezava para que as pessoas ficassem boas e elas ficavam!
Por causa disso as pessoas gostavam dele e sempre que ele chegava a algum lugar reunia uma multidão para ouvi-lo e serem curadas. Mas outras pessoas más, de coração duro e invejosas não gostavam dele, exatamente por que ele gostava das pessoas e tudo que fazia era por amor. Essas pessoas más sentiam ódio por ele e mesmo assim, ele não sentia ódio por eles nem tinha nenhum rancor.
Num certo dia, os maus arranjaram um jeito de acusar o bom homem de um monte de mentiras; disseram que ele era um mentiroso, que tudo que fazia era falso e que blasfemava (explicando às crianças: blasfemar é falar mal de Deus, é dizer mentiras de Deus). Então ele foi preso, julgado e condenado injustamente.
Vocês pensam que ele ficou zangado por causa disso? Não!!!!!  Ele ficou um pouco triste, mas não ficou zangado, nem com raiva, nem reclamou. Ele não abriu a boca, ele ficou quietinho. Os homens maus maltratavam ele, batiam nele, cuspiam nele e ele lá, quietinho. Os maus demonstravam toda sua raiva e ele demonstrava toda sua mansidão. Ele não guardava mágoa nem rancor. Ele estava sofrendo, sendo maltratado, e caladinho pensava: “Meu Pai, perdoa essas pessoas, eles não sabem o que estão fazendo”.
Este homem era manso, tinha brandura de coração e não odiava, não guardava mágoa, não tinha rancor.
Sabem o nome desse homem? 

(Profª Andrea G. Nunes-pregação para crianças no Colégio Salesiano/Resende-RJ)


sábado, 18 de julho de 2015

A Ciência e a fé podem conviver em harmonia


Certa vez perguntaram a Jung, discípulo de Freud, se ele acreditava em Deus; sua resposta foi clara: “eu não creio, eu sei!” Mais do que crer, Jung tinha experimentado, também com o auxílio da psicologia, “a evidência de Deus”, e a certeza de que nada se explica sem Ele. Freud era ateu; e, no entanto, o seu brilhante aluno era o oposto.
Escrevi um livro intitulado “Ciência e Fé em Harmonia” (Ed. Cleofas, SP, 2005) que para mim tem um sabor especial, porque de certa forma a Ciência e a Fé sintetizam a minha vida e o meu trabalho.
Me formei em matemática e física e fiz meu mestrado na Unifei, Universidade Federal de Itajubá, MG; doutorado no ITA e UNESP-SP, e pós doutorado na UNESP. Trabalhei 35 anos como professor universitário na UNIFEI, UNESP, EEL – USP (Lorena); nesta última fui Diretor Geral por quatro mandatos.
Não vejo oposição entre fé e ciência, ao contrário. Ao mesmo tempo que cursava meu doutorado no ITA, em Ciências Aero-espaciais, com orientação do Dr. Tadeusz Sielawa, cursei também teologia. Penso que muitos alunos e professores universitários se tornam ateus, marxistas, materialistas, etc., e muitos passam a odiar a Igreja católica, porque nunca estudaram teologia e a História da Igreja, contado por bons historiadores como o francês Daniel Rops, que ganhou o prêmio de Academia Francesa de Letras por sua coleção de História da Igreja de 10 volumes.
Os cientistas crescem na intelectualidade mas atrofiaram na espiritualidade, e portanto não conseguem entender as razões da fé; isto faz com que muitos deles se digam ateus, agnósticos, etc.
O Papa João Paulo II, em 24 de outubro de 2004, nomeou dois cientistas, pioneiros da física, para membros da Academia Pontifícia das Ciências, do Vaticano: o professor americano William D. Phillips e o professor de origem indiana Veerabhadran (Ram) Ramanatham. William D. Phillips, nasceu em Wilkes-Barre (Pensylvania), é professor de Física na Universidade de Maryland e é líder do Grupo de esfriamento com laser da Divisão de Física Atômica do National Institute of Standards and Technology (NIST) de Gaithersburg (Estados Unidos). Em 1997 recebeu o Prêmio Nobel em Física. Mais um Nobel no Vaticano!
Veerabhadran (Ram) Ramanathan, nascido em Chennai (Índia), é professor de ciências da atmosfera na Universidade da Califórnia (San Diego) e diretor do Centro para as Ciências da Atmosfera da Scripps Institution of Oceanography, La Jolla (Estados Unidos) Isto mostra o quanto a Igreja católica valoriza a ciência.
O Dr. Francis Collins, Diretor do maior projeto de Biotecnologia já realizado no mundo, o Genoma Humano, é um homem de grande fé. Ele escreveu o livro “A linguagem de Deus”. Em resposta aos cientistas ateus como Daniel Dennett, Richard Dawkins, Sam Harris, e outros ele diz:
“Eu acredito que o ateísmo é a mais irracional das escolhas. Os cientistas ateus, que acreditam apenas na teoria da evolução e negam todo o resto, sofrem de excesso de confiança. Na visão desses cientistas, hoje adquirimos tanta sabedoria a respeito da evolução e de como a vida se formou que simplesmente não precisamos mais de Deus. O que deve ficar claro é que as sociedades necessitam tanto da religião como da ciência. Elas não são incompatíveis, mas sim complementares. A ciência investiga o mundo natural. Deus pertence a outra esfera. Deus está fora do mundo natural. Usar as ferramentas da ciência para discutir religião é uma atitude imprópria e equivocada. No ano passado foram lançados vários livros de cientistas renomados, como Dawkins, Daniel Dennett e Sam Harris, que atacam a religião sem nenhum propósito. É uma ofensa àqueles que têm fé e respeitam a ciência. Em vez de blasfemarem, esses cientistas deveriam trabalhar para elucidar os mistérios que ainda existem. É o que nos cabe.” (Veja, Edição n. 1992 de 24 jan 07)
Para dar outro exemplo, gostaria de citar que um total de 210 astrônomos de 26 países do mundo participaram de 1 a 5 de Outubro de 2007, da Conferência internacional organizada pelo Observatório Astronômico do Vaticano sobre a formação e evolução das galáxias.
 A Conferência apresentou um programa com 62 palestras e 132 apresentações no Centro Matteo Ricci da Universidade Gregoriana. O Observatório Astronômico do Vaticano é um dos mais bem equipados do mundo.
Tudo isto mostra que a Igreja sempre esteve longe da mentalidade maldosa e errônea de que separou o mundo da Ciência. Muitos cientistas do passado e do presente foram e são pessoas de fé.
Antoine Henri Becquerel (1852-1908), Nobel de Física em 1903, descobridor da radioatividade, afirmava que: “Foram minhas pesquisas que me levaram a Deus”.
Erwin Schorödinger (1887-1961), prêmio Nobel de Física em 1933, pelo descobrimento de novas fórmulas da energia atômica, afirmou: “A obra mais eficaz, segundo a Mecânica Quântica, é a obra de Deus”.
Desde o primeiro século a Igreja estima a razão e a fé. Sempre valorizou a filosofia, que emprega a razão para encontrar o caminho da felicidade. São Justino (falecido em 163), era filósofo, mas após a sua conversão ao cristianismo disse: “somente então tornei-me filósofo”. Ele e muitos defensores do cristianismo nos primeiros séculos usaram a filosofia para apresentar a beleza do cristianismo.
Os Padres da Igreja, da época da patrística, como S. Clemente de Alexandria (145-215), Orígenes (185-253) e muitos outros souberam usar a filosofia aprendida dos gregos para defender a fé cristã. Santo Agostinho (354-430) encontrou no neo-platonismo um caminho capaz de dar à verdade revelada por Deus a fundamentação racional que faltava. São Tomas de Aquino (1225-1274), o maior expoente da Escolástica, fez o mesmo a partir da filosofia de Aristóteles, cujas obras não estavam disponíveis no tempo de santo Agostinho. Esses gigantes da fé souberam usar a razão para crescer na fé. Eles sintetizaram tudo dizendo: “Crer para compreender; e compreender para crer”.
Com a mesma alegria que ensino para os alunos as leis de Newton da mecânica, ou a equação diferencial que rege a trajetória dos planetas em torno do sol, ou as equações de Schorödinger da mecânica quântica, ou as equações de Maxwell do eletromagnetismo, vejo, como Jung, a “evidência” de Deus em todas essas coisas.
Eu Sei que Deus existe! O mundo é inexplicável sem Deus. O próprio Voltaire, inimigo visceral da Igreja afirmava que “este relógio não pode existir sem o Relojoeiro. Toda a beleza que a ciência nos revela seria simplesmente impossível sem o Criador. Recuso-me, com todas as fibras do meu corpo e com todas as faculdades da minha alma, a acreditar que tudo o que há no universo possa ser obra do acaso cego. A ciência e a fé o rejeitam. Será que “acaso”, não é o pseudônimo que dão a Deus aqueles que, por conveniência, não querem pronunciar o seu nome?…
Um dia um famoso filósofo percebendo a evidência de Deus, teve que confessar a um dos seus discípulos: “Deus existe… mas não espalhe!”
A maioria sabe que Deus existe; pois é muito mais difícil provar que Ele não existe, do que o contrário. Mas, muitos, embora creiam, não se esforçam para viver de maneira coerente com esta verdade: Deus existe! Se Ele existe, tudo é diferente, e a vida tem que ser dirigia por Ele. “Se Deus não existe, então, tudo é válido”, disse Dostoiewiski.
Deus existe, e tem um plano para nós. Se o homem desprezar este plano e virar as costas para Deus, jamais poderá experimentar a felicidade verdadeira. Mais do que o Criador do mundo, Ele é nosso Pai, é amor, é a nossa meta.
A ciência e a fé se juntam para nos dizer que somos um milagre do amor e da sabedoria de Deus; somos a meta fixada para toda a evolução do cosmos, desde o Big Bang; somos o ápice de toda a obra visível do Criador que se revelou em Jesus Cristo. Não compreendemos ainda toda a nossa grandeza!
Prof. Felipe Aquino


quarta-feira, 15 de julho de 2015

A identidade católica em meio ao diálogo inter-religioso



 “A Declaração ‘Dominus Iesus’ da Congregação para a Doutrina da Fé nos 15 anos da sua publicação (2000-2015)” foi a primeira palestra da 24ª edição do Curso Anual dos Bispos do Brasil, proferida na manhã do dia 27 de janeiro, pelo prefeito da Congregação para a Causa dos Santos no Vaticano, Cardeal Angelo Amato.
Orientado pelas diretrizes do Concílio Vaticano II, nas comemorações de seus 50 anos, o conferencista discorreu sobre a relação da Igreja Católica com as outras religiões e as circunstâncias para a salvação daqueles que não são batizados.
O documento base usado pelo Cardeal Amato foi a Declaração “Dominus Iesus”, da Congregação para a Doutrina da Fé, subscrita pelo então prefeito, Cardeal Joseph Ratzinger (Papa Bento XVI), e pelo secretário, arcebispo Tarcisio Bertone, publicada há 15 anos (6/8/2000). O documento afirma, primeiramente, que a salvação é para todos (universal) e defende a relação inter-religiosa, com a ressalva de se manter, incondicionalmente, a identidade católica.
Para o cardeal, apesar das críticas que a Declaração recebeu, ela “não bloqueou ou condicionou negativamente os diálogos ecumênicos e inter-religiosos, mas realçou-os a partir de uma precisa e reafirmada identidade”. Ele explicou que a “Dominus Iesus” não propôs uma nova doutrina, mas recolheu e organizou indicações do magistério do Vaticano II e da “Redemptoris Missio” acerca da unicidade e da universalidade salvífica de Cristo e da Igreja.
Salvação dos não cristãos
O conferencista abordou a legítima preocupação da Declaração quanto à salvação dos não cristãos, das pessoas não batizadas, mas honestas, compassivas, de consciência reta. Os textos conciliares falam de uma ação divina, invisível, mas real e eficaz, a fim de que os não cristãos possam alcançar a fé e vir a contatar com o mistério pascal por vias secretas e no modo que só Deus conhece.
Entre as vias mediante as quais Deus oferece a todos a possibilidade de ascender a Cristo e à Igreja, explicou o Cardeal Amato, estão a ordenação à Igreja, como sacramento universal de salvação, a obediência à reta consciência, o fazer o bem e evitar o mal, a adesão à verdade e a coerência entre fé e vida.
“Estas indicações conciliares permitem superar a falsa imagem de um cristianismo autoritário e arrogante e de uma Igreja fechada perante aqueles traços de verdade e de bondade presentes fora desta. O mistério redentor de Cristo tem valência universal e de um modo misterioso, mas real, alcança as mentes e os corações não só dos batizados, mas de todos os seres humanos. Se os meios de salvação são oferecidos com abundância na Igreja, também fora desta não faltam vias através das quais Deus atrai as almas à graça e à fé”, destacou o cardeal.
Clareza doutrinal e pastoral
Na conclusão, o Cardeal Amato destacou a importância do diálogo inter-religioso e da missão da Igreja de proclamar o Evangelho, convidando as pessoas à conversão e ao Batismo. Disse da necessidade de uma reeducação teológica para o acolhimento do magistério, como herança dos padres da Igreja e dos grandes teólogos de todos os tempos e, sobretudo, é o modo de agir dos santos. “A “Dominus Iesus”, continua, é hoje, mais que nunca, um válido apelo de clareza doutrinal e pastoral, como base da catequese, da nova evangelização e da “missio ad gentes”, pontuou o Cardeal Amato”.

Fonte: ArqRio.org



sábado, 11 de julho de 2015

O dízimo na Igreja Católica

 "HÁ MAIS FELICIDADE EM DAR DO QUE EM RECEBER" [At 20,35]  

 Muitos, a maioria infelizmente, ainda não entende o Dízimo. Têm ideias equivocadas sobre ele, se esquecem de que é um dever bíblico do fiel com sua Igreja na manutenção e melhoria da mesma.
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Muitos ainda não entendem que o dizimo é uma doação regular e proporcional aos rendimentos do fiel, que todo batizado deve assumir. É uma forma concreta que o cristão tem para manifestar a sua fé em Deus e o seu amor ao próximo, pois é por meio dele que a Igreja se mantém em atividade, sustenta seus trabalhos de evangelização e realiza muitíssimas obras de caridade e assistência aos menos favorecidos.
Também não entendem que PELO DÍZIMO podemos viver as três virtudes mais importantes para todo cristão: a fé, a esperança e   amor-caridade, que nos levam mais perto de Deus,
O dízimo é um compromisso. Representa a nossa vontade de colaborar, de verdade, com o Projeto divino neste
mundo.  E  GRAÇAS A DEUS PELA SUA VIDA E PELO SEU COMPROMISSO COM A IGREJA DE JESUS!
  
A palavra "dízimo" significa "décima parte", e a sua origem está nos 10% que os judeus davam de tudo o que colhiam da terra com o seu trabalho. Também hoje todos são convidados a oferecer, de fato, a décima parte daquilo que ganham, mas isso não é um preceito: ninguém é obrigado é ninguém deve ser constrangido a fazê-lo, O importante é entender que o dízimo não é esmola. Deus, que jamais nos priva da nossa liberdade, merece a doação feita com alegria. - O que é doado de boa vontade faz bem a quem dá e a quem recebei
O que é preciso para ser dízimo?
Cada pessoa deve definir livremente, sem tristeza nem constrangimento, qual percentual dos seus ganhos irá separar para o dízimo. Como visto, a Igreja não exige a doação de 10% de tudo o que você ganha. Porém, para ser considerado dízimo, é preciso que seja realmente um percentual, isto é, uma porcentagem dos seus ganhos, sendo no mínimo 1%. Se alguém ganha RS 1.000,00 e oferece RS 10,00, isto ainda pode ser considerado dízimo. Menos do que issoporém, seria uma oferta,
A experiência pastoral comprova: aqueles que, confiantes na Providência Divina, optaram pelo dizimo integral, isto é, pela doação dos 10% de tudo o que ganham, não se arrependeram nem sentiram falta em seus orçamentos; ao contrário, muitos dizimistas dão o seu testemunho: depois que passaram a contribuir com a Igreja e a comunidade dessa maneira, passaram a se sentir especialmente abençoados: Deus não desampara os que nele confiam.
Mas isso não quer dizer que devemos dar o dizimo esperando "ganhar em dobro", nem receber algo em troca, como se pudéssemos barganhar com Deus. Aqueles que ensinam tais coisas nada entendem de cristianismo, não compreendem o contexto bíblico e menos ainda o significado de partilha, tão presente na Igreja primitiva.
Jesus Cristo diz que ha mais bem-aventurança em dar do que em receber (At 20, 35). Dar pensando no que se receberá de volta, portanto, não é dar, é negociar, é trocar, é barganhar. Se é possível dar, no sentido cristão, quando não se espera nada em troca.
A entrega do dizimo normalmente á mensal, porque a maioria das pessoas recebe salário todo mês, Já os que recebem semanalmente, por exemplo, podem combinar de entregá-lo uma vez por semana. O importante é saber que o dízimo deve ser entregue na comunidade com a mesma regularidade com que se recebem os ganhos regulares.
Já as ofertas são doações espontâneas, com as quais o fiel também pode e deve participar da vida em comunidade, mas nesse caso não existe a regularidade, como no caso do dízimo.   Você pode e deve doar na hora do ofertório, durante as Missas, ou lazer depósitos nas caixas de coleta, mas não se trata de um compromisso fixo assumido com Deus, e sim de uma manifestação de amor e de confiança e de um desejo (visto por Deus) de ajudar cada vez mais melhor sua comunidade.

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Cada vez mais católicos se conscientizam da importância do dizimo e das ofertas. E bom encontrar as igrejas limpas, bem equipadas, com tudo funcionando bem,,. Mas, infelizmente, muitos se esquecem de que, para isso, todos precisam colaborar! Somos a Família do Senhor, e cada templo da Igreja é uma casa de todos nós. A Igreja conta com o seu desejo de viver em Cristo, de assumir de fato o papel e a missão de ser, junto com seus irmãos de fá, membro de um mesmo Corpo: aceite o chamado de nosso Pai Eterno e diga sim ao compromisso de levar adiante os trabalhos evangelizadores da sua paróquia. Informe-se sobre como se tornar um dizimista e faca bem a sua parte.
  "Dê cada um conforme o impulso do seu coração, sem tristeza nem constrangimento. Deus ama a quem dá com alegria." [2Cor 9,7]       
Padre Nivaldo Alves dos Anjos Júnior.



quarta-feira, 8 de julho de 2015

A Missa na Bíblia

A Missa é uma partilha terrena da vida eterna, uma participação terrena na adoração do céu!

Não se enganem sobre isso: a Missa é o cumprimento pela Igreja de uma ordem explícita de Jesus Cristo, emitida num momento crucial de Seu ministério, uma ordem registrada no Evangelho e numa carta de São Paulo. Aqui está, em sua forma mais primitiva:
De fato, eu recebi pessoalmente do Senhor aquilo que transmiti para vocês. Na noite em que foi entregue, o Senhor Jesus, tomou o pão e, depois de dar graças, o partiu e disse: “Isto é o meu corpo que é para vocês; façam isto em memória de mim”. Do mesmo modo, após a Ceia, tomou também o cálice, dizendo: “Este cálice é a Nova Aliança no meu sangue; Todas as vezes que vocês beberam dele, façam isso em memória de mim” (1Cor 11,23-25).
Uma ordem não poderia ser mais simples e direta do que esta: façam isto!
E assim fizeram os cristãos, aonde quer que fossem. Já mencionei a passagem dos Atos (2, 42.46) na qual Lucas apresenta a “fração do pão” entre as características que definem a Igreja. Os capítulos restantes de Atos confirmam isto, como a comunidade “fazia isso” em memória de Jesus (ver, por exemplo, At 20,7 e 27,35). Em Atos 13,2, encontramos o culto publico da Igreja descrito por uma palavra familiar aos católicos, que é “liturgia” (da raiz grega, leitourgia). Nessa passagem, vemos que os Apóstolos jejuavam para a celebração da Missa, da mesma forma como fazem os católicos de hoje.
O que Jesus fez, e o que Ele ordenou aos Apóstolos que fizessem, os católicos continuam a fazer hoje.
Como tantas outras passagens da vida de Jesus, esta também foi predita e profetizada no Antigo Testamento. As Orações Eucarísticas da Igreja enfatizam isso ao mencionarem os sacrifícios de Abel e de Abrãao e o pão e o vinho oferecidos por Melquisedeque. Já vimos que os Padres da Igreja viram o universalismo na Missa como o cumprimento da “oblação pura” do profeta Malaquias, de leste a oeste (Ml 1, 11). Os Padres também lembraram com carinho da Missa como o cumprimento do “banquete da Sabedoria” de pão e vinho (Pr 9, 1-6), e como o verdadeiro pão do viajante, significado pelo alimento do anjo ao profeta Elias (1Rs 19, 5-7). Assim como os Israelitas reverenciavam o pão dos sacrifícios (Ex 25, 29) e sua sacralidade (Lv 24, 9), também a Igreja adorava a Presença Real na Eucaristia e experimentava esta presença como uma fonte de graças.
Jesus ensinou que a Eucaristia foi prenunciada no maná dado por Deus durante o êxodo do povo de Israel do Egito (cf. Jo 6, 49-51). Na verdade, muito antes da Última Ceia, Jesus já havia prefigurado a Eucaristia ao multiplicar os pães para alimentar seu povo; ao mencionar cenas de banquetes em sua pregação e optando por nascer em uma cidade chamada Belém (em hebraico “a casa do pão”). E numa prefiguração explícita e prolongada, detalhou a teologia de Sua presença Eucarística no famoso discurso do “Pão da Vida” (Jo 6,26-58). “Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Quem come deste pão viverá para sempre. E o pão que eu vou dar é a minha própria carne, para que o mundo tenha a vida” (Jo 6,51). Sua carne é pão; Seu sangue é bebida. Isso corresponde diretamente às Suas palavras sobre o pão e o vinho na Última Ceia: “Isto é o Meu corpo… Este é o cálice do Meu sangue” – a própria ação que Ele ordenou a seus Apóstolos para repetirem.
É um fato curioso que, aqueles que comumente insistem numa leitura estritamente literal da Bíblia, irão interpretar essas passagens com a mesma insistência, em termos exclusivamente de uma metáfora (Isso foi o que eu mesmo fiz, há anos). No entanto, Jesus não tratou “pão”, “sangue” e “carne” como metáforas. No discurso do Pão da Vida, a Sua linguagem chocou seus ouvintes. Os verbos são mais plenos de sentido no grego; Ele está dizendo aos Seus ouvintes que eles devem “mastigar” ou “roer” a Sua carne. Tanto que, quanto mais as pessoas expressavam seu desgosto com tais palavras, tanto mais realista se tornava a fala de Jesus.
“Muitos discípulos que ouviram, disseram então: ‘Esta palavra é dura. Quem consegue escutá-la?’” (Jo 6, 60). Isso é verdade não só para aquelas pessoas que se reuniam em torno de Jesus naquele dia em Cafarnaum, mas também, para muitos cristãos ao longo da história. Parece estranho e impróprio para Deus ordenar os seus fiéis a comer a sua carne e beber o seu sangue. No mínimo, parece estranho para Ele prescrever pão como o objetivo de seu ato principal de adoração. Mas Ele o fez e, assim, nas gerações seguintes, os cristãos iriam suportar injustas acusações de canibalismo de seus perseguidores romanos, mas não negariam a presença corporal de Jesus na Eucaristia. Os católicos de hoje suportam até mesmo as vaias de outros cristãos, mas permanecemos com as inequívocas palavras do Novo Testamento.
“Percebendo que Seus discípulos estavam murmurando por causa disso, Jesus perguntou: ‘Isso vos escandaliza?’” (Jo 6, 61). Ele passou a dizer “a carne para nada serve”, mas mesmo essa frase não fornecia nenhum entendimento fácil para além da Sua linguagem realista, pois Ele não estava falando aqui de Sua própria carne, a qual, certamente, nos serviria para nossa salvação!
Jesus não deixou nenhuma brecha. Com São Pedro, o Católico deve responder: “A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna” (Jo 6, 68). Ouvimos essa “palavra de vida” – e nós as vemos encarnadas como o Pão da Vida – em cada Missa que participamos.
Pois a Missa é uma partilha terrena da vida eterna, uma participação terrena na adoração do céu. Os primeiros cristãos, como os católicos de hoje, baseiam sua fé na Carta aos Hebreus e no livro do Apocalipse dentro do Novo Testamento. Ambos estão repletos de imagens do rito de adoração. Somos convocados para “a cidade do Deus vivo, a Jerusalém celeste; para a reunião festiva de milhões de anjos; para a assembleia dos primogênitos cujos nomes estão escritos no céu…; para Jesus, o mediador da nova aliança; e para a aspersão com um sangue mais eloquente que o de Abel” (Hb 12, 22-24). Esta é a antiga e perene compreensão Católica da Missa.
O livro do Apocalipse descreve ainda esta assembleia como o “banquete das bodas do Cordeiro” (Ap 19, 9). Tal banquete tem lugar no altar de Deus (ap 8, 3), aonde os cálices são derramados (ap 14,10). No Apocalipse como na primeira Carta aos Coríntios, vemos que os cálices eucarísticos são taças de bênção para os fiéis, mas taças de condenação para os pecadores (ver 1Cor 10, 16). Eles vão para o céu, como João foi quando estava em Espírito no Dia do Senhor, e como os cristãos de Corinto foram quando eles “estavam reunidos como Igreja” (1Cor 11, 18). Os primeiros cristãos eram “a assembleia dos primogênitos… inscritos no céu”. E nós também somos!
Trecho retirado do livro: Razões Para Crer, Scott Hahn. Editora Cléofas.


domingo, 5 de julho de 2015

Os milagres de Cristo são reais ou apenas simbólicos?


É claro que para a Igreja os milagres de Jesus são autênticos e verdadeiros; todos foram reais; nada é simbólico de acordo com o Magistério da Igreja, a Bíblia e a Sagrada Tradição. Os milagres de Jesus, especialmente a sua Ressurreição, são as provas inequívocas de sua divindade. São João disse no final do seu Evangelho: “Fez Jesus, na presença de seus discípulos, muitos outros milagres, que não estão escritos neste livro. Mas estes foram escritos, para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus e para que crendo, tenhais a vida em seu nome.” (Jo 20,31).
Veja por exemplo o que diz o Catecismo da Igreja:
§1335 – O milagre da multiplicação dos pães, quando o Senhor proferiu a bênção, partiu e distribuiu os pães a seus discípulos para alimentar a multidão, prefigura a superabundância deste único pão de sua Eucaristia (cf. Mt 14, 13-21; 15,32-39).
O Concilio Vaticano II , na Constituição Dogmática ‘Dei Verbum” disse no §19:
“A Santa Mãe Igreja firme e constantemente creu e crê que os quatro mencionados Evangelhos, cuja historicidade afirma sem hesitação, transmitem fielmente aquilo que Jesus, Filho de Deus, ao viver entre os homens, realmente fez e ensinou para salvação deles, até o dia em que foi elevado (cf. At 1, 1-2). Os Apóstolos, após a ascensão do Senhor, transmitiram aos ouvintes aquilo que ele dissera e fizera, com aquela mais plena compreensão de que gozavam, instruídos que foram pelos gloriosos acontecimentos concernentes a Cristo e esclarecidos pela luz do Espírito da verdade. Os autores sagrados escreveram os quatro Evangelhos, escolhendo certas coisas das muitas transmitidas ou oralmente ou já por escrito, fazendo síntese de outras ou explanando-as com vistas à situação das igrejas, conservando enfim a forma de proclamação, sempre de maneira a transmitir-nos verdades autênticas a respeito de Jesus. Pois foi esta a intenção com que escreveram, seja com fundamento na própria memória e recordações, seja baseado no testemunho daqueles que foram desde o princípio testemunhas oculares e que se tornaram ministros da Palavra, para que conheçamos a solidez daqueles ensinamentos que temos recebido (Lc 1, 2-4).”

Prof. Felipe Aquino

quarta-feira, 1 de julho de 2015

A Teia dos sonhos e o Esoterismo

 “Pois os sonhos fizeram errar muita gente, que pecou porque neles punham sua esperança…”(Eclo 34, 7)
Parece que a moda dos objetos esotéricos não cessam nunca!
Na verdade, é realmente este o intuito do Esoterismo; fazer com que mais e mais pessoas, de formas diferentes, estejam de alguma forma “ligadas” ao mundo deles.
Aquilo que hoje tem se tornado moda, não é na verdade algo novo, mas tem se espalhado com força nas casas e principalmente entre os jovens e em bijuterias por eles usadas; conhecido como Teia dos Sonhos ou Filtro dos Sonhos, é mais um objeto de superstição da moda do Esoterismo..
É preciso entender o que é esta Teia dos Sonhos, como ela foi criada, qual foi a inspiração inicial, para que você entenda que ela se encaixa perfeitamente como um objeto de superstição, como um amuleto, ou seja, um objeto esotérico.
A Teia ou Filtro dos Sonhos nasceu nas tribos indígenas dos EUA, conhecidos como Ojibwe, e fazem parte a décadas de suas tradições e costumes.
Cada tribo na verdade, tem o seu modo de fabricação da Teia dos Sonhos, mas o conceito para eles é o mesmo.
Para estas tribos indígenas, os sonhos sempre tiveram um papel fundamental, era como um tipo de sinal vindo dos seus deuses, ou de seus ancestrais, e que continham uma mensagem por detrás dos mesmos que precisavam ser decifrados.
As Teias dos Sonhos em geral eram feitas de ramos de Salgueiros flexíveis, em formato de circulo, e revestido de tiras de couro. Formam as teias um tipo de fibra resistente, onde permanece uma passagem em forma de circulo. A Teia também é composta de penas de Coruja simbolizando a Sabedoria e penas de Águia, que simboliza a Coragem.
Funciona mais ou menos assim:
Os Ojibwe acreditam que quando a noite cai, o ar se enche de sonhos, sonhos bons e sonhos ruins. E ainda que seja pesadelos, eles acreditam que há uma mensagem provinda dos mesmos. Mas além dos sonhos eles acreditam que o ar estão cheios de energias negativas também, e que estas energias podem fazer mal à eles.
Portanto a Teia dos Sonhos serviria exatamente para isso:
O que são os maus sonhos e estas energias negativas quando chegassem proximo a Teia dos Sonhos ficariam presos na teia, e os bons sonhos passariam pelo circulo aberto ao centro.
Ao amanhecer os raios de sol atingindo a Teia dos Sonhos, dissiparia todos os maus sonhos e energias presos a ele.
Existe uma lenda de uma aranha que fala com uma senhora e etc….Mas ai é claro que esta mais para lenda que para a realidade…
Portanto esta é a base da Teia dos Sonhos: Captar más energias e liberar boas energias. Nos dar sabedoria e Coragem.
Agora vamos ao que o Catecismo da Igreja Católica nos ensina, em seu numero 2111:
A superstição é um desvio do sentimento religioso e das práticas que ele impõe. Também pode afetar o culto que prestamos ao verdadeiro Deus: por exemplo, quando atribuímos uma importância de algum modo mágica a certas práticas, aliás legítimas ou necessárias. Atribuir só à materialidade das orações ou aos sinais sacramentais a respectiva eficácia, independentemente das disposições interiores que exigem, é cair na superstição.
Está, penso eu, que bem claro! Colocamos num objeto, atribuimos a ele uma “importância magica” que na verdade ele não tem.
Queremos estar livres de certas “energias negativas” nos desviando de Deus, da Oração, e caindo na superstição com tal objeto. No objeto em si está nossa crença, na materialidade do objeto…
Voce sabia que até mesmo objetos que pela benção de um sacerdote se tornou um sacramental, se colocado somente no mesmo a “respectiva eficácia” pode se cair na superstição?!
Sim, porque voce se desviou desta forma do culto a Deus, atribuindo a um objeto, mesmo que religioso, a eficacia…
Portanto, e para finalizar: A Teia dos Sonhos ou Filtro dos Sonhos é sim mais um objeto esotérico, que leva as pessoas a cair na superstição e no erro.
O Cristão nao deve ter isso em sua casa, e deve sempre explicar as pessoas que usam este tipo de objeto, o risco de se desviarem de Deus e do culto prestado ao mesmo.
Cristão nao usa e nao tem o Filtro dos Sonhos consigo.
Deus abençoe voce!
Danilo Jesualdo