sexta-feira, 2 de julho de 2021

Sb 18,1-4 – Luz do Mundo

E ste pequeno trecho retrata a fuga do povo hebreu do Egito. O povo de Deus, o povo escolhido vivera um período de cerca de duzentos anos de escravidão, desde a morte de José. Deus então suscita Moisés a libertar seu povo. Após o advento das dez pragas que assolaram os egípcios, o faraó Ransés II autoriza a partida dos judeus; no entanto, envia seu exército a persegui-los, encurralando-os diante do Mar Vermelho. Aí acontece a passagem do Mar vermelho a pé enxuto pelos judeus e o afogamento dos egípcios. Ocorre aí uma passagem no sentido real da palavra, mas para nós significa a passagem da escuridão do pecado para a luz da justiça, de uma vida de escravidão para uma nova vida em comunhão com Deus, o inicio de uma jornada em direção ao objetivo final. Assim como os judeus peregrinaram pelo deserto após a travessia do Mar Vermelho, conduzidos por Moisés, nós peregrinamos também em direção a terra prometida, conduzidos pela grande luz que é Jesus. Se deixamos para trás uma vida de pecado, não podemos jamais olhar para trás, nem sequer devemos pensar saudosamente nos tempos idos, pois são tempos de escuridão, são um passado obscuro onde éramos iludidos pelos falsos prazeres do mundo. Devemos caminhar sempre em direção ao caminho apontado por Jesus, ao caminho iluminado. Jamais retornar as trevas, pois quem gosta da escuridão é o inimigo de nossas almas, o inimigo de Deus: o príncipe das trevas, Satanás. Ao contrário, Jesus é a luz do mundo, o único e verdadeiro caminho. Diz Jesus que somos sal da terra e luz do mundo; somos como luzeiros e devemos levar a luz a quem vive nas trevas, a quem sofre por falta da luz. Mas em verdade apenas refletimos a luz verdadeira: Jesus Cristo. Imaginemos uma grande cidade sem luz, sofrendo um grande blecaute. As pessoas sem geladeira, lavadoras, rádio, televisão, até mesmo sem água, pois as estações de bombeamento parariam por falta de energia. E o caos no trânsito; os semáforos apagados, congestionamentos intermináveis. Que transtorno! Irmãos e irmãs, a falta de luz espiritual é muito pior que a falta de luz física. A escuridão no espírito tem conseqüências mais graves que a escuridão física. Sem luz interior vivemos à margem de Deus, perdemos o freio moral, a “luz amarela” que sinaliza o perigo deixa de acender. Não acende a “luz vermelha” que impede que prossigamos numa atitude pecaminosa. Também a “luz verde” que nos indica para seguirmos em frente em nossa vida de oração e caridade, essa é como as outras, apagada. Vivemos no escuro, vendados, às apalpadelas, aos tropeções. Temos que fugir da escuridão, deixar a terra do pecado e vir para a luz, para a terra da promissão. Temos que sair da escuridão e nos colocar debaixo do Sol radiante da justiça, que é Deus e nos deixar envolver por essa luz, mergulhar nessa luz, ser banhados nessa luz! Eu quero chegar lá, atravessar o Jordão e viver para sempre na Jerusalém Celestial, no paraíso. Repitam comigo: Eu quero, ao final da jornada, atravessar o Rio Jordão, pisar a terra prometida, e habitar na Jerusalém Celeste, onde não há Sol nem Lua, pois a única luz que brilha é a glória de Deus! Dá-me Senhor a tua luz, a luz do teu olhar, a luz da tua Palavra que é lâmpada em meu caminho. Glórias e louvores a Ti! Amém.

sexta-feira, 25 de junho de 2021

Mt 18,23-35 – O PERDÃO

A palavra hoje nos adverte: Temos a petulância de pedir perdão a Deus pelos nossos pecados, mas não somos capazes de perdoar o irmão que nos afrontou, mesmo que sem intenção. A parábola do servo cruel fala do homem que devia... Da mesma forma nós, que por nossos pecados devemos uma fortuna... (Citar Eclo28, 2 e o Pai Nosso) Em Eclo 28,2 e o Pai Nosso reza: “perdoai as nossas ofensas assim como perdoamos...” Não podemos ser alcançados pela misericórdia de Deus se fecharmos nosso coração ao perdão. A misericórdia não pode adentrar o nosso coração enquanto não perdoarmos a quem nos ofendeu. Como amar a Deus a quem não vemos, se não amamos o irmão a quem vemos? A dureza do nosso coração nos torna impenetráveis ao amor de Deus. Jesus Cristo carregou sobre si os nossos pecados, os pecados de todo o mundo, cada pecado já cometido, cada pecado que está sendo cometido agora e cada pecado que será cometido amanhã e depois e depois; não foi excluído, ninguém!Todos tiveram e tem direito à remissão dos pecados, ao perdão, através o sacrifício de Jesus. Se o perdão foi dado a todos sem distinção,sem discriminar,sem excluir ninguém,quem somos nós para não perdoar alguém que está em débito conosco?Quem somos para negar o perdão? Porque é tão difícil perdoar?Por causa do orgulho,da ignorância,do preconceito.Pode ser até porque a gente fique esperando o outro sentir remorso e vir até nós,arrependido pedir perdão.Mas aos olhos de Deus a justiça sem misericórdia é inaceitável.Se Deus usa de misericórdia comigo,porque vou negar essa misericórdia ao irmão?Não tenho(ou não temos)outra opção senão perdoar.Parece difícil? É difícil? Realmente é difícil,mas não é impossível. Para sermos capazes de perdoar devemos aceitar na plenitude o senhorio de Jesus. Porque Jesus não é um senhor que maltrata,é um senhor que socorre,que protege; Jesus não é um senhor que chicoteia,é um senhor que afaga;Jesus não é um senhor que aprisiona,é um senhor que liberta. E liberta de tudo,até mesmo do rancor,do ódio,da falta de perdão. De nada vale a gente se oferecer por inteiro a Deus,se consagrar,se estivermos com ódio no coração,se negarmos o perdão.Deus não aceita a oferta dos que estão fechados ao perdão.Ele pede primeiro que se reconciliem e depois venham e depositem suas ofertas. Se fixarmos nosso olhar em Deus,olharemos o irmão com os olhos de Deus e aí seremos capazes de perdoar.Usaremos de misericórdia até mesmo para os nossos desafetos e nos abriremos ao perdão. Por nossa natureza meramente humana somos incapazes de perdoar.Só em Deus,na presença de Jesus,com a força do Espírito Santo somos capazes de perdoar... Nesse mesmo capitulo, no v.21, Pedro, pergunta a Jesus quantas vezes perdoar e Jesus responde 700 X 7. Ou seja,sempre,infinitamente.Perdoar sempre e

sexta-feira, 18 de junho de 2021

Jdt 2,1-6 – FÚRIA DO INIMIGO

N a leitura observamos Nabuconosor, por orgulho, extrema vaidade e vingança, tramar uma guerra com o fim de assolar a terra inteira. Podemos a partir daí traçar um paralelo com Lúcifer (o demônio, Satanás), que foi lançado à terra – conforme vemos na passagem de Ezequiel 28,14-17, ao qual atribuímos à sublevação e a queda de Lúcifer e seus seguidores. Esses seres também por orgulho e prepotência, por ousarem desafiar Deus, foram lançados à terra (Ap 12,7-9) e assola-nos com sua maldade. Vemos no livro de Judite que por uma mulher, Judite, foi dada a vitória ao povo de Deus contra Holofernes e seu exército. Assim como por uma mulher nos foi trazida a salvação, Jesus, que dos braços de Maria aos braços da cruz nos apresentou, mostrou, apontou e ofereceu o caminho, a verdade e a vida plena e abundante. O Catecismo da Igreja Católica (CIC) nos parágrafos 414-415 diz o seguinte: “Satanás ou o diabo, bem como os demais demônios, são anjos decaídos por terem se recusado livremente a servir a Deus e seu desígnio. Sua opção contra Deus é definitiva. Eles tentam associar o homem à sua revolta contra Deus. Constituído por Deus em estado de justiça, o homem, instigado pelo maligno, desde o inicio da história, abusou da própria liberdade. Levantou-se contra Deus, desejando atingir seu objetivo fora Dele”. Pedro, chefe da Igreja, o primeiro pontífice, também nos adverte em I Pd 5,8 que o inimigo está em torno de nós, nos ronda, nos observa esperando o momento oportuno para nos atacar... Contudo não devemos ter medo do diabo, ele é forte, mas não pode com Deus, Ele tem força, mas seu poder é limitado. Pela cruz e pelo sangue, pela ressurreição de Jesus ele já está derrotado. Satanás é prepotente, orgulhoso, por isso não suporta a humildade, não resiste à humildade. Não resiste à Virgem Santíssima por ela ser humilde. Maria soube ouvir, calar, obedecer. Por sua extrema humildade, docilidade, amor a Deus, obediência a Santa Palavra, Maria tem o poder de pisar a cabeça da serpente! Além da humildade diante de Deus, como resistir às investidas do inimigo contra nós? Não permitindo que o pecado nos invada. Impedindo que o rancor e o ressentimento instalem-se em nosso coração. Não nos deixando influenciar pelos contra-valores do mundo. Evitamos o inimigo vivendo a Palavra de Deus, amando e perdoando; renunciando verdadeiramente a todo mal, às falsas doutrinas, a toda obra do maligno. Se vivermos uma vida de oração, em sintonia com Deus, certamente o inimigo não tomará conta de nós. Ele poderá até mesmo nos assediar, nos tentar, nos aborrecer e incomodar, e realmente o fará, porém nunca, nunca irá nos oprimir! Jesus está conosco e com Jesus somos mais que vencedores. Finalizando, voltemos ao catecismo: “No último pedido, mas livrai-nos do mal, o cristão pede a Deus, com a Igreja, que manifeste a vitória, já alcançada por Cristo sobre o Príncipe deste Mundo, sobre Satanás, o anjo que se opõe pessoalmente à Deus e a seu plano de salvação”. (CIC # 2864 – citação sobre o Pai Nosso). Entreguemo-nos de corpo e alma a Deus, para fugir dos tentáculos e das garras do maligno, que assolam e influenciam o mundo. Amém.

sexta-feira, 11 de junho de 2021

Ez 45,1-4 – Oferta a Deus

O que vemos nesta leitura? De imediato o que esta leitura nos mostra? A partilha da terra; partilha da terra após a volta do exílio. Não é a divisão da terra prometida às tribos de Israel, como citado no livro de Josué. Aqui se trata da redistribuição individual a cada membro das tribos. E uma porção de terra foi reservada em oferta a Deus para construção do templo, da casa do Senhor. Deus nos deu esta Palavra porque ele nos pede, ele deseja que reservemos algo para ele! E Deus pede o que? Deus pede nosso tempo, o dizimo, caridade, um cantinho do nosso coração. Um cantinho do nosso coração no mínimo! Porque na verdade devemos ser inteiramente de Deus, pois somos templos vivos do Espírito Santo. E Deus preenche todos os espaços de seus templos. Então, temos que ser totalmente de Deus; Deus nos quer por inteiro, não uma parte de nós. O que somos devemos ser todo de Deus, o que temos ou fazemos devemos dedicar parte a Deus. Até nesse contexto, se aprofundarmos a reflexão, veremos que Deus é dono de tudo, ele apenas nos empresta, nos cede, nos permite usufruir. Falemos um pouco sobre dizimo: dizimo não é simplesmente dinheiro para a igreja; é para a obra do Senhor, para manutenção da casa de Deus. É um preceito bíblico e um dos mandamentos da Igreja. Não devemos confundir com oferta, coleta. A oferta é complemento, é adicional às necessidades materiais da Igreja. Caridade: não é somente dar esmolas, ajudar por pena, dó, ou visando um beneficio posterior. Caridade é amor, é doar com amor e por amor, sem esperar retribuição. Como diz São Paulo em 1 Cor 13: “De que adianta eu doar tudo aos pobres, eu dar meu corpo para ser queimado, se eu não tiver amor. Serei como sino que retine, como bronze que soa...” Caridade sem amor é caridade vã, aliás nem é caridade, é mera filantropia. Quantos de nós não temos tempo para Deus. Dedicamo-lhe o que sobra, o resto do nosso tempo, às vezes nem isso; nada damos a Deus. Temos tempo para ler jornais, revistas, conversar fiado, ficamos horas diante da televisão e não somos capazes de dedicar trinta minutos – quinze minutos que sejam – para ler a Bíblia, para meditar a Palavra de Deus, para orar ou rezar o terço. Esquecemo-nos que Deus vela por nós vinte e quatro horas por dia. Se você não consegue manter-se em sintonia com Deus enquanto realiza suas tarefas do cotidiano, procure dedicar um tempo ao Senhor; trinta minutos no mínimo, não do que sobra, mas um tempo dedicado exclusivamente para dialogar com Deus. Sejamos fiéis em nossas ofertas como Deus é fiel em suas dádivas. Finalmente, podemos dizer que esta Palavra também fala do céu. Deus reservou um cantinho para cada um de nós no paraíso. Como diz Jesus em Jo 14,2: “A casa do meu Pai tem muitas moradas. Vou e preparar-vos-ei um lugar”. Nosso lugar, nosso cantinho, não importa se um palácio ou uma casinha modesta, está reservado no céu. Cabe a nós viver de modo que sejamos merecedores de ocupar este lugar. Vivamos dignamente, vivamos com Jesus no coração, busquemos a santidade para que no momento derradeiro, ao findar nossa jornada possamos receber a chave e adentrarmos nossa morada eterna. Amém.

sexta-feira, 4 de junho de 2021

ISAIAS 11,1-10 – O REINO DO MESSIAS

A Palavra fala de Jesus, o Messias, o Salvador, Emanuel-Deus conosco. A vinda de Jesus, a esperança de seu retorno na glória, para julgar os vivos e os mortos. Sabemos que Jesus se encarnou, passou um tempo entre nós, foi glorificado, voltou ao Pai e estamos aguardando a sua volta no fim dos tempos. E nesse intervalo, onde Jesus está? Escondido? Descansando? Observando nossos atos do alto do céu? Não; Ele está no meio de nós; Ele volta a cada dia em nossos corações. É como se fosse uma terceira volta. Jesus está voltando, não com efeitos especiais numa nuvem, com o trombetear dos anjos – Isto acontecerá, não sabemos quando – mas está voltando visitando nossos corações a cada dia, a cada momento, a cada instante. Basta nos abrirmos e estarmos receptivos a graça. Jesus está no meio de nós em espírito; Jesus está no meio de nós Sacramentado na Hóstia Consagrada – Corpo, sangue, alma e divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo – O grande milagre da Eucaristia que acontece todos os dias, toda hora. Neste momento mesmo, em algum lugar do mundo uma hóstia está sendo consagrada. Jesus que existe desde sempre, que veio ao mundo por Maria, ensinou, deixou seu evangelho e morreu por nós. Jesus que morreu homem e ressuscitou Deus. Morreu na carne como nós e ressuscitou glorioso num corpo indestrutível! E quando me refiro ao corpo de Cristo não é somente seu corpo físico, sua matéria, mas me refiro também a seu corpo místico: a Igreja, que aparentemente fracassou na cruz, mas ressurgiu gloriosa na ressurreição e se consolidou em pentecostes. A Igreja da qual somos membros. E como Igreja estamos aqui louvando e bendizendo ao Senhor. Estamos aqui anunciando, ouvindo e acolhendo a Palavra de Deus. Se hoje fosse o último dia; se Jesus voltasse agora, vocês estariam prontos? Façam um exame de consciência: Vocês têm se aberto a Deus na oração, na leitura da Palavra? Mostram compaixão pelo irmão que sofre, exercendo a caridade de forma concreta? Afastam o mau humor, as imprecações, a murmuração? Vocês perdoam a quem lhes ofende? Afastam da mente os maus pensamentos e do coração os sentimentos ruins? Vocês tratam o próximo com respeito, com dignidade? Vocês louvam a Deus de coração ou apenas com palavras, da boca p’ra fora? Reflitam, façam um exame de consciência, pois foi para isso que Deus nos deu a Palavra de hoje; para sabermos se somos merecedores das maravilhas que lemos em Isaias 11, 1-10. Do reino de paz, tranqüilidade, harmonia, felicidade plena. Eu poderia falar simplesmente do Jesus que cura, que liberta, de Jesus que age agora, instantâneo, mas a Palavra fala de Jesus na eternidade, Jesus que quer compartilhar com vocês Seu Reino de Glória! Jesus não está buscando somente pessoas que precisem de sua cura divina, Ele também e principalmente, quer seguidores, adoradores. Sabemos que não é fácil seguir Jesus. Exige sacrifício. É preciso matar o homem velho, a mulher velha, que existe em nós e renascer para uma nova vida. Muita gente diz: quando conheci Jesus, quando aceitei Jesus, como se fosse uma coisa mágica, como se bastasse levantar o braço e dizer: eu creio, eu quero. Mas não é tão simples assim. Seguir Jesus exige renúncia, exige desprendimento. Exige tomar a cruz de cada dia e segui-lo. Exige deixar tudo e segui-lo. Exige principalmente, ouvi-lo e obedece-lo. E quando tudo isso é feito, aí vem as perseguições, as tentações, as investidas do inimigo. Porque o demônio não quer que ninguém se salve, e se além da própria salvação estivermos buscando salvar outras almas, o ataque será muito mais intenso, muito mais feroz. Mas se estivermos verdadeiramente com Jesus no coração, revestidos com a couraça da justiça, com a armadura do cristão, na fortaleza de Deus, tudo passará e no fim a vitória virá com certeza. Como diz S. Paulo na carta aos romanos: O que me afastará do amor de Cristo? A dor? A morte? A tribulação? Nada me afastará do amor de Cristo. Nada, nada nos afastará do amor de Cristo. Amém. ..

sábado, 29 de maio de 2021

Lc 12,13-21 – O HOMEM RICO

 


A

 

 parábola do homem rico demonstra que a verdadeira riqueza não consiste em ser rico diante dos homens, mas sim rico ao olhos de Deus. A verdadeira riqueza não é o acumulo de bens materiais, é a abundancia dos bens espirituais, das graças concedidas por Deus. Isto não significa que Deus não gosta das pessoas ricas, até porque há pessoas muito ricas que têm um coração puro, que são extremamente generosas, caridosas, que sabem partilhar sua riqueza, assim como há pessoas pobres que têm o coração de pedra. O que Deus não quer, o que Deus não gosta, o que Deus abomina é a ganância, a ambição desmedida, desenfreada, a avareza, o acumulo exagerado de riquezas para usufruto pessoal, egoisticamente. A riqueza é para ser partilhada, usufruída de maneira solidária.

            Um bom exemplo de acumulo exagerado de coisas, temos nas formigas. As formigas trabalham a vida inteira estocando comida para dezenas de anos e vivem apenas algumas semanas. E há pessoas que são como formigas! Trabalham somente para acumular riquezas. Uma mulher muito famosa possuía três mil pares de sapatos! Se ela calçasse um par a cada dia, levaria de sete a oito anos para usar todos. Barcos, iates de luxo, são vendidos por mais de um milhão de dólares; se existe quem venda, há quem compre. Estes são exemplos de desperdício de dinheiro, de ostentação despropositada, de demonstração insana de riqueza. Isto Deus não quer, Deus não gosta. Se este dinheiro fosse usado de forma correta, poderia salvar a vida de milhares de crianças que morrem de fome na África, na Índia e mesmo no Brasil.

            Relendo os versículos 13 e 14 vemos um homem pedindo a Jesus que faça que seu irmão divida com ele sua fortuna. Um ganancioso e outro avarento. Jesus não atende seu pedido. Jesus não é juiz de causas humanas, de nossas demandas, Jesus é o justo juiz de nossas almas. Em outra passagem do Evangelho diz Jesus que tudo que pedirmos ao Pai em seu nome, Ele, o Pai nos dará. Porém, de acordo com o que lemos, há uma condição para isso: só se deve pedir em nome de Jesus, o que é justo, o que é pertinente ao Evangelho. Salomão pediu sabedoria e ganhou tudo. Muito jovem, ele foi colocado a frente do seu povo como rei. Em vez de pedir a Deus que seus inimigos fossem aniquilados, em vez de pedir força, poder, riqueza, Salomão pediu simplesmente sabedoria para conduzir seu povo. Em resposta, Deus lhe deu sabedoria e tudo o mais. Salomão foi o rei mais poderoso e rico de seu tempo. Em seu reinado, Israel experimentou o período de maior prosperidade e paz. Buscai primeiro o reino de Deus e sua justiça e tudo mais vos será acrescentado.

            Devemos pedir um coração santo, um coração adorador, um coração manso e humilde como o coração de Jesus. Infelizmente há pessoas que ao invés do reino de Deus, buscam o reino dos homens, a riqueza dos homens. Adoram o dinheiro, ao invés do verdadeiro Deus. Idolatram o talão de cheques, o cartão de crédito, a casa bonita, o carro novo. Trabalham 12 a 15 horas por dia, não para seu sustento, para ganhar o pão de cada dia, mas para juntar dinheiro e mais dinheiro; são como formigas. Desse modo negligenciam a família, em Deus nem pensar, pois seu deus é o dinheiro. O resultado muitas vezes são filhos drogados, prostituídos, adultério, divórcio, tragédias: pais matando filhos, filhos matando pais. O livro do Eclesiastes nos adverte: reparti suas riquezas, pois não sabeis o dia de amanhã.

            O manancial de nossa riqueza, nossa fonte de riqueza é o Espírito Santo com seus dons. O Espírito Santo que nos cumula com as graças de Deus, nos propicia o encontro pessoal com Jesus. Diz a Palavra que o que de graça nos foi dado, de graça demos. Repartamos então as graças e bênçãos recebidas, anunciemos Jesus, rezemos pelos mais necessitados. Partilhemos não só os bens materiais, como também os bens espirituais, os dons do Espírito.

            Pratiquemos o bem, sejamos ricos de boas obras, generosos, ajuntemos um tesouro verdadeiro – a graça de Deus – a fim de conquistarmos a vida verdadeira que é a vida eterna, essa sim, um tesouro inesgotável. (cf. 1 Tm 6,17ss). Amém.

 

 

 

 

 

 


sábado, 22 de maio de 2021

At 2,1-4 – Vinda do Espírito Santo

O v.1 diz: “Estavam todos reunidos no mesmo lugar”... Como nós, exatamente como nós estamos agora, atravessando a noite em vigília de oração. Eram aprox. 160 pessoas, Maria entre eles, como também está entre nós representada por esta imagem. Então o fogo do Espírito Santo desceu sobre eles, mudando o rumo de suas vidas. Aqueles homens simples, temerosos, transformaram-se em audazes mensageiros do Evangelho. E o Espírito Santo será derramado sobre nós em profusão, como foi derramado naquela madrugada de pentecostes. Estamos também diante de Jesus Eucarístico no sacramento sobre o altar. Isto faz lembrar outra noite, em que Pedro e outros apóstolos pescaram a noite toda, ou melhor, tentaram pescar, pois não pegaram um peixinho sequer. Então Jesus ressuscitado surgiu e disse a Pedro que voltasse ao mar e jogasse a rede à direita. Pedro obedeceu e pegou peixes além da conta. Ao amanhecer, em torno de uma fogueira, reuniram-se com Jesus e comeram peixe assado até fartar-se. Após a refeição Jesus perguntou a Pedro três vezes: “Pedro, tu me amas?” – “Senhor, sabes que te amo”. – “Então apascenta minhas ovelhas”. Isto lembra outra cena, também em volta de uma fogueira: Pedro negando Jesus três vezes. Imagino que na terceira vez em que foi inquirido Pedro lembrou-se das negações e quem sabe em lágrimas, definitivamente tenha confirmado seu amor por Jesus. E aqui, diante de nós Jesus pergunta: vocês me amam? Ele nos convoca, nos exorta, não só a ama-lo, mas a todos os irmãos, como ele nos ama. Aprendamos a amar, não somente a quem conhecemos, mas a todos indistintamente. Só podemos amar plenamente se nos abrirmos a ação do Espírito Santo. Só podemos perdoar se nos abrirmos a ação do Espírito Santo. Só podemos anunciar Jesus verdadeiramente e orar com poder, sob a ação do Espírito Santo! Jesus é o bom pastor e o bom pastor dá a vida pelas ovelhas. Ele pede que façamos o mesmo; não tão radicalmente como si, que foi para a cruz e deu-se até a última gota de sangue. Ele pede que doemos parte de nossa vida, nosso tempo. Ao doar vida, salva-se vidas: quando anunciamos a boa nova de Jesus, muitas vezes tiramos almas da escuridão e as trazemos para a luz. Quantas vezes encontramos o irmão caído, machucado, em profunda depressão, pensando até mesmo em suicídio; então uma palavra de conforto, uma oração de poder, o cura e o liberta da tendência suicida. Vidas são resgatadas pelo poder do nome de Jesus. E só podemos anuncia-lo com autoridade e orar com poder do seu nome se estivermos cheios do Espírito Santo, abertos à sua ação. Somos templos vivos do Espírito Santo, moradas do Espírito; então deixemos que ele aja em nós, nos oriente, nos guie, nos conduza. Abramos o coração e deixemos Deus agir em nossa vida. Deus quer nos transformar como transformou os discípulos naquela noite memorável. Ele derrama também sobre nós esta noite seu fogo de amor, o mesmo Espírito que mudou a vida daqueles homens e mulheres e quer também mudar nossas vidas. Sejamos dóceis ao Espírito Santo de Deus e seremos mudados para sempre. Amém.

sexta-feira, 14 de maio de 2021

Fm 4-7 – Fé-Caridade-Intercessão

Temos aí a caridade apoiada na fé, ou de outro modo, a fé como sustentáculo da caridade. O que é fé? Fé é o fundamento da esperança, é acreditar naquilo que não podemos ver. A vivência da fé nos traz entre outras coisas, a caridade. Podemos expressar a fé em três dimensões: crença (crer que algo existe e/ou é verdadeiro); confiança (crer, confiar e esperar) e fé carismática (crer, confiar e esperar na certeza do cumprimento da promessa). Definindo caridade podemos dizer que caridade é o sentido de comunhão com Cristo e com os irmãos em Cristo que a fé instaura no coração do fiel. Desta fé repleta de amor, espera-se uma orientação prática da vida moral e fraterna. Em 1 Cor 13,13 lemos(...).Fé, esperança, caridade(ou amor). No fim subsistirá apenas o amor. E a caridade só pode subsistir no amor e pelo amor. Caridade sem amor pode ser tudo, menos caridade. Devemos ter compaixão pelos irmãos que sofrem, mas acima de tudo amor, para que a caridade seja verdadeira. Ver 2 Jo 4-6 (...). Porque você faz caridade? Para ganhar pontos com Deus? Se for só por isso você não é caridoso, é mercenário. Mas lembre-se, Deus não faz barganha com ninguém! São Paulo em 1 Cor 13 nos diz que de nada vale dar tudo aos pobres, nada vale nem mesmo oferecer-se em holocausto, falar a língua dos anjos e tudo o mais se não tiver amor. Seremos como sino que repercute, só faz barulho e nada mais. Temos que viver a parábola do bom samaritano, que ensina a caridade completa, verdadeira, sem limites. Oferecer ajuda ao irmão caído, ferido, necessitado. Acolhe-lo, tratar de suas feridas, entrega-lo aos cuidados do Senhor; no mínimo orar por ele. Temos que lhe oferecer nossa montaria, que é a fé; leva-lo até a hospedaria, que é a igreja; utilizando os “denários” que são nossos talentos, os carismas. Devemos ter aí o cuidado de não sermos como os levitas, quando inventamos desculpas para não servir. Vejamos Pr 3,27s (...). Em Lc 8,1ss vemos as mulheres que seguiam Jesus e lhe provia das necessidades materiais. Jesus apesar de Deus, filho de Deus, era o Verbo encarnado, ou seja, também homem como nós. E do mesmo modo que nós, necessitava de alimento e vestuário. Hoje a Igreja, corpo místico de Cristo, também necessita de provisões. Estas provisões são proporcionadas através das doações, ofertas e principalmente do dizimo. Se fossemos fiéis no dizimo como Deus é fiel a nós, as obras sociais e caritativas da igreja seriam muito maiores. Por fim falemos de intercessão. Vejamos o que nos diz o Catecismo da Igreja Católica a respeito da oração de intercessão: “A intercessão é uma oração de pedido que nos conforma de perto com a oração de Jesus. Ele é o único intercessor junto ao Pai em favor de todos os homens, dos pecadores sobretudo. Ele é capaz de salvar de modo definitivo aqueles que por meio dele se aproximam de Deus, visto que ele vive para sempre para interceder por eles (Hb 7,25). O próprio Espírito Santo intercede por nós... pois é segundo Deus que Ele intercede pelos homens (Rm 8,26s). Interceder, pedir em favor de outro, desde Abraão, é próprio de um coração que está em consonância com a misericórdia de Deus. No tempo da Igreja, a intercessão cristã participa da de Cristo; é a expressão da comunhão dos santos. Na intercessão, aquele que ora não procura seus próprios interesses, mas pensa sobretudo nos outros ( Fl 2,4) e reza mesmo por aqueles que lhe fazem mal”. (CIC 2634-36). Na Bíblia vemos Abraão interceder por Sodoma e Gomorra; Moisés ao descer do Sinai, interceder pelo povo, no episódio do bezerro de ouro; também durante a murmuração e inconformismo do povo, quando Deus envia serpentes para os ferir, Moisés intercede e Deus manda construir a serpente de bronze, que seria penhor de salvação e prefiguração do Cristo Crucificado, nosso Salvador. O Evangelho de João nos mostra Maria intercedendo pelos noivos, quando faltou o vinho nas bodas de Caná. Oremos uns pelos outros, intercedendo sempre em favor dos que sofrem neste mundo conturbado. Amém

sexta-feira, 7 de maio de 2021

Is 59,1-5 – O Pecado Nos Afasta de Deus

 


B

onita essa Palavra. Se ela nos dá um puxão de orelhas, nos exorta, até mesmo nos acusa, onde está a beleza? Porque apesar da dureza, da pedreira, daí brota algo bom: o amor, o amor que vem de Deus, o amor de Deus por todos nós, indistintamente. Deus se preocupa conosco, por isso nos exorta, mesmo que para isso use palavras duras e ameaçadoras.

 O amor de Deus que brota dessa Palavra faz lembrar a fonte que jorra do templo, descrita em Ezequiel 47. Era um pequeno filete d’água que se transformou num córrego, que se tornou um riacho, que se tornou um rio, uma grande torrente que inundou tudo ao redor. E por onde essa água passasse gerava vida, fecundava a terra. Essa água, essa água viva, é o amor de Deus. Assim é essa passagem que lemos; nas entrelinhas está repleta de amor.

Não, não foi Deus quem nos virou o rosto, não foi Deus quem desviou o olhar de nós... Fomos nós, com nosso pecado, que erguemos uma barreira que se antepõe entre nós e Deus. Deus nos quer, apesar de nossa desobediência e ingratidão.

Suponhamos que você tenha um amigo a quem preze muito e há muito tempo você não o vê. Você sempre o procura e nunca o encontra. Vai a sua casa e ele não está; telefona e ele nunca atende. Um dia você o vê na rua, alegre chama seu nome e ele não ouve. Você corre a seu encontro e ele desaparece na multidão. Então você se entristece, mas não deixa de amá-lo como irmão, como amigo. Pode ocorrer que você se sinta desprezado e não o procure mais, porém a amizade não morreu. Se um dia ele precisar de você, lhe procurar, você irá recebe-lo, acolhe-lo, socorre-lo, não é assim? Deus é assim! E nós somos esse amigo ingrato. Muitos se afastam de Deus, entregam-se ao pecado e quando caem em desgraça, desesperadamente clamam por Deus, lembram-se que existe um Deus que a todos socorre. Porém há que se observar o seguinte: Se o clamor for sincero, acompanhado de arrependimento e pedido de perdão, por certo Deus irá ouvi-lo e socorre-lo. No entanto se for apenas desespero, não havendo arrependimento dos pecados cometidos, a oração dificilmente chega a Deus; o céu torna-se como uma abóbada de bronze que retine, reflete as súplicas. Mas havendo arrependimento, havendo firme propósito de conversão, o céu se abre, Deus acolhe nossas palavras e as devolve como graças e bênçãos.

Se vivemos uma situação de pecado, façamos tudo para sair dela. As tentações virão, mas não podemos jamais ceder a elas. E se o pecado vive em nós, vamos expurga-lo, vamos elimina-lo de nossa vida. Jesus, o próprio Jesus foi tentado. Não para ser posto a prova, mas para demonstrar que a tentação em si não é pecado; pecado é não resistir a ela. Jesus estava em recolhimento e jejum havia quarenta dias e o diabo veio tenta-lo. Tentou a natureza humana de Jesus, não a divindade; a divindade é inexpugnável e o diabo não resistiria diante dela. Se Jesus foi submetido a tentações, tentação não é pecado, pois Jesus assumiu nossa natureza em tudo, ou quase tudo, menos no pecado.

No mundo sempre haverá maldade, malicia, pecado e dor. Mas por isso não vamos nos desesperançar. Nós, pessoas de Deus, homens e mulheres de Deus vamos lutar para mudar o mundo mal, transforma-lo, faze-lo melhor. Há pessoas egocêntricas que só vêem o mal quando são atingidos por ele; outros são o próprio mal. Mas todos, bons, maus, egoístas, justos, criminosos, pecadores, vivemos juntos, num mesmo mundo, sob as mesmas leis e sob o amor do mesmo Deus, que nos ama como somos, sem distinguir uns de outros. Portando, amemos como Deus nos ama, para vivermos em comunhão com Deus e assim a Palavra lida em Isaias 59 não se aplique a nós.

Empunhemos a espada do Espírito, a Palavra de Deus, para reconhecermos e aceitarmos o senhorio daquele que é o único Senhor e Salvador de nossa vida, o nome que está acima de todo nome: Nosso Senhor Jesus Cristo, Jesus de Nazaré, Jesus o filho de Maria. Amém.


sábado, 1 de maio de 2021

Isaias 18 – O Único Caminho

Deus servia-se dos povos vizinhos como instrumento de punição ao povo de Israel. Punição, não castigo, pois como fora dito anteriormente Deus não castiga, Deus adverte, Deus permite a tribulação como lição e forma de provação. O capitulo 18 do livro de Isaias, fala do reino da Núbia – Os núbios dominaram o Egito durante longo período, na 25ª dinastia egípcia. Eles buscavam aliança com os israelitas contra os Assírios, que os ameaçava. Isaias exortava o povo de Deus a não se aliar a povos pagãos; que confiassem no Senhor dos Exércitos, que o Senhor os livraria de toda ameaça. Ou seja, a única e efetiva aliança era a aliança com Javé. Hoje o mundo nos diz: todos os caminhos levam a Deus. E muitos de nós, ingenuamente, acreditamos. Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vai ao Pai senão por mim. Quem disse isso? Eu sou a luz do mundo; aquele que me segue não andará nas trevas. Quem disse isso? Jesus, Jesus Cristo. E quantos Jesus Cristo existem? Um, um só! Então só há um caminho! Senhor, a que outro eu iria se só tu tens palavras de vida eterna... disse Pedro a Jesus. Diga você também meu irmão, repita comigo: Senhor, a que outro eu iria? Só tu tem...Etc. Em Mt 6,24 diz Jesus...(...). Não se pode beber o cálice da salvação e ao mesmo tempo a taça de veneno! Não se toma impunemente o corpo e sangue do Senhor na sagrada Eucaristia e depois vai bater tambor num terreiro de macumba; seguir caminhos opostos é impossível. Em nossa reunião de núcleo, enquanto buscávamos discernimento para a Palavra dada, a atenção de uma serva do grupo de oração foi despertada para o versículo 4 . Não foi à toa, pois Deus não nos chama a atenção por nada. Este é o ponto central da mensagem de Deus para este momento. Eis o que diz o v.4: ...(...). Do alto de seu trono de glória Deus derrama amor, misericórdia e sobretudo justiça. Tenhamos abertura de coração para a Palavra, de modo que sôbre nós caia a suavidade da misericórdia e não o peso da justiça divina. Isso porque: v.5...(...). Você quer ser colhido antes de amadurecer? Quer ser cortado rente e arrancado pela raiz? Ouça, acolha, e mais que tudo, viva a Palavra. Indo até o v.6...(...). Se você se sente abandonado, ou melhor, se você se deixou abandonar por Deus, o inimigo vai tomar conta de você e você poderá servir de pasto aos abutres. Mas Deus não quer isso, ele jamais nos abandona. Deus quer nossas almas a seu lado, não ardendo no fogo eterno do inferno. Ele quer nos salvar; para isso nos enviou Jesus que morreu e ressuscitou por nós, Jesus, o Cordeiro de Deus, o cordeiro imolado, nossa páscoa. No inicio da pregação foi afirmado que nem todos os caminhos levam a Deus. Renuncie ao que não é de Deus. Renove em seu coração a renúncia ao mal caminho, aos caminhos tortuosos que porventura você tenha trilhado. Entregue seu caminho a Deus. Porque Deus é bom, justo, maravilhoso, mormente àqueles que nele confiam e entregam-se de coração. Amém.

sexta-feira, 23 de abril de 2021

Ez 33,10-12 – Conversão

Esse texto do livro de Ezequiel nos mostra como Deus é amoroso e quer nos perdoar. Se renunciamos ao pecado Deus nos livra do castigo, diz a palavra. Deus é Pai e um pai não se apraz com a morte de um filho, mesmo que esse filho seja rebelde, infiel, desobediente. O Senhor quer os filhos perto de si, por isso ele clama por conversão, obediência, fidelidade. O v.12 diz: (...)... Isto significa que Deus não olha para o nosso passado, seja este bom ou mal, Deus nos vê agora com os olhos do presente; o que importa realmente é o que somos hoje e o que viermos a ser amanhã. O passado é apenas lembrança – alegre ou dolorosa – porquanto Deus tem em conta o presente e aponta para o futuro. Comparemos este versículo (Ez 33,12) com Ez 18,24. Deus nos criou para ele, para louvarmos e adorarmos sua Divina Pessoa; para compartilharmos as delicias do paraíso, as maravilhas do Éden. Mas nos tornamos imperfeitos por nossa culpa, ou seja, devido à desobediência original, por isso perdemos o direito inato ao reino dos céus. O céu tem que ser conquistado. Essa Palavra, como tantas outras na Bíblia, derruba a doutrina protestante da predestinação do homem. Se nascêssemos salvos ou condenados, não precisaríamos lutar para conquistar o reino, seria inútil. Se tivéssemos o destino traçado, andaríamos a deriva, sem obras de caridade e sem necessidade de testemunhar Deus. Não há predestinação! Ninguém nasce condenado ou salvo, pois isso seria injustiça porque não haveria culpa pessoal e Deus é justo! Se a humanidade já nascesse com o destino definido, sem chance de absolvição para os infelizes pecadores, o sacrifício de Jesus teria sido inútil; se aqueles não tivessem a oportunidade da salvação, a crucificação de Jesus teria sido apenas um espetáculo sangrento. Sabemos que não foi assim. Jesus morreu e ressuscitou para remissão dos nossos pecados, de todos, de todos! Isto não implica que fiquemos imóveis, à deriva, em berço esplendido: “Ah, Jesus já fez tudo...” pois cairíamos no reverso da medalha – todos estaríamos salvos, independentemente de nossas ações, boas ou más. Não é bem assim, até porque se fosse, Jesus não precisaria ter pregado, bastaria ser pregado... na cruz. É essencial que façamos a nossa parte e nossa parte é bem mais leve que a de Jesus: é crer; acreditar e por em prática a nossa fé. É reconhecer de todo coração e proclamar que Jesus é o Senhor e Salvador, que sua palavra é verdadeira; seguir o seu caminho, ser fiel a todo custo em qualquer situação; enfim, converter-se. Fala-se muito em conversão, mas poucos conhecem em profundidade seu real significado. Há pessoas que pensam que conversão é mudança de religião, trocar de Igreja; católico tornar-se evangélico ou vice-versa. Conversão significa mudança de vida, transformação.É atravessar o mar Vermelho; sair da escravidão do pecado para uma terra de esperança. Recentemente abordamos o assunto em outra pregação. Dissemos que conversão é um processo lento, gradual, como o crescimento de uma árvore. Hoje, para ilustrar, usando outro aspecto da natureza, podemos fazer a comparação com uma reação química. A propósito, certos tipos de reação são conhecidas como conversão. Uma reação ou conversão química é a modificação na estrutura de uma substância transformando-a em outra completamente diferente. Desse modo, um veneno mortal pode ser transformado em um remédio que cura. Da mesma maneira se dá conosco, em nossa vida espiritual: mudamos do pecado (que mata) para a vida nos caminhos do Senhor (que cura, liberta, leva à perfeição). Nos convertemos quando aceitamos o senhorio de Jesus em nossa vida, quando nos deixamos preencher pelo Espírito Santo, quando sentimos necessidade e desejo ardente de evangelizar. Evangelização não é a apresentação complicada da doutrina do cristianismo. Ela começa, se processa, quando pessoas comuns falam a outras pessoas comuns das maravilhas de Deus, das bênçãos, de como Jesus cura, liberta, dá paz, alegria, enche os corações de amor. É converter-se a si próprio e buscar a conversão do próximo. Amém

sexta-feira, 16 de abril de 2021

Col 2,13-14 – Jesus Salvador

T odos já sabemos do amor que Deus tem por todos nós. Todos conhecemos seu amor, sua misericórdia, sua compaixão. Mas eu digo sempre: nunca é demais falar do amor de Deus. Mas muitas vezes nós renegamos esse amor com nossa desobediência, nossos erros. Nos afastamos de Deus e aí construímos uma barreira, uma parede que nos separa de Deus e sua misericórdia, Assim optamos pelo pecado: e o que ganhamos com isso? Nada; só perdemos. Perdemos a vida, perdemos a comunhão dos santos. Porque como diz S. Paulo, primeiro em Romanos, depois em Corintios: O salário do pecado é a morte e os iníquos não herdarão o reino dos céus. Mas será que isso é uma sentença definitiva? Pequei estou condenado, não tenho mais salvação? Não; até porque Deus é justo e Ele quer a nossa salvação. Ele não quer que nenhum de nós se perca Vamos voltar no tempo, lá nos primórdios do povo de Deus: O AT diz que o povo hebreu quando pecava e se arrependia, oferecia a Javé um sacrifício expiatório; matava um cordeiro como oferta para remissão dos pecados. E se o arrependimento era sincero, se havia o firme propósito de não mais pecar, o sacrifício era aceito e o perdão concedido. Agora a grande noticia: Deus, Ele próprio, ofereceu o último sacrifício, o sacrifício perfeito para remissão de toda a humanidade: Jesus, seu filho unigênito, nosso salvador. Jesus que já existia desde sempre, que se encarnou e veio ao mundo; nos apresentou a sua proposta, a Boa Nova da Salvação! Como diz João no Evangelho, capitulo primeiro, primeiros versículos: No principio era o Verbo, o Verbo era Deus, e o verbo se fez carne e habitou entre nós. Dos braços de Maria aos braços da cruz a salvação nos foi oferecida. E só Jesus é capaz de fazer isto por nós, como está escrito em Atos 4,12: Em nenhum outro há salvação, porque debaixo dos céus nenhum outro nome foi dado aos homens pelo qual devamos ser salvos. Nenhum outro nome foi dado... E esse nome é Jesus, Jesus de Nazaré, Jesus filho de Maria! Retomemos a pericope em Colossenses. Vamos ler o verso 14 ...(...). Esse documento era a carta que nos condenava, é a folha corrida dos nossos pecados! É como uma ficha criminal; o criminoso tem uma ficha onde estão relacionados todos os seus crimes. E a nossa ficha foi rasgada, foi pregada na cruz e lavada com o sangue de Jesus, o cordeiro perfeito, sem mácula. A questão é, o sacrifício de Jesus foi suficiente, não precisamos fazer nada? Se fosse tão simples assim, o Senhor me permite o trocadilho, Ele não precisaria ter pregado, bastaria ser pregado... na cruz. Repetindo: Ele não precisaria ter pregado o Evangelho, bastaria ser pregado na cruz. O preço maior Ele pagou, um preço de sangue, mas nós temos que fazer a nossa parte, temos que ser merecedores. Como fazer isso? Temos primeiro que querer; é preciso escolher a salvação. Depois aceitar o senhorio de Jesus ressuscitado em nossas vidas, ou seja, ter fé, confiança e ação. Crer e crer é acreditar e pôr em prática aquilo em que acreditamos. Se você tem fé e exerce essa fé você está se convertendo. Cada dia em que você renova essa conversão é um passo dado em direção à salvação, em direção a Jesus. Resumindo, Jesus é o único caminho para a salvação, porque debaixo dos céus nenhum outro nome foi dado aos homens pelo qual devamos ser salvos. Basta querer e fazer como Ele nos ensinou. Como disse Maria com toda simplicidade: Fazei tudo aquilo que Ele disser. Amém.

sábado, 10 de abril de 2021

Mt 26,69-75 – Negação de Pedro

Pedro nega Jesus três vezes. Na verdade Pedro não rejeita Jesus, ele o nega impelido pelas circunstâncias. Pedro teve medo, assim como os demais apóstolos, pois diante da cruz no calvário estavam apenas João, Maria a mãe de Jesus e outras mulheres. Os demais seguidores de Jesus também o haviam abandonado. Haviam o negado por medo, não por rejeição. Em Mt 10,33 diz Jesus: “Aquele que me negar diante dos homens também eu o negarei diante de meu Pai...” O negar referido por Jesus não é a negação circunstancial como a de Pedro, mas a negação definitiva, consciente, é a rejeição. Negação é diferente de rejeição: negar é dizer não a alguém ou a alguma coisa, a alguma situação. Rejeitar é não querer, não aceitar, é desprezar. Muitas vezes nós negamos Jesus. Negamos Jesus quando por covardia, timidez, comodismo ou mesmo má vontade, deixamos de anuncia-lo, deixamos de dar testemunho de suas maravilhas. Muitos negam Jesus quando interpretam erroneamente a atitude da Igreja quando ela faz a opção preferencial pelos pobres. Explico: Há pessoas, muitas pessoas infelizmente, que pensam que ação social é mero assistencialismo; limitam-se a ajuda material e só. O ser humano não é apenas um bolo de carne que se movimenta de um lado a outro; o ser humano tem alma, um espírito criado por Deus. As pessoas se esquecem disso, providenciam uma cesta básica, dão o feijão e o arroz e deixam de dar o mais precioso alimento: o pão vivo, o pão do céu, Jesus! Quem assim procede nega Jesus aos irmãos. Devemos auxiliar materialmente os mais necessitados, mas temos o dever cristão de também aliviar a carência espiritual desses irmãos. Negar Jesus é não aceita-lo como único senhor de nossas vidas, é desprezar sua oferta de amor. Sabemos que existem católicos envolvidos com ocultismo, magia, espiritismo, esoterismo e outros “ismos” que contrariam a Palavra de Deus e os ensinamentos da Igreja. Estas pessoas, na igreja, aparentam perfeição, porém suas obras são vazias, infrutíferas; suas orações são inócuas; ouvem a Palavra de Deus mas não a retem; passam horas diante da TV mas não se disponibilizam 15 minutos que sejam para ouvir a palavra de Deus sendo pregada. Muitos buscam a comunhão eucarística em situação de pecado. Essas pessoas negam Jesus, renegam Jesus, rejeitam Jesus! Pedro negou Jesus três vezes, é verdade. Negou, não rejeitou. Tanto que foi escolhido por Jesus como chefe da Igreja. Em Jo,21 Jesus repete três vezes a pergunta a Pedro: Pedro tu me amas? Pedro responde: Senhor, sabes que te amo. – Então apascenta minhas ovelhas, diz Jesus. Apesar de sua tibieza Pedro é confirmado como primeiro Papa. Havia sido redimido e dissera sim a Jesus. E Jesus agora está te chamando pelo nome e perguntando: João (Maria, Odete) você me ama? Respondam todos: Senhor sabes que te amo! Jesus está agora estendendo suas mãos sobre nós, sobre cada um de nós. De suas chagas abertas gotas de seu sangue estão caindo sobre nós. Irmão, irmã, há uma gota do sangue precioso de Jesus sobre a sua cabeça, Esse sangue tem o poder de curar e libertar de todas as mazelas. Abra seu coração e diga sim para Jesus, diga sim como Maria, diga sim como Pedro naquela manhã à beira do lago Genesaré. Senhor, sabes que te amo. Amém.

sexta-feira, 2 de abril de 2021

Jo 19,25-30 – Ao Pé da Cruz

Ao pé da cruz de Jesus estavam João, Maria e algumas outras mulheres piedosas. Onde estavam os demais? Onde estavam Pedro, Tomé e os outros apóstolos? Todos haviam abandonado Jesus. O abandonaram por medo, haviam fugido. Não que o rejeitassem, mas tiveram medo das conseqüências de segui-lo até o fim e fugiram. Eles não tinham idéia da dimensão do amor de Jesus por eles; se soubessem o quanto Jesus os amava não teriam fugido. Estariam com João e Maria aos pés da cruz, porque só permanece junto a cruz aquele que se sente amado. Do alto da cruz Jesus nos deu Maria como mãe. Jesus naquele momento consagrava toda a humanidade – representada por João – a Maria. Por isso todos devemos venerar Maria como Nossa Senhora. Todo cristão consciente deveria ao menos amar e respeitar Maria. Se todo cristão, católico ou protestante, diz com razão, que o sangue de Jesus tem poder, temos que reconhecer que o sangue de Jesus é tão somente o sangue de Maria. Não podemos esquecer que Jesus não teve pai humano, foi concebido no ventre virginal de Maria pelo poder do Espírito Santo, sem interferência de homem algum. Humanamente falando a carne de Jesus é a carne de Maria, o coração de Jesus é o coração de Maria, o sangue de Jesus é o sangue de Maria! Contudo Maria não se aborrece, não se incomoda e nem se importa se às vezes nos esquecemos dela. O que verdadeiramente a entristece e ver-nos esquecer e afastarmo-nos de seu filho. Ao olharmos Maria – uma imagem dela, por exemplo – com os olhos da fé, devemos enxergar Jesus; se não for assim, não haverá sentido algum e então ela se entristecerá. Sabemos que Maria não faz milagres, não cura, não salva, não liberta. Não tem poder, pois todo poder vem de Jesus e o milagre só pode ser realizado por Deus. Mas Maria tem a força da intercessão; ela intercede por nós o tempo todo. Ainda a respeito de Maria: “A delicada mãe de Cristo sabe ensinar melhor que ninguém, pelo exemplo da prática, como devemos conhecer, amar e louvar a Deus. Tal e tanta honra se encerra na denominação de Mãe de Deus que ninguém pode falar coisas maiores, ainda que tenham tantas línguas como há flores na terra, estrelas no céu e areia no mar.” Quem disse? Simplesmente, Lutero. Relendo os versículos 28 a 30, vemos Jesus com sede e seus algozes lhe dando vinagre a beber. Em Mt 27,34 e Mc 15,23, oferecem a Jesus uma mistura de vinho e mirra e ele não aceita. Aí, as circunstancias eram outras; Jesus ainda não estava na cruz e esta bebida era oferecida para que o condenado ficasse entorpecido e até facilitasse a fixação na cruz. Jesus se negou a beber, porque era necessário que ele estivesse sóbrio para sentir na própria carne todas as dores do mundo. Mais adiante em Mt 27 e Mc 15, assim como lemos em Jo 19, Jesus, agora agonizante na cruz, teve sede e lhe oferecem vinagre – o que certamente lhe aumentaria a sequiosidade por água – e ele não rejeitou. Porque? Porque ele estava disposto a sofrer o máximo possível para nossa redenção. Entenderam aí o sentido do sacrifício e a profundidade da entrega de Jesus por nós? Na cruz Jesus teve sede e lhe deram vinagre. Agora ele diz a você que tem sede e o que você tem para dar? O vinagre da ingratidão, da indiferença, da desobediência, o vinagre do pecado? Jesus pede a você água pura para que ele possa transforma-la em vinho; vinho novo para sua purificação. Ele quer seu coração renovado como um odre novo, para que ele possa enche-lo com o vinho novo. Jesus te quer renovado no seu amor, pela ação do Espírito Santo. Andávamos nas trevas subjugados pelo pecado, mas Jesus nos resgatou da escuridão ao sentir nossas dores, carregar nossos fardos e derramar seu sangue na cruz. Amém. .

sexta-feira, 26 de março de 2021

At 1,4-9 – Batismo no Espírito Santo

 


J

esus subiu ao céu, está a direita do Pai, e de lá nos envia o Espírito Santo. O Espírito Santo que na realidade você já tem. O recebeu no batismo sacramental. Jesus quer te dar um derramamento desse Espírito. Ele quer que o Espírito Santo cresça em você, infle, de modo que Ele extravase, transborde, como as águas de uma barragem com as comportas abertas.

            E para que Jesus faz isso? Para você bater no peito e dizer: eu tenho o Espírito Santo, Jesus me deu, é meu... Não!... Jesus com o Pai te derrama o Espírito Santo para que com força e autoridade você o anuncie. Jesus te dá o Espírito Santo para que através desse mesmo Espírito possamos ser conduzidos por Ele e anuncia-Lo.

            Sta. Edith Stein, a respeito do Espírito Santo disse: “Mais próximo de mim do que eu de mim mesmo; mais intimo que o âmago da minha alma”. Devemos repetir e tomar posse dessa palavra; que o Espírito Santo seja o mais próximo possível, mais intimo que o âmago de nossa alma. Âmago é o centro, o de mais profundo e interior que possa existir. Portanto, é no interior, no mais profundo de nós que o Espírito Santo habita. Mas não é lá que Ele deve ficar como um prisioneiro, deve inundar-nos, efluir, transbordar. É esse transbordamento, essa efusão, esse derramamento que Jesus nos infunde no batismo no Espírito Santo. 

            Deixe que o Espírito Santo ative o despertador da tua fé para acorda-lo da letargia espiritual, para que você possa caminhar com a Igreja, com Jesus, com os irmãos rumo aos braços do Pai. Abramos o coração e deixemos Deus agir em nós. Deus quer nos transformar como transformou os discípulos naquela madrugada de pentecostes há cerca de dois mil anos. Hoje, aqui, agora, já, nesse momento Ele derrama o mesmo Espírito que mudou a vida daqueles homens e mulheres e que também pode mudar a sua. Abra-se a ação do Espírito Santo, receba uma nova efusão, uma nova unção. Deixe-se batizar no Espírito. Amém.

 

 

 


sábado, 20 de março de 2021

Eclo 1,11-22 – Temor a Deus

 

 

 


leitura proposta fala de temor ao Senhor. Haveremos de ter medo de Deus? Deus quer que tenhamos medo dele? Vejamos o que diz o dicionário; temor = medo . O dicionário também diz: temor = respeito, reverência, zelo, escrúpulo. É neste sentido que devemos temer a Deus, ter respeito, reverência a seu nome, zelo, dedicação a sua palavra.

            Temor a Deus é um dos sete dons infusos, aqueles que recebemos ao ser batizados. Dons infusos, diferentemente dos dons carismáticos, são dons dados para ascese pessoal, servem para crescimento individual, enquanto os carismas são dons de serviço, servem para crescimento e edificação da comunidade, da igreja. Com referencia ao temor a Deus, ver o Catecismo da Igreja Católica no 1303 e 2144.  

                O que vemos nos remete aos primeiros mandamentos: “Amar a Deus sobre todas as coisas “ e “Não tomar seu Santo Nome em vão”. Se temermos a Deus, acataremos seus mandamentos e se acatarmos seus mandamentos, estaremos sendo tementes a Deus. Preocupações com coisas vãs, banalidades, coisas sem importância, mundanas, deixam Deus de lado, abafam os dons e corremos com isso sério risco de ceder às tentações e cair em pecado. O pecado nos afasta de Deus, diz a sua Palavra em Isaias 59,1s. O mundo acusa a Igreja de retrógrada, de estar submetida a leis e mandamentos ultrapassados, que o mundo mudou, etc, etc, e outras baboseiras mais. Mas lei é lei; quanto mais a lei de Deus que é irrefutável e imutável. As leis humanas podem ser mudadas e revogadas a qualquer tempo, basta a canetada de um legislador qualquer, mas a lei de Deus é eterna, as leis da natureza e os mandamentos de Deus valem a qualquer tempo, ontem, hoje e sempre. Um objeto que tenhamos a mão ao ser solto cairá ao chão, como cairia no tempo de Moisés e cairá se for solto daqui a mil anos, pois todos estamos sujeitos a lei da gravidade. A gravidade é uma lei da natureza e portanto imutável, irrevogável! Desobedecer a Deus, desrespeitar seus mandamentos e portanto não temer a Deus, era pecado desde 40 séculos atrás, é pecado hoje e será pecado daqui a 40 séculos!

            Quando criança eu gostava de olhar o céu estrelado; era lindo ver o céu coberto de estrelas. Hoje, devido às luzes da cidade e a poluição não se vê estrelas como antes. Mas as estrelas não se mudaram, continuam lá como no meu tempo de criança. Não as vemos porque a camada de poluição impede que suas luzes cheguem a nossos olhos. Assim é nosso relacionamento com Deus, a poluição do nosso pecado impede que o olhar de Deus nos alcance. Precisamos renunciar ao pecado, temer a Deus, destruir a barreira, para nos tornarmos visíveis a Deus e sermos alcançados pela graça e misericórdia divinas.

            Deus nos ama e apesar do nosso pecado não deixa de nos amar. Nos ama a tal ponto que enviou Jesus para morrer por nós, para lavar com seu sangue os nossos pecados. Jesus, Deus com o Pai e o Espírito Santo, Jesus, Deus na Trindade Santa. Que o Espírito Santo, enviado pelo Pai e pelo Filho, nos ilumine, nos mova na direção daquele que por sua morte e ressurreição nos conduz a vida eterna, ao Pai justo e misericordioso.

            Retomando a Palavra nos vv. 11 a 13, vemos aí uma promessa, uma linda, uma belíssima promessa. Apossemo-nos dessa promessa, vivamos, experintemos essa Palavra, testemunhemos nosso temor ao Senhor e assim possamos servi-lo e adora-lo até que essa promessa se cumpra em nós. Amém.


sexta-feira, 12 de março de 2021

I Cro 17, 1-15 – Caminhos Para o Reino

 


 


Nesta leitura vemos o profeta Natan dizer ao rei Davi, que não seria ele, Davi, a construir a casa, o templo de Deus. Mas que ele seria a origem de uma dinastia que levaria ao grande rei, o que fundaria o império eterno, a grande Igreja. Davi era o depositário das promessas messiânicas. O texto também faz alusão, embora indireta, à Arca da Aliança. A arca feita de madeira nobre, revestida de ouro, com tampo maciço e querubins, tudo de ouro. Possuía argolas também de ouro e varais para o transporte, conforme descrito no livro do Êxodo. A arca continha as tábuas da lei, os dez mandamentos e o próprio Javé (Deus) se fazia presente na Arca da Aliança. Podemos até mesmo comparar a Arca da Aliança com o nosso Sacrário: pois se lá habitava Deus, aqui temos a presença viva de Jesus Sacramentado na hóstia consagrada.

                A arca não tinha paradeiro; era levada de um lugar a outro, de tenda em tenda, de acampamento em acampamento, de cidade em cidade. Foi inclusive roubada, esteve em poder dos Filisteus ate ser recuperada, e Davi a reconduziu a Jerusalém. O povo precisava de um lugar apropriado para adorar a Deus e firmar um sentido de unidade em torno do verdadeiro sentimento religioso.

                Vamos reler os vv. 11-14 (...). Aqui se refere a Salomão. Mas a Palavra de Deus não se restringe a uma época, a um contexto histórico, a uma profecia ocasional. A palavra de Deus se projeta no tempo e no espaço e chega até nós viva, atualizada; a Palavra de Deus é eterna!

                Vejamos o que diz em Is 11,1 (...). Então podemos dizer que esse reino é o reino de Jesus, o rei dos reis, esse trono é o trono da graça, da glória de Deus; a casa é a Igreja de Cristo, a verdadeira Igreja, a Santa Igreja Católica!

                Do mesmo modo que o povo de Israel buscava Deus na Arca da Aliança, podemos buscar Jesus no Sacramento Eucarístico. Freqüentar a igreja, buscar os sacramentos , são caminhos para encontrar Jesus. Amar e respeitar Maria; Maria está sempre presente ao lado de Jesus, discreta, discretíssima, como podemos observar através dos evangelhos escritos. Se estamos com Maria, estamos certamente com Jesus. Maria, todos nós sabemos, não é divindade, Maria não realiza prodígios. No entanto, ela intercede sempre, e o que ela pede Jesus faz, com certeza. Maria não é a salvação, mas nos aponta a salvação, nos leva à salvação que é Jesus.

                Ter vida de oração, oração diária, hábito da leitura da Palavra. Uma pessoa orante tem sintonia com Deus e encontra fácil o caminho para Jesus.

                Batismo no Espírito Santo. Batismo no Espírito Santo, fundamental para nós da renovação carismática. É na efusão do Espírito Santo, no derramamento dos dons, no exercício dos carismas que nos aproximamos de Jesus. Jesus nos dá o Espírito Santo, para através desse mesmo Espírito nos levar a Ele.

                Alguém talvez esteja questionando: Porque o pregador fica falando e repetindo os caminhos que levam a Jesus? E eu respondo: Porque eu busco, eu só procuro este caminho. A que outro eu iria? A que outro você iria? Aos caminhos que levam ao Egito? A Baal? Nunca! Jesus é o único caminho. Jesus é a videira verdadeira, o caminho, a verdade e a vida. Só ele tem palavras de vida eterna, só Jesus!

                O caminho para Jesus é árduo, longo, difícil; sabemos disso e até por isso, muitos por comodismo ou impaciência, ao invés de Jesus, buscam outros caminhos, atalhos, que não levam a lugar nenhum, ou melhor, levam sim: levam ao abismo, ao fundo do poço. Nos caminhos do mundo as quedas são inevitáveis e desastrosas, pois caímos de cara no chão. Mesmo assim, se voltarmos p’rá Jesus, Ele nos ampara e nos sustenta. Nos caminhos de Jesus poderemos até tropeçar e cair, se vacilarmos caímos mesmo, mas caímos de joelhos. E é melhor ralarmos os joelhos que quebrar a cara. Melhor ralar os joelhos que se estropiar! Com Jesus as dores são suportáveis e os fardos por mais pesados que sejam, se tornam leves, porque sabemos que Ele nos aliviará. A Palavra de Deus diz: Ele carregou sobre si nossas dores e enfermidades. Está escrito em Isaias 53. Jesus nos conduz por caminhos às vezes difíceis, mas seguros sempre.

                O Senhor falou a nós do núcleo do grupo de oração, em profecia. Eis o que disse: “Eu conduzo meu povo no deserto: estareis a beira de abismos, enfrentareis opositores, mas não temais, Eu vos guiarei no meio das trevas”. Eu vos guiarei no meio das trevas... Confiem no Senhor, confiem em Jesus. Em Is 9,1 lê-se: O povo que andava nas trevas viu uma grande luz. Essa luz é Jesus; essa luz é Jesus. E onde brilha a luz as trevas se dissipam. Amém.

 

 


sexta-feira, 5 de março de 2021

Sl 103,5-18 – Amor de Deus e Salvação

 

M

eu irmão, minha irmã, tome sua Bíblia. O que você tem nas mãos não é um simples livro. Você tem nas mãos a Palavra de Deus, a Palavra Viva do Deus Vivo. As verdades incontestáveis da Sabedoria Divina; a marcha da Revelação Divina através da história da humanidade. É também um manual de vida, com ensinamentos que nos levam ao caminho da retidão moral e da justiça. Ao longo dos aproximadamente três mil anos em que foi escrita, Deus se apresenta a humanidade e nos oferece o caminho da salvação: Jesus Cristo.

           


Abra sua Bíblia no Salmo 103; vamos ler do versículo 5 ao 18 (...)... Eis um hino de louvor à criação. Deus nos criou por amor; criou o Universo para que servisse de suporte a Terra; criou a Terra para que servisse de pedestal a sua obra-prima: nós. Deus não nos criou porque estivesse só, não; Deus nos criou porque amava, ama e nos amará sempre. Nos criou à sua imagem e semelhança; imagem porque somos reflexos de sua vontade, semelhança porque fomos criados para sermos perfeitos e se não o somos é por culpa nossa, que desobedecemos e perdemos a pureza original. Quando os primeiros seres humanos, Adão e Eva, caíram em tentação e pecaram desobedecendo a Deus, perderam a intimidade que tinham com ele. Ao longo do tempo o homem vem pecando, se penitenciando, sendo perdoado – por pura misericórdia – mas cai de novo, muitas vezes tropeçando na mesma pedra. Sodoma e Gomorra foram destruídas por causa de suas abominações, mas Deus salvou Lot e sua família. O dilúvio cobriu a terra, mas Deus salvou Noé e os seus. O povo hebreu estava cativo no Egito e Deus suscitou Moisés a liberta-los; mas o povo era renitente, teimoso; pecava por idolatria e murmuração, mas Moisés intercedia por eles e Deus os perdoava. Mais tarde, o povo escolhido sacrificava animais em holocausto expiatório para se livrar dos pecados e se o arrependimento era sincero, Deus os perdoava, não pelo sacrifício em si, mas pela contrição do coração. Contudo, já não havia arrependimento, os sacrifícios se tornaram mera formalidade, sem o firme propósito de renunciar verdadeiramente ao pecado e Deus irritou-se. Em Is 1,11 Deus diz (...)... Deus quer o coração do homem, o teu coração, o meu coração. Deus quer nos perdoar, nos salvar e para isso ofereceu a si mesmo em sacrifício, o último sacrifício de sangue, o sacrifício perfeito: Jesus, o Cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo! Jesus foi para a cruz para nos salvar e já nos salvou. Pelo sangue precioso de Jesus fomos lavados de todo o pecado. Mas... Há um porém: é preciso que desejemos a salvação, que sigamos Jesus, até mesmo no calvário se necessário; que assumamos nossa dependência a ele, que nos submetamos a seu senhorio. Jesus morreu e ressuscitou por nós. Ele não está mais na cruz nem no sepulcro; está vivo no meio de nós. A ressurreição de Jesus é garantia que existe a eternidade esperando por nós.

            Por amor fomos criados, por amor somos perdoados e por amor estamos salvos. Sejamos merecedores da Salvação. Amém.  


sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021

Is 22,21-25 – Senhorio de Jesus

 

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odemos comentar este texto sob três aspectos: no contexto histórico, onde temos a subida e queda de Eliaquim, mordomo do palácio real. No aspecto teológico, segundo o ponto de vista da Igreja, os vv. 22s são referência a Pedro, conforme Mt 16,19. Em último, analisemos o texto como palavra rhema, mensagem de Deus dirigida a nós especialmente para este momento particular.

            O v. 22 nos remete a Ap 3,7 que fala diretamente do Messias, de Jesus, o que abre e fecha todas as portas. Jesus tem todas as chaves menos uma: a chave do nosso coração. Esta nos foi confiada pelo Pai em sua infinita misericórdia, no momento da criação. Porém se entregarmos a chave do nosso coração para Jesus Ele nos abre para a santidade e nos fecha para o pecado.

            Talvez vocês conheçam a estória do homem que recebeu a visita de Jesus em sua casa. O tal homem arrumou a sala, trocou o tapete, etc e etc. No dia e hora marcada Jesus compareceu à casa do homem. Este recebeu Jesus com a cerimônia de um bom anfitrião ao receber uma visita ilustre, mas ficou só nisso. Ele impediu que Jesus visitasse os outros cômodos da casa, pois lá estavam vestígios de seus pecados. De repente ouviram batidas a porta; era o diabo querendo entrar. O dono da casa em vão tentava livrar-se dele, até que Jesus interveio e expulsou o inconveniente visitante. Talvez vocês achem estranho a tentativa do diabo querer entrar numa casa onde Jesus estivesse presente. Mas o dono da casa não abriu a casa toda para Jesus. Jesus ficou confinado a um canto da sala de visitas; o resto da casa foi vedado a Jesus e por isso o diabo se achava no direito de reinvidica-la para si.

            Quantos de nós somos como o homem da estória. Não adianta abrir só um cantinho do coração para Jesus, temos que abrir o coração por inteiro! Não adianta entregar somente uma área de nosso ser a Jesus, temos de entregar todas as áreas. Não adianta dar um pedacinho de nós, temos de nos doar totalmente a Jesus! Há pessoas que têm Jesus no coração e ainda acreditam em horóscopo, por exemplo; têm Jesus mas continuam a ceder às tentações do mundo, são escravas da TV, deixam de ir a igreja mas não deixam de ver a porcaria da novela! Não é mentira nem exagero, é assim mesmo. Aceitar o senhorio de Jesus é assumir o compromisso com Jesus na totalidade, seguindo e servindo Jesus plenamente. Não é ficar em cima do muro; ou se é de Jesus ou se é nada, não há meio termo. Sê quente ou frio, mormo Ele te vomitará, diz a Palavra de Deus.

            Quando o eu, nosso ego, é o centro de nossas vidas e Jesus está do lado de fora ou confinado em um cantinho qualquer, somos dirigidos pelo ego, pela carne, resultando em frustrações e decepções e como conseqüência sofrimentos. No entanto, se Jesus está no centro, se Jesus é o centro de nossas vidas, somos controlados por Ele, através do Espírito Santo e crescemos em graça, somos fortalecidos e apesar das dificuldades que possam advir, não haverá frustrações, pois no fim a vitória é certa; com Jesus somos mais que vencedores.

            Aceite o senhorio de Jesus na sua vida. Ele se doou numa cruz por você. Ele morreu para que você pudesse viver. Ele preferiu morrer por você a viver sem você. Oremos: Senhor Jesus entrego-me a vós, fazei de mim o que quiserdes. Aceito tudo de vós. Deponho minha alma em vossas mãos. Entrego-me a vós com todo amor do meu coração, sem medidas, com confiança infinita. Sois meu Senhor e meu Deus. Amém.