domingo, 30 de maio de 2010

Maria Imaculada




Deus usou uma terra pura, imaculada, para formar Adão, o primeiro homem. Do mesmo modo, utilizou-se de um ser puro, imaculado, especialmente concebido sem o pecado original para gerar Seu Filho, o novo Adão. Do ventre puro de Maria, pelo poder do Espírito Santo foi concebido, gerado e veio ao mundo Emanuel, Deus conosco, Jesus.
Convido-os a abrir a Bíblia em Lucas, capitulo 1, versículos 30 a 38.
O anjo anunciou a Maria e ela concebeu do Espírito Santo, lemos. Ave Maria, Salve agraciada, Salve Maria cheia da graça Divina... Estas são palavras do próprio Deus através do Arcanjo São Gabriel. A oração da Ave Maria não foi escrita por nenhum homem, não foi inventada por nenhum padre – Ao menos a primeira parte; a segunda foi um acréscimo da Igreja. – A oração original foi proferida por Deus, que fez Maria uma criatura especial, não por méritos pessoais dela em si, mas pela vontade irrefutável Dele. Maria abriu o coração e disse sim a Deus. Daí ela nos trouxe o Salvador, aquele que veio nos redimir de todo o mal; aquele que enquanto esteve entre nós em carne e sangue, sangue puro de Maria, ensinou sua doutrina, curou, libertou, expulsou demônios e nos transformou em novas criaturas, em filhos do novo Adão, do novo homem. E que hoje, pela ação do Espírito Santo continua curando, libertando, restaurando, forjando em nós novas criaturas. Por Adão e Eva o pecado entrou no mundo. Por Maria a nova Eva, veio Jesus o novo Adão, que trouxe a salvação, o que tira os pecados do mundo.
Maria não se incomoda se você não reza para ela; ela está na glória, ao lado de seu filho Jesus Nosso Senhor. O fato de rezar ou não em seu favor, é indiferente para ela. O que aborrece Maria não é esquecer-se dela, o que a aborrece é esquecer-se de Jesus. Ela fica muito mais feliz quando você ouve suas palavras e as cumpre quando ela insiste em dizer, faça tudo que meu filho disser; do que quando se reza mil “Aves Marias”, centenas de rosários e não se faz a vontade de Jesus. Mesmo que nos esqueçamos dela, ela nunca se esquece de nós; ela intercede sempre, reforçando, confirmando, repetindo nossas orações junto a Jesus. Do alto da cruz, Jesus nos deu Maria como mãe e nós católicos não somos filhos ingratos nem desobedientes, por isso veneramos Maria, como mãe de Jesus Cristo e nossa mãe também. Por isso rezamos a oração da Ave Maria, não como súplica, mas como reverência, como louvor a Maria. Porque quem louva a Mãe, louva o Filho. Quem caminha de braços dados com Maria, por certo caminha com Jesus e quem caminha sem Maria nem sempre tem Jesus a seu lado.
Em Jo 2, 1 e seguintes, temos as bodas de Caná. Aí Jesus faz seu primeiro milagre público, aí Ele se revela ao mundo. E vemos com toda a clareza que Jesus assim fez por causa da intervenção de Nossa Senhora. Maria não faz, Maria não é deusa, Maria não tem poder de executar o milagre, mas intercede para que o milagre aconteça, por Maria Jesus antecipa a graça. Você pode prescindir de Maria e pedir diretamente a Jesus. Ele certamente lhe ouvirá. Se você pedir a Jesus juntamente com Maria, Ele ouvirá e agirá. Não foi assim em Caná?
Faça tudo que Jesus lhe disser, Maria está pedindo a você neste momento. Abra seu coração e diga, como Nossa Senhora, sim ao Deus que nos criou. Diga sim, eis aqui o teu servo, a tua serva, faça-se em mim conforme tua Palavra.

CARN

domingo, 23 de maio de 2010

Pentecostes


Era noite da festa judaica de pentecostes, o quinquagésimo dia após a páscoa em que se comemorava o dia da colheita. Estavam os discípulos de Jesus reunidos com Maria no cenáculo, em oração, quando repentinamente soprou um vento impetuoso e do alto desceram como que línguas de fogo que se repartiram e repousaram sobre os presentes; todos começaram então a orar ruidosamente e falar em línguas estranhas. Este relato descreve o derramamento do Espírito Santo prometido por Jesus Cristo momentos antes de sua gloriosa ascensão (cf. At 2,1-4).
A noite-madrugada de pentecostes é também o nascimento da Igreja. Igreja planejada no coração do Pai desde o principio do tempo e configurada no povo hebreu peregrino no deserto em busca da terra prometida. Igreja concebida na cruz pelo sangue de Cristo e revelada ao mundo quando inicia sua jornada missionária na manhã de pentecostes. Para a Renovação Carismática Católica é um dia especial. Especial porque além do inicio da missão da Igreja, é também a primeira manifestação publica dos carismas extraordinários do Espírito. Ou seja, podemos também dizer que pentecostes foi o primeiro grupo de oração carismático. Não há como negar, a Igreja nasceu carismática! A Igreja foi, é e sempre será carismática por vontade de Deus Pai, pelo nome de Jesus e pela ação continua do Espírito Santo.
Deus sustenta essa Igreja em nome do Pai, do Filho, do Espírito Santo. Igreja Santa e pecadora. Santa enquanto Divina governada pelo Espírito Santo; pecadora enquanto humana, formada por homens e mulheres imperfeitos. Mas apesar de nossa imperfeição e tibieza, temos (aqueles que se abrem à sua ação) a assistência do Espírito Divino que nos conduz ao caminho da santidade: Jesus Cristo, mediador junto ao Pai Eterno.
A Igreja, hoje achincalhada, agredida, atacada devido a atitudes erradas de alguns de seus membros é apesar de tudo, eterna. Peregrina nesta terra, imperfeita como o povo peregrino no deserto a murmurar e pecar contra Deus, mas peregrina sempre e buscando (insisto: os que se abrem à ação do Espírito Santo e se deixam governar por Ele) a conversão e a consequente santidade. Peregrina e militante nesse mundo, mas eterna e gloriosa no alto dos céus, onde estão as almas que concluíram a jornada e lograram cruzar o Jordão. A Jerusalém Celeste do Apocalipse com as doze portas, as doze tribos de Israel, os doze apóstolos que desde pentecostes perpetualizam a Santa Igreja Católica.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Viver a Vida

Jesus disse: Eu sou o caminho, a verdade, a vida. Jesus é verdadeiramente caminho, verdade e vida. Jesus é o caminho que conduz à verdade, verdade libertadora, liberdade que produz vida e como diz o próprio Jesus, vida plena, vida abundante. Vida plena porque repleta no tempo e na eternidade. Vida abundante porque podemos viver aqui na terra o reino de Deus; a abundância das maravilhas Divinas que nos são proporcionadas.
Muitos erram o caminho, desconhecem a verdade e não vivem a plenitude da vida. Ao errar o caminho – às vezes até mesmo deliberadamente, optando conscientemente – a verdade é escamoteada; mentiras são plantadas e colhidas ao longo do caminho. Assim, vive-se falaciosamente; a vida torna-se um jogo, um drama, uma comédia, enfim, uma farsa. Quantos vivem essa farsa: uma aparência saudável, um rosto jovial, esbanjando alegria. No entanto é só aparência, só uma casca. Quantos jovens ao voltarem da “balada”, das noitadas de sexo livre, da bebedeira, encontram a tristeza, o vazio existencial, na solidão de seus quartos ou no banheiro aos vômitos com a cara na privada, na “fossa” como se dizia no passado.
Somos livres para escolher o nosso caminho. Deus não nos obriga a servi-Lo; Não nos obriga sequer a segui-Lo. Somos livres para escolher o nosso caminho, somos livres até para pecar. É certo que Deus não fica feliz com nosso pecado, pelo contrário, quando pecamos ferimos cada vez mais o coração de Jesus; Crucificamos Jesus a cada dia com o nosso pecado. Mas mesmo assim Ele não nos obriga a nada! Ele poderia mudar tudo a hora que quisesse, como quisesse, mas não o faz. Porque nos ama, e porque nos ama nos deixa livres para escolher o nosso caminho.
Ao longo da vida somos formados por valores e filosofias do mundo que nos cerca, influências tanto boas, como más. Quando conhecemos Cristo tudo começa a mudar. Na verdade há um conflito interior. Recebemos um novo coração, uma nova unção, mas de várias maneiras continuamos a nos comportar como antes. Por isso S. Paulo nos diz: “Renunciai a vida passada, despojai-vos do homem velho, corrompido pelas concupiscências enganadoras. Renovai sem cessar o sentimento da vossa alma, e revesti-vos do homem novo, criado à imagem de Deus, em verdadeira justiça e santidade”.(Ef 4,22ss) Temos que renovar nossos pensamentos, nossas atitudes; temos que nos renovar por inteiro. No entanto, não nos renovamos por nós mesmos, somos renovados pela ação do Espírito Santo. Essa renovação ocorre quando nos abrimos e deixamos o Espírito Santo agir, nos conduzir. Deus nos renova a medida em que nos entregamos a Ele.
Como vimos, a renovação acontece quando liberamos nosso coração para Deus, quando deixamos Deus ser Deus e agir em nossa vida. Aí o caminho se abre, a verdade surge, a liberdade é concedida, a vida é vivida como Deus planejou para nós: Caminhar no Espírito, viver em Cristo, despojar-se nos braços do Pai!

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Todas as gerações me proclamarão Bem-Aventurada


A devoção a Nossa Senhora em todo o mundo é algo que ultrapassa o entendimento humano; algo sobrenatural. Não há país ou cidade onde não haja igrejas, praças, imagens etc., a ela dedicadas. Os títulos de louvor e glória que Nossa Senhora recebe em todo o mundo são incontáveis; livros e livros já foram escritos sobre seus títulos, suas aparições, suas graças, seus milagres... Seus santuários se espalham pelo mundo todo: Lourdes, Fátima, Aparecida, Guadalupe... A Igreja encorajou e regulou essa devoção universal à Virgem Maria, mas jamais pode tê-la inventado ou criado. Nos momentos mais críticos da história, sobretudo quando a Igreja era mais ameaçada, os Papas orientaram os fiéis a recorrer confiantes à proteção de Nossa Senhora e rezar o rosário. E um sentimento universal que atravessou vinte séculos e chegou até nós mais forte do que nunca. Esse sentimento não teve uma origem humana, se assim fosse não teria tanta força e duração; foi o Espírito Santo quem o difundiu nos corações dos cristãos.
Até mesmo os muçulmanos a respeitam e veneram como Aquela mulher que foi "a única não tocada pelo demônio". Maomé, ao redigir o Corão, mostrou grande estima por Maria. O capítulo 19 tem por título "Maria" e faz várias belas referências à Mãe de Jesus. Ele dá testemunho da virgindade de Maria e fala de sua vida. Na Caaba (santuário muçulmano principal em Meca) existe uma imagem colorida de Maria com o Menino Jesus. E de notar ainda que Maria é mencionada 34 vezes no Corão, sendo a única mulher designada por seu nome pessoal. Os muçulmanos vão à casinha de Nossa Senhora em Efeso, onde ela viveu com São João, prestar-lhe homenagens. É chamada em língua turca "Meryem Ana".
Lutero e Calvino a veneravam; e também os anglicanos. Lutero escreveu um belo comentário do Magnificat de Maria Santíssima, e o cantava todos os dias. Ele se refere à "doce Mãe de Deus" e exalta a Santíssima Virgem nestes termos: "Ela nos ensina como devemos amar e louvar a Deus, com alma despojada e de modo verdadeiramente conveniente, sem procurar nele o nosso interesse... Eis um modo elevado, puro e nobre de louvar: é bem próprio de um espírito alto e nobre como o da Virgem". (Maria Mãe dos homens, Edições Paulinas). A Mãe de Jesus aparece em Lutero como o puro reflexo do olhar divino. Ela não atrai a nossa atenção sobre Si, mas leva-nos a olhar para Deus."... "Maria não quer ser um ídolo; não é Ela que faz, é Deus que faz todas as coisas. Deve ser invocada para que Deus, por meio da vontade dela, faça aquilo que pedimos; assim devem ser invocados também todos os outros santos, deixando que a obra seja inteiramente de Deus" (Maria Mãe dos homens, p.574-575).
Prof. Felipe Aquíno
Escritor e apresentador na TV Canção Nova
blog.cancaonova.com/felipeaquino'.











sábado, 8 de maio de 2010

Carismas-Dons de serviço


Em todo o mundo, literalmente, milhões de católicos e um grande número de cristãos de outras comunidades eclesiais já experimentaram o Batismo no Espírito Santo, com a manifestação dos carismas e dons espirituais, tanto comuns como extraordinários, que o acompanham.
No século passado, a consciência desses dons e carismas vem mais uma vez à tona na vida quotidiana da Igreja. A linguagem da Igreja tem cada vez mais incluído palavras que refletem um entendimento mais profundo dessas verdades constantes, e como usamos esses dons do Espírito para o bem comum e para a edificação do corpo. Em outras palavras, a serviço do povo de Deus.
Em cada um dos quatro Evangelhos, as palavras de São João Batista são lembradas. São João disse que Aquele que viria após ele "Vos batizará com o Espírito Santo e com fogo" (Mt 3, 11; Mc 1, 8; Lc 3, 16; Jo 1, 33). Esta grande promessa é uma característica central dos Evangelhos. Jesus Cristo, Segunda Pessoa da Santíssima Trindade, o Filho de Deus, prometeu capacitar seus seguidores de todos os tempos com o poder do Espírito Santo, a fim de viver o Evangelho e espalhar a boa nova em todo o mundo.

Como Jesus usou os dons
Um bom lugar para começar a entender o uso dos dons e carismas de serviço é ler, em oração, cada um dos quatro Evangelhos e absorver em nosso próprio ser as maneiras como Jesus, cheio do Espírito Santo, usou esse poder a serviço do povo de Deus. À medida que viramos as páginas, somos confrontados com este poder de Deus sendo usado para a glória de Deus e para a edificação do povo de Deus.

Servir e satisfazer as suas necessidades
Inspirado pelo Espírito Santo, os escritores dos Evangelhos deixaram-nos um relato completo do ministério público de Jesus. Alguns dos milagres que Cristo realizou são registrados por nós, e podem nos ensinar muito. A uma palavra de sua mãe (João 2, 3), Jesus responde a uma necessidade bem prática: o vinho terminou e Ele faz um milagre, transformando a água em um vinho muito delicioso, de modo que todos os convidados do casamento pudessem beber à saúde e ao bem-estar do casal recém-casado.
Que ato profundo de amor e serviço! Nós, em nossa sabedoria humana, poderíamos pensar a respeito dessa necessidade por mais vinho como uma questão de pouca importância quando comparada às grandes necessidades do mundo. No entanto, Cristo, em seu grande amor, deseja nos ajudar não apenas em tempos de grandes crises, mas também nos eventos comuns que ocorrem em nossa vida diária.
Há relatos repetidos de Jesus curando doenças como a lepra, três relatos de mortos sendo ressuscitados. Os cegos, surdos, mudos, paralíticos e aflitos são curados. Os possuídos pelo demônio são libertados e a boa nova é proclamada com grande poder. Tudo isto é feito com amor e para a glória de Deus Pai.
Em João 11, Jesus nos diz que a ressurreição de Lázaro é para a glória de Deus. "Esta enfermidade não causará a morte, mas tem por finalidade a glória de Deus. Por ela será glorificado o Filho de Deus”. João 11, 4.
Jesus, em Seu grande amor, nos promete o Espírito Santo para que possamos ser usados por Deus para a Sua glória e para amar e cuidar de Seus filhos. Jesus nos diz: "Não vos deixarei órfãos” (Jo 14, 18). Em Jo 16, 7, Ele nos diz que nos enviará o Paráclito.



Como os apóstolos usaram os dons
Quando saímos dos Evangelhos para os Atos dos Apóstolos, vemos o cumprimento desta promessa com os Apóstolos e discípulos manifestando as obras que Jesus fez. Curando os enfermos, libertado os possuídos pelo demônio, ressuscitando os mortos, proclamando o Evangelho com poder, tudo sendo feito com amor, a serviço de Deus e para a glória de Deus. Na primeira cura milagrosa registrada em Atos, Capítulo 3, São Pedro não direciona a glória para si mesmo, mas aponta para Jesus. Atos 3, 12 diz: "Homens de Israel, por que vos admirais assim? Ou por que fitais os olhos em nós, como se por nossa própria virtude ou piedade tivéssemos feito este homem andar? ... Em virtude da fé em Seu nome foi que esse mesmo nome consolidou este homem, que vedes e conheceis”.
Não admira que a Santa Madre Igreja, a cada ano, no seu calendário litúrgico, faz-nos refletir sobre os Atos dos Apóstolos entre a Páscoa e Pentecostes. Quando ouvimos estas palavras novamente sendo proclamadas na celebração da Eucaristia, ouvimos como os apóstolos usaram os carismas que receberam em Pentecostes.
Nós também somos exortados a utilizá-los da mesma forma como fizeram, imitando-os como eles imitaram Jesus Cristo. Em I Cor 11, 1, São Paulo diz: “Tornai-vos os meus imitadores, como eu o sou de Cristo”. Em I Cor 13, uma das passagens mais conhecidas das Escrituras, somos lembrados de que todos estes carismas devem ser usados com amor, a serviço do povo de Deus. Caso contrário, seremos apenas como um címbalo que retine e um obstáculo ao Evangelho. Se usados para a nossa própria glória, Deus não pode abençoar-nos. Embora, por amor ao Seu povo Ele escolha curar através de nós, o julgamento será severo.
Basta olhar para Atos 8, onde Simão, o mago, deseja comprar o poder do Espírito Santo. As palavras de São Pedro ressoam em nossos ouvidos. "Maldito seja o teu dinheiro e tu também, se julgas poder comprar o dom de Deus com dinheiro!" (Atos 8, 20).
Simão, o mago, terminou como um herege gnóstico. Até este dia, o pecado de Simão tem o seu nome.

Como devemos usar os dons
No Catecismo da Igreja Católica, o № 2003 conclui: “Seja qual for o seu caráter, às vezes extraordinário, como o dom dos milagres ou das línguas, os carismas se ordenam à graça santificante, e tem como meta o bem comum da Igreja. Acham-se a serviço da caridade, que edifica a Igreja”.
Devemos, portanto, estar sempre conscientes de nossas próprias motivações pessoais quando buscamos ser usados por Deus no uso desses dons e carismas. Cada um de nós está sujeito à nossa natureza caída, à nossa concupiscência. Há o perigo do orgulho e do auto-engrandecimento quando somos usados por Deus, portanto devemos, como os Apóstolos, concentrar os nossos agradecimentos a Deus e dar a Ele a glória. Somos vulneráveis à sedução de orgulho; por isso, é de vital importância permanecermos humildes de coração e mente, mas alegrando-nos pelo fato de que Deus, em Seu amor e misericórdia por seus filhos, voluntariamente nos usa para curar os doentes, encorajar os desanimados, proclamar o evangelho, libertar os cativos e fazer as obras de Deus.
Lembro-me dos bons conselhos que o sacerdote de nossa missão na África Ocidental nos deu.
Durante a missa de abertura, ele lembrou a todos nós de nossa equipe que éramos inúteis e que precisávamos manter os nossos olhos fixos em Jesus. Nós veríamos o poder de Deus se manifestando e deveríamos nos manter perto de Jesus. Fui enviado antes da equipe principal para preparar o caminho com outro irmão em Cristo. Chegamos e descobrimos que deveríamos falar para uma multidão de mais de 5000 pessoas naquela noite.
Após as palestras, a dança e os mini dramas, fomos convidados para ministrar ao povo. Havia pais segurando crianças doentes, implorando pela mão curadora de Jesus. Em pânico, senti-me totalmente inútil. (Eu era inútil). Esqueci totalmente a instrução que eu havia ouvido naquela manhã. "Mantenha seus olhos em Jesus”.Fugi da multidão e quando estava sozinho em meu quarto, falando com Jesus, confessei a minha falta de confiança Nele. Eu estraguei tudo, Senhor! Sim, meu filho, mas vou dar-lhe muitas outras oportunidades. Foi uma lição aprendida, mas ela me ajudou a lembrar que eu sou apenas um pequeno instrumento nas mãos de Deus e que Ele pode me usar da maneira que desejar. Tudo para glória de Deus e a serviço do amor ao Seu povo, quando ou onde quer que Ele escolha.
“Empenhai-vos em procurar a caridade. Aspirai igualmente aos dons espirituais”. I Cor 14, 1
Concluindo, embora percebamos nossa fraqueza e fragilidade e nossa tendência ao pecado, não devemos rejeitar os dons, mas abraçá-los com alegria, sabendo que a graça de Deus está lá para nos purificar no uso de Seus dons. Em Romanos 12, 6-8, Paulo nos instrui:
"Temos dons diferentes, conforme a graça que nos foi conferida. Aquele que tem o dom da profecia, exerça-o conforme a fé. Aquele que é chamado ao ministério, dedique-se ao ministério. Se tem o dom de ensinar, que ensine; o dom de exortar, que exorte; aquele que distribui as esmolas, faça-o com simplicidade; aquele que preside, presida com zelo; aquele que exerce a misericórdia, que o faça com afabilidade”.

Peter Thompson

terça-feira, 4 de maio de 2010

Maus conselhos



Ezequiel 11,1-8(...).Esta passagem nos relata Ezequiel sendo convocado por Deus a proclamar um oráculo contra aqueles que desvirtuavam o povo de Deus. Lideres, homens de muito influência, que possuíam autoridade e devido a seu contra testemunho, a maus conselhos, desviavam o povo do reto caminho de Deus e com isso conduziram muitos ao pecado e em conseqüência, à morte. O texto refere-se a espada; espada que para nós pode ser a palavra de Deus, a espada do Espírito que nos guarda e protege, como em Ef 6. Mas também pode ser a espada que aniquila, que põe por terra os maquinadores do mal, os que levam o povo ao mau caminho; a espada vingadora, como em Eclo 39,36.
O que isso nos mostra? Nos mostra o mundo como uma grande vitrine com tudo que ele tem a oferecer. Como em qualquer vitrine, há produtos de boa e de má qualidade. Mas o mundo só nos empurra o que não serve, o que tem de pior, o refugo do refugo. E a gente que nem bobo aceita tudo!... O mundo aí está com seus modismos, maldades, pecados. E oferece tudo isto a nós em uma bandeja enfeitada; bonita por fora, mas podre por dentro. E o que o mundo tem a nos oferecer, inofensivo que possa parecer, bem embalado que esteja, não passa de alimento deteriorado, comida estragada; e quem come comida estragada passa mal, se intoxica, pode até morrer. S. Paulo nos adverte em Romanos: “O salário de pecado é a morte”. E a pílula dourada que o mundo tenta nos empurrar goela abaixo é veneno mortal; veneno que leva à morte, morte da alma!
Infelizmente não é só nas coisas do mundo que estão os maus exemplos, os maus conselhos. Há gente oportunista, pessoas que se dizem cristãos, que manipulam a palavra de Deus com propósitos nada louváveis. Se alguém te convidar a ir a igreja dele porque lá você vai ser curado de uma “ziquizira” qualquer, não vá não; você vai ser tapeado! A cura que você vai obter lá você obtém cá, pois quem cura não é a igreja, é Jesus.
Há uma certa igreja que prega que basta procurar Deus, de resto nada importa, vale tudo. Para eles o que a pessoa faz fora da igreja não é importante; o importante é dizer que aceitou Jesus. Isso leva as pessoas – desculpem a força das palavras – a fornicar o tempo todo, ao adultério, a se prostituírem e se drogar, a todo pecado e depois simplesmente ir ao templo, levantar os braços, gritar aleluia e dizer que aceitam Jesus. Hipocrisia, hipocrisia! Quando se conhece Jesus, quando se aceita Jesus verdadeiramente como Senhor e Salvador, há mudança de vida, mudança radical de vida.
Uma pessoa de uma igreja, a qual também não cito o nome – não é esse o propósito, atacar essa ou aquela denominação, mas simplesmente denunciar – disse-me que a cruz é maldição. Blasfêmia, grande blasfêmia! Se a cruz fosse maldição Jesus seria maldito, pois morreu nela! Sabemos que a cruz foi um instrumento de suplicio, de morte e de tortura, mas a partir da morte e ressurreição de Cristo, a cruz é símbolo de salvação, é penhor de salvação. Jesus passou pela cruz para salvar o mundo. A cruz é sagrada! Ela foi banhada, foi batizada no sangue de Jesus! A pessoa disse ainda mais: que somente a igreja dele era verdadeira, as demais eram falsas; e que a Igreja Católica seria a igreja do demônio e o papa a encarnação do diabo. Se a nossa igreja fosse do demônio, todas as outras igrejas cristãs, da mais antiga às mais recentes, seriam filhas do demônio, pois de uma maneira ou de outra, todas são oriundas da Igreja Católica. A Igreja Católica Apostólica Romana foi concebida aos pés da cruz com o sangue de Jesus, nasceu em Pentecostes sob a ação do Espírito Santo e cresceu regada, alimentada com o sangue dos mártires. Somos a real igreja do Senhor, não somos uma igrejinha qualquer inventada por homens e com alvará de funcionamento registrado num cartório de notas; nosso registro está no céu, aos pés do trono de Deus!
Sejamos precavidos, estejamos com os sentidos alertas contra os falsos profetas que torcem e distorcem o evangelho, tentando seduzir o povo de Deus. Há uma frase muito antiga, dita por um padre jesuíta, por volta de 1500, que diz assim: “Razão é que se peça só razão, justo que se peça só justiça”. A razão e os motivos de cada um mostrará o caminho a seguir; a justiça de Deus dirá se está certo ou errado. Ouçamos a voz de Deus e nos fechemos aos maus conselhos, para seguirmos o caminho da justiça e da salvação.
Para ilustrar essa questão de bons e maus conselhos, contarei um fato ocorrido recentemente: um jovem procurou-me para que fossem sanadas dúvidas no campo da fé. Ele – a principio cético – rendeu-se aos argumentos e abriu seu coração a Deus. Por que conto isso? Porque esse rapaz veio a mim para que eu lhe falasse de Deus, lhe mostrasse a verdade. Diz a Palavra: “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”. Imaginem se ele caísse em mãos erradas, fosse ao encontro de pessoas inescrupulosas que desvirtuariam tudo, ensinariam errado, contariam mentiras. Ele provavelmente estaria no pecado, caminhando rumo a perdição.
Irmãos, vamos nos deixar alcançar pela espada do Espírito, a espada de dois gumes que penetra fundo no coração trazendo luz e vida. Porque do contrário, correremos o risco de ser abatidos pela espada vingadora, a que traz a morte e destruição.

CARN

domingo, 2 de maio de 2010

O Reino do Messias


Em Isaias 11,1-10 a Palavra fala de Jesus, o Messias, o Salvador, Emanuel-Deus conosco. A vinda de Jesus, a esperança de seu retorno na glória, para julgar os vivos e os mortos.
Sabemos que Jesus se encarnou, passou um tempo entre nós, foi glorificado, voltou ao Pai e estamos aguardando a sua volta no fim dos tempos. E nesse intervalo, onde Jesus está? Escondido? Descansando? Observando nossos atos do alto do céu? Não; Ele está no meio de nós; Ele volta a cada dia em nossos corações. É como se fosse uma terceira volta. Jesus está voltando, não com efeitos especiais numa nuvem, com o trombetear dos anjos – Isto acontecerá, não sabemos quando – mas está voltando visitando nossos corações a cada dia, a cada momento, a cada instante. Basta nos abrirmos e estarmos receptivos a graça. Jesus está no meio de nós em espírito; Jesus está no meio de nós Sacramentado na Hóstia Consagrada – Corpo, sangue, alma e divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo – O grande milagre da Eucaristia que acontece todos os dias, toda hora. Neste momento mesmo, em algum lugar do mundo uma hóstia está sendo consagrada.
Jesus que existe desde sempre, que veio ao mundo por Maria, ensinou, deixou seu evangelho e morreu por nós. Jesus que morreu homem e ressuscitou Deus. Morreu na carne como nós e ressuscitou glorioso num corpo indestrutível! E quando me refiro ao corpo de Cristo não é somente seu corpo físico, sua matéria, mas me refiro também a seu corpo místico: a Igreja, que aparentemente fracassou na cruz, mas ressurgiu gloriosa na ressurreição e se consolidou em pentecostes. A Igreja da qual somos membros. E como Igreja estamos aqui louvando e bendizendo ao Senhor. Estamos aqui anunciando, ouvindo e acolhendo a Palavra de Deus.
Se hoje fosse o último dia; se Jesus voltasse agora, vocês estariam prontos? Façam um exame de consciência: Vocês têm se aberto a Deus na oração, na leitura da Palavra? Mostram compaixão pelo irmão que sofre, exercendo a caridade de forma concreta? Afastam o mau humor, as imprecações, a murmuração? Vocês perdoam a quem lhes ofende? Afastam da mente os maus pensamentos e do coração os sentimentos ruins? Vocês tratam o próximo com respeito, com dignidade? Vocês louvam a Deus de coração ou apenas com palavras, da boca p’ra fora? Reflitam, façam um exame de consciência, pois foi para isso que Deus nos deu a Palavra de hoje; para sabermos se somos merecedores das maravilhas que lemos em Isaias 11, 1-10. Do reino de paz, tranqüilidade, harmonia, felicidade plena.
Eu poderia falar simplesmente do Jesus que cura, que liberta, de Jesus que age agora, instantâneo, mas a Palavra fala de Jesus na eternidade, Jesus que quer compartilhar com vocês Seu Reino de Glória! Jesus não está buscando somente pessoas que precisem de sua cura divina, Ele também e principalmente, quer seguidores, adoradores.
Sabemos que não é fácil seguir Jesus. Exige sacrifício. É preciso matar o homem velho, a mulher velha, que existe em nós e renascer para uma nova vida. Muita gente diz: quando conheci Jesus, quando aceitei Jesus, como se fosse uma coisa mágica, como se bastasse levantar o braço e dizer: eu creio, eu quero. Mas não é tão simples assim. Seguir Jesus exige renúncia, exige desprendimento. Exige tomar a cruz de cada dia e segui-lo. Exige deixar tudo e segui-lo. Exige principalmente, ouvi-lo e obedece-lo. E quando tudo isso é feito, aí vem as perseguições, as tentações, as investidas do inimigo. Porque o demônio não quer que ninguém se salve, e se além da própria salvação estivermos buscando salvar outras almas, o ataque será muito mais intenso, muito mais feroz. Mas se estivermos verdadeiramente com Jesus no coração, revestidos com a couraça da justiça, com a armadura do cristão, na fortaleza de Deus, tudo passará e no fim a vitória virá com certeza. Como diz S. Paulo na carta aos romanos: O que me afastará do amor de Cristo? A dor? A morte? A tribulação? Nada me afastará do amor de Cristo. Nada, nada nos afastará do amor de Cristo.


CARN