domingo, 31 de março de 2013

O TUMULO ESTÁ VAZIO!


“No domingo bem cedo, as mulheres foram ao túmulo, levando os perfumes que haviam preparado. Elas viram que a pedra tinha sido tirada da entrada do túmulo. Porém, quando entraram, não acharam o corpo do Senhor Jesus e não sabiam o que pensar. De repente, apareceram diante delas dois homens vestidos com roupas muito brilhantes. Então os homens disseram a elas: – Por que é que vocês estão procurando entre os mortos quem está vivo?” (Lucas 24.1-5).

“Quando recebemos um presente, queremos uma caixa bem bonita, com um belo presente dentro, não é mesmo? Alguns insistem que a caixa, bem decorada, é fundamental. Mas, o que vale mesmo é o que está dentro. Precisamos lembrar na páscoa, que o presente mais importante que a humanidade recebeu em toda sua história, foi o túmulo vazio e a sua mensagem. Nem caixa bonita, nem qualquer objeto dentro. Mas, um sepulcro vazio! O corpo de Jesus, ao contrário do que queriam os líderes fariseus, não foi roubado. Mas, nos conta a Bíblia, Jesus ressuscitou (Atos 4.10). No domingo bem cedo, as mulheres foram ao túmulo, levando os perfumes que haviam preparado. Elas viram que a pedra tinha sido tirada da entrada do túmulo. Porém, quando entraram, não acharam o corpo do Senhor Jesus e não sabiam o que pensar. De repente, apareceram diante delas dois homens vestidos com roupas muito brilhantes. Então os homens disseram a elas: – Por que é que vocês estão procurando entre os mortos quem está vivo?” (Lucas 24.1-5).

A mensagem da cruz se completa com a mensagem do túmulo vazio. Na cruz Jesus pagou todos os pecados da humanidade, restabelecendo a paz entre Deus e os seres humanos; venceu o diabo, e quitou nossa dívida. No túmulo vazio está estampada a mensagem de que Jesus venceu também a morte. Era o último inimigo a ser vencido. Era o último, pois não é mais. Jesus venceu definitivamente o diabo, o pecado e a morte. Ele vive! Essa é a notícia da páscoa cristã.

Que nossa Páscoa seja vivida com toda alegria que esta notícia merece. Jesus morreu, mas, não permaneceu morto. Ele ressuscitou, e o túmulo está vazio. Ele vive. Aleluia!

(site RCC-RJ)

 

sábado, 23 de março de 2013

Aprendendo com a natureza



Deus é o criador de tudo, nada existe sem que tenha sido criado por Ele; toda a natureza é obra do seu amor, sabedoria e bondade. São Tomás de Aquino dizia que: “Aberta a mão pela chave do amor, as criaturas surgiram”. Por isso, a Liturgia reza na Missa: “os Céus e a Terra proclamam a Vossa Glória”; e mais: “Tudo o que criastes proclama o Vosso louvor”; por isso é “nosso dever e salvação dar-Vos graça em todo tempo e lugar Pai Santo…”

A Sagrada Escritura diz que: “No princípio, Deus criou o céu e a terra” (Gn 1,1). “Foi pela fé que compreendemos que os mundos foram formados por uma palavra de Deus. Por isso é que o mundo visível não tem sua origem em coisas manifestas” (Hb 11,3). “No princípio era o Verbo… e o Verbo era Deus… Tudo foi feito por ele, e sem ele nada foi feito” (Jo 1,1-3).

Como toda a natureza (mineral, vegetal, animal, humana) é obra de Deus, então, ela traz em si sinais da perfeição de Deus. O nosso Catecismo diz no § 293: “Eis uma verdade fundamental que a Escritura e a Tradição não cessam de ensinar e de celebrar: “O mundo foi criado para a glória de Deus”; não para aumentá-la, mas para manifestá-la. O salmista canta: “Quão numerosas são as tuas obras, Senhor, e todas fizeste com sabedoria!” (Sl 104,24).

Os Apóstolos São Pedro e São Paulo compararam o Reino de Deus a uma lavoura, por isso passei a observá-las. Na minha casa eu tenho uma pequena horta onde cultivo couves, alfaces e espinafres. Nos intervalos do trabalho vou ali e descanso cuidando das plantas, e aprendo com a natureza.

Sem molhar bastante o canteiro não consigo retirar as ervas daninhas com a raiz; e se não for assim, a erva logo renasce. Então aprendi que também para retirar as ervas daninhas das almas, os pecados, com a Confissão, é preciso molhar bastante o terreno da alma com orações e meditações, senão a erva daninha não sai com a raiz. Não podemos fazer uma conversão apressada, na base da emotividade, às pressas, sem “molhar profundamente a alma” com a água da graça de Deus, senão a erva do pecado volta a crescer e mata a boa planta.

Aprendi também que é preciso estar atento porque a cada dia nascem novas ervas más e é preciso arrancá-las na raiz. Um provérbio chinês diz que não é a erva daninha que mata a planta, mas a preguiça do lavrador.

Aprendi também que a boa plantinha nasce muito pequena e frágil e que é preciso cuidá-la com muito carinho, não deixando de regá-la todos os dias. Assim também é na evangelização; se as almas abertas a Deus não forem “regadas” diariamente pela oração, vida sacramental, meditação da Palavra de Deus, etc., a plantinha da fé não sobrevive. Não adiante molhar muito planta apenas uma vez por semana; é preciso regá-las todos os dias. Mozart disse que quando ele ficava um dia sem tocar seu piano, no dia seguinte ele notava que estava pior; quando ficava dois dias sem tocar, os mais íntimos notavam; quando ficava três dias sem tocar, toda a plateia notava.

Aprendi também que se o canteiro não for bem preparado, a terra bem afofada, as pedras retiradas, o adubo colocado, a planta não cresce. Fiquei pensando na evangelização: se não houver uma terra bem preparada a semente não brota; e se brota, não cresce; e se cresce, não dá fruto; e se dá fruto, é minguado. É por isso que Jesus caminhou três anos com os Apóstolos, molhando a terra de suas almas, afofando o chão duro dos seus corações, adubando com as orações, pregações, milagres, paciência, amor, etc.

Este é um pequeno exemplo de que podemos aprender muito com a natureza, porque ela é divina, como disse um grande cientista: a criação é uma obra de arte que Deus escreveu na linguagem matemática. Observe o seu silêncio, a sua perfeição, a sua beleza… e você verá que “tudo o que criastes proclama o Vosso louvor”.        
 Prof. Felipe Aquino
                                                                                                                                                
 

 

 

domingo, 17 de março de 2013

Quando o céu se esvazia de Deus


Quando o céu se esvazia de Deus, povoa-se de ídolos

 Não existem ateus; o que proliferam são idólatras!

Talvez devido à consciência de sua fraqueza e ao medo do desconhecido, desde os seus primórdios, a humanidade passou a buscar fora de si a salvação e a felicidade que lhe faziam falta. Este é, provavelmente, um dos dados que influíram para que, em praticamente todos os lugares, nascessem religiões e deuses, como percebeu o maior orador romano, Marco Túlio Cícero: «Não existe nenhum povo, por mais rude e feroz, que, embora ignore a qual deus se deva adorar, não venere algum». [f1*]

Dentre esses povos, assume um significado particular o assim denominado “povo eleito”. Sua origem remonta à trajetória espiritual do nômade Abraão. Foi ele quem, purificado e amadurecido por inúmeros sinais, teve a primeira experiência do Deus vivo e verdadeiro, criador do céu e da terra, sendo, por isso, considerado “o pai de todos os que têm fé”. É entre seus descendentes diretos que se realiza o projeto de Deus, concretizado na “história da salvação”, cujo ápice é a encarnação e a ressurreição de Jesus.

Na verdade, nenhum povo e pessoa alguma consegue viver sem um deus. Foi esta a intuição de Karl Barth, renomado teólogo do século passado: «Quando o céu se esvazia de Deus, povoa-se de ídolos». Não existem ateus; o que proliferam são idólatras! No mesmo instante e na mesma proporção em que o ser humano, a família e a sociedade abandonam a Deus, seu lugar é ocupado por uma multidão de ídolos.

Na antiguidade, os deuses podiam ser forças da natureza, artefatos produzidos pela inteligência humana e, não raras vezes, projeção dos vícios que dominavam a humanidade. Hoje, seu número tornou-se incalculável. A divindade perdeu o espaço que gozava até poucos séculos atrás. A idolatria moderna substitui o divino pelo humano, o anseio de eternidade pelo desejo de perpetuação na terra, a paz interior pela satisfação dos sentidos, os ideais cristãos e os valores humanos pela escravidão do ter, do poder e do prazer.

Não é verdade que o sagrado desapareceu da sociedade; o que acontece é que ele passou para outras esferas e acabou perdendo sua força e sua grandeza. O Deus vivo e verdadeiro de Abraão e de Jesus foi banido, e seu lugar foi ocupado por toda espécie de pecado, quando não pelo próprio demônio.

Não é novidade para ninguém dizer que o satanismo cresce em toda a parte. Aliás, o que é a violência, a corrupção, a desestruturação familiar, a droga, o aborto, as falcatruas, a desorientação da juventude – para só citar alguns dos pesadelos atuais –, senão o sinal mais evidente de que Deus foi substituído pelo demônio?

Foi o que previu o místico Thomas Merton: «Todo ser humano se torna imagem do deus que adora. Quem ama a corrupção, apodrece».

Não foi diferente a opinião de Bento XVI expressa durante o Encontro Mundial da Juventude, em Colônia, de 16 a 21 de agosto de 2005: «Jovens, não cedam às falsas ilusões e modas efêmeras que comumente deixam um trágico vazio espiritual! Rejeitem as seduções do dinheiro, do consumismo e da violência que, por vezes, praticam os meios de comunicação! Pelo contrário, façam escolhas corajosas, se necessário heróicas, para seguir a Cristo rumo à santidade, porque a Igreja precisa de testemunhas do amor contemplado em Cristo, que saibam mostrá-lo a quem ainda o troca por coisas insignificantes».

Dois meses após, a 5 de outubro, durante uma audiência pública, o Papa voltou ao assunto, com a clareza e a autoridade que o caracterizam: «A idolatria é expressão de uma religiosidade desviada e enganadora. O ídolo mais não é do que uma "obra das mãos do homem", um produto dos desejos humanos. Ele possui uma forma humana com boca, olhos, ouvidos, garganta, mas é inerte, sem vida, como acontece precisamente com uma estátua inanimada (cf. Sl 113, 4-8). O destino de quem adora estas realidades mortas é tornar-se semelhante a elas, impotente, inerte. Nesta descrição da idolatria como falsa religião, está representada a eterna tentação do homem de procurar a salvação na "obra das nossas mãos", pondo a sua esperança na riqueza, no poder, no sucesso, na matéria. Infelizmente, a quem se move nesta direção, que adora a riqueza, a matéria, acontece o que já tinha descrito de maneira eficaz o profeta Isaías: "Esta gente alimenta-se de cinzas, e o seu coração, extraviado, desencaminha-os. Não consegue salvar-se, dizendo: Não será um puro engano o que tenho na mão direita?" (Is 44, 20)».

Toda vez que o homem esquece que é imagem e semelhança de Deus, acaba construindo um deus à sua imagem e semelhança!
DomRedovinoRizzardo,cs
Bispo de Dourados - MS


sexta-feira, 15 de março de 2013

Seja Bem-vindo!


Bendito aquele que vem em nome do Senhor.
Como são belos os pés do mensageiro que anuncia a paz.
Louvado seja Deus por vossa eleição.



Nós vos saudamos Papa Francisco!

quarta-feira, 13 de março de 2013

Rainha dos Anjos – (oração)


Augusta Rainha dos céus e Senhora dos anjos, que recebestes de Deus o poder e a missão de esmagar a cabeça de satanás, nós vos pedimos humildemente: Enviai as legiões celestes, para que, sob as vossas ordens, elas persigam os demônios, combatam-nos em toda a parte, reprimam a sua audácia e os precipitem no abismo. Quem é como Deus? Santos anjos e arcanjos, protegei-nos, defendei-nos! Ó boa e terna Mãe, vós sereis sempre o nosso amor e a nossa esperança! Ó divina Mãe, enviai os vossos anjos para que nos defendam e afastem de nós o cruel inimigo! Amém.

 

domingo, 10 de março de 2013

Vivendo e aprendendo a amar

Há gente que passa pela vida; somente passa. Outros passam fazendo o mal; vivem nas trevas. Outros tantos passam por esta vida deixando rastros de amor. No entanto todos, indistintamente, não estão sós e nem vieram para nada. Fomos moldados no amor, com amor fomos engendrados e por amor viemos ao mundo. Viemos de Deus, somos de Deus e a Deus um dia haveremos de retornar. Não estamos sós, pois o Espírito Divino nos acompanha constantemente, mesmo que muitos não percebam e nem mesmo creiam.

Mas a estrada da vida não é plana nem uniforme. A vida é assimétrica. Daí então os percalços do caminho nos fazem mudar. Mudar de rumo, de atitudes, de concepções, pré-conceitos. Quem somente passa num vazio de objetivos, um dia percebe que não está só; há outros que se realizam, são felizes por terem uma meta, nem sempre alcançada – e aí reside a motivação para a vida, sonhos, objetivos – e, quando se consegue, outra surge. Da observação do outro surge o questionamento: porque minha vida é vazia? Porque vivo só com meus problemas? Não poderia eu também ser feliz? O que fazer? Do questionamento vem a conscientização dos problemas, daí vem a busca pela solução desses problemas. Pronto, um primeiro passo foi dado, uma meta foi proposta. Nos altos e baixos da vida, quem sofre um dia deixa de sofrer, quem é alegre e feliz um dia vem a sofrer. Então nada é absoluto a não ser o amor. Este sim, absoluto, pleno, imutável, sempiterno.

Desse modo, os que somente passam, os que vivem nas trevas, um dia andarão por caminhos onde foram deixados rastros de amor. Daí então, coração ansiando por algo novo, seguirão estes rastros. Encontrando a fonte, ávidos de esperança, alcançarão o objetivo maior na vida: amar e ser amado.

Qual a fonte? Que caminho é esse? A palavra de Deus nos esclarece: “Eu sou o caminho, a verdade, a vida” (Jo 14,6). Assim nos fala o Mestre, Jesus Cristo, que nos convida a segui-lo, imitá-lo. Ele é o caminho que mostra a verdade, verdade que liberta para uma vida plena em Deus. Quem segue Jesus é feliz, embora possa vir a ter momentos de incerteza e tribulação; mas em Jesus tudo podemos, desse modo, apesar dos percalços da vida ele nos fortalece, nos traz fé esperança e amor.

Mesmo que você não se sinta amado, mesmo que você se sinta desprezado, mesmo que você se sinta solitário, saiba, há alguém que te ama com amor que homem (ou mulher) jamais amou: Deus na pessoa do Pai que é puro amor, no Filho que se entregou por amor e no Espírito Santo que é a manifestação desse amor. Amar não se ensina, mas se aprende. Aprendemos a amar quando nos deixamos moldar por Deus que é amor, quando nos abrimos ao ágape divino, quando somos dóceis ao Espírito Santo, quando nos submetemos ao senhorio de Jesus. Assim, vivendo intensamente em Deus, vivendo na plenitude, não apenas passando pela vida, somos envolvidos, embebidos no amor de Deus e por onde passarmos deixaremos rastros desse amor.




 

quinta-feira, 7 de março de 2013

Quaresma: tempo de abster-se do pecado



Dentre todas as solenidades cristãs o primeiro lugar é ocupado pelo mistério pascal. Devemos nos preparar para vivê-lo convenientemente. É por isso que foi instituida a quaresma, um tempo de quarenta dias para chegar dignamente à celebração do tríduo pascal.

A quaresma, como prática obrigatória, foi instituída no IV século. Mas desde sempre os cristãos se preparavam para a Páscoa com uma oração intensa, jejum e penitência. O número de quarenta dias tem um significado simbólico-bíblico: quarenta são os dias do dilúvio, da permanência de Moisés no monte Sinai, das tentações de Jesus.

Na verdade, se a quaresma é um tempo privilegiado para o nosso aperfeiçoamento, toda a nossa vida de cristãos deve ser vivida como esforço para adquirir as virtudes e lutar contra o inimigo, o diabo. Já o apóstolo Pedro exortava os cristãos: “Sede sóbrios e vigilantes. O vosso adversário, o diabo, rodeia como um leão a rugir, procurando a quem devorar. Resisti-lhe, fortes na fé” (I Pd., 5, 8-9a).

Este combate é um combate interior. O papa Leão Magno (440-461) numa sua pregação, disse: “É agora que os nossos corações devem se mover com maior fervor para a perfeição espiritual... Muitos combates acontecem dentro de nós mesmos, os desejos da carne se opõem aos do espírito, e os do espírito aos da carne... Mas, aquele que está em nós é mais forte do que aquele que está contra nós”. O mesmo Papa, noutra homilía: “A quaresma é tempo de limpar e enfeitar a casa por dentro. Convém que vivamos sempre de modo sábio e santo, dirigindo nossa vontade e nossas ações para aquilo que sabemos agradar a Deus”.

A nossa vida está posta no meio das dificuldades e dos combates; se quisermos ser vencedores, é preciso combater. É por isso que precisa uma oração intensa e contínua. Uma oração não limitada às praticas de oração, mas entendida como uma vida de profunda intimidade com o Deus Trindade que mora dentro de nós. Um Autor do IV sec., o Pseudo-Crisóstomo, escreveu: “Não devemos orientar o pensamento para Deus apenas quando nos aplicamos à oração; também no meio das mais variadas tarefas é preciso conservar sempre vivo o desejo e a lembrança de Deus. A oração é a luz da alma, alegra a alma e tranquiliza o coração”.

O jejum é fundamental para a nossa purificação. Mas o fim não é tanto a abstinência das comidas, quanto dos vicios. Ainda nos exorta o papa Leão Magno: “Mortifiquemos um pouco o homem exterior para que o interior seja restaurado; perdendo um pouco do excesso corpóreo, o espírito robustece-se”. É inútil o jejum se não se praticam as virtudes. Cuidados para não cair na repreensão de Deus feita pelo profeta Isaías (58, 1-10)... Precisa cumprir a prescrição que remonta aos apóstolos, de jejuar quarenta dias; não somente reduzindo os alimentos, mas sobretudo abstendo-se do pecado... O sentido do jejum não reside somente na abstenção dos alimentos. Esta traz proveito se o coração se afasta da iniquidade e a língua se abstenha da calúnia e se pratica a mansidão e paciência... “O jejum tem por objetivo suprimir os desejos corporais e ações desordenadas”.

O bispo São Pedro Crisologo escreveu: “Homem, oferece a Deus a tua alma, oferece a oblação do jejum, para que seja uma oferenda pura, um sacrificio santo”.

Mas tudo isso não está completo se não se adianta um terceiro elemento: a penitência, no sentido de ter misericórdia e compreensão com os outros. Por isso, São Pedro Crisólogo adianta: “Para que esta oferta seja aceita a Deus, deve acompanhá-la a misericórdia; o jejum só dá frutos se for regado pela misericordia, pois a aridez da misericórdia faz secar o jejum”.

Entremos com muita alegria e boa vontade na quaresma de 2013 no dia 13 de fevereiro, mas lembremos que toda a nossa vida deve ter uma dimensão penitencial.

Por Vitaliano Mattioli
( Zenit - RCCBr )
 

 

domingo, 3 de março de 2013

Ser cristão incomoda muito


Católicos devem tomar consciência de sua responsabilidade


A Igreja foi posta, mais uma vez, como espetáculo diante do mundo. Todos os olhos estão voltados para ela e proclama-se, especialmente quando vista de fora, uma grande crise. Aproveita-se a oportunidade para que as muitas bandeiras de uma parcela permissiva da sociedade sejam levantadas. Na cabeça de muitos, vale apostar tudo para ver o que se pode colher, como se a Igreja de Jesus Cristo fosse um balcão de informações turísticas, quem sabe um parlamento democrático aberto a todos ou as orientações morais viessem a ser decididas pelo voto da maioria. A grande renovação da Igreja, ou acontece a partir do coração de cada cristão, com a força da permanente conversão, ou será indevida e mentirosa, pois ela não pode ser infiel ao seu Senhor.


Ser cristão
incomoda, e muito, começando mesmo por aqueles que desejam professar sua fé com coerência, em tempos nos quais a perseguição se volta furiosa, especialmente contra os católicos. Não estamos mais em época de cristandade. Com certeza, os cristãos católicos devem tomar consciência de sua responsabilidade e se decidirem a ser sal, luz e fermento, com qualidade de vida e testemunho, indo além das valiosas e reconhecidas devoções para serem presenças qualificadas, capazes de transparência da inigualável mensagem evangélica, dispostos a superar os próprios limites e pecados.

Sabemos que o mistério da iniquidade está presente onde quer que existam pessoas humanas. Falta muito para que todos os homens e mulheres, de qualquer religião ou fé, vejam vencidos em si ou na vida social a maldade que se espalha. Também para nós vale o chamado contínuo à conversão, tanto que, nos dias da Quaresma, a Igreja inteira, consciente de que foi resgatada pelo Sangue do Cordeiro imolado, canta em sua oração: "Humildes, ajoelhados na prece que a fé inspira, ao justo Juiz roguemos que abrande o rigor da ira. Ferimos por nossas culpas o Vosso infinito amor. A Vossa misericórdia do alto infundi, Senhor. Nós somos, embora frágeis, a obra de Vossa mão; a honra do Vosso nome a outros não deis, em vão. Senhor, destruí o mal, fazei progredir o bem; possamos louvar-Vos sempre e dar-Vos prazer também. Conceda, ó Deus Uno e Trino, que a terra e o céu sustém, que a graça da penitência dê frutos em nós. Amém" (Hino de Laudes para os Domingos da Quaresma). É bom que o mundo saiba que nos reconhecemos pecadores, suplicamos a misericórdia de Deus, somos, continuamente, chamados à conversão e nos empenhamos em buscar as formas de vida cristã e as estruturas necessárias ao testemunho autêntico de Jesus Cristo.

No terceiro domingo da
Quaresma, a Igreja proclama e medita o Evangelho de São Lucas, no capítulo treze, versículos um a nove. Jesus forma Seus discípulos e as pessoas que d'Ele se aproximam. Cabe-lhes estar atentos aos acontecimentos. O primeiro deles é de ordem religiosa, quando alguns galileus são mortos por Pilatos quando ofereciam sacrifícios. O segundo é um acidente, quando uma torre cai sobre algumas pessoas. É mais ou menos como as notícias novas ou requentadas, que correm pelo mundo afora e também no boca a boca das conversas.

Em nossos dias, pululam acusações de toda ordem contra a Igreja e os católicos. Os fatos negativos tenham sua devida apuração e, quando comprovados, as pessoas sejam devidamente responsabilizadas. Também os desastres públicos são passíveis de verificações e providências cabíveis. No entanto, envolvidos diretamente ou não nos dois tipos de eventos, todos sejam provocados a tirar as lições devidas. Trata-se de perguntar o que Deus quer nos dizer com os fatos.

Jesus propõe a conversão nos dois casos. Se existem cristãos que agem mal, que comecem uma vida nova, transformem sua mentalidade e suas práticas. Se qualquer um de nós se encontra distante dos fatos e responsabilidades, pergunte-se como pode ser melhor e viver melhor, mesmo em áreas totalmente diferentes. Quando uma obra desaba na sociedade, um incêndio se alastra, as ruas estão esburacadas ou os serviços são de baixa qualidade, mesmo quem não tem poder para mudar tudo pode começar por si mesmo ou perto de sua casa. O lixo que cada um recolhe, de forma adequada, pode ser uma pequena, mas indispensável ajuda, como também a direção segura e defensiva no trânsito e outras práticas. Vale, como sempre, ouvir Jesus: “Pensais que esses galileus eram mais pecadores do que qualquer outro galileu, por terem sofrido tal coisa? Digo-vos que não. Mas se vós não vos converterdes, perecereis todos do mesmo modo. E aqueles dezoito que morreram quando a torre de Siloé caiu sobre eles? Pensais que eram mais culpados do que qualquer outro morador de Jerusalém? Eu vos digo que não” (Lc 13,2-5). Os frutos da conversão se manifestem em nova mentalidade e novas práticas de vida!

A Igreja tem a alegria de oferecer ao mundo, depois de oito anos de trabalho intenso, o exemplo luminoso que tem sido o até agora Papa Bento XVI, que acaba de renunciar. Certamente, incomodou muita gente, mas edificou crianças, jovens e adultos, homens e mulheres de todos os quadrantes do mundo. Sua palavra e seu comportamento foram retilíneos, coerentes com o lema escolhido, “colaborador da verdade”, um cristão autêntico, apaixonado pela Verdade, que é Jesus Cristo. É a esta verdade que queremos converter-nos! É a esta verdade que estará a serviço o novo Papa a ser eleito!

Com a Igreja e o mundo, peçamos juntos: “Senhor Jesus, Pastor eterno, fundastes a Igreja para ser, no mundo, o Sacramento da Salvação, na perfeita comunhão de amor, e destes a Pedro a tarefa de criar a unidade entre vossos filhos e filhas. Amparai, Senhor, a vossa Igreja que, sustentada pelo vosso Santo Espírito, espera confiante a escolha do Sucessor de Pedro, que nos sustentará na mesma fé, da qual, na mesma Igreja, recebemos no batismo. Não permitais, Senhor, que ventos de doutrinas contrárias venham a nos confundir. Sustentai a nossa fé e mandai, sem demora, aquele que conduzirá a Barca da Igreja pelos caminhos da história, em nosso tempo, para a honra e glória do Vosso nome, Vós que sois caminho, verdade e vida. Amém!”

Dom Alberto Taveira Corrêa
Arcebispo de Belém - PA

 

 

 

 
 

 



sexta-feira, 1 de março de 2013

46 anos RCC: um Novo Pentecostes para uma Nova Evangelização




Os dias 17, 18 e 19 de fevereiro são de celebração para a Renovação Carismática Católica do mundo, isso porque essa data marca o surgimento do Movimento em um retiro realizado na Universidade de Duquesne. Em alusão aos 46 anos da RCC, uma das pioneiras do Movimento, Patti Mansfield, escreveu uma mensagem para os carismáticos brasileiros.

Confira as palavras de Patti e viva esses três dias em clima de louvor a Deus pela RCC que, por meio da ação poderosa do Santo Espírito, tem levado tantas e tantas pessoas a um encontro pessoal com Jesus Cristo!

"Queridos irmãos e irmãs da Renovação Carismática Católica do Brasil,

Há 46 anos atrás eu participei de um retiro destinado a mudar não só a minha vida, mas a vida da Igreja. Naquele momento, nenhum de nós que ali estava, sequer sonhava que o Senhor nos dava um Novo Pentecostes para uma Nova Evangelização. No mundo inteiro Seus filhos e filhas estão descobrindo sua verdadeira vocação: ser santos e missionários... mergulhar profundamente no Seu Amor e lançar as redes para pescar!

Há algumas semanas, Karin Sefcik Trieber, uma das estudantes que estava comigo naquele famoso Fim de Semana de Duquesne, foi para a casa do Pai. Sua morte me fez refletir que nosso tempo aqui é muito precioso... e o quão zelosos e decididos devemos ser ao usarmos as oportunidades presentes para amar e servir a Jesus. Que ao lançarmos o nosso olhar para o aniversário dos 50 anos da Renovação Carismática Católica em fevereiro de 2017, possamos nos entregar incondicionalmente a Deus Pai, Filho e Espírito Santo para que Ele possa realizar tudo o que deseja em nós e através de nós!"
Patti Gallagher Mansfield
Portal RCC-Br