sábado, 30 de maio de 2015

O Jumentinho

“Um jumentinho voltando para sua casa todo contente, falou para sua mãe:
– Fui a uma cidade e quando lá cheguei fui aplaudido, a multidão gritava alegre, estendia seus mantos pelo chão… Todos estavam contentes com minha presença.
Sua mãe perguntou se ele estava só e o burrinho disse:
– Não, estava levando um homem com o nome de Jesus.
Então sua mãe falou:
– Filho, volte a essa cidade, mas agora sozinho.
Então o burrinho respondeu:
-Quando eu tiver uma oportunidade, voltarei lá…
Quando retornou a essa cidade sozinho, todos que passavam por ele fizeram o inverso, o maltratavam, o xingavam e até mesmo batiam nele.
Voltando para sua casa, disse para sua mãe:
-Estou triste, pois nada aconteceu comigo. Nem palmas, nem mantos, nem honra… Só apanhei, fui xingado e maltratado. Eles não me reconheceram, mamãe…
Indignado o burrinho disse a sua mãe:
– Porque isso aconteceu comigo?
Sua mãe respondeu:
– Meu filho querido, você sem JESUS é só um jumentinho…

Lembre-se sempre disso”.

quarta-feira, 27 de maio de 2015

É preciso confiar sempre!

Podem-se pôr limites ao que é infinito?

Pois não é infinita a misericórdia Divina? Não é um Oceano Infinito de Misericórdia? Se o Senhor é infinitamente justo, é também infinitamente Misericordioso. E, neste mundo, vivemos no tempo da Misericórdia. Abri o Evangelho. Tudo ali vos inspira confiança e enche o coração.
Por que duvidar, se empenhamos da nossa parte todos os nossos esforços? Por que desconfiar de um Pai tão bom e poderoso? Nosso Senhor é o Pai do filho pródigo, e o Bom Pastor. Por que nos deixou Ele, no Evangelho, parábolas tão belas, tão comovedoras? Não foi para a manifestação da Sua bondade infinita?
Ah! Não compreendo as almas que têm medo de Deus! Como é doloroso e triste ao coração de um pai estender ao filho os braços cheios de ternura e se ver repelido! É preciso que confiemos. A medida da confiança é confiar sem medida.
A confiança, somente ela nos leva ao Amor! O temor leva à justiça severa, tal como a representam os pecadores. Mas não é essa justiça que Jesus terá para com os que O amam – obstinação de Satã, oporemos a obstinação de nossa confiança. E seremos salvos!
Meu Jesus, ajudai-me a vencer-me, e dai-me confiança obstinada que arrebatava o vosso Coração!

Trecho retirado do livro: O Breviário da Confiança, Ed. Cléofas

sábado, 23 de maio de 2015

Como lidar com o vício do cônjuge?


Muitos casamentos são perturbados quando um dos cônjuges se torna escravo de algum vício; os mais comuns são a bebida, jogo, a droga, o cigarro e também os vícios do espírito: soberba, avareza, luxúria, gula, ira, inveja, preguiça,  pornografia, etc.
Para cada tipo de vício é preciso uma ação adequada para ajudar o dependente. Mas para enfrentar todos eles há um denominador comum que não pode faltar para quem deseja enfrenta-los e não permitir que ele destrua a felicidade do lar e da família. Não pode faltar, antes de tudo, a oração humilde, confiante e perseverante para ajudar aquele que é viciado. Com a oração, o cônjuge sadio pode oferecer a Deus o jejum e a esmola, para implorar de Deus a libertação do companheiro.  São “alavancas” que movem o mundo espiritual para agir pelo dependente. A força do mistério da “Comunhão dos Santos” atua neste caso.
A oração do santo Terço diário, sempre que possível junto com a pessoa viciada, será de grande valia para suplicar a Nossa Senhora a graça da libertação deste vício.
Sem dúvida será de grande auxílio divino levar o viciado a buscar a força em Deus, pela Confissão, pela Eucaristia, fortalecendo a alma num grupo de oração onde ele(a) possa rezar e receber orações.
Junto com um tratamento médico e psicológico para cada caso, é preciso conscientizar o dependente dos males do vício, seja ele de dimensão corporal ou espiritual. Se for o caso de droga, a recuperação pode ser na própria família, com um acompanhamento firme e constante do cônjuge sadio e também dos filhos, se houver. Um diálogo permanente e uma vigilância da família podem ajudar muito. Também a ajuda de outros amigos e parentes pode auxiliar nesta difícil tarefa. Nos casos graves, uma boa terapia será encaminhar a pessoa a uma Casa de recuperação onde haja oração, trabalho, disciplina e amor. E a família deve acompanhar a recuperação da pessoa com visitas frequentes.
O vício da bebida exige a mesma atenção e acompanhamento; nos casos graves a pessoa pode ser convidada a frequentar um bom grupo católico de alcoólicos anônimos, sempre acompanhado de orações e vida espiritual.  Sobretudo a família deve envolver a pessoa da melhor maneira, sobretudo monitorando a sua vida fora de casa para evitar as ocasiões e lugares onde possa se embriagar. Sempre que possível a pessoa deve ser acompanhada, embora isso nem sempre seja possível.
Hoje há também muitos homens viciados em pornografia, sobretudo na internet. Muitas esposas reclamam disso. Não é o caso de pensar em separação. O que a esposa deve fazer é conversar seriamente com o esposo; exigir dele cortar esse vicio e ajuda-lo com as orações.
Não há uma receita exata para o tratamento de cada vício, seja ele moral ou físico; o que se pode fazer é contar com a ajuda do céu, da família, dos médicos, psicólogos e amigos, sem nunca desistir e desanimar na recuperação da pessoa.
Prof. Felipe Aquino


quarta-feira, 20 de maio de 2015

TL - origens





Nós criamos a Teologia da Libertação, afirma ex-espião da União Soviética
 
Ion Mihai Pacepa, que foi general da polícia secreta da Romênia comunista antes de pedir demissão do seu cargo e fugir para os EUA no fim da década de 70, um dos maiores “detratores” de Moscou, concedeu entrevista a ACI Digital e revelou a conexão entre a União Soviética e a Teologia da Libertação na América Latina. Entre outras coisas ele diz:
“Soube que a KGB teve uma relação com a Teologia da Libertação através do general soviético Aleksandr Sakharovsky, que foi conselheiro e meu chefe até 1956, quando foi nomeado chefe do serviço de espionagem soviética.
Em 26 de outubro de 1959, Sakharovsky e seu novo chefe, Nikita Khrushchev, chegaram à Romênia para as chamadas “férias de seis dias de Khrushchev”. Khrushchev queria ser reconhecido na história como o líder soviético que exportou o comunismo à América Central e à América do Sul. A Romênia era o único país latino no bloco soviético e Khrushchev queria envolver os “líderes latinos” na sua nova guerra de “libertação”.
Sakharovsky era uma imagem soviética dos anos quentes da Guerra Fria. Ele ocasionou a exportação do comunismo a Cuba (1958-1961); ele manipulou de maneira perversa a crise de Berlim (1958-1961) criou o Muro de Berlim; a crise dos mísseis cubanos (1962) e colocou o mundo na beira de uma guerra nuclear.
A Teologia da Libertação foi de alguma maneira um movimento ‘criado’ pela KGB de Sakharovsky ou foi um movimento existente que foi exacerbado pela URSS?
O movimento nasceu na KGB e teve um nome inventado pela KGB: Teologia da Libertação. Durante esses anos, a KGB teve uma tendência pelos movimentos de “Libertação”. O Exército de Libertação Nacional da Colômbia (FARC), criado pela KGB com a ajuda de Fidel Castro; o Exército de Libertação Nacional da Bolívia, criado pela KGB com o apoio de “Che” Guevara; e a Organização para Libertação da Palestina (OLP), criado pela KGB com ajuda de Yasser Arafat, são somente alguns movimentos de “Libertação” nascidos em Lubyanka – lugar dos quartéis-generais da KGB.
O nascimento da Teologia da Libertação em 1960 foi a tentativa de um grande e secreto “Programa de desinformação” (Party-State Dezinformatsiya Program), aprovado por Aleksandr Shelepin, presidente da KGB, e pelo membro do Politburo, Aleksey Kirichenko, que organizou as políticas internacionais do Partido Comunista.
Este programa demandou que a KGB guardasse um controle secreto sobre o Conselho Mundial das Igrejas (CMI), com sede em Genebra (Suíça), e o utilizasse como uma desculpa para transformar a Teologia da Libertação numa ferramenta revolucionária na América do Sul. O CMI foi a maior organização internacional de fiéis depois do Vaticano, representando 550 milhões de cristãos de várias denominações em 120 países.
A KGB começou construindo uma organização religiosa internacional intermédia chamada “Conferência Cristã pela Paz”, cujo quartel general estava em Praga. Sua principal tarefa era levar a Teologia da Libertação ao mundo real. A nova Conferência Cristã pela Paz foi dirigida pela KGB e estava subordinada ao respeitável Conselho Mundial da Paz, outra criação da KGB, fundada em 1949, com seu quartel geral também em Praga.
Durante meus anos como líder da comunidade de inteligência do bloco soviético, dirigi as operações romenas do Conselho Mundial da Paz (CMP). Era estritamente KGB. Em 1989, quando a URSS estava à beira do colapso, o CMP admitiu publicamente que 90 por cento do seu dinheiro chegava através da KGB3.
Como começou a Teologia da Libertação?
Eu não estava propriamente envolvido na criação da Teologia da Libertação. Eu soube através de Sakharovsky, entretanto, que em 1968 a Conferência Cristã pela Paz criada pela KGB, apoiada em todo mundo pelo Conselho Mundial da Paz, foi capaz de manipular um grupo de bispos sul-americanos da esquerda dentro da Conferência de Bispos Latino-americanos em Medellín (Colômbia).
O trabalho oficial da Conferência era diminuir a pobreza. Seu objetivo não declarado foi reconhecer um novo movimento religioso motivando os pobres a rebelar-se contra a “violência institucionalizada da pobreza”, e recomendar o novo movimento ao Conselho Mundial das Igrejas para sua aprovação oficial. A Conferência de Medellín alcançou ambos objetivos. Também comprou o nome nascido da KGB “Teologia da Libertação”.
A Teologia da Libertação teve líderes importantes, alguns deles famosas figuras “pastorais” e alguns intelectuais.
Recentemente vi o livro de Gutiérrez “Teologia da Libertação: Perspectivas” (1971) e tive a intuição de que este livro foi escrito em Lubyanka. Não surpreende que ele seja considerado agora como o fundador da Teologia da Libertação. Porém, da intuição aos fatos, entretanto, há um longo caminho.


sábado, 16 de maio de 2015

Misericórdia


Misericórdia, palavra composta: miséria + coração. A Divina Misericórdia é, podemos assim dizer, o Coração de Deus debruçado sobre a miséria humana. Estendendo a nós que usamos de misericórdia para com os irmãos, podemos também dizer que é nosso coração debruçado na miséria alheia; é compadecer-se com o sofrimento do outro, sentir com o que sofre. Assim, Jesus tomou sobre si as nossas dores, compadecendo-se de nós. Se somos, ou desejamos ser, imitadores de Cristo, tomemos sobre nós as dores do irmão, assim como outros tomam as nossas dores. 
Sabemos que não é fácil. Como sofrer com o outro? Jamais! Já tenho problemas demais para me preocupar com os outros... Cada um por si, Deus por todos. Não é esse o pensamento vigente entre nós? Contudo, nos esquecemos de que é através da misericórdia que nos tornamos aptos à salvação. Jesus Cristo pela sua morte e ressurreição nos garantiu e ofereceu a Salvação. É pela Misericórdia Divina, fruto do imenso Amor de Deus que fomos salvos, pois a Justiça de Deus é a Misericórdia, não a Lei.  Desde modo podemos ousar dizer que é retribuindo ao próximo a misericórdia, que nos tornados dignos da salvação ofertada pelo Senhor.
Não é fácil usar de misericórdia. Somos egoístas; só fazemos o bem a quem nos faz o bem, só oferecemos a mão num gesto de solidariedade a quem nos pode favorecer adiante, amamos parentes e amigos, enfim, a quem nos é afim ou benfeitor. Poucos são abnegados ou imparciais. Felizmente esse egoísmo pode ser eliminado, ou ao menos atenuado. Quando abrimos nosso coração e deixamos Deus agir em nós, quando permitimos a entrada de Jesus em nosso coração, quando nos deixamos guiar pelo Espírito Santo, aí então tudo começa a mudar; quando percebemos e sentimos a presença da Misericórdia em nós, somos impelidos a ir adiante envolvidos por essa mesma misericórdia e partilha-la.
Quando nos deixamos alcançar pela Misericórdia, Jesus mergulha em nosso interior e retira de nós, pelo perdão, os pecados; pela compaixão, as dores e os sofrimentos; pelo amor, os traumas, psicoses, os distúrbios emocionais. Através da misericórdia, manifestação do seu desmedido amor, Deus nos cura por dentro e por fora, corpo e alma, Ele nos cura por inteiro.
Vivamos sob a égide da Misericórdia e sejamos misericordiosos. Possamos dizer: ‘Ó sangue e água que jorraram do coração de Jesus, como fonte de misericórdia para nós; eu confio em vós.’



quarta-feira, 13 de maio de 2015

O inviolável segredo da confissão


A Igreja como boa mãe, protege cada um dos penitentes, e não permite que seus pecados sejam revelados pelo sacerdote. E aplica a pena máxima de excomunhão ao sacerdote que violar o segredo da Confissão, como está no Código de Direito Canônico:
Cânon 1388 § 1. O confessor que viola diretamente o sigilo sacramental incorre em excomunhão “latae sententiae” reservada à Sé Apostólica, quem o faz só indiretamente seja punido conforme a gravidade de delito.
§ 2. O intérprete e os outros mencionados no cân. 983, § 2, que viola o segredo, sejam punidos com justa pena, não excluída a excomunhão”.
O sacerdote está impedido também de usar qualquer informação que tenha obtido em Confissão se isto puder prejudicar o penitente. Por exemplo, mesmo que um sacristão revelasse ao confessor que ele rouba objetos da Igreja, o confessor não teria o direito de demitir esse funcionário, pois estaria fazendo uso da ciência adquirida em Confissão, com prejuízo para o penitente.
O sigilo da Confissão é atestada desde os primeiros séculos da Igreja, como se vê nestes testemunhos:
Afraate († aprox. 345), o sírio, pedia formalmente a quem recebesse a confissão do pecado, não o revelasse (Demonstração VI 14).
S. Astério, bispo de Amasélia (Ásia Menor), († aprox. 410), assegurava aos pecadores a máxima discrição, pois, dizia ele, o pai tem mais interesse em salvaguardar a dignidade dos filhos do que os próprios filhos.
S. Agostinho († 430) falava dos segredos de consciência dos quais o Bispo é depositário e que o condenam a atitudes que o público não compreende (Sermão 82, 8,11).
S. João Crisóstomo († 407), em suas homilias, enfatizava frequentemente o segredo da Confissão; só Deus há de conhecer as faltas reveladas ao confessor.
O primeiro Concílio que legislou sobre o assunto, foi o Sínodo regional de Tovin (Armênia) em 520; condenava com um anátema o sacerdote que violasse o segredo da Confissão.
Na Idade Média, dizia o Papa Inocêncio III († 1216) em um de seus sermões:
“O sacerdote, a quem o pecador se confessa não como a um homem, mas como a Deus, deve evitar toda palavra ou todo sinal que insinue que ele conhece o pecado confessado” (ed. Migne latina CCXVII, 652 CD).
S. Tomás de Aquino († 1274) observava :
“O sacerdote está obrigado ao segredo, antes do mais e principalmente, porque o segredo é de essência do sacramento; o sacerdote, com efeito, só conhece o pecado na qualidade de representante de Deus” (Suma Teológica, Suplemento, questão II, artigo 4c).
Ou ainda:
“O que é conhecido pela Confissão, é considerado como desconhecido, pois o sacerdote não o conhece como homem, mas como representante de Deus” (ib. art, 1, ad primum).
O Papa Inocêncio XI, aos 18/11/1682, proibiu não somente a violação do segredo, mas também o uso dos conhecimentos adquiridos em Confissão (mesmo quando tal uso não implique a revelação das faltas do penitente); o sacerdote está obrigado a agir como se nunca tivesse ouvido o que lhe é dito em Confissão, desde que o contrário redunde em detrimento do penitente.
Um dos casos mais famosos de fidelidade ao segredo da Confissão se deu com São João Nepomuceno, que nasceu em 1330 em Nepomuk, na Boêmia (antiga Tchecoslováquia). Feito sacerdote, foi chamado pelo Imperador Venceslau para ser o capelão da corte em Praga. João encontrou um ambiente devasso, em que o Imperador vivia em paixões vergonhosas, se entregava à bebida, etc.
A Imperatriz Joana, porém, era uma mulher virtuosa. Cativada pela pregação do cônego João Nepomuceno, a Imperatriz escolheu-o para ser seu confessor. Orientada por este santo homem, Joana levava vida de piedade e caridade para com os pobres.
O Imperador Venceslau resolveu pedir a João que lhe contasse o que ouvia da Imperatriz em Confissão. Está claro que o sacerdote recusou obedecer. Venceslau, pouco acostumado à resistência dos súditos, ficou muito irritado.
Tempos depois, o cozinheiro do palácio preparou para o rei um prato de carne mal assada. O monarca indignou-se e mandou matar o cozinheiro no espeto. João então interveio em defesa do pobre funcionário. O rei, ao vê-lo, mandou prender o cônego João e deixá-lo na prisão sem alimentos. Nada intimidou o sacerdote. Diante disto, Venceslau recorreu a novo artifício: convidou o padre para um jantar de estima e amizade. Terminada a refeição, o soberano mandou embora todos os convivas e ficou a sós com o sacerdote; prometeu-lhe então mil vantagens, honrarias e dinheiro, caso revelasse os pecados da Imperatriz, mas, em caso contrário, ameaçava o padre de morte.
Nada conseguiu Sua Majestade. João respondeu-lhe: “Mais vale obedecer a Deus do que os homens” ( At 4,19).
O soberano então deu ordens para que recolocassem o cônego João no cárcere, onde sofreu horríveis torturas… A Imperatriz, diante dos fatos, intercedeu pelo seu confessor. Este foi posto em liberdade, mas bem sabia que tinha pouco tempo de vida.
Certa vez, à tarde, o cônego João Nepomuceno voltava para casa. O Imperador avistou-o da sua janela e mandou chamá-lo. Propôs-lhe um ultimato: ou revelaria os segredos de Confissão ou morreria. João olhou para o monarca com semblante calmo e severo, sem dizer uma palavra. Ao vê-lo, o rei deu ordens a um oficial para que atirassem João no rio Moldávia logo que fosse noite escura, para que o povo não o pudesse reconhecer.
João passou suas últimas horas em oração, preparando-se para morrer. Desde que a noite se fez escura, os carrascos ataram as mãos e os pés do cônego João e o atiraram no rio a partir de uma ponte, que ainda hoje existe. Era o dia 16 de maio de 1383. João Nepomuceno tinha 53 anos, e morria como mártir do sigilo da Confissão sacramental. A Imperatriz chorou a morte do seu confessor até os seus últimos dias.
Sobre o túmulo do Santo foi gravado este epitáfio:
“Aqui jaz o mui venerável João Nepomuceno, doutor, cônego desta Igreja, confessor da Rainha, ilustre pelos milagres, que, por ter guardado o sagrado sigilo da Confissão, foi cruelmente atormentado e precipitado da ponte de Praga para dentro do rio Moldávia, por ordem de Venceslau IV, no ano de 1383” (Fonte: Revista Pergunte e Responderemos, Nº 379 – Ano : 1993 – pág. 547).
Um caso mais recente de martírio é contado do Sacerdote espanhol martirizado por guardar secreto de Confissão durante a terrível perseguição cristã que houve na guerra espanhola de 1936; e está em processo de canonização. A noticia é dada pela fonte ACIdigital.com, de Valência, Espanha, em 29 de março de 2007 (ACI).
Na Santa Sé segue a causa de beatificação do sacerdote valenciano Felipe Císcar Puig, considerado mártir de sigilo sacramental, por ser martirizado durante a perseguição religiosa de 1936, por guardar o segredo de confissão.
Em declarações a Avan, o vice postulador da causa, Padre Benjamim Agulló, assinalou que o Pe. Puig, natural da localidade valenciana de Piles, “é considerado mártir de sigilo sacramental já que foi fuzilado ao negar-se a revelar a confissão que administrou um religioso franciscano momentos antes que fora também assassinado”.
“O frade franciscano Andrés Ivars pediu para se confessar quando se encontrava na prisão de Denia no fim de agosto de 1936 ao intuir seu próximo fuzilamento; e nesse momento Císcar foi conduzido à prisão. Depois da Confissão, tentaram arrancar seu conteúdo e ante sua negativa de revelá-lo, os soldados ameaçaram-no matando”.
“Ao vê-lo tão seguro, levaram-no a um simulacro de tribunal onde o ameaçaram para a revelação do sigilo, e como ainda assim continuou firme em sua postura, afirmando que preferia morrer, os soldados o condenaram a morte. Em cima de um carro, Felipe Císcar e Andrés Ivars, foram levados ao fim de Gata do Gorgos e ali foram fuzilados em 8 de setembro de 1936″, destacou o vice postulador da causa.
Felipe Císcar Puig tinha cursado seus estudos no Seminário de Valência e foi ordenado sacerdote em 1888. Depois de vários cargos em distintas paróquias, desde 1906, serviu como capelão das religiosas agostinianas descalças de Denia.
Os sacerdotes Felipe Císcar e Andrés Ivars formam parte da causa de canonização dos Servos de Deus Ricardo Pelufo Esteve e 43 companheiros e companheiras mártires”, em que figuram 36 religiosos franciscanos no total.                                                                                                          (Cleofas.com)



domingo, 10 de maio de 2015

Mãe, consolo de Deus


Quando o nosso mundo se agita neste mar de violências e de injustiças, não podemos deixar de lembrar de tua pessoa, Mãe, porque ainda és, a maior reserva de amor que Deus colocou neste mundo. Quando tudo parece estar perdido, ainda resta o coração; é de lá que a vida começa a renascer. E tu, ó mãe, tens entre os homens o primado do coração.
Nem os arranha-céus mais altos, nem os computadores mais possantes, nem os aviões mais velozes, podem ser comparados à beleza transcendente do teu olhar e o sentimento incomparável do teu coração. Mãe, foste criada não só para dar a vida aos homens, muito mais do que isto, para semear o amor entre eles. Sois tão diga, que até o próprio Deus quis nascer de ti, em forma humana.
O mundo precisa aprender contigo mãe, antes que seja tarde, a lição do perdão sem limites, da compaixão que faz sofrer solidária, da bondade que supera toda inveja, da paciência que vence toda inquietação, do amor que vence todo ódio, e que é mais forte do que a morte.
Somos gratos a Deus que te criou e te deu de presente a cada um de nós. A tua beleza é grande porque em ti é grande a intensidade do espírito que penetra a matéria. Sobretudo mãe, queremos reconhecer e agradecer pela gratuidade das tuas boas obras. Sois como a raiz da árvore, sempre escondida, mas sempre promovendo o crescimento dos ramos e dos frutos.
Disse alguém que “o prazer da abelha é sugar o mel da flor, mas o prazer da flor é entregar o mel à abelha”. Sei que assim és mãe! Olhando para ti aprendemos a dar graças a Deus todos os dias. E, se por acaso, alguém não reconhecer o teu valor, ou não retribuir com gratidão o teu amor que nunca acaba, saiba que o Criador te vê. Lembra-te daquilo que disse alguém: todo dia o sol também dá um belo espetáculo ao nascer o dia, e, no entanto, a maioria da platéia dorme, e não pode reconhecer a sua beleza. Mas nem por isso, o sol deixa de ser belo, formoso e fundamental. Da mesma forma, mãe és o sol do lar.
Que o bom Deus, que nos deu a graça de criá-la, renove tuas forças e tua graça, hoje mais do nunca, para que do teu coração surja uma nova esperança para todos. Mãe, mais do antes, precisamos muito de ti!
Certa vez Michelangelo viu um bloco de pedra e disse a seus alunos: “aí dentro há um anjo, vou colocá-lo para fora!” Depois de algum tempo, com o seu gênio de escultor, fez o belo trabalho. Então os alunos lhe perguntaram como tinha conseguido aquela proeza. Ele respondeu: “o anjo já estava aí, apenas tirei os excessos que estavam sobrando”.
Esta é a sua bela missão Mãe, educar; e educar é isto, com paciência e perícia ir tirando os maus hábitos e descobrindo as virtudes do filho, até que o “anjo” apareça. Michel Quoist dizia “que não é para si que os homens educam os seus filhos, mas para os outros e para Deus.”
Educar é colaborar com Deus, e é na educação dos filhos que se revelam as virtudes dos pais. Educar é promover o crescimento e o amadurecimento da pessoa humana em todas as suas dimensões: material, intelectual, moral e religiosa. A tarefa de educar, como dizia D. Bosco, “é obra do coração”, é obra do amor, por isso tem muito a ver com a mãe. Sem o carinho e a atenção da mãe a criança certamente crescerá carente de afeto e desorientada para a vida.
O povo diz que atrás de um grande homem, há sempre uma grande mulher, mas é preciso não esquecer que “esta mulher” mais do que a esposa, é a mãe.
É no colo da mãe que a criança precisa aprender o que é a fé, aprender a rezar e a amar a Deus e as pessoas. É no colo da mãe que o homem de amanhã deve aprender o que é a retidão, o caráter, a honestidade, a bondade, a pureza de coração. É no colo da mãe que a criança aprende a respeitar as pessoas, a ser gentil com os mais velhos, a ser humilde e simples e não desprezar ninguém.
É no colo da mãe que o filho aprende a caridade, a vida pura da castidade, o domínio de todas as paixões desordenadas e a rejeitar todos os vícios. É a mãe, com seu jeito doce e suave, que vai retirando da sua plantinha que cresce a erva daninha da preguiça, da desobediência, da mal-criação, dos gestos e palavras inconvenientes. É ela que vai lhe ensinando a perdoar, a superar os momentos de raiva sem revidar, a não ter inveja dos outros que têm mais bens e dinheiro. É a mãe que nas primeiras tarefas do lar lhe ensina o caminho redentor do trabalho e da responsabilidade.
Até o filho de Deus quis ter uma Mãe para cumprir a sua missão de salvar a humanidade; e Ele fez o seu primeiro milagre nas bodas de Caná exatamente porque ela lhe pediu. Por isso, cada mãe é um sinal de Maria, que ensina seu filho a viver de acordo com a vontade de Deus.
Parabéns, mãe querida, que Deus te abençoe.
Prof. Felipe Aquino



quarta-feira, 6 de maio de 2015

Qual o verdadeiro nome de Deus: Jeová ou Javé?


Alguns protestantes, principalmente os Testemunhas de Jeová, chamam a Deus pelo apelativo Jeová, forma tardia e errônea do nome Yahweh. Portanto, o nome com que Deus se revelou a Moisés é Yahweh (cf. Ex 3,13-17). Tal era a reverência tributada a esse nome, que os judeus não ousavam a pronunciá-lo (principalmente a partir do Exílio Babilônico, no século VI a.C.).
Era tido como o nome que se escreve mas não se lê. Ao encontrarem escrito tal nome, os israelitas pronunciavam Adonay (o primeiro a é mudo, correspondendo a um e), que quer dizer meu Senhor. Após o século VI d.C., os rabinos fundiram as consoantes YHWH com as vogais EOA, resultando em na forma Jeová.
Notemos, porém, que ainda no início da Idade Média a pronúncia do vocábulo continuava como Adonay. A pronúncia Jeová é atestada pela primeira vez por Raimundo Martini em sua obra “Pugio Fidei” de 1270. Parece, porém, que já estava sendo usado nas escolas rabínicas anteriores a esse ano.
Foi adotado pelos cristãos no século XVI, principalmente pelos protestantes, tendo à frente o calvinista Teodoro Beza, de Genebra. É por isso que as Bíblias protestantes em língua inglesa frequentemente aludem ao nome Jeová. Contudo, a forma correta de Yahweh seria Javé, sem interpolações.

Prof.Felipe Aquino

sábado, 2 de maio de 2015

Como combater a preguiça espiritual?


Como toda doença, antes de se saber como curá-la, é preciso identificar a sua causa. O Catecismo da Igreja se refere à preguiça da seguinte forma:
Outra tentação, cuja porta é aberta pela presunção, é a acídia (também chamada ‘preguiça’). Os Padres espirituais entendam esta palavra como uma forma de depressão devida ao relaxamento da ascese, à diminuição da vigilância, à negligencia do coração. ‘O Espírito está pronto, mas a carne é fraca’. Quando mais alto se sobe, tanto maior é a queda. O desânimo doloroso é o inverso da presunção. Quem é humilde não se surpreende com sua miséria. Passa a ter mais confiança, a perseverar na constância. (CIC, §2733)
A vida de oração do cristão pode ser marcada por dois excessos: a presunção e o desânimo. O primeiro excesso faz com que a pessoa julgue ter alcançado o grau máximo de comunhão com Deus, ou seja, já se considere santa. O segundo está relacionado à aridez espiritual. Acontece quando “… o coração está desanimado, sem gosto com relação aos pensamentos, às lembranças, aos sentimentos, mesmo espirituais” (CIC,§2731) e a pessoa acaba prostrada, sem forças, desanimada.
A presunção, em última instância, é a mãe da preguiça espiritual. Jesus sempre insistiu na necessidade de o cristão estar acordado, vigilante, esperando pela volta do seu Senhor. A presunção, juntamente com sua filha, a preguiça, acaba com essa vigilância. Quem nela se acomoda corre o grande risco de perder-se.
O cristão é alguém que precisa manter-se acordado, alerta, enquanto o mundo dorme. É como uma pessoa tem os pés cravados no chão e não subsiste num mundo de fantasia, de sonhos, de faz-de-conta. Uma pessoa que sabe que para alcançar a salvação, para manter a sua fé, precisa estar sempre alerta, sempre vigilante, ou seja, tem consciência de que deve lutar para não dormir.
A fé exige um esforço porque existe uma tendência no homem de sair da realidade e entrar nas falsas promessas de felicidade contidas em cada tentação, em cada pecado. Por isso, é uma luta a vida do homem sobre a terra (Cf. Jó 7,1).
A preguiça espiritual deve ser combatida com a ascese, a vigilância e o cuidado do coração que exerce sobretudo na oração, no ouvir a Deus, deixá-lO falar, mesmo quando o ouvir não seja agradável.

Trecho retirado do livro: A Resposta Católica, de Padre Paulo Ricardo