sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

A vida passa por fases, e qual é a sua postura diante delas?


A natureza, todos os dias, nos ensina lições importantes e uma delas é este processo de saber respeitar o tempo certo para cada coisa. Precisamos ser  aprendiz da natureza e seus ensinamentos.

Quando paramos para pensar, logo percebemos que estamos em alguma das estações. Grande sabedoria é vivê-la bem, respeitando seu processo, seus limites, suas virtudes e fraquezas, mas sem pressa nem apego. A primavera é encantadora, mas se nos apegarmos a ela, como iremos contemplar os dias iluminados do verão? E se não nos lançarmos no outono deixando que caiam as folhas amareladas, como poderemos acolher o silêncio e a calma do inverno que refaz?
A vida é assim, passa por fases, com nossas escolhas colaboramos ou atrapalhamos seu processo.
Peçamos o auxílio do Espírito Santo, que enviado por Deus, vem em socorro das nossas necessidades em cada tempo de maneira exclusiva, pois é assim que Deus nos ama.
Para quem encontra-se hoje como a “árvore desfolhada”, passando pelo silêncio e a calma do inverno, peça o Espírito Santo que aqueça, ilumine e devolva esperança ao coração abatido. Para quem se sente passando pelo “outono”, mas percebe suas folhas presas por alguma razão, o Espírito Santo vem como vento e sopra para longe tudo o que é empecilho para sua renovação.
Aos que se sentem sufocados por entulhos das “estações” passadas, “folhas secas” amontoadas impedindo que a beleza desabroche, o Espírito vem como fogo do verão e queima todo o lixo, permitindo que a vida renasça. Para os que não conseguem ver os frutos crescer e a esperança de uma boa colheita parece distante, o Espírito Santo vem como luz, água e calor, fortalecendo a “árvore” e proporcionando uma “colheita” abundante, fortalecendo seus sonhos e o encorajando a perseverar para chegar à vitória.
Seja qual for seu tempo diante de Deus, procure vivê-lo bem, extraindo a graça própria, que por intermédio d’Ele é oferecida hoje.
(Portal Cançao Nova)



sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

A fé: carisma essencial aos nossos Grupos de Oração


A fé é um dom de Deus, uma virtude sobrenatural infundida por Ele” (Catec. § 153)
Para que tenhamos a fé precisamos da graça de Deus e dos auxílios internos do Espírito Santo, que move o nosso coração e nos converte a Deus, abre os olhos da mente e dá a todos suavidade no consentir e crer na verdade.
O ser humano, por causa do pecado original, não tem condições de dar fé a si mesmo, por isso é necessária uma intervenção divina para alcançarmos tal graça. Então basta pedirmos a Deus esta graça e Ele nos concederá. Esta é uma espécie de oração que jamais nos é negada pelo simples fato de estar em absoluta concordância com a vontade de Deus.
Existem três tipos de fé:
1) A fé doutrinal- É uma virtude teologal, pela qual cremos em Deus e em tudo o que Ele nos disse e revelou, e que a Santa Igreja nos propõe a crer, porque Ele é a própria verdade. Pela fé, “o homem livremente se entrega todo a Deus”. Por isso o fiel procura conhecer e fazer a vontade de Deus. “O justo viverá pela fé” (Rm 1,17). A fé viva “age pela caridade” (Gl 5,6) – CIC § 1814.
2) A fé dom- É a confiança absoluta na vontade de Deus, é a convicção de que Deus vai honrar o que Jesus nos prometeu e agirá conforme suas palavras. É colocar-se nas mãos d’Ele e aceitar com coragem e amor o caminho de felicidade que Ele traçou para nós. Não se trata de uma intuição, emoção ou sentimento, mas sim de um compromisso com Deus. A fé exige decisão! É algo que nos compromete até o nosso último fio de cabelo. Trata-se de entregar a nossa vida nas mãos do Pai e ao mesmo tempo aceitar toda a verdade por Ele revelada.
3) A fé carismática- A fé expectante é crer naquilo que não podemos ver, é acreditar e esperar por algo que está em nosso coração, e acreditamos estar no coração de Deus, é aquilo que está em I Cor 2, 9 “É como está escrito: Coisas que os olhos não viram, nem os ouvidos ouviram, nem o coração humano imaginou (Is 64, 4), tais são os bens que Deus  tem preparado para aqueles que o amam”. É crer de uma maneira inabalável, fielmente, antes mesmo que aconteça.
Tudo o que pedimos em oração, crendo que já o recebemos, nos será dado (Mc 11, 24)
Crer é entender que somente por graça possuímos aquilo que recebemos de Deus. Assim como a vida humana não pode ser gestada fora do ventre materno, nós não podemos ter vida espiritual sem fé. A fé é a graça que mantém nossa vida interior, nossa busca incessante pela intimidade com Deus, o ser humano não se realiza e o seu coração não encontra paz sem a fé.
A Sagrada Escritura chega a afirmar que uma fé falsa, mantida só de aparências, faz com que a alma dessa pessoa exale como que um odor de morte. Por isso o carismático vive pela fé!
A fé carismática abre o nosso interior ao novo de Deus, para que milagres e prodígios aconteçam diariamente em nossos Grupos de Oração.
Para se ter fé, basta pedir! Tomar a decisão de acreditar em Deus e se comprometer com Ele.    

Juliana Castro-Grupo de Oração Vinde e Vede (COMVIVE)/Goiânia (GO)

sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

Cura interior, o processo de reorganizar a casa do coração


Tudo aquilo que está em nosso meio pode dizer muito de como está o nosso coração.
Também somos responsáveis pelo ambiente que nos cerca. Existe um clima que é somatória dos aspectos emocionais, compostos de bons sentimentos e tensões, e dos aspectos materiais, ou seja, a disposição dos objetos e impressão visual destes. As coisas que possuímos ou utilizamos ficam impregnadas com a nossa marca, são como nossa extensão. Por exemplo: É fácil o acesso à pesquisa em que encontramos resultados que ligam a cor do automóvel com o temperamento do proprietário, a estampa da roupa com o ânimo no dia de quem a veste.


Não como via de regra, mas quando observamos alguém com um desleixo com seus pertences e com sua apresentação e asseio, pode ser um indicativo de que esse indivíduo está deixando de acreditar em si e de gostar de si mesmo. Um dos sintomas da depressão é a pessoa não reagir e não se importar muito com nada que a circunda.

 

A via inversa também pode ser um meio de começar a organizar o interior. Se estamos desanimados, se chegamos à conclusão de que necessitamos de uma cura interior, a partir de cuidados com coisas que utilizamos e deixam um ambiente mais agradável, podemos iniciar esse processo de reorganizar a casa do coração.
Arrumar a cama, pintá-la, desfazer-se de roupas que não mais usamos, tirar papéis velhos da gaveta, criar a coragem de jogar fora fotos de relacionamentos passados e que não nos fizeram bem, desentulhar as coisas que estão naquele cômodo dos fundos, e claro, o cuidado com si mesmo são o pontapé inicial para muitas mudanças no todo da vida e um gesto concreto e material de renunciar aos desacertos. Há muitas coisas guardadas em nossas casas, no escritório, na garagem, que correspondem a tralhas antigas no coração. Algumas têm ligação direta, são lembrancinhas para um saudosismo, mas outras coisas significarão somente a vontade de uma vida nova, de mudança.

Faça hoje sua reflexão. O que tenho comigo que não me faz crescer?Ainda que num primeiro momento tenhamos que fazer um grande esforço para começarmos a faxina da alma (pois somos apegados até mesmo aos males sofridos), o resultado será compensador. Quando nos dermos conta, até mesmo sensações, feridas e autoestima podem melhorar muito.
Com toda certeza, não é modificando o exterior que preencheremos de sentido a nossa alma. Boa faxina!

      Sandro Arquejada - Cançao Nova

sábado, 10 de dezembro de 2016

Papa Francisco adverte quem é o anticristo


O site ACI Digital informou hoje (11/11/2016) que na homilia da Missa celebrada na Casa Santa Marta, o Papa Francisco advertiu contra a tentação de construir ideologias a partir do amor cristão e da religiosidade; ideologias nas quais não se reconhece a mensagem evangélica do amor de Deus pelo homem.
Um amor que não reconhece que Jesus veio em Carne, na Carne, não é o amor que Deus nos comanda. É um amor mundano, é um amor filosófico, é um amor abstrato, é um amor pequeno, é amor soft. Não! O critério do amor cristão é a Encarnação do Verbo. Quem diz que o amor cristão é outra coisa, este é o anticristo! Que não reconhece que o Verbo veio na Carne”.
O Papa advertiu contra as ideologias: “as ideologias sobre o amor, as ideologias sobre Igreja, as ideologias que tiram da Igreja a Carne de Cristo. Essas ideologias escarnecem a Igreja! ‘Sim, eu sou católico; sim, sou um cristão; eu amo todo o mundo com um amor universal’. Mas é tão etéreo. Um amor é sempre dentro, concreto e não para além desta doutrina da Encarnação do Verbo”.
O Santo Padre sublinhou que “esta é a nossa verdade: Deus enviou o seu Filho, se encarnou e fez uma vida como nós. Amar como Jesus amou; amar como Jesus nos ensinou; amar com o exemplo de Jesus; amar, caminhando na estrada de Jesus. E a estrada de Jesus é dar a vida”.
A única maneira de amar como Jesus amou – indicou o Pontífice – é sair continuamente do próprio egoísmo e ir a serviço dos outros”. O amor cristão “é um amor concreto, porque concreta é a presença de Deus em Jesus Cristo”. “A Igreja é a comunidade em torno da presença de Cristo, que vai além”, assegurou.
O protótipo do amor cristão é o amor de Cristo por sua noiva, a Igreja. “Quem quer amar não como Cristo ama sua noiva, a Igreja, com a própria carne e dando a vida, ama ideologicamente”, afirmou Francisco. “Fazer teorias e ideologias, também propostas de religiosidade que retiram a Carne de Cristo, que retiram a Carne à Igreja, vão além e arruínam a comunidade, arruínam a Igreja”.
Se começarmos a teorizar sobre o amor, chegaremos à transformação da vontade de Deus”, disse o Santo Padre. “Chegaremos a um Deus sem Cristo, um Cristo sem Igreja e a uma Igreja sem povo. Tudo neste processo de escarnecer a Igreja”.
Evangelho comentado pelo Papa Francisco:
Lucas 17,26-37
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 26“Como aconteceu nos dias de Noé, assim também acontecerá nos dias do Filho do Homem. 27Eles comiam, bebiam, casavam-se e se davam em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca. Então chegou o dilúvio e fez morrer todos eles. 28Acontecerá como nos dias de Ló: comiam e bebiam, compravam e vendiam, plantavam e construíam. 29Mas no dia em que Ló saiu de Sodoma, Deus fez chover fogo e enxofre do céu e fez morrer todos. 30O mesmo acontecerá no dia em que o Filho do Homem for revelado. 31Nesse dia, quem estiver no terraço, não desça para apanhar os bens que estão em sua casa. E quem estiver nos campos não volte para trás. 32Lembrai-vos da mulher de Ló. 33Quem procura ganhar a sua vida vai perdê-la; e quem a perde vai conservá-la. 34Eu vos digo: nesta noite, dois estarão numa cama; um será tomado e o outro será deixado. 35Duas mulheres estarão moendo juntas; uma será tomada e a outra será deixada. 36Dois homens estarão no campo; um será levado e o outro será deixado”. 37Os discípulos perguntaram: “Senhor, onde acontecerá isso?” Jesus respondeu: “Onde estiver o cadáver, aí se reunirão os abutres”.


sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

O dom de línguas no Grupo de Oração


Jesus disse: “Estes milagres acompanharão os que crerem: expulsarão os demônios em meu nome, falarão novas línguas,…” (Mc 16, 17). Ao estudarmos sobre os dons carismáticos ou dons efusos, geralmente iniciamos pelo dom de línguas. Por que será? Por ser menos importante? Por ser o dom mais frequente aos que passam pela experiência do novo nascimento? Por ser um dom carismático que mais “aparece”? Ou por ser, segundo alguns, o mais “estranho” de todos eles? Sim e não.
Por certo, o dom de línguas não é menos importante, pois serve como uma porta, mas uma porta principal, que nos oferece acesso para os demais dons, justamente pelo caráter de abertura do coração que esse dom nos confere. Pode-se dizer que é uma porta baixa, baixíssima, e que só estará ao alcance para os que decidirem descer de seu intelectualismo formal, de sua postura adulta e racional, do apego a sua autoimagem. Isso, porque é preciso fazer-se criança para conversar com o Senhor. Eis aí o segredo para acolher o dom carismático das línguas: fazer-se criança, fazer-se pequeno. Todos nós somos chamados a estar com o Senhor, a ser um Amigo de Deus e falar com Ele “face a face” (Ex 3, 11). E ter um relacionamento de amizade com o Senhor deve ser a coisa mais importante em nossas vidas: “... no entanto, uma só coisa é necessária; Maria escolheu a boa parte, que lhe não será tirada” (Lc 10, 42).
Nessa premissa, esse dom se faz grande, valioso e importante para a santificação dos fiéis, pois nos aprimora na intimidade com o Senhor, num diálogo filial em que o próprio Espírito Santo vem orar em nós. “Outrossim, o Espírito vem em auxílio à nossa fraqueza: porque não sabemos o que devemos pedir, nem orar como convém, mas o Espírito mesmo intercede por nós com gemidos inefáveis. E aquele que perscruta os corações sabe o que deseja o Espírito, o qual intercede pelos santos, segundo Deus” (Rm 8, 26-27). “Aquele que fala em línguas não fala aos homens, senão a Deus: ninguém o entende, pois fala coisas misteriosas, sob a ação do Espírito” (I Cor 14, 2). “Ora, o Espírito orando no homem será pouca coisa?” (Encarte da Revista Renovação N.55).
Pode-se dizer que os capítulos 12, 13 e 14 da primeira Carta de São Paulo aos Coríntios se constituem num minucioso tratado de Paulo sobre os dons carismáticos. Todo dom de Deus é uma dádiva, um presente que nos é dado para benefício próprio ou para o bem da comunidade, ou seja, para a edificação de todos. No caso do dom das línguas, de forma especialíssima, um dom de oração, de adoração, dom particular.
O Catecismo da Igreja Católica, no número 2013, ensina: as graças especiais, também chamadas carismas, segundo o termo grego empregado por São Paulo e que significa favor, dom gratuito, benefício. Qualquer que seja o seu carácter, por vezes extraordinário, como o dom dos milagres ou das línguas, os carismas estão ordenados para a graça santificante e têm por finalidade o bem comum da Igreja. Estão ao serviço da caridade que edifica a Igreja.
Paulo, em I Cor 14, 4 nos orienta: “Aquele que fala em línguas edifica-se a si mesmo”. Esse edificar-se pode ser entendido por “construir, induzir ao bem e à virtude”. Dessa forma, o próprio apóstolo nos aponta um benefício pessoal do dom de línguas que pode ser comparado ainda a uma ferramenta do Espírito Santo de Deus que, sem cessar, trabalha na obra de santificação de cada fiel. De forma alguma podemos abdicar de tamanha graça, seja em nossa oração individual, seja orando em reunião com os irmãos.
... a oração em línguas, de caráter usualmente particular, pessoal, e que, portanto não requer interpretação. Embora de caráter pessoal, ela pode ser exercitada também de modo coletivo, o que acontece nas assembleias onde todos exercem o “dom particular de orar em línguas”, ao mesmo tempo; obviamente, não supõe interpretação. No entanto, Deus – que ouve a oração que milhares de fiéis lhe dirigem concomitantemente de todos os cantos da Terra – por certo entende”.
Nas reuniões dos Grupos de Oração da Renovação Carismática Católica o exercício dos dons carismáticos deve acontecer de forma natural, haja vista ser sua prática um dos pilares no qual se assenta a identidade do Movimento. Os dons, quando exercidos pelos participantes e servos que conduzem a reunião de oração, liberam cura, restauração e libertação. A assembleia é edificada, cresce na fé e santidade.
Para que a reunião de oração seja autenticamente carismática, os servos e demais participantes entram no que costumamos chamar de “Ciclo Carismático”, um momento de grande graça, em que todos são mergulhados no Espírito Santo e, através da escuta profética, o Senhor fala com seu povo. Por certo, o ciclo carismático é iniciado desde que o participante adentra no recinto da reunião de oração, pois a acolhida fraterna dos irmãos traz conforto e alegria, portanto, ali Deus já pode se manifestar se assim o quiser, pois a iniciativa de falar ao seu povo, de tocar os corações é sempre d’Ele e para isso, pode fazer uso dos mais diversos meios e momentos. Todavia, uma sequência de cantos, orações e louvores, ajudará a assembleia reunida a abrir-se à graça derramada, libertando-se de seus fardos e misérias. A oração em línguas surge, por conseguinte, como um auxílio do próprio Espírito Santo que vem em ajuda à falta de palavras em vernáculo para se orar. A oração em línguas e o canto em línguas com fins de glorificação do Senhor, seguido pelo silêncio (silêncio esse tão necessário), ajudam a tornar o ambiente oracional fecundo para a manifestação dos demais dons carismáticos. Os participantes ficam como que na expectativa de se ouvir o Senhor que poderá se manifestar por meio do dom carismático da palavra de ciência, de profecia, de cura, sabedoria e de outros.
João Paulo II, agora São João Paulo II, com sua Dominum et Vivificantem, e a inspirada exortação pronunciada na celebração de Pentecostes de 29 de maio de 2004, dizia: “Desejo que a espiritualidade de Pentecostes se difunda na Igreja como um impulso renovado de oração, santidade, comunhão e anúncio. [... Abram-se com docilidade aos dons do Espírito Santo! Recebam com gratidão e obediência os carismas que o Espírito não cessa de oferecer!”
Ressalta-se que se Deus sempre agracia seu povo, caberá a cada servo que faz parte do núcleo de serviço e dos demais ministérios buscar uma vida consagrada, submissão ao Espírito Santo de Deus e intimidade com Ele por uma vida pessoal de oração cotidiana. Torna-se relevante também conhecer e aprofundar-se acerca dos dons carismáticos através de uma formação sólida! Mesmo sabendo de antemão que é de Deus sempre a iniciativa, não se pode deixar de considerar o caráter de colaboração do servo dirigente da reunião e dos demais servos nesse processo de condução da oração, de escuta e exercício dos dons. Todos eles precisam estar cheios de Deus e vazios de si, para serem usados pelo Espírito Santo.
Eloisa Elena Noé - Ministério de Intercessão - RCC MG



sábado, 26 de novembro de 2016

É Deus quem nos santifica!


Deus nos criou para Ele; somos as ovelhas do Seu rebanho, diz o Salmista (Sl 99,3). São Paulo disse aos efésios que “Cristo Deus nos escolheu, antes da criação do mundo, para sermos santos e íntegros diante Dele, no amor” (Ef 1,4).
E mais ainda: “Nos predestinamos à adoração como filhos, por obra de Jesus Cristo, para o louvor de sua graça gloriosa, em que nos agraciou no seu amado” (v.6).
Não foi sem razão que Santo Irineu de Lião disse, no segundo século, que “o homem é a glória de Deus”.
Fomos criados para a Sua glória (“Laudem gloriae”). Por isso fomos criados à imagem e semelhança de Deus; à imagem de Jesus Cristo. Mas infelizmente, o pecado original desfigurou em nós essa bela imagem humana e divina.
E o Cristo veio a Terra para que ela possa ser restaurada em cada um de nós.
Para isso Jesus “armou a Sua tenda entre nós”, e vive entre nós. Ele continua a caminhar conosco pela Igreja, pelos Sacramentos, e está em toda parte nos Sacrários para continuar essa obra de refazer a Sua imagem em cada um de Seus irmãos feridos pelo pecado.
Só Deus nos conhece profundamente e, por isso, só Ele pode ser o nosso restaurador. O salmista fala com toda clareza:
Senhor, Tu me examinas e me conheces, sabe quando me sento e me levanto.
Penetras de longe os meus pensamentos, distingues meu caminho e meu descanso, sabe todas as minhas trilhas…
Por trás e pela frente me envolves e pões sobre mim a Tua mão.
Para onde irei longe do Teu espírito? Para onde fugirei de Tua presença?…
Foste Tu que criaste minhas entranhas e me tecestes no seio de minha mãe. Eu te louvo porque me fizeste maravilhoso; são admiráveis as Tuas obras; e Tu me conheces por inteiro…
Ainda embrião, os Teus olhos me viram, e tudo estava escrito em Teu livro… (Sl 13).
Porque nos conhece completamente, só Deus pode restaurar em nós a Sua imagem em nós danificada pelos pecados. E Ele faz isso porque nos ama. Nós não somos capazes, não temos poder e sabedoria, para operar a nossa santificação; só Deus.
Então, o que nos resta fazer? Entregar-se dócil nas Suas mãos; e silencioso deixar que o Artista possa esculpir nossa pedra bruta a Sua imagem novamente.
Só o homem recebeu de Deus o maravilhoso e assustador privilégio de atingir o seu fim pela livre escolha da sua vontade. Os animais e plantas não tem essa liberdade.
Se o homem, livremente, se abandonar nas mãos do Seu Criador e se conformar com Sua disposição divina, alcançará o fim para o qual foi criado: participar da vida bem aventurada de Deus (Cat. nº1).
Deus nos conduz para o nosso destino Nele. Não é uma glória para nós saber que Deus se ocupa de nós, débeis criaturas?
Devo, então, reconhecer o Seu soberano domínio sobre mim, e entregar-me a Ele sem reservas. Ele é o meu fim.
Devo viver em relação a meu Deus numa dependência absoluta e universal. É previsto que eu o siga em cada instante de minha vida, que me abandona à sua direção, que o deixa despir de mim como bem desejar.
Deus já traçou o caminho para cada um de nós chegar ao Céu, mas só Ele pode nos conduzir por esse caminho. Cada pormenor de nossa vida Ele já conhecia desde toda a eternidade.
Basta-me deixar que Ele me conduza por esse caminho suave. São eternos os desígnios de Deus sobre mim.
Às vezes a gente se ilude querendo traçar o próprio caminho da santidade, às margens do desígnio de Deus. Ficamos sonhando com uma perfeição ou cruzes que não são para nós. É no decorrer do tempo, no dia a dia de nossa vida, lentamente, que Deus vai nos revelando o destino que Ele concebeu para nós.
Todos os acontecimentos, doenças, fracassos e vitórias, são guiados pela divina Providência amorosamente.
A mim cabe, amar o meu Deus, aceitar seu trabalho em mim, e adorá-lo no abandono da fé.
Não me cabe lamentar e nem lamuriar, amaldiçoar ou blasfemar, mas apenas obedecer humildemente e alegremente. Que alegria saber que Deus cuida de mim.
Não me compete perguntar a Ele as razões da Sua conduta para comigo. A criança não pergunta ao pai para onde ele a está levando.
Deus não me deve explicação alguma! Por que eu nasci nesta data, neste lugar, neste país, desses pais, com esta cor e com este físico. Ele sabe que a minha beleza está na alma invisível e imortal; o corpo é apenas uma casca que um dia vai deixá-la. Não posso me agarrar a esta casca, senão perecerei rapidamente com ela.
Deus tem eternos desígnios sobre mim. Devo aceitá-los e santificar-me nessas circunstâncias.
Prof. Felipe Aquino



sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Deus é Amor e por Amor nos Salva


A Biblia Sagrada em 1Jo 4,8 nos afirma que Deus é amor. Deus é puro amor, amor infindável, inabalável, incontestável. Deus é amor e fomos criados no amor e por amor. Somos criaturas, porém filhos, filhos por adoção no amor de Cristo a toda humanidade.
Fomos criados à sua imagem e semelhança. Imagem porque reflexo da vontade do Criador. Semelhança porque fomos criados para a perfeição, como disse Jesus: "sede perfeitos como o Pai é perfeito".
Toda criança ao nascer - apesar da mancha do pecado original - é pura na essência. Mas a criança cresce, e ao longo do tempo se contamina com as coisas más do mundo, a concupiscência (fruto do pecado original) é exarcebada e assim, vamos nos tornando pecadores... Quebramos o espelho e deixamos de refletir a imagem de Deus em nós; rejeitamos a graça do Senhor e nos afastamos dele...Então pelo pecado perdemos a graça original.
Entretanto isso não significa a perdição, pois fomos criados para Deus. Dele viemos e a Ele haveremos de retornar. A Palavra diz que é desejo do Senhor que todos sejamos salvos, portanto somos todos predestinados à salvação. Todos! Ninguém é condenado pela vontade de Deus; se alguém é condenado é porque o próprio assim o quis.
A nossa salvação começou na Criação, porque fomos criados no amor de Deus e portanto para a Salvação. Começou na Criação e culminou na Cruz. Na cruz Jesus pagou por nossos pecados, carregou sobre si nossas dores e injustiças: o castigo que pesava sobre nós foi por ele assumido (conforme Isaias 53) e por amor a redenção nos foi ofertada.
O Pai criou-nos para sermos perfeitos. O filho morreu e ressuscitou para restaurar em nós a perfeição perdida. Assumamos isso e estaremos no caminho certo. Deus seja louvado!



sexta-feira, 11 de novembro de 2016

O Bom Pastor e as famílias


O Papa Francisco ofereceu à Igreja a Exortação Apostólica Pós-Sinodal “Amoris Lætitia” (A alegria do amor), sobre o amor na família, como fruto de duas Assembleias do Sínodo dos Bispos. Diz o Papa: “Apesar dos numerosos sinais de crise no matrimônio, o desejo de família permanece vivo nas jovens gerações. Como resposta a este anseio, o anúncio cristão que diz respeito à família é deveras uma boa notícia”. Interpretações mundanas viram no documento papal uma possível decepção, enquanto todos nós, filhos da Igreja, descobrimos a projeção de um renovado sopro a favor da família. Quando muitos especulavam, quem sabe sonhando colocar na boca da Igreja soluções radicais para os problemas da família, independente dos extremismos correntes, o Santo Padre oferece um verdadeiro hino ao amor na família, a ser entoado pelo coro dos cristãos espalhados pelo mundo inteiro.
Papa Francisco aconselha uma leitura calma da Exortação Apostólica, superando a tendência de uma compreensão apressada e superficial. Ele mesmo acena aos casais a beleza do capítulo a respeito do amor no matrimônio ou o texto sobre a fecundidade do amor. Os capítulos sobre as perspectivas pastorais e o reforço da Educação dos filhos certamente atrairão os agentes de Pastoral Familiar. Acompanhar, discernir e integrar a fragilidade será a provocação positiva para todos os que buscam um caminho para evangelizar a boa nova da família diante das situações difíceis e desafiadoras de nosso tempo. E toda a Igreja celebrará as conclusões sobre a espiritualidade conjugal e familiar, com a qual se conclui a Exortação Apostólica. Não há dúvidas de que o Espírito Santo conduza a Igreja, o que se confirma mais uma vez, mostrando, diante de um mundo em crise e repleto de confusões em todos os níveis, que começa agora uma nova e esperançosa etapa de valorização da família, como foi pensada por Deus.
Nas celebrações matrimoniais judaicas e cristãs, canta-se o salmo da família (Sl 127), com o qual o Papa iniciou a Exortação Apostólica e queremos ecoar com alegria: “Feliz quem teme o Senhor e segue seus caminhos. Viverás do trabalho de tuas mãos, viverás feliz e satisfeito. Tua esposa será como uma vinha fecunda no interior de tua casa; teus filhos, como brotos de oliveira ao redor de tua mesa. Assim será abençoado o homem que teme o Senhor. De Sião o Senhor te abençoe! Possas ver Jerusalém feliz todos os dias de tua vida. E vejas os filhos de teus filhos. Paz sobre Israel!” É festa para a Igreja quando pode oferecer as boas notícias. E elas estão dentro de nossas casas!
Vivemos neste final de semana a Festa do Bom Pastor, na qual resplandecem as atitudes daquele que quer para todos a vida em abundância. Cabe bem ver as parábolas, chamadas no seu conjunto de Parábola do Bom Pastor (Cf. Jo 10, 1-30) dirigidas às famílias, acolhendo justamente o Evangelho da Família, dirigido a toda a sociedade, que clama, tantas vezes sem consciência clara, por tal novidade.
Com Jesus, que é a porta das ovelhas, queremos adentrar na casa e no coração de todas as famílias. “Cruzemos o limiar desta casa serena, com sua família sentada ao redor da mesa em dia de festa. No centro, encontramos o casal formado pelo pai e pela mãe com toda a sua história de amor” (Amoris lætitia 9). Nasça em nós um respeito profundo pela intimidade do lar, com seus segredos, conselhos, liberdade, afeto! Quem ninguém entre na família como o mercenário ou o salteador, mas seja ela reconhecida como espaço sagrado! É hora de ser radicais, impedindo que entrem em nossas casas os mercenários e ladrões, que roubam nada menos do que a nossa dignidade, para espalhar, na praça pública do mundo, a história e os valores, ainda em desenvolvimento, mas presentes em nossas famílias.
A vida em abundância entra pela porta da casa quando a família acolhe Jesus. Ele é a porta e é aquele que vai à frente das ovelhas, sejam elas o pai, a mãe ou os filhos. O alimento verdadeiro, que sustenta as pessoas da família, tem um nome, que é o próprio Jesus, que é porta, sustento, pastor, aquele que conduz à boa pastagem (Cf. Jo 10, 9). Muito antes de nossas famílias existirem, o Senhor se entregou por elas e confirmou a bênção primordial da família. A força de suas palavras o revela: “Nunca lestes que o Criador, desde o princípio, os fez homem e mulher? Por isso deixará o homem o pai e a mãe e se unirá à sua mulher, e eles serão uma só carne” (Gn 2, 24; Mt 19, 4; Cf. Amoris lætitia 9).
O bom pastor conhece as ovelhas! Aqui ele se torna referência, mais uma vez, para a família. O lar é o lugar do conhecimento profundo. Quantos pais e mães até se assustam (bendito susto!) quando seus filhos se soltam quando estão em casa, parecendo até agressivos, como gente que trata bem só quem é de fora. É que em casa os defeitos e as qualidades são tocados com um amor que tudo cobre, tudo suporta e tudo perdoa! Em casa damos uns para os outros a vida, e não firulas ou enfeites, feitos muitas vezes de superficialidade. Benditas sejam as discussões, as lágrimas, e também os abraços, beijos, sorrisos e afetos de quem se sente em casa! E o pastor que é Jesus nos conhece, também porque garantiu estar presente entre aqueles que se reúnem em seu nome (Cf. Mt 18, 20), não só quando rezam, mas em todas as ocasiões.
A família tem também sua dimensão missionária. Certamente muitos de nós temos a experiência de viver em famílias que agregam parentes e conhecidos, atraindo gente que apenas se sente bem naquela casa, reunindo amigos e conhecidos. As casas se tornam grandes, a ajuda a outras pessoas se multiplica, há um gosto especial em estar juntos! Desejamos que nossas famílias olhem para as outras, atraiam, para contribuírem de seu modo a fim de que venha a existir um só rebanho e um só pastor.
O Papa Francisco põe em nossa boca uma belíssima oração, dirigida à Sagrada Família, que oferecemos agora a todas as famílias: “Jesus, Maria e José, em vós contemplamos o esplendor do verdadeiro amor. Confiantes, a vós nos consagramos, Sagrada Família de Nazaré. Tornai também as nossas famílias lugares de comunhão e cenáculos de oração. Autênticas escolhas do Evangelho e pequenas igrejas domésticas. Sagrada Família de Nazaré, que nunca mais haja nas famílias episódios de violência, de fechamento e divisão; e quem tiver sido ferido ou escandalizado seja rapidamente consolado e curado. Sagrada Família de Nazaré, fazei que todos nos tornemos conscientes do caráter sagrado e inviolável da família, da sua beleza no projeto de Deus. Jesus, Maria e José, ouvi-nos e acolhei a nossa súplica. Amém!
Dom Alberto Taveira Corrêa



sábado, 5 de novembro de 2016

A importância da oração


    "Toda Palavra de Deus é provada, é um escudo para quem se fia nela. Não acrescenta nada às suas palavras, e sejas achado mentiroso” (Provérbios 30,5-6).
    Muitos cristãos concordam com a necessidade de orar cada dia mais fervorosamente para que lhes seja concedida a graça da unidade. Nada mais sensato, por a oração é o primeiro caminho que se oferece a todos nós. Porém, não deixará a mesma de suscitar iniciativas e provocar atos, sob pena de ser considerada um refúgio contra uma realidade demasiadamente dolorosa e, consequentemente, uma recusa a dar um passo muito custoso.
    A oração, em todos os casos, suscitará a caridade de Cristo, e tenho experimentado isso, profundamente, no transcurso dos últimos anos. Homens que nos eram distantes, tem-se tornado nossos irmãos na fé. Quanto a nós, se as barreiras levantadas não tivessem sido transportadas pela amizade que Cristo, por meio do Espírito Santo, coloca nos corações, estaríamos ainda estacionados na fase das conversas, invariavelmente fadados a esbarrar contra este ou aquele fator racional, estaríamos ainda estagnados nas discussões sem saída.
    Por certo, outros terão pensamentos diferentes, é sua exposição sobre a contemplação, a comunidade de bens e a maneira de exercer a autoridade de viver em comum na obediência e na unidade.
    Queridos irmãos, vamos em frente e não desistamos. Deus é o nosso refúgio.
    Wellington Jardim (Eto) - Cofundador da Comunidade Canção Nova e administrador da FJPII






sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Qual a importância do Anjo da Guarda?


O Catecismo da Igreja diz que “a existência dos seres espirituais, não-corporais, que Sagrada Escritura chama habitualmente de anjos, é uma verdade de fé”. O testemunho da Escritura a respeito é tão claro quanto a unanimidade da Tradição (n.328). Nenhum católico pode, então, negar a existência dos anjos. Eles são criaturas pessoais e imortais, puramente espirituais, dotados de inteligência e de vontade e superam em perfeição todas as criaturas visíveis (cf. Cat. n.330). São Gregório Magno disse que quase todas as páginas da Revelação escrita falam dos anjos.
A Igreja ensina que desde o início até a morte, a vida humana é cercada por sua proteção (Sl 90,10-13) e por sua intercessão. “O anjo do Senhor acampa ao redor dos que o temem e os salva” (Sl 33,8).
São Basílio Magno (†369), doutor da Igreja, disse: “Cada fiel é ladeado por um anjo como protetor e pastor para conduzi-lo à vida.” (Ad. Eunomium 3,1). Isto é, temos um Anjo da Guarda pessoal. Jesus disse: “Não desprezeis nenhum desses pequeninos, porque eu vos digo que os seus anjos nos céus veem continuamente a face de meu Pai que está nos céus” (Mt 18,10).
A liturgia de 2 de outubro celebra os Anjos da Guarda desde o século XVI, festa universalizada por Paulo V, depois que em 1508 Leão X aprovou o novo Ofício composto pelo franciscano João Colombi. Ora, se a Igreja celebra a festa dos Anjos da Guarda é porque de fato eles existem e cuidam de nós, nos protegem, iluminam, governam nossa vida, ajudam-nos como ajudou a Tobias. Mas para isso é preciso crer neles, respeitá-los, não afugentá-los pelo pecado. Um dia um rapaz me disse: “eu não vejo pornografia na internet porque tenho vergonha de meu Anjo da Guarda!”. A melhor homenagem a nosso Anjo é viver uma vida sem pecados, buscando, com sua ajuda, fazer a vontade de Deus.
A Tradição da Igreja acredita que nosso Anjo da Guarda tem a tarefa de oferecer a Deus as nossas orações, apoiar-nos e proteger-nos dos ataques do diabo, que tenta nos fazer pecar e perder a vida eterna. Então, nada mais importante que ter uma vida de intimidade com nosso Anjo da Guarda, invoca-lo constantemente e colocar-se debaixo de sua proteção. Desde criança aprendi com minha mãe esta oração: “Santo Anjo da minha guarda a quem eu fui confiado por celestial piedade; iluminai-me, guardai-me, regei-me, governai-me. Amém.” Nunca deixei de rezar essa oração.
Então, o melhor a fazer é não fazer nada sem pedir a luz, a proteção, o governo do bom Anjo que o Senhor colocou como guarda e custódio de nossa vida, do batismo até a morte.
É por isso que muitos papas, como o Papa João XXIII, revelaram a sua profunda devoção pelo Anjo da Guarda, sugerindo, como também disse Bento XVI, de expressar a sua própria gratidão pelo serviço que ele presta a cada um de nós e de invocá-lo todos os dias, com o “Angelus Dei”.
O Santo Padre Pio teve um relacionamento profundo com o Anjo da Guarda. São inúmeras as passagens de sua vida com o seu Anjo e com os dos outros. Certa vez ele disse a uma pessoa: Nós rezaremos pela sua mãe, para que o seu anjo da guarda lhe faça companhia. Invoque o seu Anjo da guarda, pois ele te iluminará e te guiará no caminho de Deus.
Prof. Felipe Aquino





sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Quer aprender a rezar com Teresa D’Ávila?


Conheça algumas dicas de oração que esta grande santa e doutora da Igreja nos deixou:

Primeiro, é necessário criar um clima de oração.
É preciso fazer silêncio e nos perguntar: O que devemos fazer para experimentar a alegria da vida em comunhão com o Senhor?

Tem que ficar bem claro para nós o que ficou marcado na espiritualidade Teresiana:
Crer que Deus é uma pessoa que nos ama e nos procura. Deixar-se amar por Ele.
Tomar uma decisão corajosa, dedicando todos os dias um “tempo” à oração e ser fiéis a este tempo, custe o que custar.
Não se preocupar em pensar, refletir, mas em amar, sabendo que o Senhor gosta da nossa presença silenciosa.
Dialogar muito com Deus, como fazemos com o maior de nossos amigos.


sábado, 15 de outubro de 2016

Por que João XXIII convocou o Concílio Vaticano II?


Sem dúvida, o Concílio Vaticano II foi o grande feito de João XXIII; como disse João Paulo II, foi a “Primavera da Igreja”. Vale a pena ler o que João XXIII mesmo disse sobre a convocação do Concílio; que foi uma surpresa imensa para toda a Igreja.
É preciso entender que nos 21 séculos, a Igreja só realizou 21 Concílios universais, onde o Papa convoca todos os bispos do mundo. É uma apoteose. No Vaticano II eram 2600. Hoje seriam mais de 4000, sem contar os Eméritos.
Na década de 60 o mundo já estava cada vez mais comprometido com o progresso material, abandonando as realidades eternas. Então, a decisão de convocar o Concílio Vaticano II, anunciado em 25/1/1959 (conversão de São Paulo), foi para enfrentar isso.
Nesta data João XXIII, estava na Basílica de São Paulo Fora dos Muros, onde foi martirizado o apóstolo São Paulo. Junto com ele estavam diversos cardeais. Ali ele anunciou sua inspiração. Não nomeou nenhuma comissão para estudar previamente o assunto, não consultou nenhum especialista e não fez perguntas a ninguém. Naquele mesmo local anunciou aos cardeais o seu firme propósito de convocar o Concílio Vaticano II. Mais tarde João XXIII referiu-se várias vezes a este fato:
A ideia do Concílio não amadureceu como fruto de prolongada consideração, mas como o florir espontâneo de uma inesperada primavera” (Alocução 9/8/59).
Consideramos inspiração do Altíssimo a ideia de convocar um Concílio Ecumênico, que desde o início de nosso pontificado se apresentou à nossa mente como o florir de uma inesperada primavera”. (Alocução, 5/6/60).
A ideia mal surgiu em nossa mente e logo a comunicamos com fraternal confiança aos senhores cardeais, lá na Basílica Ostiense de São Paulo Fora dos Muros, junto ao sepulcro do Apóstolo dos Gentios, na festa comemorativa de sua conversão, a 25 de janeiro de 1959”. (Alocução 20/2/62)
Ao anunciar o Concílio, João XXIII disse aos cardeais:
Se o bispo de Roma estende o seu olhar sobre o mundo inteiro, de cujo governo espiritual foi feito responsável pela divina missão que lhe foi confiada, que espetáculo triste não contempla diante do abuso e do comprometimento da liberdade humana que, não conhecendo os céus abertos e recusando-se à fé em Cristo Filho de Deus, redentor do mundo e fundador da Santa Igreja, volta-se todo em busca dos pretensos bens da terra, sob a tentação e a atração das vantagens da ordem material que o progresso da técnica moderna engrandece e exalta. Todo este progresso, enquanto distrai o homem da procura dos bens superiores, debilita as energias do espírito, com grave prejuízo daquilo que constitui a força de resistência da Igreja e de seus filhos aos erros, erros que, no curso da história do Cristianismo, sempre levaram à decadência espiritual e moral e à ruína das nações. Esta verificação desperta no coração do humilde sacerdote que a divina providência conduziu a esta altura do Sumo Pontificado uma resolução decidida para a evocação de algumas formas antigas de afirmações doutrinárias e de sábias ordenações da disciplina eclesiástica que, na história da Igreja, em épocas de renovação, deram frutos de extraordinária eficácia para a clareza do pensamento e para o avivamento da chama do fervor cristão”.
No Natal de 1961, João XXIII voltou a expor as causas da convocação do Concílio Ecumênico:
A Igreja assiste hoje a grave crise da sociedade. Enquanto para a humanidade surge uma nova era, obrigações de uma gravidade e amplitude imensas pesam sobre a Igreja, como nas épocas mais trágicas de sua história. A sociedade moderna se caracteriza por um grande progresso material a que não corresponde igual progresso no campo moral. Daí enfraquecer-se o anseio pelos valores do espírito e crescer o impulso para a procura quase exclusiva dos gozos terrenos, que o avanço da técnica põe, com tanta facilidade, ao alcance de todos.
Diante do espetáculo de um mundo que se revela em tão grave estado de indigência espiritual, acolhendo como vinda do alto uma voz íntima de nosso espírito, julgamos estar maduro o tempo para oferecermos à Igreja Católica e ao mundo o dom de um novo Concílio Ecumênico. Ao mundo perplexo, confuso e ansioso sob a contínua ameaça de novos e assustadores conflitos, o próximo Concílio é chamado a suscitar pensamentos e propósitos de paz, de uma paz que pode e deve vir sobretudo das realidades espirituais e sobrenaturais da inteligência e da consciência humana” (Bula Humanae Salutis).
Prof. Felipe Aquino



sexta-feira, 7 de outubro de 2016

"Oração, principal instrumento de trabalho e salvação de vida"


A importância da oração como ‘ferramenta de trabalho’ e salvação de vida: este foi o cerne das palavras do Papa Francisco em sua reflexão antes de rezar a oração mariana do Angelus, no domingo, 24 de julho.Milhares de fiéis, principalmente jovens, participaram do encontro, e muitas bandeiras brasileiras enfeitaram a Praça São Pedro. A comitiva de São João da Boa Vista (SP), bastante numerosa, foi saudada pelo Papa no momento final.
Senhor, ensina-me a rezar” foi a frase que o Pontífice destacou do Evangelho do dia (Lc 11, 1-13), recordando que a palavra ‘Pai’ é o segredo ‘fundamental’ da oração.
É a chave que Ele nos dá para que possamos entrar também na relação de diálogo íntimo com o Pai”, afirmou, reiterando que “insistir com Deus não serve para convencê-lo, mas para fortalecer a nossa fé, nossa capacidade de lutar com Deus pelas coisas realmente importantes”. E dentre elas, o Papa apontou o Espírito Santo.
Citando a oração do ‘Pai Nosso’, Francisco lembrou que Lucas menciona três súplicas: o pão, com o qual Jesus nos mostra o que é necessário e não o supérfluo; o perdão, que recebemos antes de tudo de Deus e que nos torna capazes de realizar gestos de reconciliação; e enfim, o terceiro pedido: ‘não nos deixeis cair em tentação’, um conceito que expressa a nossa condição de estarmos sempre à mercê do mal e da corrupção.
Não se pode viver sem pão, não se pode viver sem perdão e não se pode viver sem a ajuda de Deus para não cairmos em tentação”, assegurou o Pontífice, concluindo: “Sabemos bem o que são as tentações!”. 
RCC/Br

sábado, 24 de setembro de 2016

VOCAÇÃO DE PAI


Pai e filho têm mútua dependência para sua razão de ser, a começar pelo Criador. A relação entre Ele e seu Filho, Jesus Cristo, é de vital importância para que a paternidade e a filiação humana encontrem respaldo na sua razão de ser. Ao contrário, temos apenas a prole e a paternidade no aspecto físico. A relação de Deus nas suas pessoas de Pai e Filho é de um amor inacreditável e absoluto. A paternidade e a filiação no que se refere a nós humanos,  vinculada à ligação com Deus, torna-se fecundante e de vocação realizadora para a família. Ao contrário, torna-se sem  finalização na consecução de seu objetivo existencial, que repousa em Deus.
Nessa perspectiva, a vocação da paternidade humana é realizadora quando preparada e assumida como verdadeira missão de amor. Não pode ser substituída apenas por um vínculo de geração física ou mesmo de relação adotiva por pura sensibilidade emocional, pragmática ou interesseira. Ser pai significa gerar um ser para uma vida realizadora, com relação amorosa, amiga, compreensiva, terna e promocional na vida humana transmitida e cuidada. Ser filho vem a ser a recepção da vida com gratidão, retribuição do amor, exercício do diálogo, da compreensão e da aceitação de um projeto existencial, com vontade de caminhar no mútuo apoio da ação paterna.
O ser pai depende do ser da mãe para o exercício da paternidade, com a responsabilidade de ação de dois corações que se interagem para amar a criatura gerada por ambos. O amor mútuo e geracional do pai e da mãe fazem com que os filhos aprendam que o amor em profundidade é plural e complementar na conjugação do homem e da mulher. Assim  a filiação tem um amor plenificado pela masculinidade e feminilidade. A filiação adotiva encontra também esse eco ideal de amor no aprendizado de pai e mãe.
Jesus, o Filho de Deus, sempre mostrou sua íntima relação de amor com o Pai, de modo especial com seus momentos de preces especiais com Ele em lugares apartados do povo. Ele quis mostrar também, de modo humano, sua ligação com a mãe e o pai adotivo, que sempre agiram em consonância com a vontade do Pai Deus. Desde antes do casamento com José, Maria se manifestou ao anjo com o desejo de cumprir o que Deus queria dela. Aceitou o casamento, para dar, à criança que teria, o aconchego do lar ideal para o filho.
Mesmo na pluralidade atual de formação de famílias, não fica diminuída a família preparada com o ideal da vocação ao matrimônio, de acordo com o original do Criador. Aliás, esta é a família autêntica. Dentro dessa perspectiva, teremos uma sociedade de mais filhos saudáveis física, psíquica, social e espiritualmente. Assim formaremos melhor a família humana com os critérios já naturais de plena realização e, o que se dirá do enfoque sobrenatural do equilíbrio afetivo e realizador do Ideal que não se fixa apenas em interesses físicos e de objetivos menores e passageiros! A família humana, sem o transcendente de sua vocação, se animaliza e não é capaz de enxergar o sentido da mesma com sua plena realização!

Dom José Alberto Moura
Arcebispo de Montes Claros (MG)

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

A intercessão nos impulsiona para uma parceria sagrada com Jesus


Muitas vezes focamos o Ministério de Jesus, de ensino, cura e libertação durante a sua vida pública. No entanto, o ministério eterno de Jesus é a intercessão, conforme a Carta aos Hebreus nos diz: “Agora, porém, Cristo recebeu um ministério superior. Ele o mediador de uma aliança bem melhor, baseada em promessas melhores” (Hb. 8,6). Como Deus-homem, Jesus fica entre Deus e o homem, participando das naturezas de ambos e, por esse fato, sendo mais apto a atuar como mediador entre Deus e o homem.
Ele é o mediador no sentido absoluto da palavra, de uma forma que ninguém mais pode ser. “Porque há um só Deus e há um só mediador entre Deus e os homens: Jesus Cristo, homem que se entregou como resgate por todos...” (1Tm. 2,5-6). O objetivo principal de sua mediação é a salvação de cada pessoa humana no sentido de restaurar a amizade entre Deus e o homem.
A expiação pelos pecados realizou-se na Cruz. A paixão de Cristo, culminando em sua morte na Cruz, é o maior ato de intercessão oferecido por Jesus. Depois de ter morrido e ressuscitado dos mortos, o Ministério de Intercessão de Jesus continua à direita de Deus, para onde Ele ascendeu: “Quem os condenará? Cristo Jesus, que morreu, ou melhor, que ressuscitou, que está à mão direita de Deus, é quem intercede por nós!” (Rm. 8,34).
Jesus viveu em Nazaré por trinta anos, após o que Ele se empenhou em seu Ministério público por três anos. Agora Ele intercede à direita do Pai para que todos possam ser salvos. “É por isso que lhe é possível levar a termo a salvação daqueles que por ele vão a Deus, porque vive sempre para interceder em seu favor.” (cf. Hb 7,25).
A obra que permanece inacabada é a intercessão, porque milhões ainda estão para ser salvos. Na verdade, saber que Jesus continua seu Ministério de Intercessão à direita de Deus é bastante edificante e encorajador para nós. Isso implica que Jesus tem se empenhado no Ministério de Intercessão por mais de dois mil anos. Também fica claro que a intercessão é a mais alta prioridade na mente de Jesus. E continuará até que Ele volte em glória para julgar os vivos e os mortos. Isso não deixa dúvidas sobre a importância inestimável da intercessão para a salvação das almas.
A intercessão nos impulsiona para uma parceria sagrada com Jesus Cristo, o filho de Deus entronizado. A Escritura chama todos os cristãos de cooperadores de Deus (cf. 1Cor. 3,9; 2Cor. 6,1). “Vós, porém, sois uma raça escolhida, um sacerdócio régio, uma nação santa, um povo adquirido para Deus...” (1Pe. 2,9). Jesus quer que nós, os escolhidos, sejamos seus parceiros no Ministério de Intercessão.
Na intercessão, entramos no círculo onde partilhamos o mesmo fardo com Jesus e somos capazes de ouvir o clamor das pessoas que ainda estão para serem salvas. Jesus entregou sua vida em favor de cada pessoa que já viveu nesse mundo. E agora, como nosso Sumo Sacerdote ou Intercessor, Ele vive sempre para levar pessoas a aceitarem sua proposta de salvação conquistada por sua Paixão, Morte e Ressurreição.
Ó maravilhosa intercessão de nosso bendito Senhor Jesus, não só porque garantiu nossa aceitação e perdão pelo Pai, mas também porque nela nos tornamos parceiros e cooperadores atuantes. Agora, entendemos melhor o que é interceder e por que tal ação possui tanto poder. Deus Filho é o nosso intercessor entronizado e Deus Espírito Santo é o intercessor que mora em nós, unindo-nos a Deus Pai em nossa intercessão. Jesus nos chama para sermos seus cooperadores ou parceiros na intercessão, algo que devemos considerar uma grande honra.
Que nossa intercessão se torne nossa vida de comunhão com Deus. Descobriremos, assim, que não só se cumprirão as promessas do poder de Deus no nosso Ministério, mas, muito mais importante, ao permanecermos em Cristo e ele em nós, seremos participantes da própria alegria dele de abençoar e salvar vidas.
Deixemo-nos ser parceiros com Jesus, o intercessor por excelência!
Deus te abençoe!
Núcleo Nacional do Ministério de Intercessão