domingo, 20 de setembro de 2009

Os dois caminhos

“Feliz o homem que não procede conforme o conselho dos ímpios, não trilha o caminho dos pecadores, nem se assenta entre os escarnecedores.
Feliz aquele que se compraz no serviço do Senhor e medita sua lei dia e noite.
Ele é como a árvore plantada na margem das correntes: dá fruto na época própria, sua folhagem não murchará jamais. Tudo o que empreende prospera.
Os ímpios não são assim! Mas são como a palha que o vento leva.
Por isso não suportarão o juízo, nem permanecerão os pecadores na assembléia dos justos.
Porque o Senhor vela pelo caminho dos justos, ao passo que o dos ímpios leva à perdição.”(Salmo 1)
Eis nesse salmo a inevitável dicotomia bem e mal, pecado e virtude, justiça e iniquidade. Nossa vida se apresenta assim mesmo, ser ou não ser, ir ou não ir. Nossa vida é feita de escolhas e dependendo da opção feita, caminhamos firme ou tropeçamos. Assim sendo, é como se diante de nós se apresentassem duas estradas, dois caminhos a seguir. Ninguém, nem Deus nos obriga a ir por essa ou aquela, somos livres para escolher nosso caminho e a opção feita é inteiramente responsabilidade nossa. Somos livres até mesmo para errar; até para pecar, se bem que ao escolher o pecado nos tornamos escravos dele.
As estradas propostas são divergentes e levam a destinos longínquos entre si. Uma conduz a porta estreita, outra ao caminho largo da perdição. (cf. Mt 7,13-14). Ao longo da jornada estes caminhos se interligam; é possível passar de um a outro a qualquer tempo. Se escolhemos o caminho errado, percebemos o erro e resolvemos mudar, podemos tomar a trilha que leva ao outro caminho e desta vez na estrada certa continuar a caminhada. Por outro lado, ao estar no rumo certo, nos momento de indecisão, dúvida, ou abalos, não poucos enveredam por outros caminhos e acabam se dirigindo a perdição.
Portanto, enquanto caminhamos não temos certeza de nada. Assim, por nossos méritos nada podemos afirmar a respeito de salvação ou condenação. A certeza da salvação não existe enquanto não se chega ao fim do caminho, até porque a pretensa certeza da salvação por si só é um grande perigo, pois essa pretensão leva ao descuido e isso é causa de queda para muitos (Orar e vigiar...). Da mesma forma jamais podemos dizer que este ou aquele está irremediavelmente perdido, pois a conversão pode ocorrer no último instante e só Deus sonda e conhece os corações (Ainda hoje estarás comigo no paraíso...).
Sendo assim se quisermos prosseguir no rumo que leva à porta estreita, caminho difícil e muitas vezes pedregoso, cheio de dificuldades, não podemos fazê-lo sozinhos; esse caminhar só é possível de mãos dadas com Jesus, guiados pelo Espírito Santo rumo ao Pai. Sós, a estrada se nos apresenta tortuosa e com montanhas que nos parecem intransponíveis; com Jesus a estrada se apresenta reta e os montes são aplainados, toda dificuldade do caminho se extingue e o caminhar se faz com alegria, pois o Senhor vela pelo nosso caminho.

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