domingo, 13 de setembro de 2009

Ao Pé da Cruz





Ao pé da cruz de Jesus estavam João, Maria e outras mulheres piedosas. Onde estavam os demais? Onde estavam Pedro, Tomé e os outros apóstolos? Todos haviam abandonado Jesus. O abandonaram por medo, haviam fugido. Não que o rejeitassem, mas tiveram medo das conseqüências de segui-lo até o fim e fugiram. Eles não tinham idéia da dimensão do amor de Jesus por eles; se soubessem o quanto Jesus os amava não teriam fugido. Estariam com João e Maria aos pés da cruz, porque só permanece junto a cruz aquele que se sente amado.
Do alto da cruz Jesus nos deu Maria como mãe. Jesus naquele momento consagrava toda a humanidade – representada por João – a Maria. Por isso todos devemos venerar Maria como Nossa Senhora. Todo cristão consciente deveria ao menos amar e respeitar Maria. Se todo cristão, católico ou protestante, diz com razão, que o sangue de Jesus tem poder, temos que reconhecer que o sangue de Jesus é tão somente o sangue de Maria. Não podemos esquecer que Jesus não teve pai humano, foi concebido no ventre virginal de Maria pelo poder do Espírito Santo, sem interferência de homem algum. Humanamente falando a carne de Jesus é a carne de Maria, o coração de Jesus é o coração de Maria, o sangue de Jesus é o sangue de Maria! Contudo Maria não se aborrece, não se incomoda e nem se importa se às vezes nos esquecemos dela. O que verdadeiramente a entristece e ver-nos esquecer e afastarmo-nos de seu filho. Ao olharmos Maria – uma imagem dela, por exemplo – com os olhos da fé, devemos enxergar Jesus; se não for assim, não haverá sentido algum e então ela se entristecerá. Sabemos que Maria não faz milagres, não cura, não salva, não liberta. Não tem poder, pois todo poder vem de Jesus e o milagre só pode ser realizado por Deus. Mas Maria tem a força da intercessão; ela intercede por nós o tempo todo.
Ainda a respeito de Maria: “A delicada mãe de Cristo sabe ensinar melhor que ninguém, pelo exemplo da prática, como devemos conhecer, amar e louvar a Deus. Tal e tanta honra se encerra na denominação de Mãe de Deus que ninguém pode falar coisas maiores, ainda que tenham tantas línguas como há flores na terra, estrelas no céu e areia no mar.” Quem disse? Simplesmente, Lutero.
Lendo os versículos 28 a 30 de João 19, vemos Jesus com sede e seus algozes lhe dando vinagre a beber. Em Mt 27,34 e Mc 15,23, oferecem a Jesus uma mistura de vinho e mirra e ele não aceita. Aí, as circunstancias eram outras; Jesus ainda não estava na cruz e esta bebida era oferecida para que o condenado ficasse entorpecido e até facilitasse a fixação na cruz. Jesus se negou a beber, porque era necessário que ele estivesse sóbrio para sentir na própria carne todas as dores do mundo. Mais adiante em Mt 27 e Mc 15, assim como lemos em Jo 19, Jesus, agora agonizante na cruz, teve sede e lhe oferecem vinagre – o que certamente lhe aumentaria a sequiosidade por água – e ele não rejeitou. Porque? Porque ele estava disposto a sofrer o máximo possível para nossa redenção. Entenderam aí o sentido do sacrifício e a profundidade da entrega de Jesus por nós?
Na cruz Jesus teve sede e lhe deram vinagre. Agora ele nos diz que tem sede e o que temos para dar? O vinagre da ingratidão, da indiferença, da desobediência, o vinagre do pecado? Jesus pede água pura para que ele possa transforma-la em vinho; vinho novo para nossa purificação. Ele quer nosso coração renovado como um odre novo, para que ele possa enche-lo com o vinho novo. Jesus nos quer renovados no seu amor, pela ação do Espírito Santo. Andávamos nas trevas subjugados pelo pecado, mas Jesus nos resgatou da escuridão ao sentir nossas dores, carregar nossos fardos e derramar seu sangue na cruz. Coloquemo-nos sob a cruz e entreguemos a Jesus nosso coração.
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