segunda-feira, 11 de maio de 2009

O que Deus espera de nós

Quando amamos nos entregamos ao objeto de nosso amor, seja coisa ou pessoa. Entrega essa no sentido restrito de comprometimento, se bem que as vezes, a entrega é total no sentido pleno da palavra. Também quando amamos – pessoas naturalmente – esperamos que a recíproca seja verdadeira, ou seja, esperamos correspondência unívoca a esse amor. Amamos e ansiamos sermos amados; somos fiéis e exigimos fidelidade; comprometemo-nos (entregamo-nos) e esperamos compromisso. Em tudo esperamos, ansiamos, desejamos, exigimos uma contrapartida. Amamos e esperamos ser amados, fazemos o bem e esperamos o bem em nossa vida, somos caridosos e esperamos caridade, oramos a Deus e esperamos uma resposta ou uma atitude.

Nosso amor é condicional ou impõe condições. Nosso amor é egoísta, egocêntrico, egonimo. Nosso amor é carnal. Longe de tratar-se de antítese corpo/alma, vivamos no espírito e não segundo as paixões da carne: ‘' Digo pois: deixai-vos conduzir pelo Espírito, e não satisfareis os apetites da carne; pois são contrários uns aos outros... Se vivemos pelo Espírito, vivamos também de acordo com o Espírito” (Carta de S. Paulo aos gálatas cap. 5, versos 16 e 25). Diante do preposto por S. Paulo, viver de acordo com o Espírito Santo é a chave, a premissa na vida de todo cristão. Ser impregnado pelo Espírito Santo (todo batizado o é), aquele que se abre a ação do Espírito Santo deixando-O assomar em si (quem se deixa batizar no Espírito) vivendo plenamente sob a ação do Espírito por certo fará a vontade de Deus, pois sabemos que o Espírito Santo é Deus próximo a nós. Sta. Edith Stein já dissera: “Espírito Santo, mais próximo de mim que eu de eu mesma, mais intimo de mim que o âmago de minha alma” . O Espírito Santo é Deus em nós; Aquele que nos confere a graça santificante. Portanto se quisermos fazer a vontade de Deus, deixemo-nos guiar por Ele através do Espírito Santo.

Deus nos ama de modo absoluto, todos sabemos disso. Pede que amemos, espera algo de nós, embora não faça disso uma condição. Acima está exposto o nosso modo de amar: condicional. O que Deus nos pede? O que Ele espera de nossa parte? A Palavra nos diz: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o coração, de toda tua alma, de todo teu espírito e amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mt 22, 37.39). É a regra de ouro do cristianismo. Eis o que Deus espera de nós: ágape, caritas, hessed, filos, não importa a origem linguística da palavra, o que Deus espera é que nos O amemos acima de tudo e de todos e nos amemos como irmãos. Se amamos respeitamos; se respeitamos não ofendemos; se assim agimos não transgredimos; se não transgredimos não pecamos. Eis a razão do Apóstolo S. Paulo nos exortar: “Ao viver sob a ação do Espírito Santo não se está submisso a lei”. (cf. Gl 5). Não que estejamos acima da lei, mas que sob a ação do Espírito jamais descumpriremos as leis, sejam humanas e acima de tudo as Divinas. É o que Deus espera de nós.

Nenhum comentário:

Postar um comentário