quarta-feira, 9 de abril de 2014

Se não houver amanhã


A Palavra de Deus nos alerta para estarmos sempre vigilantes, pois não sabemos dia nem hora da vinda do Senhor. Seu retorno é iminente, pode vir a qualquer momento; pode ser hoje, amanhã, semana que vem, daqui a um mês, um ano, uma década. Não importa, Ele virá, ou iremos ao encontro dele inevitavelmente. “Quem é, pois, o servo prudente que o Senhor constituiu sobre os de sua família, para dar-lhes o alimento no momento oportuno? Bem aventurado aquele servo a quem seu Senhor, na sua volta, encontrar procedendo assim! Em verdade vos digo, ele o estabelecerá sobre todos os seus bens. Mas se é um mau servo que imagina consigo: ‘Meu senhor  tarda a vir’, e se põe a bater em seus companheiros e a comer e beber com os ébrios, o senhor desse servo virá no dia em que ele não espera e na hora em que ele não sabe e o despedirá e o mandará ao destino dos hipócritas; ali haverá choro e ranger de dentes”  (Mt 24,45-51).

O texto bíblico em referência tem quase dois mil anos, mas é atualíssimo. Quantos têm o procedimento do servo mau; são desobedientes, omissos, desonestos, violentos. Quanta gente quer aproveitar a vida – ela é curta, dizem – de maneira frenética. Vivem frivolamente, descompromissados com o próximo, levando a vida de forma egoísta e hedonista. Não importa que o outro passe fome, desde que ele esteja saciado. Buscam uma vida de prazeres, sem se preocupar com o bem estar dos demais. Se for bom para ele, ótimo, mesmo que prejudique os outros; “tô nem aí!” Assim muitos vivem de maneira dissoluta, sem pensar no amanhã, sem pensar nas consequências. “De que vale ganhar o mundo inteiro, se vier a perder a vida eterna?” (cf. Mt 16,26a).

Há gente que diz: “vou viver a vida do meu jeito enquanto sou jovem e posso aproveitá-la; vou fazer o que quero, vou me permitir tudo. Mais tarde, na velhice, procuro uma igreja, peço perdão a Deus e fica tudo bem.” Hipócrita, faz planos pensando iludir a Deus e na verdade se ilude. Não imagina a possibilidade de findar a vida antes de envelhecer. Aí morre em pecado (...o servo virá no dia em que ele não espera, na hora em que ele não sabe e o despedirá e o mandará ao destino dos hipócritas; ali haverá choro e ranger de dentes). Mesmo envelhecendo, se a busca por Deus tiver essa intenção; fez o que fez, tudo quanto podia, agora velho, limitado, convenientemente “se converte”. Ledo engano; Deus vê o coração e conhece nossas intenções. Não há perdão dos pecados sem arrependimento, sem a reta intenção de mudança. Isso não significa que pessoas que têm, ou tiveram, uma vida desregrada possam se arrepender sinceramente a qualquer tempo, não importando a idade.

Não sabemos o dia de amanhã, não sabemos sequer se haverá um amanhã. Ontem passou, já o vivemos; hoje é agora, estamos vivendo. O amanhã é futuro, é incógnita, e em Deus haveremos de vivê-lo. Portanto, como não conhecemos o amanhã – podemos no máximo conjecturar – vivamos de tal modo que se Cristo voltar agora, ou se Ele nos chamar, que nos encontre preparados, tal qual o servo fiel e honesto em quem Ele confiou. 

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