sábado, 31 de outubro de 2015

Louvado sejas, Meu Senhor


"Louvado sejas, meu Senhor, com todas as tuas criaturas. Só a ti é devido o louvor, ó Altíssimo Deus Criador. Altíssimo, onipotente, bom Senhor, são teus o louvor, a glória, a honra e toda a bênção. Só a ti, Altíssimo, são devidos, e homem algum é digno de pronunciar teu nome. Louvado sejas, meu Senhor, com todas as tuas criaturas, especialmente o senhor, irmão sol que clareia o dia e com sua luz nos alumia. E ele é belo e radiante com grande esplendor: de ti, Altíssimo, é a imagem. Louvado sejas, meu Senhor, pela irmã lua e as estrelas que no céu formaste claras e preciosas e belas. Louvado sejas, meu Senhor, pelo irmão vento, pelo ar nublado ou sereno e por todo o tempo, pelo qual, às tuas criaturas, dás alimento. Louvado sejas, meu Senhor, pelo irmão fogo, pelo qual iluminas a noite. Ele é belo e alegre é vigoroso e forte. Louvado sejas, meu Senhor, por nossa irmã, a mãe terra, que nos sustenta e governa e produz frutos diversos e coloridas flores e ervas. Louvado sejas, meu Senhor, pelos que perdoam por teu amor e suportam enfermidades e tribulações. Felizes os que sustentam as provações em paz: por ti, altíssimo, serão coroados. Louvado sejas, meu Senhor, por nossa irmã, a morte corporal, da qual homem algum pode escapar. Ai dos que morrerem separados de ti. Felizes os que a morte encontrar realizando a tua santíssima vontade! Criaturas todas, louvai e bendizei ao meu Senhor! Dai-lhe graças servindo a Deus com grande humildade!"
O Papa Francisco, no decorrer da Encíclica na qual quis falar à Igreja e ao mundo sobre o cuidado com a "casa comum", oferece a contribuição da Escritura e da Igreja para suscitar diálogo e empenho conjunto, no qual todas as forças atuantes na sociedade podem colaborar (Cf. "Laudato si", capítulo II). É bom, para a humanidade e para o mundo, que conheçamos melhor os compromissos ecológicos que brotam das nossas convicções. Chama de "Evangelho da criação" e afirma que a Igreja Católica está aberta ao diálogo com o pensamento contemporâneo, permitindo várias sínteses entre fé e razão e motivações altas para cuidar da natureza e dos irmãos e irmãs mais frágeis.
Na primeira narração da obra criadora, no livro do Gênesis, o plano de Deus inclui a criação da humanidade. Depois da criação do homem e da mulher, diz-se que "Deus, vendo a sua obra, considerou-a muito boa" (Gn 1, 31). Cada ser humano é criado por amor, feito à imagem e semelhança de Deus (Cf. Gn 1, 26). Como é maravilhosa, afirma extasiado o Papa, a certeza de que a vida de cada pessoa não se perde num caos, num mundo regido pelo puro acaso ou por ciclos que se repetem sem sentido! O Criador pode dizer: "Antes de te haver formado no ventre materno, eu já te conhecia" (Jr 1, 5).
Para a Encíclica, a existência humana se baseia sobre três relações fundamentais intimamente ligadas: com Deus, com o próximo e com a terra. Estas três relações vitais romperam-se não só exteriormente, mas também dentro de nós. É o pecado. A harmonia entre o Criador, a humanidade e toda a criação foi destruída por termos pretendido ocupar o lugar de Deus, recusando reconhecer-nos como criaturas limitadas. Este fato distorceu também a natureza do mandato de "dominar" a terra (Cf. Gn 1, 28) e de a "cultivar e guardar" (Cf. Gn 2, 15). É significativo que a harmonia vivida por São Francisco com todas as criaturas tenha sido interpretada como uma cura daquela ruptura.
Não somos Deus. A terra existe antes de nós e nos foi dada. Os textos bíblicos nos convidam a "cultivar e guardar" o jardim do mundo (Cf. Gn 2, 15). Enquanto "cultivar" quer dizer lavrar ou trabalhar um terreno, "guardar" significa proteger, cuidar, preservar, velar o que implica uma relação de reciprocidade responsável entre o ser humano e a natureza. Cada comunidade pode tomar da bondade da terra aquilo de que necessita para a sua sobrevivência, mas tem o dever de a proteger e garantir a continuidade da sua fertilidade para as gerações futuras. Em última análise, "ao Senhor pertence a terra" (Sl 24/23, 1), a ele pertence "a terra e tudo o que nela existe" (Dt 10, 14). Por isso, Deus proíbe toda a pretensão de posse absoluta: "Nenhuma terra será vendida definitivamente, porque a terra me pertence, e vós sois apenas estrangeiros e meus hóspedes" (Lv 25, 23). Isso implica que o ser humano respeite as leis da natureza e os delicados equilíbrios entre os seres deste mundo.
Jesus retoma a fé bíblica no Deus criador e destaca um dado fundamental: Deus é Pai (Cf. Mt 11, 25). Jesus convidava os discípulos a reconhecer a relação paterna que Deus tem com todas as criaturas e recordava lhes, com comovente ternura, como cada uma delas era importante aos olhos dele: "Não se vendem cinco pássaros por duas pequeninas moedas? Contudo, nenhum deles passa despercebido diante de Deus" (Lc 12, 6). "Olhai as aves do céu: não semeiam nem ceifam nem recolhem em celeiros; e o vosso Pai celeste as alimenta" (Mt 6, 26).
E o Novo Testamento não nos fala só de Jesus terreno e da sua relação tão concreta e amorosa com o mundo; mostra-o também como ressuscitado e glorioso, presente em toda a criação com o seu domínio universal. "Foi nele que aprouve a Deus fazer habitar toda a plenitude e, por Ele e para Ele, reconciliar todas as coisas, tanto as que estão na terra como as que estão no céu" (Cl 1, 19- 20). Isto nos lança para o fim dos tempos, quando o Filho entregar ao Pai todas as coisas "a fim de que Deus seja tudo em todos" (1 Cor 15, 28). Assim, as criaturas deste mundo já não nos aparecem como uma realidade meramente natural, porque o Ressuscitado as envolve misteriosamente e guia para um destino de plenitude.

D. Alberto Taveira

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Ministério de Música e Artes: Aos moldes de Maria perseverante


A paz de Jesus, meus irmãos!
Sob a luz da palavra pediremos o auxílio de nossa Mãe Maria para permanecermos unidos.
Voltaram eles então para Jerusalém do monte chamado das Oliveiras, que fica perto de Jerusalém, distante uma jornada de sábado. Tendo entrado no cenáculo, subiram ao quarto de cima, onde costumavam permanecer. Eram eles: Pedro e João, Tiago, André, Filipe, Tomé, Bartolomeu, Mateus, Tiago, filho de Alfeu, Simão, o Zelador, e Judas, irmão de Tiago. Todos eles perseveravam unanimemente na oração, juntamente com as mulheres, entre elas Maria, mãe de Jesus, e os irmãos dele. (At 1, 12-14)
Depois da ascensão de Jesus e antes de Pentecostes, Maria e os Apóstolos foram para o Cenáculo. Essa é a cena que mostra os primeiros passos para o nascimento da Igreja. Jesus já não estava mais com eles, e tinham agora a esperança do Paráclito que havia sido prometido. Por isso, foram para o Cenáculo. Lucas faz questão de citar 12 nomes, de cada um dos Apóstolos e o de Maria. Até existiam outras pessoas, mas Lucas quis citar os nomes dos doze.
Perseveravam
Eles estavam sob a ordem de Jesus: E comendo com eles, ordenou-lhes que não se afastassem de Jerusalém, mas que esperassem o cumprimento da promessa de seu Pai”(At 1, 4). A perseverança deles não era fruto de uma ideia própria, e sim obediência à ordem de seu Mestre. A volta deles do Monte das Oliveiras não foi em tom de despedida, e sim com o ânimo das palavras de Jesus. Por isso, estavam motivados e perseverarem. Não foi cada um pro seu canto, pra sua casa, não. Foram todos obedecer à ordem de Jesus. E precisavam ficar lá, naquela sala, como de costume. Não podiam se afastar de Jerusalém, mesmo sem saber o que estava por vir, simplesmente obedeceram e perseveraram.
Podemos levar pra alguns lados essa meditação, mas quero que pensemos no nosso Grupo de Oração. Nós fomos chamados a servir no Grupo de Oração, portanto, o lugar da nossa perseverança é o nosso grupo. Como Renovação Carismática Católica o nosso ministério só se realiza plenamente, em sua totalidade no nosso Grupo de Oração. Nossas raízes estão fincadas no grupo. É como a nossa casa, onde podemos ir pra qualquer lugar, mas temos pra onde voltar.
Lucas diz que o cenáculo era o lugar onde eles costumavam permanecer. Para nós também deve ser assim. A nossa casa é onde a gente permanece, é onde realmente somos enraizados. Lá no grupo é o nosso berço. É onde aprendemos dar os nossos passos. A perseverança no Grupo de Oração legitima nosso ministério. Não há sentido ser missionário com seu ministério e não ser perseverante no Grupo de Oração.
Infelizmente essa é uma das realidades do nosso Movimento. Muitos querem ser missionários, mas não são perseverantes e assíduos em seus Grupos de Oração. Alguns veem os grupos como um estágio: começam, mas já imaginando que podem ser missionários, e assim, deixam o grupo. Ser missionário não é o problema, o que não se pode acontecer é fazer do grupo um degrau, sair por aí cantando, pregando e nunca mais querer servir no grupo. Isso não tem sentido, não tem legitimidade.
Um dia perguntei pra um colega que tocava em um ministério da minha diocese, por que não estava mais tocando em seu grupo de oração. Ele respondeu que tinha desanimado, porque eles tinham parado de fazer shows, e ele não queria mais “só” tocar no grupo de oração.
Sinceramente, foi uma das respostas que mais me doeu neste tempo de caminhada. Era como se tocar no grupo fosse uma regressão. Hoje ele não toca mais em lugar nenhum, nem à missa vai.
Meu ministério também faz eventos fora, como evangelizashows, congressos, retiros etc. Tenho total convicção que a qualquer momento nossos compromissos podem diminuir ou até acabar, e o que seria de mim se eu colocasse nesses tipos de eventos toda a minha razão de ser RCC? Se me faltar convites para tocar em qualquer outro lugar, não sentirei nenhum pouco. Agora, quando falto em meu grupo de oração, aí sim, é uma semana vazia e estranha pra mim. Meu Grupo de Oração é minha raiz, é lá que sou amado e acolhido. A vida missionária é extremamente necessária (mais pra frente trataremos desse assunto), contanto que você tenha pra onde voltar e permanecer.
Os Apóstolos perseveravam em Jerusalém, onde Jesus havia sido morto e os Cristãos passaram a ser perseguidos. Mas eles estavam lá, em meio a essa batalha. Eles perseveravam mesmo na tribulação. Exatamente porque cumpriam o que Jesus havia lhes ordenado, porque estavam enraizados nas palavras do Senhor. Eles não desistiram e perseveraram até vinda do Paráclito.
Nós, porém, se não estivermos como os Apóstolos e Maria, desanimaremos rapidamente. Quem não tem raiz, qualquer vento que sopra é derrubado. Quando é decepcionado, quando é humilhado ou até perseguido, se torna suficiente para que desista. Porque não tem raiz.
A perseverança se prova exatamente na dor, o Apóstolo Paulo vai nos dizer, que a tribulação produz a paciência e a paciência prova a fidelidade e a fidelidade, comprovada, produz a esperança (Rm 5, 3-4). Jesus vai nos dizer: Sereis odiados por causa do meu nome, mas aquele que perseverar até o fim será salvo” (Mt 10, 22). Definitivamente o que se espera de quem foi chamado é a perseverança, mas a perseverança que vai até o fim.
Muitos estão atuando até há muitos anos, mas não são esses perseverantes, porque vivem como se não estivessem ali. Comprometem-se até onde convém e fogem da cruz. Não é essa perseverança que Jesus diz. Jesus está falando de Cruz, de perseguição, de lágrima, de serem odiados. Jesus está falando de martírio, de vazio, desprezo, deserto, renuncia.
Essa perseverança está totalmente ligada ao amor a Jesus. “Mas o que perder a sua vida POR AMOR de mim e do evangelho, salva-la-á” (Mc 8, 35).
Eu costumo dizer que por vezes lamentamos a desistência de muitos irmãos e ficamos preocupados em querer saber por que desistiram, porque pararam... E ficamos somente na lamentação. (Lógico que devemos ir atrás dos que se perderam, mas não é esse o caso). Eu digo, em vez de querer saber o porquê tantos foram embora, pergunte aos perseverantes, porque ficaram. A resposta será uma só: Perseveramos por que amamos ao nosso Senhor!
E Maria? Quem perseverou mais que essa mulher? Chego a me emocionar, só de pensar no quanto nossa Mãe do céu foi tão cheia de amor por seu Deus, que mesmo cheia do Espírito Santo, como nenhum dos Apóstolos, Ela estava lá, junto deles, perseverando unanimemente em oração. A vida de Maria foi uma constante perseverança e persistência. À Maria não foi revelado tudo nitidamente o que ela teria que passar. A Ela não foram dados antes de tudo, os itinerários dolorosos ricos em detalhes que devia seguir. Mas perseverou até o fim, passo a passo. Da alegria da anunciação e magnificat até a solidão e escondimento. Do júbilo dos anjos que cantavam “Glória a Deus nas alturas” até a humilhante e dolorosa morte de seu Filho.
Por isso que não é de se estranhar a delicadeza de Lucas ao comunicar que Maria, a mãe de Jesus, está com os Apóstolos, perseverando unanimemente em oração. Ah Maria... Cada dia nos surpreendendo mais...
Rezemos irmãos Artistas, pela nossa perseverança. Peçamos a Maria que nos ajude a perseverar no amor a Jesus. Que possamos reacender o amor ao nosso Grupo de Oração, que se apagara. O Grupo de Oração é o tesouro de Deus. Rezemos irmãos, rezemos pela perseverança não só sua, mas de todos esses irmãos que caminham com você. Que a Cruz seja pra nós a alegria de provar a nossa fidelidade.
Próximo mês nós continuaremos meditando esses versículos. Graças a Deus, ainda não se esgotou nossa meditação.
Abraços a todos! Um grande abraço desse pobre pecador.
Juninho Cassimiro - Coordenador Nacional do Ministério de Música e Artes-Renovação Carismática Católica do Brasil


sábado, 24 de outubro de 2015

O grande mês das missões

“Eis que estou convosco todos os dias até o fim do mundo”. (Mt 28,20)

É missão de todo batizado ser evangelizador. Ser cristão é ser imitador de Cristo, colaborador Dele na implantação do Reino de Deus no mundo.
O Papa João Paulo II disse um dia que “vai participar do Reino de Deus quem ajudar a construi-lo aqui na terra”. Não é cristão de verdade quem não fala de Cristo e da Igreja. O Batismo nos faz “membros do Corpo de Cristo”, a Igreja; assim, participantes de Sua Missão de salvar o mundo, levando-o para Deus, por meio da vivência dos ensinamentos de Jesus, e tendo uma vida íntima com Ele.
Jesus está vivo e ressuscitado no meio de nós e cada batizado deve ser sua “testemunha” como foram os primeiros Apóstolos. “Sereis minhas testemunhas em Jerusalém, na Samaria… até os confins do mundo”. “Ide!… Pregai o Evangelho a toda criatura”. Esta é a nossa missão. Tanto os intelectuais cristãos quanto os analfabetos podem ser missionários, cada um do seu jeito e no seu lugar. Um velhinha que reza com devoção está construindo o Reino de Deus, como o grande pregador que viaja o mundo.
Só Jesus Cristo pode salvar o homem e o mundo; só Ele pode dar sentido a este mundo. Ele é “a Luz que ilumina o mundo”; por isso Santo Agostinho dizia que “os cristãos são alma do mundo”; isto é, sem eles o mundo não tem vida; é morto.
Jesus disse que o cristão deve ser “o sal da terra e a luz do mundo”. O sal deve salgar para dar sabor e conservar o alimento. Todos os produtos industrializados que são vendidos nos supermercados carregam certa porção de Sódio (sal) para a sua conservação. Se o cristão não “salgar” este mundo, o ambiente em que vive, com o Sal de Cristo, sua Palavra, seu ensinamento, sua Verdade que liberta, o mundo Nós leigos, especialmente, que vivemos nos labirintos mais escondidos do mundo, temos a missão de levar a Luz e o Sal de Cristo nesses ambientes muitas vezes “azedos” e “escuros” onde ainda domina o “príncipe deste mundo”, como disse Jesus.
O batizado tem de ler “luz do mundo”; mesmo se esta luz muitas vezes ofusca as retinas daqueles que estão acostumados a viver nas trevas, e isto gere perseguições, calúnias, difamações… A marca do Cristo, e também do cristão é Cruz, mas ela é libertadora. Sem a Luz de Cristo este mundo é treva densa, mergulhado no pecado o orgulho, da vaidade, da vanglória, do exibicionismo, das paixões da carne cada vez mais desregradas, da prostituição, do homossexualismo, dos abortos, adultérios, dos vícios da bebida, do álcool, do fumo, da corrupção financeira, dos desvarios das ideologias “libertadoras”, do crime, do assalto, do roubo… Sem o Sal de Cristo o mundo fede nas trevas.
“Vós sois a luz do mundo; vós sois o sal da terra!” Que honra e que glória para cada um de nós batizados poder ser “cristóforo”, “portador de Cristo” e de sua luz para o mundo. Que honra ser testemunha de Cristo, ser arauto de Deus; ser, como disse S. Francisco de Assis, “ a trombeta do Imperador”.
Onde o autêntico cristão chega, ali deve se acender de imediato a luz de Cristo, a luz da justiça, da paz, do amor e da bondade; a luz que traz nos seus raios a cura e a salvação.
O Papa João Paulo II disse certa vez que “sem Jesus Cristo o homem permanece para si mesmo um desconhecido, um mistério inexplicável, um enigma insondável.” Sem Cristo o homem perde a sua identidade; não sabe mais quem ele é; não sabe o que faz neste mundo e não sabe o sentido de nada: da vida, da morte, da dor e da eternidade. Sem Cristo o homem é um “coitado”.
O Papa Bento XVI pediu que sejamos “Discípulos e Missionários de Jesus Cristo para o mundo.” Não somente discípulos, mas também missionários; por isso cada cristão deve estar envolvido em um trabalho missionário, engajado em um Movimento, em sintonia com a pastoral da diocese.
Seja um cristão de verdade, seja evangelizador. Ninguém está dispensado disso. Inclusive ajudando com recursos a quem evangeliza. O Papa Paulo VI disse um dia que “quem ajuda na evangelização tem os mesmos méritos do evangelizador”. São Paulo nos lembra: “Ai de mim se eu não evangelizar”! (1 Cor 9,16). O Apóstolo lembra que isso não é um “título de glória” para ele, mas uma missão, uma obrigação. Quando o profeta Jeremias foi enviado por Deus para pregar sua palavra, ficou com medo e disse: “Ah! Senhor JAVÉ, eu nem sei falar, pois que sou apenas uma criança. Replicou porém o Senhor: Não digas: Sou apenas uma criança: porquanto irás procurar todos aqueles aos quais te enviar, e a eles dirás o que eu te ordenar.Não deverás temê-los porque estarei contigo para livrar-te. E o Senhor, estendendo em seguida a sua mão, tocou-me na boca. E assim me falou: Eis que coloco minhas palavras nos teus lábios”. (Jer 1,1-10).
Essa palavra é para cada um de nós. E devemos nos lembrar que quando falamos de Jesus, Ele vai conosco. “Eis que estou convosco todos os dias até o fim do mundo” (Mt 28,20) . Sem medo!

Prof. Felipe Aquino

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

O Ecumenismo - Exigências para Unidade


                "A única Igreja de Cristo (...) é aquela que nosso Salvador depois de sua Ressurreição, entregou a Pedro para que fosse seu pastor e confiou a ele e aos demais Apóstolos para propagá-la e regê-la... Esta Igreja, constituída e organizada neste mundo como uma sociedade, subsiste na (‘subsistit in’) Igreja Católica governada pelo sucessor de Pedro e pelos Bispos em comunhão com ele’: O Decreto sobre o Ecumenismo, do Concílio Vaticano II, explicita: ‘Pois somente por meio da Igreja católica de Cristo, 'a qual é meio geral de salvação', pode ser atingida toda a plenitude dos meios de salvação. Cremos que o Senhor confiou todos os bens da Nova Aliança somente ao Colégio Apostólico, do qual Pedro é o chefe, a fim de constituir na terra um só Corpo de Cristo, ao qual é necessário que se incorporem plenamente todos os que, de que alguma forma, já pertencem ao Povo de Deus”.” 816
                    “Na realidade, ‘nesta una e única Igreja de Deus, já desde os primórdios, surgiram algumas cisões, que o Apóstolo censura com vigor como condenáveis. Dissensões mais amplas nasceram nos séculos posteriores. Comunidades não pequenas separaram-se da plena comunhão com a Igreja católica, por vezes não sem culpa de homens de ambas as partes’. As rupturas que ferem a unidade do Corpo de Cristo (distinguem-se a heresia, a apostasia e o cisma) não acontecem sem os pecados dos homens: Onde estão os pecados, aí está à multiplicidade (das crenças), aí o cisma, aí as heresias, aí as controvérsias. Onde, porém, está à virtude, aí está à unidade, aí a comunhão, em força disso, os crentes eram um só coração e uma só alma.” 817
                     “Os que hoje em dia nascem em comunidades que surgiram de tais rupturas ‘e estão imbuídos da fé em Cristo não podem ser argüidos de pecado de separação, e a Igreja católica os abraça com fraterna reverência e amor... Justificados pela fé recebida no Batismo; estão incorporados em Cristo, e por isso com razão são honrados com o nome de cristãos e merecidamente reconhecidos pelos filhos da Igreja católica como irmãos no Senhor’.” 818
                    “Além disso, ‘muitos elementos de santificação e de verdade existem fora dos limites visíveis da Igreja católica’: ‘A palavra escrita de Deus, a vida da graça, a fé, a esperança, a caridade, outros dons interiores do Espírito Santo e outros elementos visíveis’ O espírito de Cristo serve-se dessas igrejas e comunidades eclesiais como meios de salvação cuja força vem da plenitude de graça e de verdade que Cristo confiou à Igreja católica. Todos esses bens provêm de Cristo e levam a Ele e chamam, por eles mesmos, para a ‘unidade católica’.” 819
                      “A unidade, ‘Cristo a concedeu, desde o início, à sua Igreja, e nós cremos que ela subsiste sem possibilidade de ser perdida na Igreja católica e esperamos que cresça, dia após dia, até a consumação dos séculos’. Cristo dá sempre à sua Igreja o dom da unidade, mas a Igreja deve sempre orar e trabalhar para manter, reforçar e aperfeiçoar a unidade que Cristo quer para ela. Por isso Jesus mesmo orou na hora de sua Paixão, e não cessa de orar ao Pai pela unidade de seus discípulos: ‘... Que todos sejam um. Como tu, Pai, estás em mim e eu em ti, que eles estejam em nós, a fim de que o mundo creia que tu me enviaste’ (Jo 17,21). O desejo de reencontrar a unidade de todos os cristãos é um dom de Cristo e convite do Espírito Santo.” 820
                     “Para responder adequadamente a este apelo, exigem-se: uma renovação permanente da Igreja em uma fidelidade maior à sua vocação. Esta renovação é a mola do movimento rumo à unidade. a conversão do coração, ‘com vistas a viver mais puramente segundo o Evangelho’, pois e a infidelidade dos membros ao dom de Cristo que causa as divisões; a oração em comum, pois ‘a conversão do coração e a santidade de vida, juntamente com as preces particulares e públicas pela unidade dos cristãos, devem ser consideradas a alma de todo o movimento ecumênico e, com razão, podem ser chamadas de ecumenismo espiritual’; conhecimento fraterno recíproco, a formação ecumênica dos fiéis e especialmente dos presbíteros; diálogo entre os teólogos e os encontros entre os cristãos diferentes Igrejas e comunidades; a colaboração entre cristãos nos diversos campos do serviço aos homens.” 821
                     “A preocupação de realizar a união ‘diz respeito à Igreja inteira, fiéis e pastores’. Mas é preciso também ‘ter consciência de que este projeto sagrado, a reconciliação de todos os cristãos na unidade de uma só e única Igreja de Cristo, ultrapassa as forças e as capacidades humanas’. Por isso depositamos toda a nossa esperança ‘na oração de Cristo pela Igreja, no amor do Pai por nós e no poder do Espírito Santo’.” 822
                     “O Batismo constitui o fundamento da comunhão entre todos os cristãos, também com os que ainda não estão em comunhão plena com a Igreja católica: ‘Com efeito, aqueles que crêem em Cristo e foram validamente batizados acham-se em certa comunhão, embora não perfeita, com a Igreja católica. (...) Justificados pela fé no Batismo, são incorporados a Cristo e, por isso, com razão, são honrados com o nome de cristãos e merecidamente reconhecidos pelos filhos da Igreja católica como irmãos no Senhor’. ‘O Batismo, pois, constitui o vínculo sacramental da unidade que liga todos os que foram regenerados por ele’.” 1271

                     “A missão da Igreja exige o esforço rumo à unidade dos cristãos. Efetivamente, ‘as divisões entre cristãos impedem a Igreja de realizar a plenitude da catolicidade que lhe é própria naqueles filhos que, embora lhe pertençam pelo batismo, estão separados da plena comunhão com ela. Não só isso, mas também para a própria Igreja se torna tanto mais difícil exprimir, na realidade de sua plena catolicidade sob todos os aspectos’.” 855

sábado, 17 de outubro de 2015

A Fé Católica


Em sua primeira carta, São Pedro nos chama a atenção para “estarmos preparados a responder a todo aquele que nos pedir a razão da nossa esperança” (citação livre de I Pd 3,15). A nossa esperança é Jesus Cristo! O mesmo São Pedro, no discurso aos judeus, disse: “Em nenhum outro há salvação, porque debaixo do céu nenhum outro nome foi dado aos homens, pelo qual devamos ser salvos” (At 4,12).
A fé católica e toda a sua vivência estão centradas em Jesus: “Ele é o Senhor” (citação livre de Fl 2,11). Contudo, o próprio Jesus instituiu Sua Igreja e quis que ela fosse o Seu próprio Corpo Místico (cf. I Cor 12,27)- sacramento universal da salvação de todos os homens. O próprio Senhor resgatou a Sua Igreja com o Seu Sangue; confiou-lhe o sagrado depósito da fé e deu a ela o Seu Espírito para conduzi-la a toda a verdade (cf. Jo 16,13). O Espírito Santo é a alma e a garantia da infalibilidade da Igreja, no que concerne à doutrina católica. Nos dois mil anos de caminhada, o Espírito conduziu a Igreja do senhor e ensinou-lhe todas as coisas, recordando-lhe tudo o que Jesus ensinou (cf. Jo 14,26).
No Credo – símbolo dos apóstolos – encerra-se conteúdo dogmático básico da fé católica. Já no início do cristianismo, “perseveravam eles [os fiéis] na doutrina dos Apóstolos, nas reuniões em comum, na fração do pão (Eucaristia) e nas orações” (At 2,42). Essa doutrina dos apóstolos está encerrada no Credo, nossa profissão de fé.
Além dos dogmas iniciais, sob a luz do Espírito, a Igreja estruturou todo o arcabouço da fé, sob o comando de Pedro, a quem o próprio Senhor garantiu a infalibilidade, reconhecida de modo definitivo no Concílio Vaticano I (1870). Na pessoa do Papa, a Igreja entendeu que é vontade do Senhor ter o Seu vigário na terra como pedra fundamental da unidade da Sua Igreja. Por isso, a obediência e a submissão ao Papa são características essenciais do catolicismo. Sem o Papa não existe a Igreja. Os antigos padres afirmavam: “Onde está Pedro, está a Igreja; onde está a Igreja, está Cristo.”
Outra característica da fé católica é a devoção aos santos, principalmente à Virgem Maria, Mãe de Jesus e nossa Mãe. Jesus no-la deu aos pés da cruz, dizendo a João: “Eis aí tua mãe” (Jo 19,27b). Essa foi uma doação de Jesus à Sua Igreja e a cada um de nós. Maria é nossa Mãe! Nós, católicos, não a adoramos, pois ela não é uma deusa; nós a veneramos como Mãe muito querida e preocupada com o bem de cada um de seus filhos salvos por Jesus. Sem Maria, Virgem, Imaculada, Mãe de Deus, levada ao céu de corpo e alma, não há catolicismo.
Outro sinal de autenticidade da fé católica são os sete sacramentos, de modo especial a confissão (penitência) auricular e a Eucaristia (comunhão). Através da confissão, Jesus limpa e purifica a Sua Igreja com o Seu próprio Sangue redentor. Através da Eucaristia, nutre os Seus com a Sua própria Carne, Sangue, Alma e Divindade.
A fé católica está baseada na Bíblia, é lógico! Contudo, apoia-se também na tradição e nos magistério dirigido de modo infalível pela cátedra de Pedro. A tradição consiste em tudo o que a Igreja viveu e aprendeu sob a luz do Espírito Santo nesses dois mil anos de vida. O sagrado magistério é todo imprescindível ensinamento acumulado durante os séculos e oficializado pelo Papa. A tradição e o magistério da Igreja garantem a interpretação autêntica da revelação bíblica e constituem a fonte da riquíssima vida litúrgica da Igreja, através da qual prestamos ao Senhor toda a honra, glória e louvor.
A liturgia é também uma das fontes  características da fé católica. O calendário religioso é enriquecido pela vivência litúrgica de suas festas: Advento, Quaresma, Páscoa, Pentecostes, Santíssima Trindade, Corpus Christi, Tempo Comum, etc. É toda a vivência religiosa acumulada pela tradição e ensinada pelo magistério da Igreja.
Além disso, a fé católica é também preservada pela hierarquia sagrada. Sagrada sim, pois foi da vontade de Jesus que ela existisse. Ele quis fundar a Sua Igreja sobre a rocha de Pedro (Kefas) e dos apóstolos, que são os bispos. Por isso, não há Igreja sem o Papa e sem os bispos. Bem sabia o Senhor que, sendo também humana, Sua Igreja não sobreviveria sem a hierarquia. O desrespeito à hierarquia é um desrespeito àquele que a instituiu e uma ameaça à unidade da Igreja.
Esses são os principais sinais da fé católica, queridos por Jesus e preservados pela Sua Igreja. Quem não guarda essas características não pode se dizer católico.
Prof. Felipe Aquino


quarta-feira, 14 de outubro de 2015

A Palavra de Deus é viva e eficaz!

“Ler a Sagrada Escritura significa pedir o conselho de Cristo.” São Francisco de Assis

Por ser Palavra de Deus, a Bíblia nunca envelhece, nem caduca; ela fala-nos hoje como para além dos séculos. Cristo é o centro da Sagrada Escritura. O Antigo Testamento o anuncia em figuras e na esperança; o Novo Testamento o apresenta como modelo vivo.
Devemos compreender que a Bíblia é a Palavra de Deus escrita para os homens e pelos homens;logo, ela apresenta duas faces: a divina e a humana. Logo, para poder interpretá-la bem é necessário o reconhecimento da sua face humana, para depois, compreender a sua mensagem divina.
Nas Sagradas escrituras encontramos força e ensinamentos para diversas situações em nossas vidas.
Leia hoje, um CONSELHO de DEUS para você, QUE:
Está perdendo as esperanças: Rm 12, 12-16; Sl 125,6; Sl 55,5
O remorso o corrói:  Fl 3,13 -14
Está passando por humilhações: Eclo 2, 2-4; 1Pd 5,5-6
Sente-se abatido pelos inimigos: Mt 5,38-39.44; 6,14
Precisa dar o perdão a alguém: Mt 18,21-22
Sente-se desanimado: Fl 4,13, Mac 3,18
Sente Sente-se fraco e abatido: 2Cor 12,9-10; Mc 9,23
Passa por um momento de dúvidas: Jo 11,40; Sl 16,3; 36,3-7
Está aflito: Mt 11,28-30
Passa por grande sofrimento: Lc 9,23; Rm 8,18
Permite que a raiva invada seu coração: Tg 1,19-20; Rm 12,14; Ef 4,26
Deixa-se dominar pelo medo: Lc 8,50; Rm 8,31; Sl 26,1
Sente-se sufocado pelas preocupações  da vida: 1Pd 5,7; Mt 6,30-31
Luta contra a tentação: 1 Cor 10,13
Sente-se provado em sua fé: Tg 1, 12; 1Pd 4, 12; Eclo 2,5
Está triste: Fl 4,4; Eclo 30, 22-26
Tem um coração agradecido: 1Ts 5,16-18
enfraquecida sua fé: Rm 1, 17, Hb 12,6




quarta-feira, 7 de outubro de 2015

O pão e o vinho têm significados particulares?


O pão e o vinho têm, certamente, significados especiais. De fato:
O pão e o vinho são alimento, comida, sustento: isto nos faz compreender que, assim como a nossa vida física tem necessidades de ser constantemente alimentada, assim a nossa vida espiritual tem necessidade de ser nutrida com o alimento que Jesus no dá: o seu Corpo e o seu Sangue.
Além disso, o pão e o vinho são, como diz o sacerdote durante o Ofertório da Santa Missa, fruto da terra e do trabalho humano. Portanto é toda a criação que está presente, sintetizada no pão e no vinho, e que participa deste mistério da transubstanciação no Corpo e no Sangue de Cristo.
O pão, formando por muitos grãos de trigo, e o vinho, feito com muitos bagos de uva, encerram também um sentido de união: tornam-se pão os grãos moídos, tornam-se vinho os bagos esmagados graças à união, unificação. Tudo isto indica que também nós, que participamos do Banquete Eucarístico, por mias numerosos que sejamos, devemos nos tornar um só pão, um só vinho, quer dizer, devemos formar, unidos em Cristo, um só corpo, como nos diz São Paulo: <> (1 Cor 10, 17). A Doutrina dos Doze Apóstolos (“Didaqué”), um livro composto por volta do ano 100, traz em uma de suas orações esta afirmação: <> (IX, 4).

<> (Bento XVI, Homilia do Corpus Domini, 15-6-06).
E mais, o pão e vinho indicam a fadiga humana, o trabalho quotidiano de quem cultiva a terra, colhe as espigas e os cachos de uva e os transforma em pão e vinho. Estes alimentos simbolizam todos os vários trabalhos que os homens realizam para satisfazer suas exigências pessoais, familiares, sociais. Todo o trabalho humano é santificado deste modo.
Deus realiza o seu mistério de comunhão com os himens escondendo-se sob as espécies consagradas do pão e do vinho, que, sendo frutos da terra e do trabalho do homem, evidenciam a colaboração harmoniosa do homem com a Criação e, ao mesmo tempo, antecipam os Novos Céus e a Nova Terra que Deus, em Cristo realizará no fim do mundo. Desse modo a Criação demonstra que aspira, para além de si mesma, a algo maior…
Por que usam pão e vinho no Banquete Eucarístico?
Usam-se pão e vinho porque assim o fez Jesus na Última Ceia, na Quinta Feira Santa, e a Igreja não pode mudar esta decisão de Cristo. Respeita-a desde há dois mil anos e a respeitará até o fim do mundo.
Retirado do livro: “Eucaristia, Pão de vida eterna”, Ed. Cléofas e Ed. Cultor de Livros


sábado, 3 de outubro de 2015

A raiz de todo sofrimento


“Perdemos o Paraíso, mas recebemos o Céu, pelo que o ganho é maior que a perda”. São João Crisóstomo
A Revelação de Deus por meio da Bíblia e da Tradição da Igreja, nos ensina que por causa do pecado da desobediência ao Criador, nossos primeiros pais perderam a “graça santificante” que lhes dava uma comunhão íntima com Deus, e perderam também o estado de “justiça original” que garantia a harmonia do homem com Deus, com a mulher, consigo mesmo e com a natureza. Se se mantivesse fiel a Deus e ao modo de vida proposto por Deus (simbolizado pela proibição da fruta da árvore da ciência do bem e do mal, cf. Gn 2,16s) ele não perderia esses dons.
Mas, o homem não quis obedecer a Deus e, por autossuficiência recusou o seu modelo de vida. Pecaram por soberba e desobediência, disseram NÃO a Deus, e sim ao Tentador. Por isso, perdeu o controle de si mesmo e ficou sujeito às suas paixões desordenadas; e o mundo que, por dom de Deus, estava harmoniosamente sujeito ao homem, já não era mais; rompeu-se a serventia das criaturas irracionais ao homem; agora estas o maltratam e esmagam, negam-lhe os frutos da terra e, às vezes até as condições de sobrevivência.
A terra passou, então, a produzir espinhos e abrolhos e agora o homem terá de tirar dela, com o seu suor, o seu sustento. A mulher, por sua vez, dará a luz em dores de parto. O sofrimento entrou no mundo com  o pecado.
“Multiplicarei os sofrimentos de teu parto; darás à luz com dores, teus desejos te impelirão para o teu marido e tu estarás sob o seu domínio.”
“Porque ouviste a voz de tua mulher e comeste do fruto da árvore que eu te havia proibido comer, maldita seja a terra por tua causa. Tirarás dela com trabalhos penosos o teu sustento todos os dias de tua vida. Ela te produzirá espinhos e abrolhos, e tu comerás a erva da terra. Comerás o teu pão com o suor do teu rosto, até que voltes à terra de que foste tirado; porque és pó, e pó te hás de tornar…
O Senhor Deus expulsou-o do jardim do Éden, para que ele cultivasse a terra donde tinha sido tirado…” (Gn 3,17-23).
Nas origens da história humana há um Pecado que é responsável pela miséria física e moral que o homem sofre através dos séculos. Como ensina São Paulo:
“Por isso, como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim a morte passou a todo o gênero humano…” (Rm 5,12).
O Papa João Paulo II afirma sem hesitação que:
“Não se pode renunciar ao critério segundo o qual, na base dos sofrimentos humanos, existem implicações múltiplas com o pecado”.
“O mal, de fato, permanece ligado ao pecado e à morte. E, ainda que se deva ter muita cautela em considerar o sofrimento do homem como consequência de pecados concretos (como mostra precisamente o exemplo do justo Jó), ele não pode, contudo, ser separado do pecado das origens, daquilo que em São João é chamado “o pecado do mundo” (Jo 1,29)” (SD, nº 15).
Assim, conforme a Sagrada Escritura e a doutrina da fé, a origem do mal no mundo está no pecado, no plano moral. E isto fez surgir o mal físico (doenças, mortes, catástrofes, calamidades…).
Para explicar todo o sofrimento que há no mundo São Paulo disse que: “O salário do pecado é a morte” (Rm 6,23).
É pelo pecado, tanto o original quanto os pessoais, que o demônio escraviza a humanidade e a afasta de Deus, fazendo-a sofrer. É por isso que Jesus veio, se encarnou, para “tirar o pecado do mundo” (Jo 1,19). Não foi para outra coisa. Ele aceitou derramar todo o Seu Sangue e sofrer tudo o que sofreu para arrancar do mundo a raiz de todo mal: o pecado.
Prof. Felipe Aquino