quarta-feira, 21 de outubro de 2015

O Ecumenismo - Exigências para Unidade


                "A única Igreja de Cristo (...) é aquela que nosso Salvador depois de sua Ressurreição, entregou a Pedro para que fosse seu pastor e confiou a ele e aos demais Apóstolos para propagá-la e regê-la... Esta Igreja, constituída e organizada neste mundo como uma sociedade, subsiste na (‘subsistit in’) Igreja Católica governada pelo sucessor de Pedro e pelos Bispos em comunhão com ele’: O Decreto sobre o Ecumenismo, do Concílio Vaticano II, explicita: ‘Pois somente por meio da Igreja católica de Cristo, 'a qual é meio geral de salvação', pode ser atingida toda a plenitude dos meios de salvação. Cremos que o Senhor confiou todos os bens da Nova Aliança somente ao Colégio Apostólico, do qual Pedro é o chefe, a fim de constituir na terra um só Corpo de Cristo, ao qual é necessário que se incorporem plenamente todos os que, de que alguma forma, já pertencem ao Povo de Deus”.” 816
                    “Na realidade, ‘nesta una e única Igreja de Deus, já desde os primórdios, surgiram algumas cisões, que o Apóstolo censura com vigor como condenáveis. Dissensões mais amplas nasceram nos séculos posteriores. Comunidades não pequenas separaram-se da plena comunhão com a Igreja católica, por vezes não sem culpa de homens de ambas as partes’. As rupturas que ferem a unidade do Corpo de Cristo (distinguem-se a heresia, a apostasia e o cisma) não acontecem sem os pecados dos homens: Onde estão os pecados, aí está à multiplicidade (das crenças), aí o cisma, aí as heresias, aí as controvérsias. Onde, porém, está à virtude, aí está à unidade, aí a comunhão, em força disso, os crentes eram um só coração e uma só alma.” 817
                     “Os que hoje em dia nascem em comunidades que surgiram de tais rupturas ‘e estão imbuídos da fé em Cristo não podem ser argüidos de pecado de separação, e a Igreja católica os abraça com fraterna reverência e amor... Justificados pela fé recebida no Batismo; estão incorporados em Cristo, e por isso com razão são honrados com o nome de cristãos e merecidamente reconhecidos pelos filhos da Igreja católica como irmãos no Senhor’.” 818
                    “Além disso, ‘muitos elementos de santificação e de verdade existem fora dos limites visíveis da Igreja católica’: ‘A palavra escrita de Deus, a vida da graça, a fé, a esperança, a caridade, outros dons interiores do Espírito Santo e outros elementos visíveis’ O espírito de Cristo serve-se dessas igrejas e comunidades eclesiais como meios de salvação cuja força vem da plenitude de graça e de verdade que Cristo confiou à Igreja católica. Todos esses bens provêm de Cristo e levam a Ele e chamam, por eles mesmos, para a ‘unidade católica’.” 819
                      “A unidade, ‘Cristo a concedeu, desde o início, à sua Igreja, e nós cremos que ela subsiste sem possibilidade de ser perdida na Igreja católica e esperamos que cresça, dia após dia, até a consumação dos séculos’. Cristo dá sempre à sua Igreja o dom da unidade, mas a Igreja deve sempre orar e trabalhar para manter, reforçar e aperfeiçoar a unidade que Cristo quer para ela. Por isso Jesus mesmo orou na hora de sua Paixão, e não cessa de orar ao Pai pela unidade de seus discípulos: ‘... Que todos sejam um. Como tu, Pai, estás em mim e eu em ti, que eles estejam em nós, a fim de que o mundo creia que tu me enviaste’ (Jo 17,21). O desejo de reencontrar a unidade de todos os cristãos é um dom de Cristo e convite do Espírito Santo.” 820
                     “Para responder adequadamente a este apelo, exigem-se: uma renovação permanente da Igreja em uma fidelidade maior à sua vocação. Esta renovação é a mola do movimento rumo à unidade. a conversão do coração, ‘com vistas a viver mais puramente segundo o Evangelho’, pois e a infidelidade dos membros ao dom de Cristo que causa as divisões; a oração em comum, pois ‘a conversão do coração e a santidade de vida, juntamente com as preces particulares e públicas pela unidade dos cristãos, devem ser consideradas a alma de todo o movimento ecumênico e, com razão, podem ser chamadas de ecumenismo espiritual’; conhecimento fraterno recíproco, a formação ecumênica dos fiéis e especialmente dos presbíteros; diálogo entre os teólogos e os encontros entre os cristãos diferentes Igrejas e comunidades; a colaboração entre cristãos nos diversos campos do serviço aos homens.” 821
                     “A preocupação de realizar a união ‘diz respeito à Igreja inteira, fiéis e pastores’. Mas é preciso também ‘ter consciência de que este projeto sagrado, a reconciliação de todos os cristãos na unidade de uma só e única Igreja de Cristo, ultrapassa as forças e as capacidades humanas’. Por isso depositamos toda a nossa esperança ‘na oração de Cristo pela Igreja, no amor do Pai por nós e no poder do Espírito Santo’.” 822
                     “O Batismo constitui o fundamento da comunhão entre todos os cristãos, também com os que ainda não estão em comunhão plena com a Igreja católica: ‘Com efeito, aqueles que crêem em Cristo e foram validamente batizados acham-se em certa comunhão, embora não perfeita, com a Igreja católica. (...) Justificados pela fé no Batismo, são incorporados a Cristo e, por isso, com razão, são honrados com o nome de cristãos e merecidamente reconhecidos pelos filhos da Igreja católica como irmãos no Senhor’. ‘O Batismo, pois, constitui o vínculo sacramental da unidade que liga todos os que foram regenerados por ele’.” 1271

                     “A missão da Igreja exige o esforço rumo à unidade dos cristãos. Efetivamente, ‘as divisões entre cristãos impedem a Igreja de realizar a plenitude da catolicidade que lhe é própria naqueles filhos que, embora lhe pertençam pelo batismo, estão separados da plena comunhão com ela. Não só isso, mas também para a própria Igreja se torna tanto mais difícil exprimir, na realidade de sua plena catolicidade sob todos os aspectos’.” 855

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