sábado, 8 de fevereiro de 2014

A Igreja de Cristo


Sabemos que a igreja, fundamento da verdade evangélica, foi fundada por Jesus Cristo a partir da cruz. “Assim como Deus formou a mulher do lado do homem, também Cristo do seu lado nos deu a água e o sangue para que surgisse a Igreja. Assim como Deus abriu o lado de Adão enquanto ele dormia, também Cristo nos deu a água e o sangue durante o sono de sua morte” (S. João Crisóstomo). A igreja de Cristo já existia no coração de Deus desde sempre: a jornada do povo hebreu no deserto prefigura a Igreja na sua peregrinação terrena; a cruz, penhor de salvação, foi o germe de onde nasceu a Igreja e o derramamento do Espírito Santo em pentecostes determina a sua manifestação ao mundo.  

No tempo de Jesus na terra o exército romano havia conquistado todo o mundo conhecido, para glória de César e enriquecimento do império. Jesus veio ao mundo para conquistar os corações para o reino de Deus. E continua fazendo isto até hoje e quer servir-se de nós para dar continuidade a sua obra. Para isto Deus nos deixou a sua palavra, as sagradas escrituras. Deixou-nos também como legado de amor e salvação, sua igreja. Igreja Santa, Católica, Apostólica.

A Igreja peregrina é ao mesmo tempo santa (em si) e pecadora (nós). Santa, porque assistida pelo Espírito Santo, pecadora porque formada por nós, seres humanos passiveis de erro.  Porquanto a Igreja, na essência, nunca erra; quem erra somos nós, seus membros. A padecente se purifica e a Igreja triunfante é a Jerusalém celeste na glória eterna.

A Igreja de Cristo é como uma grande e frondosa árvore, cuja raiz é a Igreja primitiva, o tronco a Igreja Católica e os ramos principais, ligados ao tronco são as diversas Igrejas de tradição histórica. Nenhum ramo pode sobreviver fora da árvore, assim como a árvore não vive sem o tronco. Sabemos, há igrejas – ramos externos da árvore – que procuram separar-se da árvore e até mesmo, em vão, cortar o tronco principal. Fora da árvore os ramos secam; cortando-se o tronco a árvore cai e morre. Morrendo a árvore, o Cristianismo desaparece da face da Terra. Fica então no ar a questão: A quem isso pode interessar? Estarão estas igrejas realmente a serviço de Deus?  A Igreja desde os seus primórdios foi perseguida e ainda será até o fim dos tempos. Primeiro pelos fariseus quando era tão somente uma pequena seita de origem judaica, depois pelo império romano, pelas heresias, pelas filosofias agnósticas, pela reforma, pelo iluminismo, pelo comunismo, e hoje pelo racionalismo, relativismo, pelo ateísmo critico. 

 Apesar de todo ataque, toda perseguição, cruenta no inicio, incruenta hoje, ela subsiste resistente, inexpugnável; donde vem essa força? Jesus no Evangelho segundo S. Mateus revela: “Eu te declaro, tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha igreja; as portas do inferno não prevalecerão contra ela.” (Mt 16,18). Aí Jesus fundamenta sua igreja sobre a rocha (Ele mesmo) delegada à outra rocha (Pedro).  

Os grandes impérios e instituições meramente humanas ruíram, se esfacelaram, se dividiram; a Igreja, no entanto apesar de abalos resiste, una e plural ao mesmo tempo. A explicação é simples: nada, nada, nem mesmo as forças infernais prevalecem sobre a vontade divina. As empreitadas humanas são temporárias, a obra de Deus é eterna.                                                                             (Carlos Nunes)









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