domingo, 18 de março de 2012

Desobediência


Jr 34,17-20 – Semana passada falávamos aqui de escuta. Ouvir e obedecer a Deus. Colocar-se a disposição para ouvi-lo, obedece-lo, servi-lo. E a palavra hoje é como um complemento; só que no sentido inverso: a desobediência e suas conseqüências. Ver Jr 34,17-20.

            Nos tempos do AT era comum os pactos e acordos serem selados com a passagem dos contratantes entre as partes esquartejadas de animais sacrificados. Isto significava que aquele que descumprisse o acordo feito teria o mesmo fim que as vitimas do sacrifício.

            O v.17 diz (...). Quem faria passar por isso? Quem faria passar pela fome, pela peste, pela espada? Por certo não seria Deus. O inimigo é que age assim quando nos afastamos de Deus, quando desobedecemos e com isso nos distanciamos de Deus. Aí o inimigo se aproxima, pois estamos vulneráveis, longe da proteção divina. Sós, somos presas fáceis e satanás se aproveita dessa fragilidade para nos atacar. Ao longo da história bíblica o povo de Deus pecava, se penitenciava, era perdoado, voltava a pecar, se arrependia, era perdoado... e assim ia. Mas o pecado tinha conseqüências, provocava seqüelas.

            A desobediência de Adão e Eva, os primeiros homens – na realidade o primeiro grupo humano – nossos antepassados, quebrando o pacto com Deus, gerou todo pecado. Eles não resistiram a tentação, caíram e o pecado entrou no mundo e com o pecado a dor, o sofrimento, a morte. Ao pecarem perderam a plenitude da graça e ficaram reduzidos ao mínimo da condição humana.

            O ser humano possui corpo e alma. Um corpo animal, que está acima de todo animal; uma alma imortal, porém inferior aos anjos, pois estamos ligados à carne. Quando não se tem cuidado com o próprio corpo, peca-se contra si mesmo. Quando profanamos nosso corpo, morada do Espírito Santo, ofendemos gravemente a Deus, autor e dono de nossa vida.  Podemos até mesmo falar de duas dimensões do pecado. Vertical e horizontal. Vertical, quando afrontamos diretamente Deus e horizontal quando num mesmo nível, num mesmo patamar, ofendemos ao próximo e a nós mesmos, dessa forma ofendendo também a Deus.

             Deus nos gerou para a perfeição, nos criou a sua imagem e semelhança. Se não somos perfeitos, é porque fomos desfigurados pelo pecado e quebramos o espelho que refletia Deus em nós. Por causa da desobediência, a natureza humana perdeu a graça na própria origem, por isso o chamado pecado original.

            Felizmente temos um Deus misericordioso que se fez carne e deu-se a si mesmo em sacrifício expiatório. Jesus com sua morte de cruz, sua ressurreição, redimiu a humanidade de todos os pecados, de ontem, de hoje, de sempre. Jesus, o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. E Jesus nos deixou sua Igreja e a Igreja nos dá os sacramentos. O batismo que nos lava do pecado original, onde rejeitamos a herança negativa e renascemos para uma vida nova. E se depois disso, viermos a vacilar, cair em tentação e pecar, Deus em sua infinita misericórdia nos oferece a confissão, onde poderemos ser perdoados e nos reconciliar com Ele.  
Carlos Nunes

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