sexta-feira, 14 de agosto de 2020

Ct 2,1-4 – Igreja Noiva de Deus



J
esus gostava de ensinar por parábolas. Fazia parte de sua pedagogia, seu método de ensino. Parábolas são pequenas estórias com um fundo moral. Através das parábolas Jesus transmitia a sua verdade. Algumas parábolas de Jesus eram simples, de fácil entendimento, outras muito difíceis; e isso tinha um propósito. Para os que estavam próximos, seus discípulos, o próprio Jesus as explicava. Por isso dizia: “a vós será dado o entendimento das parábolas, aos outros porém, estes ouvirão e não entenderão”. Refere-se aos que estão longe dele, afastados e não querem aproximar-se.
            Em nossa reunião semanal o Senhor mostrou, em visão, uma vela apagada e virada para baixo. Discernimos que isso significava apagamento da fé e distanciamento de Deus, da igreja. Estamos arrefecendo nossa fé, esfriando nosso ardor. Urge retornar ao primeiro amor, às promessas do batismo. É preciso, repito, retornar ao primeiro amor; ajoelhar-se diante do Santíssimo; abraçar a cruz. Reavivar a chama, soprar as cinzas sobre a brasa; sim, há uma brasa viva sob as cinzas. Deus não nos chamou à toa! Por isso Ele nos deu essa Palavra do livro dos Cânticos como uma parábola para nós.
            O livro Cântico dos Cânticos é um belo poema de amor. Retrata o amor entre homem e mulher, mas podemos ver também como o amor de Deus por seu povo, de Cristo por sua Igreja. O noivo, o próprio deus; a noiva, a Igreja. Ao lermos o versículo 4 (...) Numa casa onde se bebe vinho em sinal de amor. Onde o vinho é oferecido e o pão repartido? Na Eucaristia, presença real de Jesus que se doa a cada um de nós por puro amor. Na igreja nos reunimos para louvar a Deus, para receber os sacramentos, para avivar a chama do amor, para receber e apresentar Jesus ao mundo. Entretanto, tantos católicos perdem a identidade cristã, esfriam a fé, esquecem as promessas do batismo. Quantos católicos estão bebendo dos dois cálices! E não refiro aqui à idolatria das falsas doutrinas – isso é outro assunto – refiro-me às coisas do mundo mesmo. Quantos deixam a Igreja, deixam de participar das atividades comunitárias para ficar em casa refestelados em suas poltronas vendo TV, assistindo novelas. Quantos trocam a missa por futebol, por churrasco. Por isso, “...acorda tu que dormes, levanta-te dentre os mortos e Cristo te iluminará” (cf. Ef 5,14). Volte para a casa de Deus, como diz S. Paulo: “A Igreja do Deus vivo, coluna e fundamento da verdade”. (cf. 1 Tm 3,15). Que Igreja é essa? Não é a Igreja Protestante, eles não estavam lá. É a igreja de Paulo, nossa Igreja! A Igreja Católica Apostólica Romana, presente na face da terra desde aqueles tempos.
            Desperta, levanta-te, afasta-te dos mortos pelo pecado, reacende a chama, coloca-te à luz de Cristo! Amém.   

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