sexta-feira, 8 de setembro de 2017

A amizade no ministério de música


Os vínculos devem existir dentro do ministério de música
Fazer parte de um ministério de música é estar junto com os outros, é encontrar nele o ombro parceiro na caminhada, é dividir para multiplicar, mas é também experimentar a tensão das muitas diferenças. Fazer parte de um grupo, equipe ou ministério de música é um exercício de comunidade.
Aristóteles fala de diferentes tipos de amizade. A primeira é a amizade por afinidade. Gostamos das mesmas coisas e sentimos prazer em fazer coisas em comum. É a alegria do ministério de música que vibra ao tocar na Missa, no grupo de oração ou pastoral. O ministério também experimenta a felicidade do convívio daquela pizza ou cinema. O convívio é muito prazeroso.


Às vezes, os vínculos formados são afetivamente tão fortes, que duram muito mais do que o serviço ministerial que deu origem à aproximação. Existe, porém, outro tipo de amizade segundo Aristóteles: amizade por objetivo. Somos diferentes, mas temos objetivos comuns e sabemos que os realizamos bem quando unimos nossas forças e talentos. Nesse tipo de amizade, quando cessa o objetivo, cessa o convívio.
Existe, no entanto, um tipo mais perfeito de amizade, uma que é desinteressada, não instrumentalizada, uma amizade que deseja o bem do outro, não por reconhecer afinidades comuns nem por necessitar dele em alguma atividade, mas queremos seu bem só por virtude mesmo, pela sua felicidade. Desapegadamente.
Fazer parte de um ministério de música é entender, como os apóstolos entenderam, que somos todos muito diferentes e a diferença não nos separa; ao contrário, ela nos aproxima, como peças de um quebra-cabeça – incompletas e imperfeitas enquanto sozinhas –, que, no encontro com outras peças, imperfeitas e incompletas, encontra sua razão de ser no todo: perfeito e revelado.
Augusto Cezar
Músico da banda DOM, compositor, escritor de 3 livros, professor e palestrante.

  



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