sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Qual a importância do Anjo da Guarda?


O Catecismo da Igreja diz que “a existência dos seres espirituais, não-corporais, que Sagrada Escritura chama habitualmente de anjos, é uma verdade de fé”. O testemunho da Escritura a respeito é tão claro quanto a unanimidade da Tradição (n.328). Nenhum católico pode, então, negar a existência dos anjos. Eles são criaturas pessoais e imortais, puramente espirituais, dotados de inteligência e de vontade e superam em perfeição todas as criaturas visíveis (cf. Cat. n.330). São Gregório Magno disse que quase todas as páginas da Revelação escrita falam dos anjos.
A Igreja ensina que desde o início até a morte, a vida humana é cercada por sua proteção (Sl 90,10-13) e por sua intercessão. “O anjo do Senhor acampa ao redor dos que o temem e os salva” (Sl 33,8).
São Basílio Magno (†369), doutor da Igreja, disse: “Cada fiel é ladeado por um anjo como protetor e pastor para conduzi-lo à vida.” (Ad. Eunomium 3,1). Isto é, temos um Anjo da Guarda pessoal. Jesus disse: “Não desprezeis nenhum desses pequeninos, porque eu vos digo que os seus anjos nos céus veem continuamente a face de meu Pai que está nos céus” (Mt 18,10).
A liturgia de 2 de outubro celebra os Anjos da Guarda desde o século XVI, festa universalizada por Paulo V, depois que em 1508 Leão X aprovou o novo Ofício composto pelo franciscano João Colombi. Ora, se a Igreja celebra a festa dos Anjos da Guarda é porque de fato eles existem e cuidam de nós, nos protegem, iluminam, governam nossa vida, ajudam-nos como ajudou a Tobias. Mas para isso é preciso crer neles, respeitá-los, não afugentá-los pelo pecado. Um dia um rapaz me disse: “eu não vejo pornografia na internet porque tenho vergonha de meu Anjo da Guarda!”. A melhor homenagem a nosso Anjo é viver uma vida sem pecados, buscando, com sua ajuda, fazer a vontade de Deus.
A Tradição da Igreja acredita que nosso Anjo da Guarda tem a tarefa de oferecer a Deus as nossas orações, apoiar-nos e proteger-nos dos ataques do diabo, que tenta nos fazer pecar e perder a vida eterna. Então, nada mais importante que ter uma vida de intimidade com nosso Anjo da Guarda, invoca-lo constantemente e colocar-se debaixo de sua proteção. Desde criança aprendi com minha mãe esta oração: “Santo Anjo da minha guarda a quem eu fui confiado por celestial piedade; iluminai-me, guardai-me, regei-me, governai-me. Amém.” Nunca deixei de rezar essa oração.
Então, o melhor a fazer é não fazer nada sem pedir a luz, a proteção, o governo do bom Anjo que o Senhor colocou como guarda e custódio de nossa vida, do batismo até a morte.
É por isso que muitos papas, como o Papa João XXIII, revelaram a sua profunda devoção pelo Anjo da Guarda, sugerindo, como também disse Bento XVI, de expressar a sua própria gratidão pelo serviço que ele presta a cada um de nós e de invocá-lo todos os dias, com o “Angelus Dei”.
O Santo Padre Pio teve um relacionamento profundo com o Anjo da Guarda. São inúmeras as passagens de sua vida com o seu Anjo e com os dos outros. Certa vez ele disse a uma pessoa: Nós rezaremos pela sua mãe, para que o seu anjo da guarda lhe faça companhia. Invoque o seu Anjo da guarda, pois ele te iluminará e te guiará no caminho de Deus.
Prof. Felipe Aquino





sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Quer aprender a rezar com Teresa D’Ávila?


Conheça algumas dicas de oração que esta grande santa e doutora da Igreja nos deixou:

Primeiro, é necessário criar um clima de oração.
É preciso fazer silêncio e nos perguntar: O que devemos fazer para experimentar a alegria da vida em comunhão com o Senhor?

Tem que ficar bem claro para nós o que ficou marcado na espiritualidade Teresiana:
Crer que Deus é uma pessoa que nos ama e nos procura. Deixar-se amar por Ele.
Tomar uma decisão corajosa, dedicando todos os dias um “tempo” à oração e ser fiéis a este tempo, custe o que custar.
Não se preocupar em pensar, refletir, mas em amar, sabendo que o Senhor gosta da nossa presença silenciosa.
Dialogar muito com Deus, como fazemos com o maior de nossos amigos.


sábado, 15 de outubro de 2016

Por que João XXIII convocou o Concílio Vaticano II?


Sem dúvida, o Concílio Vaticano II foi o grande feito de João XXIII; como disse João Paulo II, foi a “Primavera da Igreja”. Vale a pena ler o que João XXIII mesmo disse sobre a convocação do Concílio; que foi uma surpresa imensa para toda a Igreja.
É preciso entender que nos 21 séculos, a Igreja só realizou 21 Concílios universais, onde o Papa convoca todos os bispos do mundo. É uma apoteose. No Vaticano II eram 2600. Hoje seriam mais de 4000, sem contar os Eméritos.
Na década de 60 o mundo já estava cada vez mais comprometido com o progresso material, abandonando as realidades eternas. Então, a decisão de convocar o Concílio Vaticano II, anunciado em 25/1/1959 (conversão de São Paulo), foi para enfrentar isso.
Nesta data João XXIII, estava na Basílica de São Paulo Fora dos Muros, onde foi martirizado o apóstolo São Paulo. Junto com ele estavam diversos cardeais. Ali ele anunciou sua inspiração. Não nomeou nenhuma comissão para estudar previamente o assunto, não consultou nenhum especialista e não fez perguntas a ninguém. Naquele mesmo local anunciou aos cardeais o seu firme propósito de convocar o Concílio Vaticano II. Mais tarde João XXIII referiu-se várias vezes a este fato:
A ideia do Concílio não amadureceu como fruto de prolongada consideração, mas como o florir espontâneo de uma inesperada primavera” (Alocução 9/8/59).
Consideramos inspiração do Altíssimo a ideia de convocar um Concílio Ecumênico, que desde o início de nosso pontificado se apresentou à nossa mente como o florir de uma inesperada primavera”. (Alocução, 5/6/60).
A ideia mal surgiu em nossa mente e logo a comunicamos com fraternal confiança aos senhores cardeais, lá na Basílica Ostiense de São Paulo Fora dos Muros, junto ao sepulcro do Apóstolo dos Gentios, na festa comemorativa de sua conversão, a 25 de janeiro de 1959”. (Alocução 20/2/62)
Ao anunciar o Concílio, João XXIII disse aos cardeais:
Se o bispo de Roma estende o seu olhar sobre o mundo inteiro, de cujo governo espiritual foi feito responsável pela divina missão que lhe foi confiada, que espetáculo triste não contempla diante do abuso e do comprometimento da liberdade humana que, não conhecendo os céus abertos e recusando-se à fé em Cristo Filho de Deus, redentor do mundo e fundador da Santa Igreja, volta-se todo em busca dos pretensos bens da terra, sob a tentação e a atração das vantagens da ordem material que o progresso da técnica moderna engrandece e exalta. Todo este progresso, enquanto distrai o homem da procura dos bens superiores, debilita as energias do espírito, com grave prejuízo daquilo que constitui a força de resistência da Igreja e de seus filhos aos erros, erros que, no curso da história do Cristianismo, sempre levaram à decadência espiritual e moral e à ruína das nações. Esta verificação desperta no coração do humilde sacerdote que a divina providência conduziu a esta altura do Sumo Pontificado uma resolução decidida para a evocação de algumas formas antigas de afirmações doutrinárias e de sábias ordenações da disciplina eclesiástica que, na história da Igreja, em épocas de renovação, deram frutos de extraordinária eficácia para a clareza do pensamento e para o avivamento da chama do fervor cristão”.
No Natal de 1961, João XXIII voltou a expor as causas da convocação do Concílio Ecumênico:
A Igreja assiste hoje a grave crise da sociedade. Enquanto para a humanidade surge uma nova era, obrigações de uma gravidade e amplitude imensas pesam sobre a Igreja, como nas épocas mais trágicas de sua história. A sociedade moderna se caracteriza por um grande progresso material a que não corresponde igual progresso no campo moral. Daí enfraquecer-se o anseio pelos valores do espírito e crescer o impulso para a procura quase exclusiva dos gozos terrenos, que o avanço da técnica põe, com tanta facilidade, ao alcance de todos.
Diante do espetáculo de um mundo que se revela em tão grave estado de indigência espiritual, acolhendo como vinda do alto uma voz íntima de nosso espírito, julgamos estar maduro o tempo para oferecermos à Igreja Católica e ao mundo o dom de um novo Concílio Ecumênico. Ao mundo perplexo, confuso e ansioso sob a contínua ameaça de novos e assustadores conflitos, o próximo Concílio é chamado a suscitar pensamentos e propósitos de paz, de uma paz que pode e deve vir sobretudo das realidades espirituais e sobrenaturais da inteligência e da consciência humana” (Bula Humanae Salutis).
Prof. Felipe Aquino



sexta-feira, 7 de outubro de 2016

"Oração, principal instrumento de trabalho e salvação de vida"


A importância da oração como ‘ferramenta de trabalho’ e salvação de vida: este foi o cerne das palavras do Papa Francisco em sua reflexão antes de rezar a oração mariana do Angelus, no domingo, 24 de julho.Milhares de fiéis, principalmente jovens, participaram do encontro, e muitas bandeiras brasileiras enfeitaram a Praça São Pedro. A comitiva de São João da Boa Vista (SP), bastante numerosa, foi saudada pelo Papa no momento final.
Senhor, ensina-me a rezar” foi a frase que o Pontífice destacou do Evangelho do dia (Lc 11, 1-13), recordando que a palavra ‘Pai’ é o segredo ‘fundamental’ da oração.
É a chave que Ele nos dá para que possamos entrar também na relação de diálogo íntimo com o Pai”, afirmou, reiterando que “insistir com Deus não serve para convencê-lo, mas para fortalecer a nossa fé, nossa capacidade de lutar com Deus pelas coisas realmente importantes”. E dentre elas, o Papa apontou o Espírito Santo.
Citando a oração do ‘Pai Nosso’, Francisco lembrou que Lucas menciona três súplicas: o pão, com o qual Jesus nos mostra o que é necessário e não o supérfluo; o perdão, que recebemos antes de tudo de Deus e que nos torna capazes de realizar gestos de reconciliação; e enfim, o terceiro pedido: ‘não nos deixeis cair em tentação’, um conceito que expressa a nossa condição de estarmos sempre à mercê do mal e da corrupção.
Não se pode viver sem pão, não se pode viver sem perdão e não se pode viver sem a ajuda de Deus para não cairmos em tentação”, assegurou o Pontífice, concluindo: “Sabemos bem o que são as tentações!”. 
RCC/Br