quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Orientações da Igreja aos casais de segunda união


Na Exortação Apostólica do Papa João Paulo II, a “Familiaris Consortio” (Sobre a Família), o saudoso Papa polonês deixou orientações claras, da Igreja, sobre esses casais. São pessoas divorciadas que contraíram nova união fora da Igreja. O Pontífice pediu que eles “não se considerem separados da Igreja, podendo, e devendo, enquanto batizados, participar na sua vida. Sejam exortados a ouvir a Palavra de Deus, a frequentar o Sacrifício da Missa, a perseverar na oração, a incrementar as obras de caridade e as iniciativas da comunidade em favor da justiça, a educar os filhos na fé cristã, a cultivar o espírito e as obras de penitência para assim implorarem, dia a dia, a graça de Deus. Reze por eles a Igreja, encoraje-os, mostre-se mãe misericordiosa e sustente-os na fé e na esperança” (n.83). São palavras claras.

 Mas o Santo Padre deixa claro o seguinte: “A Igreja, contudo, reafirma a sua práxis, fundada na Sagrada Escritura, de não admitir à Comunhão Eucarística os divorciados que contraíram nova união. Há, além disso, um outro peculiar motivo pastoral: se se admitissem estas pessoas à Eucaristia, os fiéis seriam induzidos em erro e confusão acerca da doutrina da Igreja sobre a indissolubilidade do matrimônio”.

E explicou que só poderiam se confessar e comungar, “quando o homem e a mulher, por motivos sérios - por exemplo, a educação dos filhos - não se podem separar, «assumem a obrigação de viver em plena continência, isto é, de abster-se dos atos próprios dos cônjuges». João Paulo II proíbe os pastores, por qualquer motivo ou pretexto, mesmo pastoral, de fazer, em favor dos divorciados que contraem uma nova união, cerimônias de qualquer gênero, porque estas dariam a impressão de celebração de novas núpcias sacramentais válidas, e consequentemente induziriam em erro sobre a indissolubilidade do matrimonio contraído validamente. E termina afirmando que “mesmo aqueles que se afastaram do mandamento do Senhor e vivem agora nesse estado, poderão obter de Deus a graça da conversão e da salvação se perseverarem na oração, na penitência e na caridade”.

O Catecismo da Igreja Católica (CIC) repete esta mesma orientação nos parágrafos 1651 e seguintes. O Papa Bento XVI confirmou esse ensinamento. Esses casais podem e devem verificar se o primeiro casamento deles foi válido. Se for o caso podem entrar com a Petição no Tribunal da Igreja para
solicitar a Declaração de Nulidade de seus casamentos. Muitas são as razões que podem levar o Tribunal a declarar a nulidade de um casamento. Como recomendou o Papa João Paulo II esses casais não devem se afastar da Igreja, e devem pedir a Deus, sem cessar, a graça de resolverem essa situação. E que as comunidades os ajudem.

 Prof. Felipe Aquino (fonte: portal canção nova)

sábado, 22 de fevereiro de 2014

A superação do sentimento de inferioridade



Com alguma certeza, podemos afirmar que todo ser humano já experienciou algum sentimento de inferioridade, seja em sua infância ou na fase adulta. Esses sentimentos, geralmente, são oriundos de frustrações, incompreensões, rejeições, traumas, dificuldades de relacionamento; enfim, de origens vastas e complexas, presentes nos enredos de nossa história.

As primeiras pesquisas que, de fato, desenvolveram uma expressão mais científica acerca do que seja o sentimento (e o complexo) de inferioridade foram realizadas pelo psicólogo austríaco Alfred Adler. Em sua concepção, existem duas espécies de sentimentos de inferioridade: os primários e os secundários.

O sentimento de inferioridade primário é aquele que está enraizado em uma experiência de fraqueza, desamparo ou dependência vivenciada por uma criança, intensificada por comparações com outros irmãos, amigos, vizinhos, adultos etc. Trata-se do sentimento de inferioridade iniciado por feridas e experiências provenientes da infância, sendo que este é um estágio de profunda sensibilidade afetiva e emocional.

Já o sentimento de inferioridade secundário relaciona-se com as experiências vividas na fase adulta. Um adulto que, por exemplo, não conseguiu atingir objetivos estabelecidos em sua vida, ainda que fossem inconscientes, que não foi escolhido em uma promoção profissional ou não conseguiu um bom desempenho diante dos demais ou, ainda, que foi “trocado” por outra pessoa em um relacionamento, é o concreto estereótipo desse tipo de sentimento.

Sentir-se inferior e desajustado em algumas ocasiões é natural. Contudo, essa situação se torna um problema quando as feridas de inferioridade começam a interferir diretamente na vida e nas escolhas da pessoa em questão, gerando sistemas de compensação e algumas (inconscientes) neuroses.

Uma pessoa refém do complexo de inferioridade terá dificuldade na vivência de seus relacionamentos, não conseguindo, muitas vezes, neles se aprofundar em virtude de sentir-se incapaz e sem atrativos. Tal pessoa acabará se tornando o exemplo típico daqueles que desistem por medo de tentar, pois se verá incapaz de arriscar e vencer suas fraquezas, não encontrando, assim, forças para bem viver suas interações.

O pior é que muitas dessas pessoas são seres humanos fantásticos e repletos de dons, os quais, por sua vez, acabam perenemente soterrados debaixo do sentimento de inferioridade. Uma pessoa que se sente inferior terá a tendência de sempre procurar defeitos nos outros, já que isso se manifestará como um psicológico mecanismo encontrado por seu coração para justificar sua inferioridade, assim se sentindo melhor (“menos inferior”) diante dos demais.

Tal coração encontrará dificuldade de se sentir amado, pois, constantemente, se perceberá como indigno do amor de qualquer pessoa, além de acreditar que todos ao seu redor o estão desaprovando em tudo por causa de suas fraquezas e limites.                                                                                                     

Padre Adriano Zandoná (Comunidade Canção Nova)




quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Juízo Particular e Juízo Final




O Julgamento Individual




                        O Dogma Católico do Juízo Particular e Juízo Final consistem em crermos que, a alma e o corpo se separam após a morte terrena para o juízo individual. O corpo é sepultado e permanecerá dormindo até o juízo universal. Enquanto a alma que é imortal, é remetida para um julgamento até o juízo final.

                     No Dia do Julgamento Universal, o corpo acordará diante o chamado de Nosso Senhor e se unirá novamente a alma. E após o juízo final, cada pessoa irá de corpo e alma para o seu destino, segundo O Livro da Vida, que todos nós escrevemos do dia de nosso batismo até a morte. 

                        Cada homem, em sua alma imortal, recebe sua retribuição eterna a partir de sua morte, em um juízo particular feito por Cristo, juiz dos vivos e dos mortos.” 1051

                     Deste ponto em diante é que acontece a separação do corpo e da alma. O corpo é sepultado e dorme o sono da morte. Enquanto a alma é dirigida para o céu, para o inferno ou purgatório (para se purificar) conforme a fé e as obras de cada pessoa em particular.

                     “A morte põe fim à vida do homem como tempo aberto ao acolhimento ou à recusa da graça divina manifestada em Cristo. O Novo Testamento fala do juízo principalmente na perspectiva do encontro final com Cristo na segunda vinda deste, mas repetidas vezes afirma também a retribuição, imediatamente depois da morte, de cada um em função de suas obras e de sua fé. A parábola do pobre Lázaro e a palavra de Cristo na cruz ao bom ladrão assim como outros textos do Novo Testamento, falam de um destino último da alma pode ser diferente para uns e outros.” 1021

                     Neste destino último é que, encontramos a imortalidade da alma, porque Deus criou todas as coisas, mas nada foi criado para a destruição, e sim para a eternidade. Num sentido de que o fim do mundo não quer dizer que a terra será destruída, mas que, este planeta não existirá mais, da forma que o conhecemos, o mundo será transformado para eternidade. Tal qual a morte é apenas o fim da vida terrena e não da alma.

                     “Cada homem recebe em sua alma imortal a retribuição eterna a partir do momento da morte, num Juízo Particular que coloca sua vida em relação à vida de Cristo, seja por meio de uma purificação, seja para entrar de imediato na felicidade do céu, seja para condenar-se de imediato para sempre.” 1022

                     A morte terrestre, por sua vez, é uma passagem para a vida eterna, uma separação do corpo e da alma que, somente se reunirão de novo, num tempo/espaço indivisível que acontecerá no juízo universal.







O Julgamento Universal




                     “A santíssima Igreja romana crê e confessa firmemente que no dia do Juízo todos os homens comparecerão com seu próprio corpo diante do tribunal de Cristo para dar contas de seus próprios atos. (DS 859, 1549)” 1059

                     Com este mesmo corpo, templo do Espírito Santo, nos apresentaremos diante Nosso Senhor Jesus Cristo para o julgamento do Juiz Supremo que nos enviará por toda a eternidade com este corpo unido a alma imortal.

                     “A ressurreição de todos os mortos, ‘dos justos e dos injustos’ (At 24,15), antecederá o Juízo Final. Este será ‘à hora em que todos os que repousam nos sepulcros ouvirão sua voz e sairão: os que tiverem feito o bem, para uma ressurreição de vida; os que tiverem praticado o mal, para uma ressurreição de julgamento’ (Jo 5,28-29). Então Cristo ‘virá em sua glória, e todos os anjos com Ele. (...) E serão reunidas em sua presença todas as nações, e Ele há de separar os homens uns dos outros, como o pastor separa as ovelhas dos cabritos, e por as ovelhas à sua direita e os cabritos à sua esquerda. (...) E irão estes para o castigo eterno, e os justos irão para a Vida Eterna’ (Mt 25,31-33.46).” 1038

                     Quando se fala em ressurreição, trata-se do ressurgimento do corpo. O corpo que separado da alma dorme o sono da morte. Portanto, a ressurreição é para o corpo, porque a alma é criação imortal, espírito e não matéria.

                     “O Juízo Final acontecerá por ocasião da volta gloriosa de Cristo. Só o Pai conhece à hora e o dia desse Juízo, só Ele decide de seu advento. Por meio de seu Filho, Jesus Cristo, Ele pronunciará então sua palavra definitiva sobre toda a história. Conheceremos então o sentido último de toda a obra da criação e de toda a economia da salvação, e compreenderemos os caminhos admiráveis pelos quais sua providência terá conduzido tudo para seu fim último. O Juízo Final revelará que a justiça de Deus triunfa de todas as injustiças cometidas por suas criaturas e que seu amor é mais forte que a morte.” 1040

                     Por isto, quando Cristo disse no Evangelho: “Eu o ressuscitarei no último dia.” (Jo 6, 54) Nosso Senhor está se referindo exatamente ao corpo que será reunido a alma e ressurgido para o último dia, o juízo final.

                     “Ao vir no fim dos tempos para julgar os vivos e os mortos, Cristo glorioso revelará a disposição secreta dos corações e retribuirá a cada um conforme suas obras e segundo tiver acolhido ou rejeitado a sua graça.” 682

                     Assim como a fé sem as obras é morta (cf. Tg 2, 26), o corpo sem a alma é morto. O que acontecerá no juízo final é que, exatamente como é preciso fé e obras para a salvação, será preciso o corpo e a alma para a ressurreição. A alma também ressurge, assim como o corpo, mas, diferente do corpo que dorme a alma professa a vida eterna.



Os Juízos: separação e união do corpo e da alma



Quando Nosso Senhor voltar em sua glória e majestade, e chamar os vivos e os mortos, os grandes e os pequenos para o julgamento universal, ocorrerá que, este filho de Deus ressuscitará em corpo e alma, assim como Cristo Jesus ressuscitou em carne: (cf. Mt 28, 2-6. 9; Mc 16, 1-7; Lc 24, 36-43; Jo 20, 26-29).

                     “Pela morte, a alma é separada do corpo, mas na ressurreição Deus restituirá a vida incorruptível em nosso corpo transformado, unindo-o novamente á nossa alma. Assim como Cristo ressuscitou e vive para sempre, todos nós ressuscitaremos no último dia.” 1016    

                     “Que é ‘ressuscitar’? Na morte, que é separação da alma e do corpo, o corpo do homem cai na corrupção, ao passo que sua alma vai ao encontro de Deus, ficando à espera de ser novamente unida a seu corpo glorificado. Deus, em sua onipotência, restituirá definitivamente a vida incorruptível a nossos corpos, unindo-os às nossas almas, pela virtude da Ressurreição de Jesus.” 997

                     “De que maneira? Cristo ressuscitou com seu próprio corpo: ‘Vede as minhas mãos e os meus pés: sou eu! ’ (Lc 24,39). Mas ele não voltou a uma vida terrestre. Da mesma forma, nele ‘ressuscitarão com seu próprio corpo, que têm agora’; porém, este corpo será ‘transfigurado em corpo de g1ória’, em ‘corpo espiritual’ (1Cor 15, 44): Mas, dirá alguém, como ressuscitam os mortos? Com que corpo voltam? Insensato! O que semeias não readquire vida a não ser que morra. E o que semeias não é o corpo da futura planta que deve nascer, mas um simples grão de trigo ou de qualquer outra espécie (...). Semeado corruptível, o corpo ressuscita incorruptível (...) os mortos ressurgirão incorruptíveis. (...) Com efeito, é necessário que este ser corruptível revista a incorruptibilidade e que este ser mortal revista a imortalidade (1Cor 15,35-37.42.52-53).” 999

                     “Quando? Definitivamente ‘no último dia’ (Jo 6,39-40.44-54); ‘no fim do mundo’. Com efeito, a ressurreição dos mortos está intimamente associada à Parusia de Cristo: Quando o Senhor, ao sinal dado, à voz do arcanjo e ao som da trombeta divina, descer do céu, então os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro (1Ts 4,16).” 1001



A Palavra: Todo o Juízo




                     Nosso Senhor Jesus Cristo nos evidencia a separação do corpo e da alma:

                     “Não temais os que matam o corpo, mas não podem matar a alma. Temei antes aquele que destruir a alma e o corpo na Geena.” (Mateus 10, 28) 

                     Na presença dos apóstolos O Messias de Deus se transfigura e recebe Moisés, falecido há mil anos, prova de que a alma é imortal:

                     “Passados uns oitos dias, Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João, e subiu ao monte para orar. Enquanto orava, transformou-se o seu rosto e as suas vestes tornaram-se resplandecentes de brancura. E eis que falavam com ele dois personagens: eram Moisés e Elias, que apareceram envoltos em glória, e falavam da morte dele, que se havia de cumprir em Jerusalém. Entretanto, Pedro e seus companheiros tinham-se deixado vencer pelo sono; ao despertarem, viram a glória de Jesus e os dois personagens em sua companhia. Quando estes se apartaram de Jesus, Pedro disse: Mestre é bom estarmos aqui. Podemos levantar três tendas: uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias!... Ele não sabia o que dizia. Enquanto ainda assim falava, veio uma nuvem e encobriu-os com a sua sombra; e os discípulos, vendo-os desaparecer na nuvem, tiveram um grande pavor. Então da nuvem saiu uma voz: Este é o meu Filho muito amado; ouvi-o! E, enquanto ainda ressoava esta voz, achou-se Jesus sozinho. Os discípulos calaram-se e a ninguém disseram naqueles dias coisa alguma do que tinham visto.” (Lucas 9, 28-36)

                     A alma não poderia nunca estar dormindo, pelo simples fato de que, o pobre Lázaro e o rico passaram por seus juízos particulares logo após a morte e são destinados a lugares distintos na morte terrena:

                     “Havia um homem rico que se vestia de púrpura e linho fino, e dava banquetes todos os dias. E um pobre, chamado Lázaro, cheio de feridas, que estava caído à porta do rico. Ele queria matar a fome com as migalhas que caíam da mesa do rico... Até os cães iam lamber-lhe as feridas. Aconteceu que o pobre morreu o e os anjos o levaram para o seio de Abraão. Morreu também o rico e foi sepultado. No inferno em meio aos tormentos, o rico levantou os olhos e viu, de longe, Abraão com Lázaro ao seu lado. Então o rico gritou: ‘Pai Abraão, tem piedade de mim! Manda Lázaro molhar a ponta do dedo para me refrescar a língua, porque este fogo me atormenta’. Mas Abraão respondeu: ‘Lembra-se, filho: você recebeu teus bens durante a vida, enquanto Lázaro recebeu males. Agora, porém, ele encontra consolo aqui e você é atormentado. Além disso, há um grande abismo entre nós: por mais que alguém desejasse, nunca poderia passar daqui para junto de vocês, nem os daí poderiam atravessar até nós. O rico insistiu: ‘Pai, eu te suplico, manda Lázaro à casa de meu pai, porque eu tenho cinco irmãos. Manda preveni-los, para que não acabe também eles vindo para este lugar de tormento’. Mas Abraão respondeu: ‘Eles têm Moisés e os profetas; que os escutem! ’ O rico insistiu: ‘Não, pai Abraão! Se um dos mortos for até eles, eles vão se converter’. Mas Abraão lhe disse: ‘Se eles não escutam a Moisés e aos profetas, mesmo que um dos mortos ressuscite, eles não ficarão convencidos’.” (Lucas 16, 19 –31)

                      Cristo Senhor garante a São Dimas (o bom ladrão), primeiro santo canonizado pela Santa Igreja em 155 que, na separação do corpo e da alma, esta alma passa por um julgamento particular, logo depois que o corpo falece:

                     “Um dos malfeitores suspensos á cruz o insultava, dizendo: ‘Não és tu o Messias? Salva-te a ti mesmo e a nós. ’ Mas o outro, tomando a palavra, o repreendia: ‘Nem sequer temes a Deus, estando na mesma condenação? Quanto a nós, é de justiça; estamos pagando por nossos atos; mas ele não fez nenhum mal.” E acrescentou: ‘Jesus, lembra-te de mim, quando vieres com teu reino. ’ Ele respondeu: ‘Em verdade, eu te digo, hoje estarás comigo no Paraíso.’” (Lucas 23, 39-43)

                      Cheio do Espírito Santo. Portanto, com a ação do mesmo Espírito, Santo Estevão, o primeiro mártir da Madre Igreja, viu Cristo a sua espera para o juízo individual. O mártir ainda nos dá testemunho disto em vida. Ao ser martirizado Santo Estevão entrega o espírito ao Pai Eterno, na separação do corpo e da alma. E o corpo adormeceu. Enquanto a alma foi entregue ao Juiz Sumo para o julgamento particular:

                     “Ouvindo tais coisas, indignaram-se nos seus corações, e rangiam os dentes contra Estevão. Ele, porém, repleto do Espírito Santo, olhando para o céu, viu a glória de Deus e Jesus de pé á direita de Deus, e disse: ‘Eu vejo os céus abertos e o Filho do Homem de pé á direita de Deus. ’ Dando grandes gritos, eles taparam os ouvidos e, todos precipitaram-se contra ele, empurraram-no para fora da cidade e puseram-se a apedrejá-lo. As testemunhas tinham dispostos suas vestes aos pés de um jovem chamado Saulo. E enquanto era apedrejado, Estevão fazia esta invocação: ‘Senhor Jesus, recebe o meu espírito. ’ Depois dobrou os joelhos e clamou em alta voz: ‘Senhor, não lhes imputes este pecado. ’ E ao dizer isto, adormeceu.” (Atos dos Apóstolos 7, 54-60)

                      Todos nós ressuscitaremos para o juízo final com o corpo e alma novamente unidos e, desta vez, em uma união eterna:

                     “Vi depois um grande trono branco e aquele que nele se assenta. O céu e a terra fugiram de sua presença, sem deixar vestígios. Vi então os mortos, grandes e pequenos, em pé diante do trono, e abriam-se livros. Também foi aberto um outro livro, o livro da vida. Os mortos foram julgados conforme sua conduta, a partir do que estava escrito nos livros. (Apocalipse 20, 11-12)



                    

domingo, 16 de fevereiro de 2014

Jesus mestre da oração



Somos discípulos e como tal seguimos e pretendemos imitar o mestre. Sigamos e imitemos Jesus Cristo, nosso mestre. Comecemos com o fundamental: a oração. O Pai Nosso, modelo perfeito de oração ensinado por Jesus, é iniciado com uma evocação em louvor a Deus seguida de um ato de submissão e contrição; depois vem uma súplica, um pedido de perdão, proteção e libertação. O Pai Nosso serve inclusive de inspiração para nossa oração espontânea.

Em diversas passagens nos Evangelhos vemos Jesus orando. Jesus é Deus, e orar, rezar, é conversar com Deus. Ele conversava com si mesmo? Realmente Jesus é Deus, mas também homem. Deus e homem; duas naturezas em um só ser. A existência e a essência dos seres criados e incriado juntas, simultâneas e coincidentes. Então orante era a natureza humana de Jesus. Ele se recolhia, procurava locais isolados e tranquilos para estar em oração, para seu diálogo de amor com o Pai. Mas também orava em público, louvava e rezava em alta voz. Um grande ensinamento da escola de Jesus: a oração pessoal, nosso momento de intimidade com Deus, deve ser feita no silêncio de nosso coração, contemplativamente. A oração comunitária, aquela das celebrações, dos grupos de oração, dos encontros, pode e deve ser feita de modo a externar nossa gratidão e confiança no Senhor.

No Getsemani Jesus orou por si: “Pai é chegada a hora, glorifica o teu Filho, para que teu Filho glorifique a Ti; e para que pelo poder que lhe conferiste sobre toda criatura, ele dê a vida eterna a todos aqueles que lhe entregaste. Eu te glorifiquei na terra, terminei a obra que me deste para fazer. Agora, Pai, glorifica-me junto a Ti, concedendo-me a glória que tive junto de ti antes que o mundo fosse criado” (cf. Jo 17, 1-6). Rogou também por seus discípulos (Jo 17,6-18) e finalmente por nós, todos os crentes: “Não peço somente por eles, mas por aqueles que por sua palavra  hão de crer em mim. Para que todos sejam um, como estás em mim e eu em Ti; que também estes estejam em nós e creiam que Tu me enviaste. Para que vejam a minha glória, que Tu me concedeste antes da criação do mundo. Manifestei-lhes o meu nome, e ainda hei de lho manifestar, para que o amor com que amaste esteja neles, e eu neles” (cf. Jo 17,20-26). Em Lucas 11, 9ss Jesus nos ensina e ao mesmo tempo exorta: “Pedi e vos será dado, buscai e achareis, batei e se vos será aberta. Pois todo o que pede recebe, aquele que procura acha e ao que bater, se lhe abrirá”.

 

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Exorcismo e Oração de Libertação


O que é o exorcismo? Ele vem dos tempos antigos. Vemos nas Sagradas Escrituras que todos os batizados, nos primeiros tempos, eram exorcistas. Com o passar do tempo, a Igreja foi controlando esse ministério de exorcismo. E por quê? Porque o demônio é muito inteligente e esperto! Então, é preciso muita atenção e cuidado na realização desse ministério, para que se evitem abusos e exposições desnecessárias.

A Igreja nos ensina que o exorcismo é uma celebração litúrgica, na qual pedimos a libertação de alguém da ação do demônio. Existe também o chamado “grande exorcismo”, que só pode ser realizado por um padre exorcista com a autorização do bispo diocesano.

E no que consiste a oração de libertação? Ela é uma oração na qual você pede para ser liberto dos ataques do demônio. “Eu posso fazer essa oração, padre?”, você pode me perguntar agora. “Sim, sem dúvida!”, eu lhe respondo. Inclusive na oração do Pai-Nosso, Jesus nos ensina a pedirmos ao Pai: “Livrai-nos do mal”. Existem muitas orações de libertação. Devemos rezá-las pedindo a Deus que nos livre das ações do maligno.

O cuidado que devemos tomar é o de não ficar conversando com o demônio. Somente o exorcista deve fazê-lo. O inimigo sempre começa dizendo uma “verdade” a nosso respeito. É preciso tomar muito cuidado com isso, pois ele é o sedutor por excelência e acaba nos envolvendo em suas armadilhas e mentiras. Nos Evangelhos, Jesus sempre ordenava aos demônios que se calassem. O diabo não pode ser o nosso “catequista”! Ele é mentiroso e acaba nos ludibriando como fez com os nossos primeiros pais, Adão e Eva. Conversemos com o Senhor! E peçamos sempre a Ele que nos livre do mal.

E quando não existe um padre exorcista onde você vive? O que fazer? Resposta:
Santa Missa, sacramento da confissão, santo terço diário... É assim que vamos reagindo diante da ação do mal na nossa vida.

Se você está no pecado, meu irmão, o demônio consegue facilmente interferir na sua vida. Saia do pecado já! Se você estiver na graça de Deus, estará mais do que protegido contra o mal. Creia nisso!

Padre Duarte Lara – fonte: www.cancaonova.com

 

sábado, 8 de fevereiro de 2014

A Igreja de Cristo


Sabemos que a igreja, fundamento da verdade evangélica, foi fundada por Jesus Cristo a partir da cruz. “Assim como Deus formou a mulher do lado do homem, também Cristo do seu lado nos deu a água e o sangue para que surgisse a Igreja. Assim como Deus abriu o lado de Adão enquanto ele dormia, também Cristo nos deu a água e o sangue durante o sono de sua morte” (S. João Crisóstomo). A igreja de Cristo já existia no coração de Deus desde sempre: a jornada do povo hebreu no deserto prefigura a Igreja na sua peregrinação terrena; a cruz, penhor de salvação, foi o germe de onde nasceu a Igreja e o derramamento do Espírito Santo em pentecostes determina a sua manifestação ao mundo.  

No tempo de Jesus na terra o exército romano havia conquistado todo o mundo conhecido, para glória de César e enriquecimento do império. Jesus veio ao mundo para conquistar os corações para o reino de Deus. E continua fazendo isto até hoje e quer servir-se de nós para dar continuidade a sua obra. Para isto Deus nos deixou a sua palavra, as sagradas escrituras. Deixou-nos também como legado de amor e salvação, sua igreja. Igreja Santa, Católica, Apostólica.

A Igreja peregrina é ao mesmo tempo santa (em si) e pecadora (nós). Santa, porque assistida pelo Espírito Santo, pecadora porque formada por nós, seres humanos passiveis de erro.  Porquanto a Igreja, na essência, nunca erra; quem erra somos nós, seus membros. A padecente se purifica e a Igreja triunfante é a Jerusalém celeste na glória eterna.

A Igreja de Cristo é como uma grande e frondosa árvore, cuja raiz é a Igreja primitiva, o tronco a Igreja Católica e os ramos principais, ligados ao tronco são as diversas Igrejas de tradição histórica. Nenhum ramo pode sobreviver fora da árvore, assim como a árvore não vive sem o tronco. Sabemos, há igrejas – ramos externos da árvore – que procuram separar-se da árvore e até mesmo, em vão, cortar o tronco principal. Fora da árvore os ramos secam; cortando-se o tronco a árvore cai e morre. Morrendo a árvore, o Cristianismo desaparece da face da Terra. Fica então no ar a questão: A quem isso pode interessar? Estarão estas igrejas realmente a serviço de Deus?  A Igreja desde os seus primórdios foi perseguida e ainda será até o fim dos tempos. Primeiro pelos fariseus quando era tão somente uma pequena seita de origem judaica, depois pelo império romano, pelas heresias, pelas filosofias agnósticas, pela reforma, pelo iluminismo, pelo comunismo, e hoje pelo racionalismo, relativismo, pelo ateísmo critico. 

 Apesar de todo ataque, toda perseguição, cruenta no inicio, incruenta hoje, ela subsiste resistente, inexpugnável; donde vem essa força? Jesus no Evangelho segundo S. Mateus revela: “Eu te declaro, tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha igreja; as portas do inferno não prevalecerão contra ela.” (Mt 16,18). Aí Jesus fundamenta sua igreja sobre a rocha (Ele mesmo) delegada à outra rocha (Pedro).  

Os grandes impérios e instituições meramente humanas ruíram, se esfacelaram, se dividiram; a Igreja, no entanto apesar de abalos resiste, una e plural ao mesmo tempo. A explicação é simples: nada, nada, nem mesmo as forças infernais prevalecem sobre a vontade divina. As empreitadas humanas são temporárias, a obra de Deus é eterna.                                                                             (Carlos Nunes)









quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

As faces da Nova Era


“O Espírito diz claramente que nos últimos tempos alguns renegarão a fé, para dar atenção a espíritos sedutores e a doutrinas demoníacas.” ( ITm 4,1 )

Antigamente, há uns 15 anos atrás nós que pertencemos a Igreja Católica, e participávamos dos grupos de oração da Renovação Carismática Católica, ouvíamos muito falar sobre o Movimento da Nova Era. Ouvíamos dizer como eles pretendiam se infiltrar em nosso meio, o que eles queriam naquela época e até como se apresentavam.
Aprendemos sobre os símbolos que eles tentavam colocar em nosso meio de maneira natural, falávamos até de empresas e marcas relacionadas diretamente a Nova Era.

Claro que hoje é de se entender que houve até mesmo um certo exagero da parte de alguns, achando que tudo era coisas da Nova Era.

Mas de tempos para cá, não sei se você percebeu, mas quase não falamos mais de Nova Era. Nos grupos de Oração, na Evangelização em si, nos encontros, é bem difícil que alguém aponte coisas e até mesmo o nome Nova Era. Mas este “desaparecimento” da Nova Era esta ligado ao que? Será que realmente este movimento perdeu suas forças e acabou?

E infelizmente a resposta é NÃO! A Nova Era nao desapareceu, a Nova Era NUNCA deixou de existir, mas a Nova Era, assim como todas as coisas foi se adaptando e se re-moldando as realidades dos tempos de hoje. Assim como a sociedade de 15, 20 anos atras foi se transformando, a Nova Era também precisou se “atualizar” para continuar a espalhar os seus efeitos nefastos sobre esta mesma sociedade. E por eu ter contato com tantas pessoas precisando de ajuda, me escrevendo; cada dia mais vejo que a Nova Era foi criando faces dentro da nossa sociedade, dentro do mundo, e ai implantando suas ideologias.

A Nova Era não é uma religião em si, ela não é uma seita e nem mesmo uma Igreja e nem mesmo tem um templo para ela, e ela não esta ligada a uma pessoa ou coisas do tipo. Vou simplificar a minha resposta sobre a Nova Era para que todos possam compreender onde quero chegar: A Nova Era é um estilo de vida, ou um jeito de ser e de ver as coisas, e na qual quer influenciar na formação cultural, filosófica e religiosa das pessoas. Ela quer influenciar todos os aspectos e setores da nossa sociedade, e temos visto e experimentado os seus efeitos de alguma forma.
A forma mais eficaz que tenho visto da Nova Era agir é na questão do sincretismo religioso! É a mistura que a Nova Era permite que seja feita de filosofias, ensinamentos, elementos de diversos tipos de religiões e seitas e na qual sempre de maneira mais acentuada se encontra as filosofias orientais, o espiritismo, a ecologia, a astrologia e diversas realidades de terapias alternativas. É neste sincretismo religioso que ela quer prender as pessoas.

Mas o que a Nova Era pretende com tudo isso?

Pretende colocar na cabeça das pessoas que elas não precisam seguir a Deus, ao único e verdadeiro Deus que conhecemos, e com isso elas não precisam seguir também o que a Igreja ensina.

Ir à Igreja, ir à Missa? Para que se Deus esta em todo lugar!!!
Esse é o maior e mais infeliz argumento de quem esta completamente envolvido com a filosofia da Nova Era! Não precisamos mais buscar a Deus, pois Ele esta em todos os lugares. Para que ir a Igreja se Deus esta também na minha casa?
A Nova Era quer permitir que as pessoas busquem o que faz elas sentirem-se felizes, os lugares que fazem com que se sintam bem, e ensinam que isso é o mais importante; o bem estar da pessoa!

E por onde muitas pessoas tem entrado e se deixado convencer pela Nova Era?

A Nova Era se utiliza em meio a esta “salada de doutrinasuma linguagem muitas vezes cristã para expressar e ensinar uma doutrina totalmente contrária a doutrina do cristianismo. Então falam de Jesus Cristo, da Virgem Maria, dos Anjos; mas no fundo ensinam uma outra doutrina. E as pessoas chegam ao cumulo de dizer: “Mas pratico isso ou vou em determinados lugares e lá eles falam de Deus, de Oração….

Querem tirar Jesus Cristo do CENTRO DE TUDO! E a linha de doutrina mais difundida nos meios da Nova Era é a reencarnação e a auto-ajuda. A reencarnação despreza a Salvação que obtivemos por meio da morte e ressurreição de Jesus, e a auto-ajuda faz com que não precisemos de mais nada e ninguém; nós nos bastamos!

Penso que terei que escrever ainda alguns outros artigos sobre a Nova Era para que entendamos mais amplamente a mesma, são muitas faces que ela apresenta.

Mas o que quero deixar hoje em destaque neste primeiro artigo, é que a Nova Era não perdeu suas forças, a Nova Era não sumiu, a Nova Era esta mais do que nunca trabalhando arduamente para implantar suas filosofias em meio a toda a sociedade. E ela quer implementar isso de maneira mais eficaz por meio do sincretismo religioso. E quem é o inspirador e instigador de todo este movimento?
Não tenham duvidas, é Lúcifer, Satanás junto de todos os demônios que trabalham arduamente para eles! É diabólico toda e qualquer forma de manifestação do Movimento da Nova Era em nosso meio!

Deus abençoe você!

Danilo Gesualdo – Comunidade Canção Nova


sábado, 1 de fevereiro de 2014

A natureza e o universo nos revelam o Deus Criador


Embora esteja entre os vivos, mal podemos imaginar o que faria o Papa Emérito Bento XVI no encerramento do Ano da Fé. Por ser um homem muito lúcido, Ratzinger percebeu, sobretudo entre os intelectuais, uma grande vacilação na fé. Já não se trata de crer na Igreja Católica ou não, ou de aceitar – com adesão profunda – a pessoa de Cristo. Trata-se de algo mais fundamental, que é o de ter fé no Ser Primordial, no Único Vivente Necessário, n'Aquele que é capaz de dar sentido à vida.

O teólogo Bento XVI dialogou com o mundo moderno, manteve amizade com agnósticos conhecidos, sabia conviver com ateus, dos quais não temia os argumentos. Procurou esclarecer o homem moderno e, dentro de uma plena liberdade, chamá-los “à obediência da fé” (Rm 15,18). É evidente que confiar no Deus Criador supõe um ato livre da vontade, iluminada pela inteligência. Mas a grande pergunta hoje é se o ser humano consegue atingir a compreensão do Ser Divino com as próprias luzes.

Ensina-nos o Apóstolo Paulo que sim. Nós, pela observação da natureza e do universo, podemos descobrir a existência desse Ser Amoroso. Escrevendo aos Romanos, fala com toda a clareza: “Desde a criação do mundo, as perfeições invisíveis de Deus se tornam visíveis à inteligência por suas obras” (Rm 1,20). E acrescenta, para não deixar dúvidas: “De modo que não se podem escusar” (Rm 1,20). Não há aqui espaço para debater o motivo, equivocado, da Filosofia, que pode ser o causador do abandono da fé por parte de muitos homens modernos.

O grande cientista Francis Collins entrou no Projeto Genoma como um ateu convicto, mas à medida que foi aprofundando seus conhecimentos e vendo a lógica da genética, converteu-se totalmente à fé no Deus Criador. Deve existir “o relojoeiro que fez essa máquina que é o relógio” (Rousseau).

Mas estejamos atentos. Mesmo que a luz da inteligência nos possa conduzir a Deus, precisamos do auxílio da graça divina para descobrir o plano que o Pai Celeste tem para conosco: a vida sem fim junto d'Ele. “É Deus quem, segundo seu beneplácito, estimula em vós o querer e o agir” (Fl 1,13). Sem oração humilde não chegamos lá. Vale a pena colaborar.
Dom Aloísio Roque Oppermann, scj - Arcebispo Emérito de Uberaba (MG)