domingo, 24 de fevereiro de 2013

Uma Breve Análise Sobre os Deuterocanônicos do AT – parte 2



 

Também é importante saber que em alguns dos livros deuterocanônicos do AT, há revelações divinas confirmadas no NT. Por exemplo:

"Quando tu oravas com lágrimas e enterravas os mortos, quando deixavas a tua refeição e ias ocultar os mortos em tua casa durante o dia, para sepultá-los quando viesse a noite, eu apresentava as tuas orações ao Senhor. Mas porque eras agradável ao Senhor, foi preciso que a tentação te provasse. Agora o Senhor enviou-me para curar-te e livrar do demônio Sara, mulher de teu filho. Eu sou o anjo Rafael, um dos sete que assistimos na presença do Senhor" (Tobias 12,12-15) (grifos meus).

Em nenhum lugar nos livros protocanônicos do AT, há alguma revelação dos 7 anjos que assistem na presença do Senhor e que Lhe entregam as orações dos justos. Esta revelação é confirmada no livro do Apocalipse:

"Eu vi os sete Anjos que assistem diante de Deus. Foram-lhes dadas sete trombetas. Adiantou-se outro anjo e pôs-se junto ao altar, com um turíbulo de ouro na mão. Foram-lhe dados muitos perfumes, para que os oferecesse com as orações de todos os santos no altar de ouro, que está adiante do trono. A fumaça dos perfumes subiu da mão do anjo com as orações dos santos, diante de Deus. Depois disso, o anjo tomou o turíbulo, encheu-o de brasas do altar e lançou-o por terra; e houve trovões, vozes, relâmpagos e terremotos" (Ap 8,2-5) (grifos meus).

Um outro caso interessante está no livro da Sabedoria:

"Ele se gaba de conhecer a Deus, e se chama a si mesmo filho do Senhor! Sua existência é uma censura às nossas idéias; basta sua vista para nos importunar. Sua vida, com efeito, não se parece com as outras, e os seus caminhos são muito diferentes. Ele nos tem por uma moeda de mau quilate, e afasta-se de nossos caminhos como de manchas. Julga feliz a morte do justo, e gloria-se de ter Deus por pai. Vejamos, pois, se suas palavras são verdadeiras, e experimentemos o que acontecerá quando da sua morte, porque, se o justo é filho de Deus, Deus o defenderá, e o tirará das mãos dos seus adversários. Provemo-lo por ultrajes e torturas, a fim de conhecer a sua doçura e estarmos cientes de sua paciência. Condenemo-lo a uma morte infame. Porque, conforme ele, Deus deve intervir" (Sabedoria 2,13-21).

A profecia acima se refere ao escárnio promovido pelo Sinédrio contra o Senhor Jesus. Veja o testemunho do NT sobre o seu cumprimento:

"A multidão conservava-se lá e observava. Os príncipes dos sacerdotes escarneciam de Jesus, dizendo: Salvou a outros, que se salve a si próprio, se é o Cristo, o escolhido de Deus! [...] Se és o rei dos judeus, salva-te a ti mesmo. [...] Um dos malfeitores, ali crucificados, blasfemava contra ele: Se és o Cristo, salva-te a ti mesmo e salva-nos a nós!" (Lc 23,35.37.39).

"Mas Jesus se calava e nada respondia. O sumo sacerdote tornou a perguntar-lhe: És tu o Cristo, o Filho de Deus bendito? [...] Alguns começaram a cuspir nele, a tapar-lhe o rosto, a dar-lhe socos e a dizer-lhe: Adivinha! Os servos igualmente davam-lhe bofetadas" (Mc 14,61.65)

"Querendo Pilatos satisfazer o povo, soltou-lhes Barrabás e entregou Jesus, depois de açoitado, para que fosse crucificado. [...] Davam-lhe na cabeça com uma vara, cuspiam nele e punham-se de joelhos como para homenageá-lo. Depois de terem escarnecido dele, tiraram-lhe a púrpura, deram-lhe de novo as vestes e conduziram-no fora para o crucificar" (Mc 15,15.19-20).

"salva-te a ti mesmo! Desce da cruz! Desta maneira, escarneciam dele também os sumos sacerdotes e os escribas, dizendo uns para os outros: Salvou a outros e a si mesmo não pode salvar! Que o Cristo, rei de Israel, desça agora da cruz, para que vejamos e creiamos! Também os que haviam sido crucificados com ele o insultavam" (Mc 15,30-31).

É importante dizer que nos protocanônicos do AT, há registro de coisas muito reprováveis, como as filhas de Lot engravidaram dele, depois de o embebedar (Gn 19,30-36). O Rei Saul consultou uma espírita (I Reis 28,8), Abraão arrumou um filho fora de seu casamento (Gn 16), e o Patriarca Jacó vários (Gn 30,4-5.7.9-10.12). Davi planejou a morte de um de seus soldados para ficar com sua esposa (cf. 2 Sm 11). Alguém poderia dizer ainda que o Livro de Gênesis promove a poligamia (cf. Gn 29,28-30) e todos os cristãos sobre a terra ainda o consideram canônico apesar disso. Portanto, se não é o juízo subjetivo e pessoal que coloca ou retira livros no Cânon Bíblico, o que é? Qual foi o juízo adotado pelos primeiros cristãos para receber ou não um livro como canônico?

O critério deles foi o mesmo dos cristãos que viveram na era apostólica quando aceitaram que a Lei de Moisés não era necessária para alcançar a Justiça (cf. At 15): o discernimento da Única e Verdadeira Igreja de Cristo.

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Fonte:
http://veritatis.com.br

 

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