sábado, 7 de maio de 2011

O homem rico

 Lucas 12,13-21(...)
A parábola do homem rico demonstra que a verdadeira riqueza não consiste em ser rico diante dos homens, mas sim rico ao olhos de Deus. A verdadeira riqueza não é o acumulo de bens materiais, é a abundancia dos bens espirituais, das graças concedidas por Deus. Isto não significa que Deus não gosta das pessoas ricas, até porque há pessoas muito ricas que têm um coração puro, que são extremamente generosas, caridosas, que sabem partilhar sua riqueza, assim como há pessoas pobres que têm o coração de pedra. O que Deus não quer, o que Deus abomina é a ganância, a ambição desmedida, desenfreada, a avareza, o acumulo exagerado de riquezas para usufruto pessoal, egoisticamente. A riqueza é para ser partilhada, usufruída de maneira solidária.


Um bom exemplo de acumulo exagerado de coisas, temos nas formigas. As formigas trabalham a vida inteira estocando comida para dezenas de anos e vivem apenas algumas semanas. E há pessoas que são como formigas! Trabalham somente para acumular riquezas. Uma mulher muito famosa possuía três mil pares de sapatos! Se ela calçasse um par a cada dia, levaria de sete a oito anos para usar todos. Barcos, iates de luxo, são vendidos por mais de um milhão de dólares; se existe quem venda, há quem compre. Estes são exemplos de desperdício de dinheiro, de ostentação despropositada, de demonstração insana de riqueza. Isto Deus não quer, Deus não gosta. Se este dinheiro fosse usado de forma correta, poderia salvar a vida de milhares de crianças que morrem de fome na África, na Índia e mesmo no Brasil.

Relendo os versículos 13 e 14 vemos um homem pedindo a Jesus que faça que seu irmão divida com ele sua fortuna. Um ganancioso e outro avarento. Jesus não atende seu pedido. Jesus não é juiz de causas humanas, de nossas demandas, Jesus é o justo juiz de nossas almas. Em outra passagem do Evangelho diz Jesus que tudo que pedirmos ao Pai em seu nome, Ele, o Pai nos dará. Porém, de acordo com o que lemos, há uma condição para isso: só se deve pedir em nome de Jesus, o que é justo, o que é pertinente ao Evangelho. Salomão pediu sabedoria e ganhou tudo. Muito jovem, ele foi colocado a frente do seu povo como rei. Em vez de pedir a Deus que seus inimigos fossem aniquilados, em vez de pedir força, poder, riqueza, Salomão pediu simplesmente sabedoria para conduzir seu povo. Em resposta, Deus lhe deu sabedoria e tudo o mais. Salomão foi o rei mais poderoso e rico de seu tempo. Em seu reinado, Israel experimentou o período de maior prosperidade e paz. Buscai primeiro o reino de Deus e sua justiça e tudo mais vos será acrescentado.

Devemos pedir um coração santo, um coração adorador, um coração manso e humilde como o coração de Jesus. Infelizmente há pessoas que ao invés do reino de Deus, buscam o reino dos homens, a riqueza dos homens. Adoram o dinheiro, ao invés do verdadeiro Deus. Idolatram o talão de cheques, o cartão de crédito, a casa bonita, o carro novo. Trabalham 12 a 15 horas por dia, não para seu sustento, para ganhar o pão de cada dia, mas para juntar dinheiro e mais dinheiro; são como formigas. Desse modo negligenciam a família, em Deus nem pensar, pois seu deus é o dinheiro. O resultado muitas vezes são filhos drogados, prostituídos, adultério, divórcio, tragédias: pais matando filhos, filhos matando pais. O livro do Eclesiastes nos adverte: reparti suas riquezas, pois não sabeis o dia de amanhã.

O manancial de nossa riqueza, nossa fonte de riqueza é o Espírito Santo com seus dons. O Espírito Santo que nos cumula com as graças de Deus, nos propicia o encontro pessoal com Jesus. Diz a Palavra que o que de graça nos foi dado, de graça demos. Repartamos então as graças e bênçãos recebidas, anunciemos Jesus, rezemos pelos mais necessitados. Partilhemos não só os bens materiais, como também os bens espirituais, os dons do Espírito.

Pratiquemos o bem, sejamos ricos de boas obras, generosos, ajuntemos um tesouro verdadeiro – a graça de Deus – a fim de conquistarmos a vida verdadeira que é a vida eterna, essa sim, um tesouro inesgotável. (cf. 1 Tm 6,17ss).
Carlos Nunes

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