terça-feira, 17 de setembro de 2013

O Sacramento do Batismo


 


 O Nascimento da Graça

 

                       “Respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo: quem não renascer da água e do Espírito não poderá entrar no Reino de Deus.” (João 3,5)

                       “O santo Batismo é o fundamento de toda a vida cristã, a porta da vida no Espírito ("vitae spiritualis janua") e a porta que abre o acesso aos demais sacramentos. Pelo Batismo somos libertados do pecado e regenerados como filhos de Deus, tornamo-os membros de Cristo, somos incorporados à Igreja e feitos participantes de sua missão: "Baptismus está sacramentum regenerationis per aquam in verbo O Batismo é o sacramento da regeneração pela água na Palavra".” 1213

                        “Ele é denominado Batismo com base no rito central pelo qual é realizado: batizar ("baptizem", em grego) significa "mergulhar", "imergir"; o "mergulho" na água simboliza o sepultamento do catecúmeno na morte de Cristo, da qual com Ele ressuscita como "nova criatura" (2Cor 5,17; Gl 6,15).” 1214

                        “Este sacramento é também chamado "o banho da regeneração e da renovação no Espírito Santo" (Tt 3,5), pois ele significa e realiza este nascimento a partir da água e do Espírito, sem o qual "ninguém pode entrar no Reino de Deus" (Jo 3,5).” 1215

                      “"Este banho é chamado iluminação, porque aqueles que recebem este ensinamento [catequético] têm o espírito iluminado..." Depois de receber no Batismo o Verbo, "a luz verdadeira que ilumina todo homem" (Jo 1,9), o batizado, "após ter sido iluminado", se converte em "filho da luz" e em "luz" ele mesmo (Ef 5,8):

                       O Batismo é o mais belo e o mais magnífico dom de Deus. (...) chamamo-lo de dom, graça, unção, iluminação, veste de incorruptibilidade, banho de regeneração, selo, e tudo o que existe de mais precioso. Dom, porque é conferido àqueles que nada trazem; graça, porque é dado até a culpados; Batismo, porque o pecado é sepultado na água; unção, porque é sagrado e régio (tais são os que são ungidos); iluminação, porque é luz resplandecente; veste, porque cobre nossa vergonha; banho, porque lava; selo, porque nos guarda e é o sinal do senhorio de Deus.” 1216

                     “O rito essencial do Batismo consiste em mergulhar na água o candidato ou em derramar água sobre sua cabeça, pronunciando a invocação da Santíssima Trindade, isto é, do Pai, do Filho e do Espírito Santo.” 1278

                     

                          

O Batismo de Crianças


 

 

                       “Portanto, vão e façam com que todos os povos se tornem meus discípulos, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo.” (Mateus 28,19)

                       A Igreja nos orienta sobre o sacramento do batismo em crianças:

                      “Por nascerem com uma natureza humana decaída e manchada pelo pecado original, também as crianças precisam do novo nascimento no Batismo, a fim de serem libertadas do poder das trevas e serem transferidas para o domínio da liberdade dos filhos de Deus, para a qual todos os homens são chamados. A gratuidade pura da graça da salvação é particularmente manifesta no Batismo das crianças. A Igreja e os pais privariam então a criança da graça inestimável de tomar-se filho de Deus se não lhe conferissem o Batismo pouco depois do nascimento.” 1250

                        “Os pais cristãos hão de reconhecer que esta prática corresponde também à sua função de alimentar a vida que Deus confiou a eles.” 1251

                       “Respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo: quem não renascer da água e do Espírito não poderá entrar no Reino de Deus.” (João 3,5)

                       “A prática de batizar as crianças é uma tradição imemorial da Igreja. É atestada explicitamente desde o século II. Mas é bem possível que desde o início da pregação apostólica, quando "casas" inteiras receberam o Batismo, também se tenha batizado as crianças.” 1252

                       As crianças são o significado da pureza, da inocência, da humildade. As crianças são a verdadeira imagem e semelhança de Deus nos homens. São as crianças que nos ensinam o verdadeiro sentido da fé, do amor e da santidade. Em vários trechos dos Evangelhos Jesus toma as crianças como exemplos:

                      “Apresentaram-lhe então crianças para que as tocasse; mas os discípulos repreendiam os que as apresentavam. Vendo-o, Jesus indignou-se e disse-lhes: “Deixai vir a mim os pequeninos e não os impeçais, porque o Reino de Deus é daqueles que se lhes assemelham”. Em verdade vos digo: todo o que não receber o Reino de Deus com a mentalidade de uma criança, nele não entrará.” (Marcos 10, 13-15)

                             “Neste momento os discípulos aproximaram-se de Jesus e perguntaram-lhe: Quem é o maior no Reino dos céus? Jesus chamou uma criancinha, colocou-a no meio deles e disse: Em verdade vos declaro: se não vos transformardes e vos tornardes como criancinhas, não entrareis no Reino dos céus. Aquele que se fizer humilde como esta criança será maior no Reino dos céus. E o que recebe em meu nome a um menino como este, é a mim que recebe.” (Mateus 18, 1-5)

                       “Os cegos e os coxos vieram a ele no templo e ele os curou, com grande indignação dos príncipes dos sacerdotes e dos escribas que assistiam a seus milagres e ouviam os meninos gritar no templo: Hosana ao filho de Davi! Disseram-lhe eles: Ouves o que dizem eles? Perfeitamente, respondeu-lhes Jesus. Nunca lestes estas palavras: Da boca dos meninos e das crianças de peito tirastes o vosso louvor” (Sl 8,3)? (Mateus 21, 14-16)

                         “Desde os tempos mais antigos, o Batismo é administrado às crianças, pois é uma graça e um dom de Deus que não supõe méritos humanos; as crianças são batizadas na fé da Igreja. A entrada na vida cristã dá acesso à verdadeira liberdade.” 1282

                         A Bíblia Sagrada deixa explicito o batismo de crianças como tradição da Igreja primitiva desde os tempos apostólicos que batizavam famílias inteiras Atos 2, 37-41; Atos 16, 11-15; Atos 16, 16-40; 1Cor 1, 16. A Palavra diz sempre que os filhos, os seus, toda sua família. Logo, em se tratar de épocas passadas em que as famílias tinham muitos filhos, é impossível que não houvesse crianças entre essas famílias e se todos foram batizados, como diz A Escritura Sagrada, as crianças também receberam o batismo.

                       Em Adão todos os homens pecaram, Rm 3, 23-24; Rm 5, 12-19; Rm 6, 4-5; Cl 2, 1-2. E em Cristo todos foram batizados, sepultados para o pecado e nascidos para a graça. O batismo lava os pecados, Atos 22, 1-21. Deus é pai desde sempre; Sl 21, 10-11.                      

                       O batismo substituiu a circuncisação. É através do rito do batismo que uma pessoa se torna filho de Deus. O batismo abre o caminho para a salvação. Assim como a circuncisação era o pacto da aliança com Deus. Igualmente, uma pessoa era considerada em aliança com Deus através da circuncisação. E os batizados são aqueles que participam da comunhão e dos planos salvadores de Deus. E se o batismo e a circuncisação têm tanto em comum, logo, o batismo de crianças é absolutamente certo. Mesmo porque as crianças eram circuncidadas: Gn 17, 12-14.

                        As crianças eram circuncidadas com oito dias de vida, por ordem e vontade de Deus Pai, Lc 1, 57-66; Lc 2, 21, que fez da circuncisação a marca da Aliança. E quem não era circuncidado estava fora da tenda do Senhor (assim como o sacramento do batismo para a nossa salvação), Gn 21, 4. Se no batismo e na circuncisação há tantos pontos em comum: ritos, fatos, costumes, não pode ser errado batizar crianças, mas sim, plenamente correto, Cl 2, 9-15, por ordem e graça de Deus.

                       

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