“Errare humano est”. Errar é humano, perdoar é divino. Quem nunca
ouviu essa frase? É verdade; mas também o perdão deve ser um atributo humano.
Sabemos que Deus na sua infinita misericórdia nos perdoa sempre, assim sendo,
até mesmo por gratidão a Deus (que nos perdoa sempre) devemos também nós
perdoar aqueles que com ou sem motivo aparente tenham nos ofendido. O modelo de oração ensinado por Cristo, o Pai
Nosso, nos interpela nesse sentido: “Perdoai
as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido”. A Palavra
de Deus em diversas passagens vem nos exortar em relação ao perdão; aqui
escolhemos Eclesiástico: “Perdoa ao teu
próximo o mal que te fez e teus pecados serão perdoados quando o pedires. Um
homem guarda rancor contra outro homem, e pede a Deus a sua cura! Não tem
misericórdia para com seu semelhante e roga o perdão dos seus pecados! Ele, que
é apenas carne, guarda rancor e pede a Deus que lhe seja propicio! Quem então
lhe conseguirá o perdão de seus pecados? Lembra-te do teu fim, e põe termo às
tuas inimizades.” (Eclo 28,2-6).
O maior mandamento, a regra de ouro do cristianismo, autenticada
por Cristo Jesus: “Amarás o Senhor teu
Deus de todo o coração, de toda tua alma, de todas as tuas forças, de todo teu
pensamento, e a teu próximo como a ti mesmo” (cf. Lc 10,27), é a chave para
nos abrirmos ao perdão. É impossível amar a Deus se não amamos o irmão, mesmo
que ele esteja longe, tenha se desgarrado, seja desprezado, seja arrogante,
orgulhoso e presunçoso. É impossível amar ao outro se não amamos a si próprio. Se
tivermos amor próprio somos pessoas bem resolvidas; somos bem amados,
resolvidos interiormente e com autoestima elevada quando fugimos do pecado,
amando a Deus, seguindo-o e obedecendo-o com docilidade.
Nesse contexto o perdão é imprescindível. Quem ama perdoa
sempre e sempre será perdoado. A falta de perdão e como consequência o rancor,
o ódio, são causas de muitas enfermidades psicossomáticas – aquelas causadas
por distúrbios psíquicos que agridem o corpo – a hipertensão arterial, úlceras,
doenças gastro intestinais, entre outras. Mas o grande mal é mesmo a psique
alterada, o emocional abalado, a insônia, a depressão. Quem odeia se maltrata e fere o coração
desejando o mal do desafeto. Como recentemente ouvi: odiar é como tomar veneno
esperando que o outro morra. Em suma, o ódio é o câncer da alma. Perdoe e tua
vida será plena, sadia e abundante de paz e tranquilidade.
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