quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Quarenta anos de Teologia da Libertação e desobediência


 
Leonardo Boff, escreveu um artigo publicado na internet falando dos 40 anos da TL de cunho marxista, com orgulho e satisfação, mesmo com as reincidentes condenações da mesma pelos papas João Paulo II e Bento XVI.

O teólogo da TL fala com euforia que entre os dias 7-10 de outubro aconteceu em São Leopoldo, RS, junto ao Instituto Humanitas, da Unisinos dos Jesuitas - infelizmente dominado pela TL - , a celebração dos 40 anos do surgimento da Teologia da Libertação, onde estiveram os principais representantes da América Latina, seu primeiro formulador, o peruano Gustavo Gutiérrez, Hugo Assman (Bolívia), Juan Luiz Segundo (Uruguai) e outros.

Em 1971 Boff teve seu livro "Jesus Cristo Libertador" condenado pela Congregação da Fé do Vaticano. Intimado a modificar as heresias que apareciam no livro, sobre Jesus, não aceitou mudar nada; acabou sendo punido em 1984 com "silencio obsequioso" e proibido de ensinar como teólogo católico. Tinha escrito um livro, "Igreja carisma e poder", que muda todas as bases da Igreja conforme Jesus a instituiu, e relativiza os dogmas, a hierarquia sagrada, etc. Uma lástima!

Mas como acontece com os hereges recalcitrantes, não mudou em nada e acabou deixando o ministério sacerdotal. Uma pena, pois é um homem inteligente e bom escritor; mas, infelizmente orgulhoso e desobediente à Igreja que o formou e nele investiu tantos anos e tantos recursos. Infelizmente Boff assumiu a direção da Editora Vozes e a destruiu como editora católica.

Há muitos anos essa triste teologia da libertação, hoje anêmica e se apagando cada vez mais, quis criar um novo Cristianismo, revirou a fé no avesso, fez uma releitura política e esvaziante do Evangelho e espalhou o joio no meio do trigo. Como disse Clodovis Boff, fracassou porque "colocou o pobre no lugar de Jesus Cristo" na teologia. O irmão de Leonardo, embora tardiamente, identificou o veneno na raiz da TL.

Em 1984 o cardeal Ratzinger, hoje Bento XVI escreveu o célebre artigo que foi publicado também no livro de entrevista que deu a Vitório Messsori "A fé em crise?"; o artigo foi: "Eu vos explico o que é a teologia da libertação", nele o Papa desvenda, magistralmente, toda a sutileza, erros e o perigo da TL. Entre as afirmações, o então Cardeal Prefeito diz: "A gravidade da teologia da libertação não é avaliada de modo suficiente; não entra em nenhum esquema de heresia até hoje existente; é a subversão radical do Cristianismo, que torna urgente o problema do que se possa e se deva fazer frente a ela".

"A teologia da libertação é uma nova versão do Cristianismo, segundo o racionalismo do teólogo protestante Rudolf Bultmann, e do marxismo, usando "a seu modo", uma linguagem teológica e até dogmática, pertencente ao patrimônio da Igreja, revestindo-se até de uma certa mística, para disfarçar os seus erros". "Com a análise do fenômeno da teologia da libertação torna-se manifesto um perigo fundamental para a fé da Igreja. Sem dúvida, é preciso ter presente que um erro não pode existir se não contém um núcleo de verdade. De fato, um erro é tanto mais perigoso quanto maior for a proporção do núcleo de verdade assumida".

"Essa teologia não pretende constituir-se como um novo tratado teológico ao lado dos outros já existentes; não pretende, por exemplo, elaborar novos aspectos da ética social da Igreja. Ela se concebe, antes, como uma nova hermenêutica da fé cristã, quer dizer, como nova forma de compreensão do Cristianismo na sua totalidade. Por isso mesmo muda todas as formas da vida eclesial; a constituição eclesiástica, a Liturgia, a catequese, as opções morais..."

"A teologia da libertação pretende dar nova interpretação global do Cristianismo; explica o Cristianismo como uma práxis de libertação e pretende constituir-se, ela mesma, um guia para tal práxis. Mas, assim como, segundo essa teologia, toda realidade é política, também a libertação é um conceito político e o guia rumo à libertação deve ser um guia para a ação política".

Mais uma vez, em 2010, o Papa Bento XVI advertiu sobre os perigos da teologia marxista da libertação e pediu aos bispos e aos fiéis a superarem suas graves consequências. Falando aos Bispos do Brasil da região Sul 3 e Sul 4 em visita ad limina, o Santo Padre disse: "Neste sentido, amados Irmãos, vale a pena lembrar que em agosto passado, completou 25 anos a Instrução Libertatis nuntius da Congregação da Doutrina da Fé, sobre alguns aspectos da teologia da libertação, nela sublinhando o perigo que comportava a assunção acrítica, feita por alguns teólogos de teses e metodologias provenientes do marxismo. As suas sequelas mais ou menos visíveis feitas de rebelião, divisão, dissenso, ofensa, anarquia fazem-se sentir ainda, criando nas vossas comunidades diocesanas grande sofrimento e grave perda de forças vivas.

Suplico a quantos de algum modo se sentiram atraídos, envolvidos e atingidos no seu íntimo por certos princípios enganadores da teologia da libertação, que se confrontem novamente com a referida Instrução, acolhendo a luz benigna que a mesma oferece de mão estendida; a todos recordo que "a regra suprema da fé [da Igreja] provém efetivamente da unidade que o Espírito estabeleceu entre a Sagrada Tradição, a Sagrada Escritura e o Magistério da Igreja, numa reciprocidade tal que os três não podem subsistir de maneira independente" (João Paulo II, Enc. Fides et ratio, 55)".

Apesar de tudo isso Boff e seus asseclas insistem no erro, fazem-se surdos ao Vigário de Cristo na terra e continuam a disseminar o joio no meio do trigo. Por fim, como toda heresia que já houve na história da Igreja, será vencida, mas como sempre, deixando um rastro de erros, divisão e enfraquecimento da Igreja. Sem obediência não há humildade, sem humildade não há santidade, sem santidade não há salvação.

Prof. Felipe Aquino

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário