quarta-feira, 20 de novembro de 2013

O Sacramento da Ordem


 

 


 Sacerdócio Régio

                      “Terás, pois, o sacerdote por santo, porque ele oferece o pão de teu Deus: ele será santo para ti, porque eu, o Senhor que vos santifico, sou santo.” (Levitico 21, 8)

                      “A Ordem é o sacramento graças ao qual a missão confiada por Cristo a seus Apóstolos continua sendo exercida na Igreja até o fim dos tempos; é, portanto, o sacramento do ministério apostólico. Comporta três graus: o episcopado, o presbiterado e o diaconado.

(Sobre a instituição e a missão do ministério apostólico por Cristo, veja-se acima. Aqui, só se trata da via sacramental pela qual se transmite este ministério”).” 1536

                    “O povo eleito foi constituído por Deus como "um remo de sacerdotes e uma nação santa" (Ex 19.6). Mas, dentro do povo de Israel, Deus escolheu uma das doze tribos, a de Levi, reservando-a para o serviço litúrgico; Deus mesmo é sua herança. Um rito próprio consagrou as origens do sacerdócio da antiga aliança. Os sacerdotes são ai "constituídos para intervir em favor dos homens em suas relações com Deus, a fim de oferecer dons e sacrifícios pelos pecados".” 1539

                    “Instituído para anunciar a palavra de Deus e para restabelecer a comunhão com Deus pelos sacrifícios e pela oração, esse sacerdócio continua, não obstante, impotente para operar; a salvação. Precisa, por isso, repetir sem cessar os sacrifícios, e não é capaz de levar à santificação definitiva, que só o sacrifício de Cristo deveria operar.” 1540

                    “Entretanto, a liturgia da Igreja vê no sacerdócio de Aarão, no serviço dos levitas e na instituição dos setenta "anciãos" prefigurações do ministério ordenado da nova aliança Assim, no rito latino, a Igreja reza no prefácio consecratório da ordenação dos bispos:

Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo... Por vossa palavra estabelecestes leis na Igreja; e escolhestes desde o princípio um povo santo, descendente de Abraão, dando-lhe chefes e sacerdotes, e jamais deixastes sem ministros o vosso santuário...” 1541

                     “Na ordenação dos presbíteros, a Igreja reza: Assisti-nos, Senhor, Pai Santo... Já no Antigo Testamento, em sinais prefigurativos, surgiram vários ofícios por vós instituídos, de modo que, tendo à frente Aarão para guiar e santificar o vosso povo, lhes destes colaboradores de menor ordem e dignidade. Assim, no deserto, comunicastes a setenta homens prudentes o espírito dado a Moisés que, como auxílio deles, pode mais facilmente governar o vosso povo. Do mesmo modo, derramastes copiosamente sobre os filhos de Aarão a plenitude concedida a seu pai, para que o serviço dos sacerdotes segundo a lei fosse suficiente para os sacrifícios do tabernáculo.” 1542

                    “E, na oração consecratória para a ordenação dos diáconos, a Igreja professa: Ó Deus Todo-Poderoso... fazeis crescer... a vossa Igreja. Para a edificação do novo templo, constituístes três ordens de ministros para servirem ao vosso nome, como outrora escolhestes os filhos de Levi para o serviço do antigo santuário.” 1543

                   “Cristo, sumo sacerdote e único mediador, fez da Igreja "um Reino de sacerdotes para Deus, seu Pai" (Cf Ap 1,6; 5,9-10; 1 Pd 2,5. 9). Toda comunidade dos fiéis é, como tal, sacerdotal. Os fiéis exercem seu sacerdócio batismal por meio de sua participação, cada qual segundo sua própria vocação, na missão de Cristo, Sacerdote, Profeta e Rei. E pelos sacramentos do Batismo e da Confirmação que os fiéis são "consagrados para ser... um sacerdócio santo".” 1546

                     “O sacerdócio ministerial ou hierárquico dos bispos e dos presbíteros e o sacerdócio comum de todos os fiéis, embora "ambos participem, cada qual a seu modo, do único sacerdócio de Cristo", diferem, entretanto, essencialmente, mesmo sendo "ordenados um ao outro". Em que sentido? Enquanto o sacerdócio comum dos fiéis se realiza no desenvolvimento da graça batismal, vida de fé, de esperança e de caridade, vida segundo o Espírito o sacerdócio ministerial está a serviço do sacerdócio comum, refere-se ao desenvolvimento da graça batismal de todos os cristãos. É um dos meios pelos quais Cristo não cessa de construir e de conduzir sua Igreja. Por isso, é transmitido por um sacramento próprio, o sacramento da Ordem.” 1547

                     “No serviço eclesial do ministro ordenado, é o próprio Cristo que está presente á sua Igreja enquanto Cabeça de seu Corpo, Pastor de seu rebanho, Sumo Sacerdote do sacrifício redentor Mestre da Verdade. A Igreja o expressa dizendo que o sacerdote, em virtude do sacramento da Ordem, age "in persona Christi Capitis" (na pessoa de Cristo Cabeça):

Na verdade, o ministro faz às vezes do próprio Sacerdote, Cristo Jesus. Se, na verdade, o ministro é assimilado ao Sumo Sacerdote por causa da consagração sacerdotal que recebeu, goza do poder de agir pela força do próprio Cristo que representa ("virtute ac persona ipsius Christi"). "Cristo é a origem de todo sacerdócio: pois o sacerdote da [“ Antiga Lei era figura dele, ao passo que o sacerdote da nova lei age em sua pessoa”].” 1548

                     “Pelo ministério ordenado, especialmente dos bispos e dos presbíteros, a presença de Cristo como chefe da Igreja se torna visível no meio da comunidade dos fiéis. Segundo a bela expressão de Santo Inácio de Antioquia, o Bispo é "typos tou Patros" (pronuncie: typos tu patrós), como a imagem viva de Deus Pai.” 1549

                     “Esta presença de Cristo no ministro não deve ser compreendida como se este estivesse imune a todas as fraquezas humanas, ao espírito de dominação, aos erros e até aos pecados. A força do Espírito Santo não garante do mesmo modo todos os atos dos ministros. Enquanto nos sacramentos esta garantia é assegurada, de tal forma que mesmo o pecado do ministro não possa impedir o fruto da graça, há muitos outros atos em que a conduta humana do ministro deixa traços que nem sempre são sinal de fidelidade ao Evangelho e que podem, por conseguinte, prejudicar a fecundidade apostólica da Igreja.” 1550

                    “Esse sacerdócio é ministerial. "Esta missão que o Senhor confiou aos pastores de seu povo é um verdadeiro serviço." Refere-se inteiramente a Cristo e aos homens. Depende inteiramente de Cristo e de seu sacerdócio único, e foi instituído em favor dos homens e da comunidade da Igreja. O sacramento da ordem comunica "um poder sagrado" que é o próprio poder de Cristo. O exercício desta autoridade deve, pois, ser medido pelo modelo de Cristo que, por amor, se fez o último e servo de todos. "O Senhor disse claramente que cuidar de seu rebanho é uma prova de amor para com Ele”.” 1551

                  “A tarefa do sacerdócio ministerial não é apenas representar Cristo-Cabeça da Igreja - diante da assembléia dos fiéis; ele age também em nome de toda a Igreja quando apresenta a Deus a oração da Igreja e, sobretudo quando oferece o sacrifício eucarístico.” 1552

 

 

O Dom Sacerdotal

 

 

                     “Isto digo como concessão, não como ordem. Pois quereria que todos fossem como eu; mas cada um tem de Deus um dom particular: uns este, outros aquele.” (1Corintios 7, 6-7)

                     O apóstolo celibatário tem o desejo de que todos sejam iguais a ele, porém cada um é chamado para um dom, o matrimônio ou a ordem.

                     “Aos solteiros e às viúvas, digo que lhes é bom se permanecerem assim, como eu. Mas, se não podem guardar a continência, casem-se. É melhor casar do que abrasar-se.” (1Corintios 7, 8-9)

                      A Palavra confirma mais uma vez o celibato do apóstolo que aconselha os solteiros e as viúvas a se guardarem para o Senhor.

                     “Quanto ao mais, que cada um viva na condição na qual o Senhor o colocou ou em que o Senhor o chamou. É o que recomendo a todas as igrejas.” (1Corintios 7, 17)

                       E se o Senhor chamou quem estava casto, continue na castidade, se estava no celibato, continue no celibatário, se estava casado, continue no casamento.

                      “A respeito das pessoas virgens, não tenho mandamento do Senhor; porém, dou o meu conselho, como homem que recebeu da misericórdia do Senhor a graça de ser digno de confiança. Julgo, pois, em razão das dificuldades presentes, ser conveniente ao homem ficar assim como é.” (1Corintios 7, 25-26)

                      O apóstolo elogia os virgens e diz que é bom que continuem assim. E se o Senhor não tem mandamento, quer dizer que podem permanecer virgens se entregando a Deus.

                      “Quisera ver-vos livres de toda preocupação. O solteiro cuida das coisas que são do Senhor, de como agradar ao Senhor. O casado preocupa-se com as coisas do mundo, procurando agradar à sua esposa. A mesma diferença existe com a mulher solteira ou a virgem. Aquela que não é casada cuida das coisas do Senhor, para ser santa no corpo e no espírito; mas a casada cuida das coisas do mundo, procurando agradar ao marido.” (1Cor 7, 32-34)

                       Desta vez o apóstolo deixa ainda mais explicito que, quem não for casado, não deve se casar e sim se ocupar com as coisas do Senhor para não ficar dividido. E os virgens devem permanecer virgens para serem santos de corpo e espírito. O que comprava definitivamente que o celibato dos padres e freiras é bíblico.

                      “Digo isto para vosso proveito, não para vos estender um laço, mas para vos ensinar o que melhor convém, o que vos poderá unir ao Senhor sem partilha.” (1Corintios 7, 35)

                       O apóstolo reafirma que a condição do celibato é a mais nobre para servir a Deus, aqueles que querem se ocupam somente das coisas do Pai.

                      “Portanto, quem se casa com sua noiva faz bem; e quem não casa, faz ainda melhor.” (1Corintios 7, 38)

                      Quem se casa faz bem, agrada o Senhor, e quem não se casa faz melhor ainda, agrada o Senhor muito mais porque dá a sua vida toda ao seu Deus.

                     “Tornai-vos os meus imitadores, como eu o sou de Cristo.” (1Cor 11,1)

                      O apóstolo é imitador de Cristo, certo? Cristo se casou? Não. E Paulo se casou? Não. Então, o celibato é uma prática voluntária, sem restrição bíblica. Assim, igualmente A Igreja Católica diz que, o padre é outro cristo na vida da comunidade. Assim como Paulo apóstolo foi o pai na fé de muitas comunidades, o sacerdote é o pai da comunidade. O cristo ordenado pela Santa Igreja para servir os fiéis.

 

 

 

 

 

 

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