Os Cativos
“Por isso, eu vos digo:
todo pecado e toda blasfêmia será perdoado aos homens, mas a blasfêmia contra o
Espírito não será perdoada. Quem disser algo contra o Filho do Homem será
perdoado. Mas quem disser algo contra o
Espírito Santo, nunca será perdoado, nem neste mundo, nem no mundo que há de
vir.”
(Mateus 12, 31
–32)
A partir desta afirmação
podemos crer que, os pecados podem ser perdoados no mundo presente, ao passo
que, existem pecados que podem ser perdoados no mundo futuro. Se há alguma
forma de perdão em outro mundo, sendo que o juízo nunca foi denominado como um
mundo futuro e não há como entrar no céu sem ser plenamente puro, ou seja,
pecados não são perdoados nos céus, mais antes da entrada no paraíso, podemos
afirmar e crer totalmente na existência do purgatório, o mundo aonde é
concedido o perdão e purificação dos pecados após este mundo em vivemos.
Leia com atenção, reflita cada palavra desta passagem:
“Cada um de nós, entretanto, recebeu a
graça na medida em que Cristo a concedeu. Por isto diz a Escritura: Quando subiu ao alto, levou muitos cativos,
cumulou de dons os homens (Sl 67,19).
Que quer dizer subiu? Quer dizer que primeiro desceu aos lugares mais baixos da
terra. Aquele que desceu, é o mesmo que subiu acima de todos os céus, para
plenificar o universo.” (Efésios 4, 7-10)
A Palavra de Deus nos fala que Jesus subiu aos
céus levando consigo cativos. E onde estavam estes prisioneiros antes de serem
levados aos céus?
A resposta é: no cativeiro que existia antes da
ressurreição de Cristo. Porque ninguém entrou no céu antes da ascensão de Nosso
Senhor. (cf. 1Coríntios 15, 20 –23)
Depois que Cristo desceu a mansão
dos mortos, levou consigo todos os cativos que ali estavam. Mas, após a
ascensão de Nosso Senhor, muitos outros se tornaram cativos. Esta prisão
espiritual temporária não era o purgatório. Porém, era preciso que, as almas
sem a plena santidade fossem reservadas a um lugar onde possam se encontrar em
comunhão com o amor eterno.
Nosso Senhor reuniu a
descendência de Sara e se transfigurou diante Elias e Moisés, consolou o
mendigo Lázaro e se revelou o Deus de Abraão, Isaac e Jacó, levou ao céu Henoc
e perdoou Raab, cumpriu a promessa a Dimas e curou os irmãos de José, fez
milagres na vida de Gedeão, Samuel e Josué, venceu a teimosia de Jonas e partiu
o pão e bebeu o vinho com Melquisedec, participou da alegria de Abel e foi
levar a salvação ao primeiro Adão e à primeira Eva, para conciliar a todos
junto ao convívio de Deus. “Jesus fez
ainda muitas outras coisas. Se fossem escritas uma por uma, penso que nem o
mundo inteiro poderia conter os livros que se deveriam escrever.”
(João
21, 25)
Desceu à Mansão dos
Mortos
“Para compreender esta doutrina e esta
prática da Igreja, é preciso admitir que o pecado tem uma dupla conseqüência. O
pecado grave priva-nos da comunhão com Deus e, consequentemente, nos toma
incapazes da vida eterna; esta privação se chama "pena eterna" do
pecado. Por outro lado, todo pecado, mesmo venial, acarreta um apego
prejudicial às criaturas que exige purificação, quer aqui na terra, quer depois
da morte, no estado chamado "purgatório". Esta purificação liberta da
chamada "pena temporal" do pecado. Essas duas penas não devem ser
concebidas como uma espécie de vingança infligida por Deus do exterior, mas,
antes, como uma conseqüência da própria natureza do pecado. Uma conversão que
procede de uma ardente caridade pode chegar à total purificação do pecador, de
tal modo que não haja mais nenhuma pena.” 1472
Através dos tempos infelizmente, por causa de um
ensino arcaico, e uma falta conhecimento dos fiéis, ficou instalado na mente
das pessoas que o purgatório seria um castigo, uma pena eterna de muito
sufrágio, onde as pessoas sofreriam muito durante muitos anos ou até séculos.
Graças a Deus, que iluminou
com Seu Espírito Santo o Sagrado Magistério da Igreja Católica, hoje podemos
afirmar e crer firmemente através das Escrituras Sagradas e da Tradição que,
aqueles que precisarem passar pelo purgatório antes de entrar no Reino dos
Céus, não encontraram castigo, fogo, sofrimento, mas terão um grande e
extraordinário encontro com toda a graça, bondade e misericórdia de Deus.
Numa certeza plena, sem
duvida nenhuma, as almas do purgatório tem a convicção de que estão salvas e
entraram no Reino do Pai Eterno. Nós católicos temos que ver e ensinar que o
estado espiritual do purgatório é, mais uma das maravilhas que o amor infinito
de Deus criou para a salvação de seus filhos. Porque mesmo aqueles que são ou
não foram os mais santos poderão ser salvos pela purificação. O purgatório é
uma consolação, uma piedade divina, um pequeno céu antes do paraíso.
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