quarta-feira, 3 de setembro de 2014

O Dogma do Purgatório 2


Os Cativos



                      
                     “Por isso, eu vos digo: todo pecado e toda blasfêmia será perdoado aos homens, mas a blasfêmia contra o Espírito não será perdoada. Quem disser algo contra o Filho do Homem será perdoado. Mas quem disser algo contra o Espírito Santo, nunca será perdoado, nem neste mundo, nem no mundo que há de vir.”
(Mateus 12, 31 –32)
                     A partir desta afirmação podemos crer que, os pecados podem ser perdoados no mundo presente, ao passo que, existem pecados que podem ser perdoados no mundo futuro. Se há alguma forma de perdão em outro mundo, sendo que o juízo nunca foi denominado como um mundo futuro e não há como entrar no céu sem ser plenamente puro, ou seja, pecados não são perdoados nos céus, mais antes da entrada no paraíso, podemos afirmar e crer totalmente na existência do purgatório, o mundo aonde é concedido o perdão e purificação dos pecados após este mundo em vivemos.
                     Leia com atenção, reflita cada palavra desta passagem:
                    “Cada um de nós, entretanto, recebeu a graça na medida em que Cristo a concedeu. Por isto diz a Escritura: Quando subiu ao alto, levou muitos cativos, cumulou de dons os homens (Sl 67,19). Que quer dizer subiu? Quer dizer que primeiro desceu aos lugares mais baixos da terra. Aquele que desceu, é o mesmo que subiu acima de todos os céus, para plenificar o universo.” (Efésios 4, 7-10)
                     A Palavra de Deus nos fala que Jesus subiu aos céus levando consigo cativos. E onde estavam estes prisioneiros antes de serem levados aos céus?
A resposta é: no cativeiro que existia antes da ressurreição de Cristo. Porque ninguém entrou no céu antes da ascensão de Nosso Senhor. (cf. 1Coríntios 15, 20 –23)
                   Depois que Cristo desceu a mansão dos mortos, levou consigo todos os cativos que ali estavam. Mas, após a ascensão de Nosso Senhor, muitos outros se tornaram cativos. Esta prisão espiritual temporária não era o purgatório. Porém, era preciso que, as almas sem a plena santidade fossem reservadas a um lugar onde possam se encontrar em comunhão com o amor eterno.
                    Nosso Senhor reuniu a descendência de Sara e se transfigurou diante Elias e Moisés, consolou o mendigo Lázaro e se revelou o Deus de Abraão, Isaac e Jacó, levou ao céu Henoc e perdoou Raab, cumpriu a promessa a Dimas e curou os irmãos de José, fez milagres na vida de Gedeão, Samuel e Josué, venceu a teimosia de Jonas e partiu o pão e bebeu o vinho com Melquisedec, participou da alegria de Abel e foi levar a salvação ao primeiro Adão e à primeira Eva, para conciliar a todos junto ao convívio de Deus. “Jesus fez ainda muitas outras coisas. Se fossem escritas uma por uma, penso que nem o mundo inteiro poderia conter os livros que se deveriam escrever.”
(João 21, 25)


Desceu à Mansão dos Mortos


                   
                  “Para compreender esta doutrina e esta prática da Igreja, é preciso admitir que o pecado tem uma dupla conseqüência. O pecado grave priva-nos da comunhão com Deus e, consequentemente, nos toma incapazes da vida eterna; esta privação se chama "pena eterna" do pecado. Por outro lado, todo pecado, mesmo venial, acarreta um apego prejudicial às criaturas que exige purificação, quer aqui na terra, quer depois da morte, no estado chamado "purgatório". Esta purificação liberta da chamada "pena temporal" do pecado. Essas duas penas não devem ser concebidas como uma espécie de vingança infligida por Deus do exterior, mas, antes, como uma conseqüência da própria natureza do pecado. Uma conversão que procede de uma ardente caridade pode chegar à total purificação do pecador, de tal modo que não haja mais nenhuma pena.” 1472
                 Através dos tempos infelizmente, por causa de um ensino arcaico, e uma falta conhecimento dos fiéis, ficou instalado na mente das pessoas que o purgatório seria um castigo, uma pena eterna de muito sufrágio, onde as pessoas sofreriam muito durante muitos anos ou até séculos.
                  Graças a Deus, que iluminou com Seu Espírito Santo o Sagrado Magistério da Igreja Católica, hoje podemos afirmar e crer firmemente através das Escrituras Sagradas e da Tradição que, aqueles que precisarem passar pelo purgatório antes de entrar no Reino dos Céus, não encontraram castigo, fogo, sofrimento, mas terão um grande e extraordinário encontro com toda a graça, bondade e misericórdia de Deus.
                   Numa certeza plena, sem duvida nenhuma, as almas do purgatório tem a convicção de que estão salvas e entraram no Reino do Pai Eterno. Nós católicos temos que ver e ensinar que o estado espiritual do purgatório é, mais uma das maravilhas que o amor infinito de Deus criou para a salvação de seus filhos. Porque mesmo aqueles que são ou não foram os mais santos poderão ser salvos pela purificação. O purgatório é uma consolação, uma piedade divina, um pequeno céu antes do paraíso.

 

 


 

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