O
Mal Eterno
“Se a tua mão é ocasião
de escândalo para você, corte-a. É melhor você entrar para a vida sem uma das
mãos, do que ter as duas mãos e ir para o inferno, onde o fogo nunca se apaga. Aí o seu verme nunca morre e seu fogo nunca
se apaga. Se o seu pé é ocasião de escândalo para você, corte-o. É melhor
você entrar para a vida sem um dos pés, do que ter os dois pés e ser jogado no
inferno. Aí o seu verme nunca morre e o
seu fogo nunca se apaga. Se o seu olho é ocasião de escândalo para você,
arranque-o. É melhor você entrar no Reino de Deus com um olho só, do que ter os
dois e ser jogado no inferno, onde o seu
verme nunca morre e o seu fogo nunca se apaga.” (Marcos 9, 43 – 48)
Nosso Senhor consolida o dogma do inferno como um lugar, não só
existente para o castigo dos condenados, mas este local de castigo para os
condenados é eterno nas palavras de Nosso Senhor que afirmou que o fogo nunca
se apaga sete vezes. Portanto, o inferno existe e é a condenação eterna dos
males do pecado e dos pecadores que não buscam a conversão.
“Depois o Rei dirá aos que
estiverem à sua esquerda: 'Afastem-se de mim, malditos. Vão para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos. Porque
eu estava com fome, e vocês não me deram de comer; eu estava com sede e não me
deram de beber; eu era estrangeiro, e vocês não me receberam em casa; eu estava
sem roupa, e não me vestiram; eu estava doente e na prisão, e vocês não foram
me visitar. Também estes responderão: 'Senhor, quando foi que te vimos com
fome, ou com sede, como estrangeiro, ou sem roupa, doente ou preso, e não te
servimos? Então o Rei responderá a esses: 'Eu garanto a vocês: todas as vezes
que vocês não fizeram isso a um desses pequeninos, foi a mim que não o
fizeram'. Portanto, estes irão para o
castigo eterno, enquanto os justos irão para a vida eterna.” (Mt 25,41-46)
Nosso Senhor reafirma que
o fogo é eterno, para o diabo, seus anjos do mal e para os pecadores que
fizeram diferença entre os homens, negando o amor ao próximo e a Deus sobre
todas as coisas. Além de uma comparação clara: os justos têm a vida eterna e os
injustos têm o castigo eterno. Deus é misericórdia, mas também é justiça.
“Quero lembrar-lhes também que os
anjos que não conservaram a sua dignidade, mas abandonaram a própria moradia, o Senhor os mantém presos eternamente nas
trevas, para o julgamento do grande Dia. De igual modo, Sodoma e Gomorra e as cidades vizinhas, que igualmente
se entregaram a libertinagem, elas servem de exemplo, sofrendo as penas de um
fogo eterno. O mesmo acontece com esses indivíduos: levados por seus
devaneios contaminam o próprio corpo, desprezando o senhorio de Cristo e
insultando os seres gloriosos. Na luta com o diabo para disputar o corpo de
Moisés, o arcanjo Miguel não teve a ousadia de acusá-lo com palavras ofensivas;
apenas disse: ‘Que o Senhor castigue você! ’ Esses indivíduos, porém, dizem
blasfêmias contra o que eles não conhecem; e o que conhecem instintivamente, a
maneira de animais, é o que conduz à ruína. São como as ondas bravias do mar,
espumando a própria indecência. São como
astros errantes, para os quais está reservada a escuridão das trevas eternas.”
(Judas 1, 6-13)
Os anjos que escolheram a
inimizade contra Deus já estão presos nas trevas eternas. De igual modo, as
cidades de Sodoma e Gomorra sofrem as penas de um fogo eterno. O mesmo acontece
com quem não faz de Jesus Cristo, o Senhor de sua vida e, se entrega a todo
tipo de pecado, estes também sofrem, ou sofreram, a escuridão das trevas
eternas. O que confirma a existência do inferno antes, durante e depois desse
mundo.
“O Demônio, que tinha
seduzido a todos eles, foi lançado num lago de fogo e de enxofre, onde já
estavam a Fera e o falso profeta. Lá eles serão atormentados dia e noite para
sempre.” (Apocalipse 20, 10)
A Palavra nos diz que, o
fogo onde serão jogados os condenados existe como castigo, como tormento dia e
noite para sempre, ou seja, eternamente. Outras evidências de que o inferno já
existe há milhares de anos e continuará a existir depois do juízo final: Tobias
14, 10; Mateus 3, 12; Apocalipse 14, Apocalipse 10; 19-20.
“As afirmações da Sagrada
Escritura e os ensinamentos da Igreja acerca do Inferno são um chamado à
responsabilidade com a qual o homem deve usar de sua liberdade em vista de seu
destino eterno. Constituem também um apelo insistente à conversão: "Entrai
pela porta estreita, porque largo e espaçoso é o caminho que conduz à perdição.
E muitos são os que entram por ele. Estreita, porém, é a porta e apertado o
caminho que conduz à vida. E poucos são os que o encontram" (Mt 7,13-14):
Como desconhecemos o dia e à hora,
conforme a advertência do Senhor vigiemos constantemente para que, terminado o
único curso de nossa vida terrestre, possamos entrar com ele para as bodas e
mereçamos ser contados entre os benditos, e não sejamos, como servos maus e
preguiçosos, obrigados a ir para o fogo eterno, para as trevas exteriores, onde
haverá choro e ranger de dentes.” 1036
A Inimizade
“Por isso Deus o exaltou
soberanamente e lhe outorgou o nome que está acima de todos os nomes, para que
ao nome de Jesus se dobre todo joelho no céu, na terra e nos infernos. E toda
língua confesse, para a glória de Deus Pai, que Jesus Cristo é Senhor.”
(Filipenses
2, 9 –11)
Como não poderia existir inferno se aqueles que estão no castigo eterno
dobram os joelhos ao nome de Nosso Senhor Jesus Cristo?
“Deus fará o que é justo:
vai mandar tribulações para aqueles que os oprimem, e a vocês, que são agora
oprimidos, como também a nós, ele dará descanso, quando o Senhor Jesus se
manifestar. Ele descerá do céu com os mensageiros do seu poder, por entre
chamas de fogo, para fazer justiça àqueles que não reconhecem a Deus e aos que
não obedecem ao Evangelho de nosso Senhor Jesus. Eles sofrerão como castigo a perdição eterna, longe da face do Senhor,
e da sua suprema glória. Nesse dia, o Senhor virá para ser glorificado na
pessoa de seus santos e para ser admirado em todos aqueles que acreditam. E
vocês acreditam em nosso testemunho!” (2 Tessalonicenses 1 6 – 10)
Portanto, o inferno é a condenação para aqueles que morrem no pecado
mortal, sem arrependimento ou conversão. Aqueles que não aceitam o Evangelho, e
desprezaram a Deus. Por isto, são condenados para eternidade longe da face do
Senhor e da suprema graça que os eleitos receberão.
“Quem não está comigo está contra mim; e quem não ajunta comigo, espalha.
Por isso, eu vos digo: ‘Todo pecado e toda blasfêmia serão perdoados aos
homens, mas a blasfêmia contra o
Espírito não lhes será perdoada. Todo o que tiver falado contra o Filho do
Homem será perdoado. Se, porém, falar
contra o Espírito Santo, não alcançará perdão nem neste século nem no século
vindouro’.” (Mateus 12, 30 –32).
O pecado mortal
revelado contra O Espírito Santo (negar a existência de Deus, a divindade de
Cristo, a ação do Espírito Santo e a Santíssima Trindade, entre outras verdades
de fé, Dogmas), deixa fora da amizade com Deus, fora de sua face e sua glória.
Estar com Cristo, é pertencer ao Espírito de Cristo (cf. Rm 8,9), é amar
uns aos outros como eles nos amou, o amor ao próximo é a grande chave do
mistério da salvação e da perdição. Nas Escrituras Sagradas fica evidente que o
amor mútuo entre os homens semeia a salvação, porém, o desprezo de nos amarmos como
ele nos amou, fazendo diferença entre as pessoas, planta o castigo eterno. Quem
não prática o amor, quem não obedece ao Evangelho e quem despreza A Palavra de
Deus: 1João 1,9-11; 1João 3,13-16; 1João 3,23-24; 1João 4,7-8; 1João 4,11-13; 1João
4, 20-21.
“Deus não predestina
ninguém para o Inferno; para isso é preciso uma aversão voluntária a Deus (um
pecado mortal) e persistir nela até o fim. Na Liturgia Eucarística e nas
orações cotidianas de seus fiéis, a Igreja implora a misericórdia de Deus, que
quer "que ninguém se perca, mas que todos venham a converter-se" (2Pd
3,9):
Recebei, ó Pai, com bondade, a oferenda
de vossos servos e de toda a vossa família; dai-nos sempre a vossa paz,
livrai-nos da condenação e acolhei-nos entre os vossos eleitos.” 1037
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