sexta-feira, 25 de outubro de 2013

A Sagrada Eucaristia 2


A Celebração Eucarística


 


 

                     “O cálice da benção que nós abençoamos, não é comunhão com o sangue de Cristo? O pão que partimos, não é comunhão com o corpo de Cristo? E como há um único pão, nós, embora muitos somos um só corpo, pois partimos todos desse único pão.”

(1 Coríntios 10 16 –17)

                       Ao recebermos o corpo e o sangue de Cristo participamos da perfeição da vida espiritual e da plenitude dos sacramentos que, estão todos os presentes neste ato de fé. Exercendo a santa unidade na Igreja que é um só corpo e um só espírito.

                      “Guarde para você, diante de Deus, a convicção que você tem. Feliz aquele que não condena a si mesmo na decisão que toma. Mas quem duvida e assim mesmo toma o alimento é condenado, pois seu comportamento não provém de uma convicção. E tudo que não provém de uma convicção é pecado.” (Romanos 14, 22 – 23)

                      Tenhamos a decisão e sejamos convictos de que, Nosso Senhor está presente na Santa Eucaristia em corpo, sangue, alma e divindade. Cristo está todo inteiro em cada partícula, por mínimo fragmento que seja da Eucaristia. 

                     “Depois acrescenta: ‘Eis- me aqui para fazer a tua vontade. ’ Desse modo, Cristo suprime o primeiro culto para estabelecer o segundo. É por causa dessa vontade que nós fomos santificados pela oferta do corpo de Jesus Cristo, realizada uma vez por todas.” (Hebreus 10, 9 – 10)

                     É durante a Celebração Eucarística que A Igreja se faz verdadeiramente, todos os dias, Uma, Santa, Católica e Apostólica.

                     “Eram perseverantes em ouvir o ensinamento dos apóstolos, na comunhão fraterna, no partir do pão e nas orações. Em todos eles havia temor, por causa dos numerosos prodígios e sinais que os apóstolos realizavam. Todos que abraçavam a fé eram unidos e colocavam em comum todas as coisas; vendiam suas propriedades e seus bens e repartiam o dinheiro entre todos, conforme a necessidade de cada um. Diariamente, todos juntos freqüentavam o Templo e nas casas partiam o pão, tomando alimento com alegria e simplicidade de coração. Louvavam a Deus e eram estimados por todo o povo. E a cada dia o Senhor acrescentava à comunidade outras pessoas que iam aceitando a salvação.” (Atos 2, 42 – 47)

                     O Deus Trindade está presente na Celebração Eucarística, o Santo Sacrifício, corpo e sangue do Cordeiro Imolado. Por isto, toda a celebração é constituída em louvor e agradecimento em nome do Pai, em nome do Filho e em nome do Espírito Santo.        

                   “Irmãos, com toda segurança podemos entrar no santuário, por meio do sangue de Jesus. Ele inaugurou para nós esse caminho novo e vivo, através da cortina, isto é, da sua própria carne. Temos um sacerdote eminente à frente da casa de Deus. Aproximemo-nos, pois, de coração sincero, cheios de fé, com o coração purificado da má consciência e o corpo lavado com água pura. Sem vacilar, mantenhamos a profissão da nossa esperança, pois aquele que fez a promessa é fiel. Tenhamos consideração uns com os outros, para nos estimular no amor e nas boas obras. Não deixando de freqüentar as nossas reuniões, como alguns costumam deixar. Ao contrário, procuremos animar-mos sempre mais, principalmente agora que vocês estão vendo que se aproxima o Dia do Senhor.” (Hebreus 10, 19 – 25)

                     Na Santa Eucaristia estão presentes todos os sinais de Nosso Senhor: a encarnação do verbo, a crucificação para lavar os pecados, a ressurreição vencendo a morte e a ascensão para a vida eterna.

                    “Então Jesus entrou para ficar com eles. Sentou-se à mesa com os dois, tomou o pão e abençoou, depois partiu a eles. Nisso os olhos dos discípulos se abriram, e eles reconheceram Jesus. Jesus, porém, desapareceu da frente deles.” (Lucas 24, 13 - 35)

                      Por que Nosso Senhor desapareceu? Como explicar essa passagem? “Porque a minha carne é verdadeiramente comida e o meu sangue é verdadeiramente bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue vive em mim e eu nele. E como o Pai, que vive me enviou e eu vivo pelo Pai, assim, aquele que me receber como alimento viverá por mim. Este é o pão que desceu do céu.” (João 6, 55 –57) Nosso Senhor desapareceu porque Ele é o pão abençoado e repartido.

                      “A Eucaristia, sacramento de nossa salvação realizada por Cristo na cruz, é também um sacrifício de louvor em ação de graças pela obra da criação. No sacrifício eucarístico, toda a criação amada por Deus é apresentada ao Pai por meio da Morte e da Ressurreição de Cristo. Por Cristo, a Igreja pode oferecer o sacrifício de louvor em ação de graças por tudo o que Deus fez de bom, de belo e de justo na criação e na humanidade.” 1359

                      “A Eucaristia é um sacrifício de ação de graças ao Pai, unia bênção pela qual a Igreja exprime seu reconhecimento a Deus por todos os seus benefícios, por tudo o que ele realizou por meio da criação, da redenção e da santificação. Eucaristia significa, primeiramente, "ação de graças".” 1360

                      “A Eucaristia é também o sacrifício de louvor por meio do qual a Igreja canta a glória de Deus em toda a criação. Este sacrifício de louvor só é possível através de Cristo: Ele une os fiéis à sua pessoa, ao seu louvor e à sua intercessão, de sorte que o sacrifício de louvor ao Pai é oferecido por Cristo e com ele para ser aceito nele.” 1361

 

                

O Corpo e O Sangue


 

 

                     “De fato, quando se reúnem, o que vocês fazem não é comer a Ceia do Senhor, porque cada um se apressa em comer a sua própria ceia. E, enquanto um passa fome, outro fica embriagado. Será que vocês não têm suas casas onde comer e beber? Ou desprezam a Igreja de Deus e querem envergonhar aqueles que nada têm? O que vou dizer para vocês? Devo elogiá-los? Não! Nesse ponto eu não os elogio.

                     De fato, eu recebi pessoalmente do Senhor aquilo que transmiti para vocês. Na noite em que foi entregue, o Senhor Jesus tomou o pão e, depois de dar graças, o partiu e disse: ‘Isto é o meu corpo que é para vocês; façam isto em memória de mim. ’ Do mesmo modo, após a Ceia, tomou também o cálice, dizendo: ‘Este cálice é a Nova Aliança no meu sangue; todas as vezes que vocês beberem dele, façam isso em memória de mim. ’ Portanto, todas as vezes que vocês comem deste pão e bebem deste cálice, estão anunciando a morte do Senhor, até que ele venha.

                    Por isso, todo aquele que comer do pão ou beber do cálice do Senhor indignamente, será réu do corpo e do sangue do Senhor. Portanto, cada um examine a si mesmo antes de comer deste pão e beber deste cálice, pois aquele que come e bebe sem discernir o Corpo, come e bebe a própria condenação.” (1 Coríntios 11 20 –29)

                    Esta passagem é o mais antigo testemunho sobre a Eucaristia, foi escrito no ano 56, mais de dez anos antes dos Evangelhos. Entre as nossas observações podemos dizer primeiro que, pelo Espírito Santo, o Apóstolo teve seu encontro pessoal com Cristo que lhe transmitiu A Santa Celebração. Segundo: se fosse apenas uma simples celebração como alguém pode ser réu do corpo e do sangue do Senhor se este pão e este vinho não tem a presença de Cristo? Terceiro: se qualquer um pudesse cear; por que deve haver um exame de consciência? Quarto: se fosse um simples pedaço de pão e apenas um cálice de vinho. Por que é preciso discernir o corpo? Por que a falta de discernimento do corpo de Cristo em comparação a qualquer pão e vinho gera a própria condenação? Quinto: se a celebração do corpo e do sangue de Cristo fosse apenas uma solene lembrança ou uma simbólica representação, então por que tanto argumento bíblico com uma luta fervorosa de Nosso Senhor e do maior dos apóstolos para que as pessoas acreditem que esta é mais divina liturgia celebrada no mundo?

                      “O sacrifício de Cristo e o sacrifício da Eucaristia são um único sacrifício: "É uma só e mesma vítima, é o mesmo que oferece agora pelo ministério dos sacerdotes, que se ofereceu a si mesmo então na cruz. Apenas a maneira de oferecer difere". "E porque neste divino sacrifício que se realiza na missa, este mesmo Cristo, que se ofereceu a si mesmo uma vez de maneira cruenta no altar da cruz, está contido e é imolado de maneira incruenta, este sacrifício é verdadeiramente propiciatório".” 1367

                      “A Eucaristia é também o sacrifício da Igreja. A Igreja, que é o corpo de Cristo, participa da oferta de sua Cabeça. Com Cristo, ela mesma é oferecida inteira. Ela se une à sua intercessão junto ao Pai por todos os homens. Na Eucaristia, o sacrifício de Cristo se torna também o sacrifício dos membros de seu Corpo. A vida dos fiéis, seu louvor, seu sofrimento, sua oração, seu trabalho são unidos aos de Cristo e à sua oferenda total, e adquirem assim um valor novo. O sacrifício de Cristo, presente sobre o altar, dá a todas as gerações de cristãos a possibilidade de estarem unidos à sua oferta. Nas catacumbas, a Igreja é muitas vezes representada como uma mulher em oração, com os braços largamente abertos em atitude de orante. Como Cristo que estendeu os braços na cruz, ela se oferece e intercede por todos os homens, por meio dele, com ele e nele.” 1368

                      “A missa é ao mesmo tempo e inseparavelmente o memorial sacrifical no qual se perpetua o sacrifício da cruz, e o banquete sagrado da comunhão no Corpo e no Sangue do Senhor. Mas a celebração do Sacrifício Eucarístico está toda orientada para a união íntima dos fiéis com Cristo pela comunhão. Comungar é receber o próprio Cristo que se ofereceu por nós.” 1382

                    “O altar, em tomo do qual a Igreja está reunida na celebração da Eucaristia, representa os dois aspectos de um mesmo mistério: o altar do sacrifício e a mesa do Senhor, e isto tanto mais porque o altar cristão é o símbolo do próprio Cristo, presente no meio da assembléia de seus fiéis, ao mesmo tempo como vítima oferecida por nossa reconciliação e como alimento celeste que se dá a nós. "Com efeito, que é o altar de Cristo senão a imagem do Corpo de Cristo?”- diz Santo Ambrósio; e alhures: "O altar representa o Corpo [de Cristo], e o Corpo de Cristo está sobre o altar". A liturgia exprime esta unidade do sacrifício e da comunhão em muitas orações. Assim, a Igreja de Roma ora em sua anáfora: Nós vos suplicamos que ela seja levada à vossa presença, para que, ao participarmos deste altar, recebendo o Corpo e o Sangue de vosso Filho, sejamos repletos de todas as graças e bênçãos do céu.” 1383              

                     Nosso Senhor iniciou suas obras com o milagre nas bodas de Caná, transformando a água em vinho como prefiguração do vinho transformado em seu Sangue. E sua última obra em vida, antes da morte na cruz, foi a Santa Ceia em que instituiu A Sagrada Eucaristia. Isto, para que a vida da Igreja e de todos os cristãos tenha sua plenitude, do inicio ao fim, no Santo Sacrifício de Cristo.

 

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