“Saindo Jesus da
sinagoga, entrou na casa de Simão. A sogra de Simão estava com febre alta; e
pediram-lhe por ela. Inclinando-se sobre ela, ordenou ele à febre, e a febre
deixou-a. Ela levantou-se imediatamente e pôs-se a servi-los. Depois do pôr do
sol, todos os que tinham enfermos de
diversas moléstias lhos traziam. Impondo-lhes a mão, os sarava.” (Lucas 4,
38-40)
Nosso Senhor Jesus Cristo ministrou o sacramento aos
enfermos curando a todos de forma física e espiritual. Assim sendo, os
sucessores de Nosso Redentor aplicam também este magistério, mais um sacramento
confiado para a salvação na Igreja Católica:
“Por onde andardes
anunciai que o Reino dos céus está próximo. Curai os doentes, ressuscitai os mortos, purificai os leprosos,
expulsai os demônios. Recebestes de graça, de graça dai!” (Mateus 10, 7-8)
Os apóstolos ministravam os sacramentos, em todos os
povoados por onde passavam, mas somente os doze. Nosso Senhor escolheu também
mais 72 discípulos que estabeleceu para que exercessem o magistério da cura de
enfermos física e espiritualmente. Segundo a unção que cabe para todos os
membros do clero.
“Eles partiram e pregaram
a penitência. Expeliam numerosos demônios, ungiam
com óleo a muitos enfermos e os curavam.” (Marcos 6, 12-13)
Nos dias de hoje a ação da Igreja é a mesma função que
os apóstolos tinham ao sacramentar os enfermos como forma de cura interior e
exterior. Por isto, somos A Igreja Apostólica, em tudo agimos conforme Nosso
Senhor instituiu aos seus discípulos.
“Curai os enfermos que nela
houver e dizei-lhes: O Reino de Deus está próximo.” (Lucas 10, 9)
A Bíblia Sagrada indica claramente o papel da Igreja
Católica em relação a este sacramento que Nosso Senhor instituiu para que seja
efetuado pelos ministros consagrados da Santa Igreja. Uma missão para o clero
que deve ser exigida sempre que necessário pelos povos de Deus Pai.
“Está alguém enfermo? Chame os presbíteros da Igreja, e estes façam
oração sobre ele, ungindo-o com óleo em nome do Senhor. A oração da fé salvará
o enfermo e o Senhor o restabelecerá. Se ele cometeu pecados, ser-lhe-ão
perdoados.” (Tiago 5, 14-15)
A Sagrada Tradição da Igreja Católica não poderia
deixar de nos orientar, este sacramento foi disposto por Nosso Senhor aos
apóstolos que passaram aos discípulos que instruíram a outros discípulos e
outros e outros até chegar aos dias de hoje.
“Tu, portanto, meu filho,
procura progredir na graça de Jesus Cristo. O que de mim ouviste em presença de
muitas testemunhas, confia-o a homens fiéis que, por sua vez, sejam capazes de
instruir a outros.” (2 Timóteo 2, 1-2)
Ungidos Segundo O Catecismo
Agora vamos conferir o
que O Magistério nos orienta sobre este sacramento através do Catecismo
dirigido para curar o povo de Deus:
“O sacramento da Unção dos Enfermos
tem por finalidade conferir uma graça especial ao cristão que está passando
pelas dificuldades inerentes ao estado de enfermidade grave ou de velhice.” 1527
“O tempo oportuno para
receber a sagrada unção é certamente aquele em que o fiel começa a encontrar-se
em perigo de morte devido à doença ou à velhice.” 1528
“Cada vez que um cristão
cair gravemente enfermo, pode receber a sagrada unção. Da mesma forma, pode
recebê-la novamente se a doença se agravar.” 1529
“Só os sacerdotes (Bispos e
presbíteros) podem administrar o sacramento da Unção dos Enfermos; para
conferi-lo, empregam óleo consagrado pelo Bispo ou, em caso de necessidade,
pelo próprio presbítero celebrante.” 1530
“O essencial da
celebração deste sacramento consiste na unção da fronte e das mãos do doente
(no rito romano) ou de outras partes do corpo (no Oriente), unção acompanhada
da oração litúrgica do presbítero celebrante, que pede a graça especial deste
sacramento.” 1531
“A graça especial do
sacramento da Unção dos Enfermos tem como efeitos: a união do doente com a
paixão de Cristo, para seu bem e o bem de toda a Igreja; reconforto, a paz e a
coragem para suportar cristãmente os sofrimentos da doença ou da velhice;
perdão dos pecados, se o doente não pode obtê-lo pelo sacramento da Penitência;
restabelecimento da saúde, se isso convier à salvação espiritual; a preparação
para a passagem à vida eterna.” 1532
“Se um enfermo que recebeu
a Unção dos Enfermos recobrar a saúde, pode, em caso de recair em doença grave,
receber de novo este sacramento. No decorrer da mesma enfermidade, este
sacramento pode ser reiterado se a doença se agravar. Permite-se receber a
Unção dos Enfermos antes de uma cirurgia de alto risco. O mesmo vale também
para as pessoas de idade avançada, cuja fragilidade se acentua.” 1515
“Só os sacerdotes (bispos
e presbíteros) são ministros da Unção dos Enfermos. E dever dos pastores
instruir os fiéis sobre os benefícios deste sacramento. Que os fiéis incentivem
os doentes a chamar o sacerdote, para receber este sacramento. Que os doentes
se preparem para recebê-lo com boas disposições, com a ajuda de seu pastor e de
toda a comunidade eclesial, que é convidada a cercar de modo especial os
doentes com suas orações e atenções fraternas.” 1516
“Como é celebrado este
sacramento? Como todos os sacramentos, a Unção dos Enfermos é uma celebração
litúrgica e comunitária, quer tenha lugar na família, no hospital ou na Igreja,
para um só enfermo ou para todo um grupo de enfermos. E de todo conveniente que
ela se celebre dentro da Eucaristia, memorial da Páscoa do Senhor. Se as circunstâncias
o permitirem, a celebração do sacramento pode ser precedida pelo sacramento da
Penitência e seguida pelo sacramento da Eucaristia. Como sacramento da Páscoa
de Cristo, a Eucaristia deveria sempre ser o último sacramento da peregrinação
terrestre, o "viático" para a "passagem" à vida eterna.” 1517
“Os efeitos da
celebração deste sacramento Um com particular do Espírito Santo O principal dom
deste sacramento é uma graça de reconforto, de paz e de coragem para vencer as
dificuldades próprias do estado de enfermidade grave ou da fragilidade da
velhice. Esta graça é um dom do Espírito Santo que renova a confiança e a fé em
Deus e fortalece contra as tentações do maligno, tentação de desânimo e de
angustia diante da morte. Esta assistência do Senhor pela força de seu Espírito
quer levar o enfermo à cura da alma, mas também à do corpo, se for esta a
vontade de Deus. Além disso, "se ele cometeu pecados, eles lhe serão
perdoados" (Tg 5,15).” 1520
“Uma reparação para a
última passagem. Se o sacramento da Unção dos Enfermos é concedido a todos os
que sofrem de doenças e enfermidades graves, com mais razão ainda cabe aos que
estão às portas da morte (“ in exitu vitae constituti"). Por isso, também
foi chamado "sacramentum exeuntium". A Unção dos Enfermos completa
nossa conformação com a Morte e Ressurreição de Cristo, como o Batismo começou
a fazê-lo. E o termo das sagradas unções que acompanham toda a vida cristã: a
do Batismo, que selou em nós a nova vida; a da confirmação, que nos fortificou
para o combate desta vida. Esta derradeira unção fortalece o fim de nossa vida
terrestre como que de um sólido baluarte para enfrentar as últimas lutas antes
da entrada na casa do Pai.” 1523
“O viático, último
sacramento do cristão Aos que estão para deixar esta vida, a Igreja oferece,
além da Unção dos Enfermos, a Eucaristia como viático. Recebida neste momento
de passagem para o Pai, a comunhão do Corpo e Sangue de Cristo tem significado
e importância particulares. E semente de vida eterna e poder de ressurreição,
segundo as palavras do Senhor: "Quem come a minha carne e bebe o meu
sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia" (Jo 6,54).
Sacramento de Cristo morto e ressuscitado, a Eucaristia é aqui sacramento da
passagem da morte para a vida, deste mundo para o Pai.” 1524
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