A Reconciliação
“O pecado é antes
de tudo uma ofensa a Deus, uma ruptura da comunhão com ele. Ao mesmo tempo é um
atentado à comunhão com a Igreja. Por isso, a conversão traz simultaneamente o
perdão de Deus e a reconciliação com a Igreja, Q que é expresso e realizado
liturgicamente pelo sacramento da Penitência e da Reconciliação.” 1440
“Conferindo aos apóstolos seu
próprio poder de perdoar os pecados, o Senhor também lhes dá a autoridade de
reconciliar os pecadores com a Igreja. Esta dimensão eclesial de sua tarefa
exprime-se principalmente na solene palavra de Cristo a Simão Pedro: "Eu
te darei as chaves do Reino dos Céus, e o que ligares na terra ser ligado nos
céus, e o que desligares na terra será desligado nos céus" (Mt 16,19).
"O múnus de ligar e desligar, que foi dado a Pedro, consta que também foi
dado ao colégio do apóstolos, unido a seu chefe (cf. Mt 18,18; 28,16-20)”."
1444
“As palavras ligar e desligar
significam: aquele que excluirdes da vossa comunhão, será excluído da comunhão
com Deus; aquele que receberdes de novo na vossa comunhão, Deus o acolherá
também na sua. A reconciliação com a Igreja é inseparável da reconciliação com
Deus.” 1445
“Cristo instituiu o
sacramento da Penitência para todos os membros pecadores de sua Igreja, antes
de tudo para aqueles que, depois do Batismo, cometeram pecado grave e com isso
perderam a graça batismal e feriram a comunhão eclesial. E a eles que o
sacramento da Penitência oferece uma nova possibilidade de converter-se e de
recobrar a graça da justificação. Os Padres da Igreja apresentam este
sacramento como "a segunda tábua (de salvação) depois do naufrágio que é a
perda da graça.” 1446
“Ao celebrar o sacramento da
Penitência, o sacerdote cumpre o ministério do bom pastor, que busca a ovelha
perdida; do bom samaritano, que cura as feridas; do Pai, que espera o filho
pródigo e o acolhe ao voltar; do justo juiz, que não faz acepção de pessoa e
cujo julgamento é justo e misericordioso ao mesmo tempo. Em suma, o sacerdote é
o sinal e o instrumento do amor misericordioso de Deus para com o pecador.”
1465
“O confessor não é o senhor,
mas o servo do perdão de Deus. O ministro deste sacramento deve unir-se à
intenção e à caridade Cristo. Deve possuir um comprovado conhecimento do
comportamento cristão, experiência das coisas humanas, respeito e delicadeza
diante daquele que caiu; deve amar a verdade, ser fiel ao magistério da Igreja
e conduzir, com paciência, o penitente à cura e à plena maturidade. Deve orar e
fazer penitência por ele, confiando-o à misericórdia do Senhor.” 1466
““Toda a força da Penitência
reside no fato de ela nos reconstituir na graça de Deus e de nos unir a Ele com
a máxima amizade.” Portanto, a finalidade e o efeito deste sacramento é a
reconciliação com Deus. Os que recebem o sacramento da Penitência com coração
contrito e disposição religiosa "podem usufruir a paz e a tranqüilidade da
consciência, que vem acompanhada de uma intensa consolação espiritual".
Com efeito, o sacramento da Reconciliação com Deus traz consigo uma verdadeira
"ressurreição espiritual", uma restituição da dignidade e dos bens da
vida dos filhos de Deus, entre os quais o mais precioso é a amizade de Deus (Cf.
Lc 15,32).” 1468
“Este sacramento nos
reconcilia com a Igreja. O pecado fende ou quebra a comunhão fraterna. O
sacramento da Penitência a repara ou restaura. Neste sentido, ele não cura
apenas aquele que é restabelecido na comunhão eclesial, mas tem também um
efeito vivificante sobre a vida da Igreja, que sofreu com o pecado de um de
seus membros. Restabelecido ou confirmado na comunhão dos santos, o pecador sai
fortalecido pela participação dos bens espirituais de todos os membros vivos do
Corpo de Cristo, quer estejam ainda em estado de peregrinação, quer já estejam
na pátria celeste:
Não devemos esquecer que a reconciliação
com Deus tem como conseqüência, por assim dizer, outras reconciliações capazes
de remediar outras rupturas ocasionadas pelo pecado: o penitente perdoado
reconcilia-se consigo mesmo no íntimo mais profundo de seu ser, onde recupera a
própria verdade interior; reconcilia-se com os irmãos que de alguma maneira
ofendeu e feriu; reconcilia-se com a Igreja; e reconcilia-se com toda a criação.”
1469
“Neste sacramento, o pecador,
entregando-se ao julgamento misericordioso de Deus, antecipa de certa maneira o
julgamento a que ser sujeito no fim desta vida terrestre. Pois é agora, nesta
vida, que nos é oferecida a escolha entre a vida e a morte, e só pelo caminho
da conversão poderemos entrar no Reino do qual somos excluídos pelo pecado
grave. Convertendo-se a Cristo pela penitência e pela fé, o pecador passa da
morte para a vida "sem ser julgado" (Jo 5,24).” 1470
“E Jesus nos mandou pregar ao povo que
Deus o constitui o Juiz dos vivos e dos mortos. Sobre ele todos os profetas dão
o seguinte testemunho: todo aquele que acredita em Jesus recebe, em seu nome, o
perdão dos pecados.” (Atos 10, 42-43)
É preciso que haja o exame de consciência,
para avaliar a firmeza na fé. Mesmo que nossa consciência não nos condene somos
abalados pelo pecado. Por isto, A Igreja pede que se faça a confissão no mínimo
uma vez por ano, durante A Páscoa do Senhor, e se possível uma vez por mês.
Aliás, se confessarmos o pecado e recebemos o perdão, mas voltarmos a pecar
este que confessamos não podemos comungar, devemos confessar de novo, mesmo que
se tenha passado algumas horas.
“Não se põe vinho novo em barris
velhos, se não os barris se arrebentam, o vinho derrama e os barris se perdem.
Mas vinho novo se põe em barris novos e assim os dois se conservam.” (Mateus 9,
17)
Eis porque A Igreja pede que os fiéis se
confessem uma vez por mês. Não podemos comungar o Corpo e o Sangue de Cristo
sendo barris velhos para o Vinho Novo, isso é um disparate para a essência da
fé cristã, vinho novo só pode ser comungado por barris novos, e esta renovação
acontece no sacramento da confissão. Através da confissão dos pecados e
absolvição do Magistério cumpre-se a penitência e torna-se um barril novo para
comungar o Vinho Novo. Lembre-se de 1 Coríntios 11, 27-29:
“Por isso, todo
aquele que comer do pão ou beber do cálice do Senhor indignamente, será réu do
corpo e do sangue do Senhor. ‘Portanto, cada um examine a si mesmo antes de
comer deste pão e beber deste cálice, pois aquele que come e bebe sem discernir
o Corpo, come e bebe a própria condenação’.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário