domingo, 28 de julho de 2013

Os Livros Sagrados-II


Revelação Divina



 

 

                 “Foi a Tradição apostólica que fez a Igreja discernir que escritos deviam ser enumerados lista dos Livros Sagrados”. Esta lista completa é denominada "Cânon" das Escrituras. “Ela comporta 46 (45, se contarmos Jr e Lm juntos) escritos para o Antigo Testamento e 27 para o Novo Testamento.” 120

                 “Antigo Testamento é uma parte indispensável da Sagrada Escritura. Seus livros são divinamente inspirados e conservam um valor permanente, pois a Antiga Aliança nunca foi revogada.” 121

                “Com efeito, "a Economia do Antigo Testamento estava ordenada principalmente para preparar a vinda de Cristo, redentor de todos". "Embora contenham também coisas imperfeitas e transitórias", os livros do Antigo Testamento dão testemunho de toda a divina pedagogia do amor salvífico de Deus: "Neles encontram-se sublimes ensinamentos acerca de Deus e uma salutar sabedoria concernente à vida do homem, bem como admiráveis tesouros de preces; nestes livros, enfim está latente o mistério de nossa salvação”." 122

                 “Os cristãos veneram o Antigo Testamento como verdadeira Palavra de Deus. A Igreja sempre rechaçou vigorosamente a idéia de rejeitar o Antigo Testamento sob o pretexto de que o Novo o teria feito caducar (marcionismo).” 123

                 "A Palavra de Deus, que é força de Deus para a salvação de todo crente, é apresentada e manifesta seu vigor de modo eminente nos escritos do Novo Testamento." Estes escritos fornecem-nos a verdade definitiva da Revelação divina. “Seu objeto central é Jesus Cristo, o Filho de Deus encarnado, seus atos, ensinamentos, paixão e glorificação, assim como os inícios de sua Igreja sob a ação do Espírito Santo.” 124

                “Os Evangelhos são o coração de todas as Escrituras, "uma vez que constituem o principal testemunho da vida e da doutrina do Verbo encarnado, nosso Salvador".” 125

                “Na formação dos Evangelhos podemos distinguir três etapas: 1. A vida e o ensinamento de Jesus. A Igreja defende firmemente que os quatro Evangelhos, "cuja historicidade afirma sem hesitação, transmitem fielmente aquilo que Jesus, Filho de Deus, ao viver entre os homens, realmente fez e ensinou para a eterna salvação deles, até o dia em que foi elevado". 2. A tradição oral. "O que o Senhor dissera e fizera os apóstolos, após a ascensão do Senhor, transmitiram aos ouvintes, com aquela compreensão mais plena de que gozavam instruídos que foram pelos gloriosos acontecimentos de Cristo e esclarecidos pela luz do Espírito de verdade." 3. Os Evangelhos escritos. "Os autores sagrados escreveram os quatro Evangelhos, escolhendo certas coisas das muitas transmitidas ou oralmente ou já por escrito, fazendo síntese de outras ou explanando-as com vistas à situação das igrejas, conservando, enfim, a forma de pregação, sempre de maneira a transmitir-nos, a respeito de Jesus, coisas verdadeiras e sincera”.” 126

                 “A Igreja, já nos tempos apostólicos, e depois constantemente em sua Tradição, iluminou a unidade do plano divino nos dois Testamentos graças à tipologia. Esta discerne, nas obras de Deus contidas na Antiga Aliança, prefigurações daquilo que Deus realizou na plenitude dos tempos, na pessoa de seu Filho encarnado.” 128

                 “Por isso os cristãos lêem o Antigo Testamento à luz de Cristo morto e ressuscitado. Esta leitura tipológica manifesta o conteúdo inesgotável do Antigo Testamento. Ela não deve levar a esquecer que este conserva seu valor próprio de Revelação, que o próprio Nosso Senhor reafirmou. De resto também o Novo Testamento exige ser lido à luz do Antigo. A catequese cristã primitiva recorre constantemente a ele. Segundo um adágio antigo, o Novo Testamento está escondido no Antigo, ao passo que o Antigo é desvendado no Novo "Novum in Vetere latet et in Novo Vetus patet".” 129

                 "É tão grande o poder e a eficácia encerrados na Palavra de Deus, que ela constitui sustentáculo e vigor para a Igreja, e, para seus filhos, firmeza da fé, alimento da alma, pura e perene fonte da vida espiritual." "É preciso que o acesso à Sagrada Escritura seja amplamente aberto aos fiéis." 131

                 "Que o estudo das Sagradas Páginas seja, portanto, como que a alma da Sagrada Teologia. Da mesma palavra da Sagrada Escritura também se nutre salutarmente e santamente floresce o ministério da palavra, a saber, a pregação pastoral, a catequese e toda a instrução cristã, na qual deve ocupar lugar de destaque a homilia litúrgica." 132

                “A Igreja "exorta com veemência e de modo peculiar todos os fiéis cristãos... a que, pela freqüente leitura das divinas Escrituras, aprendam “a eminente ciência de Jesus Cristo” (Fl 3,8). "Com efeito, ignorar as Escrituras é ignorar Cristo".” 133

 

 

Quem pode afirmar a inspiração divina?

 

 

                  Existem muitos argumentos que são os mesmos sempre usados em muitos debates e nada se novo se ensina porque se repete muito em relação ás inspirações divinas nas Escrituras Sagradas. Então, traçaremos aqui outra linha de argumentação visando provas históricas de como e porque A Bíblia Sagrada tem esses livros. Quem escolheu esses livros? O que foi feito para se chegar à conclusão de que são inspirados? Quem formou A Bíblia Sagrada?

                  Em primeiro lugar: temos que indagar quem pode afirmar a inspiração divina nos livros para conferir a moção de livros sagrados? Qual seria inspirado ou não? A resposta é uma só: A Igreja Católica. Detentora das chaves do Reino dos Céus e porta pela qual o mundo deve passar. Há dois mil anos A Igreja Católica e somente A Igreja tem o direito de proclamar se isto ou aquilo é revelação divina ou não. Mesmo porque As Escrituras Sagradas já tinham sido formadas em um conjunto de livros há mais de 1300 anos antes do protestantismo surgir. Quem é que você acha que leu, selecionou, orou, discerniu e decidiu quais eram os livros inspirados? A Igreja Católica.

                 Em segundo lugar: temos que saber, centenas de livros foram escritos. Só evangelhos foram escritos mais de 800. Todos os discípulos escreveram evangelhos e muitas outras pessoas que não foram discípulos e muitos outros que não conheceram Jesus. Lucas e Marcos não eram apóstolos, eram discípulos dos apóstolos, e escreveram evangelhos que fazem parte dos livros sagrados. Então, como foi se chegou à conclusão entre tantos livros quais eram os evangelhos inspirados? A resposta é uma só: A Eucaristia. Depois de ler durante séculos todos os evangelhos que apareciam em oração e discernimento também segundo inspiração do Espírito Santo, A Igreja Católica viu que a fonte chave, o ponto crucial para que um evangelho fosse reconhecido como inspirado é A Santa Ceia do Senhor. Nos quatro evangelhos a Eucaristia está presente. Fato: nós bem sabemos que a Eucaristia é o ponto máximo da fé católica. E é assim, através de muito estudo e muita oração A Igreja Católica fechou o Canôn de toda A Bíblia Sagrada.

                   Em terceiro lugar: todo cristão deve saber de algo: A Santa Ceia do Senhor é a única cena em comum nos quatro evangelhos. Procure outro ponto relatado da mesma forma nos quatro evangelhos. O nascimento de Jesus não é narrado do mesmo jeito nos evangelhos, cada um descreve um momento da mesma cena. A crucificação de Cristo não é transmitida da mesma forma. A ressurreição de Nosso Senhor está nos quatro evangelhos, mas de forma diferentes em seu conteúdo. Somente a Eucaristia é o ponto em comum contido entre os evangelhos. Isto é fé católica, é doutrina católica, é dogma católico. Isto é prova de que foi A Igreja Católica que, montou A Bíblia Sagrada, tanto o Antigo quanto o Novo Testamento. Mais uma vez A Igreja Católica se sobressai em relação às seitas. Se existe uma reunião de livros sagrados chamado de Bíblia é graças A Igreja Católica.

                   Agora podemos contar a história conforme aconteceu. Quem formou A Bíblia Sagrada foi A Igreja Católica que durante seis séculos estudou, orou discerniu até formar o que hoje temos em nossas mãos. Seis séculos, isto é muito mais tempo do que o protestante tem de existência. O protestantismo que não estudou, não orou, não discerniu, não formulou nada, já tinham A Bíblia pronta em suas mãos, graças A Igreja Católica, e ainda acham que podem dar alguma opinião sobre o caso.

                   Se A Bíblia Sagrada valesse por ela mesma sem uma autoridade para interpretá-la e ministrar seus livros, apontando sua inspiração divina, como poderíamos saber qual livro foi inspirado? E o que cada passagem quer dizer? Os gnósticos queriam colocar muito mais livros nas Escrituras para confirmar as idéias hereges que eles acreditavam. Marcião queria tirar quase todos os livros do Novo Testamento, só deixaria as cartas de Paulo Apóstolo e o Evangelho de Lucas. Isto aconteceu e muitas outras coisas aconteceram mil anos antes do protestantismo.

                   E se não fosse A Igreja Católica, quem mais poderia dizer não para os livros apócrifos? Santo Irineu de Lion, no século II, já falava de livros que não poderiam entrar nas Escrituras Sagradas porque continham muitos erros e apontava esses erros. Aliais, no final do século II, já existia uma lista com os nomes dos livros do Novo Testamento, livros esses que poderiam ser lidos durante A Santa Missa. Sem A Igreja Católica, ninguém mais pode dizer quais livros são inspirados ou não.

                   Não existiria Antigo e muito menos Novo Testamento sem A Igreja Católica, porque o Novo Testamento foi escrito junto com A Igreja nascente. E o Antigo Testamento precisou muito estudo e oração. Há dois mil anos A Igreja Católica mantém fé na mesma doutrina, enquanto o protestantismo com somente 500 anos se desmancha em milhares de denominações e doutrinas diferentes. Somente sabemos o que Cristo fez durante sua vida porque A Igreja Católica nos contou através da Tradição Oral, depois nas Cartas Apostólicas, cartas essas que comprovam a tradição porque primeiro aconteceu à pregação e depois vieram os escritos. E o Magistério da Igreja que com a mesma inspiração divina das Escrituras, montou A Bíblia Sagrada.

 

 

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