Revelação Divina
“Foi a Tradição apostólica que
fez a Igreja discernir que escritos deviam ser enumerados lista dos Livros
Sagrados”. Esta lista completa é denominada "Cânon" das Escrituras.
“Ela comporta 46 (45, se contarmos Jr e Lm juntos) escritos para o Antigo
Testamento e 27 para o Novo Testamento.” 120
“Antigo Testamento é uma parte
indispensável da Sagrada Escritura. Seus livros são divinamente inspirados e
conservam um valor permanente, pois a Antiga Aliança nunca foi revogada.” 121
“Com efeito, "a Economia
do Antigo Testamento estava ordenada principalmente para preparar a vinda de
Cristo, redentor de todos". "Embora contenham também coisas
imperfeitas e transitórias", os livros do Antigo Testamento dão testemunho
de toda a divina pedagogia do amor salvífico de Deus: "Neles encontram-se
sublimes ensinamentos acerca de Deus e uma salutar sabedoria concernente à vida
do homem, bem como admiráveis tesouros de preces; nestes livros, enfim está
latente o mistério de nossa salvação”." 122
“Os cristãos veneram o Antigo
Testamento como verdadeira Palavra de Deus. A Igreja sempre rechaçou
vigorosamente a idéia de rejeitar o Antigo Testamento sob o pretexto de que o
Novo o teria feito caducar (marcionismo).” 123
"A Palavra de Deus, que é força de Deus
para a salvação de todo crente, é apresentada e manifesta seu vigor de modo
eminente nos escritos do Novo Testamento." Estes escritos fornecem-nos a
verdade definitiva da Revelação divina. “Seu objeto central é Jesus Cristo, o
Filho de Deus encarnado, seus atos, ensinamentos, paixão e glorificação, assim
como os inícios de sua Igreja sob a ação do Espírito Santo.” 124
“Os Evangelhos são o coração de todas as Escrituras, "uma vez
que constituem o principal testemunho da vida e da doutrina do Verbo encarnado,
nosso Salvador".” 125
“Na formação dos Evangelhos
podemos distinguir três etapas: 1. A
vida e o ensinamento de Jesus. A Igreja defende firmemente que os quatro
Evangelhos, "cuja historicidade afirma sem hesitação, transmitem fielmente
aquilo que Jesus, Filho de Deus, ao viver entre os homens, realmente fez e
ensinou para a eterna salvação deles, até o dia em que foi elevado". 2. A tradição oral. "O que o Senhor
dissera e fizera os apóstolos, após a ascensão do Senhor, transmitiram aos
ouvintes, com aquela compreensão mais plena de que gozavam instruídos que foram
pelos gloriosos acontecimentos de Cristo e esclarecidos pela luz do Espírito de
verdade." 3. Os Evangelhos
escritos. "Os autores sagrados escreveram os quatro Evangelhos,
escolhendo certas coisas das muitas transmitidas ou oralmente ou já por
escrito, fazendo síntese de outras ou explanando-as com vistas à situação das
igrejas, conservando, enfim, a forma de pregação, sempre de maneira a
transmitir-nos, a respeito de Jesus, coisas verdadeiras e sincera”.” 126
“A Igreja, já nos tempos
apostólicos, e depois constantemente em sua Tradição, iluminou a unidade do
plano divino nos dois Testamentos graças à tipologia. Esta discerne, nas obras
de Deus contidas na Antiga Aliança, prefigurações daquilo que Deus realizou na
plenitude dos tempos, na pessoa de seu Filho encarnado.” 128
“Por isso os cristãos lêem o
Antigo Testamento à luz de Cristo morto e ressuscitado. Esta leitura tipológica
manifesta o conteúdo inesgotável do Antigo Testamento. Ela não deve levar a
esquecer que este conserva seu valor próprio de Revelação, que o próprio Nosso
Senhor reafirmou. De resto também o Novo Testamento exige ser lido à luz do
Antigo. A catequese cristã primitiva recorre constantemente a ele. Segundo um
adágio antigo, o Novo Testamento está escondido no Antigo, ao passo que o
Antigo é desvendado no Novo "Novum in Vetere latet et in Novo Vetus
patet".” 129
"É tão grande o poder e a eficácia
encerrados na Palavra de Deus, que ela constitui sustentáculo e vigor para a
Igreja, e, para seus filhos, firmeza da fé, alimento da alma, pura e perene
fonte da vida espiritual." "É preciso que o acesso à Sagrada Escritura
seja amplamente aberto aos fiéis." 131
"Que o estudo das
Sagradas Páginas seja, portanto, como que a alma da Sagrada Teologia. Da mesma
palavra da Sagrada Escritura também se nutre salutarmente e santamente floresce
o ministério da palavra, a saber, a pregação pastoral, a catequese e toda a instrução
cristã, na qual deve ocupar lugar de destaque a homilia litúrgica." 132
“A Igreja "exorta com
veemência e de modo peculiar todos os fiéis cristãos... a que, pela freqüente
leitura das divinas Escrituras, aprendam “a eminente ciência de Jesus Cristo”
(Fl 3,8). "Com efeito, ignorar as Escrituras é ignorar Cristo".” 133
Quem pode afirmar a inspiração divina?
Existem muitos argumentos que
são os mesmos sempre usados em muitos debates e nada se novo se ensina porque se
repete muito em relação ás inspirações divinas nas Escrituras Sagradas. Então,
traçaremos aqui outra linha de argumentação visando provas históricas de como e
porque A Bíblia Sagrada tem esses livros. Quem escolheu esses livros? O que foi
feito para se chegar à conclusão de que são inspirados? Quem formou A Bíblia
Sagrada?
Em primeiro lugar: temos que
indagar quem pode afirmar a inspiração divina nos livros para conferir a moção
de livros sagrados? Qual seria inspirado ou não? A resposta é uma só: A Igreja
Católica. Detentora das chaves do Reino dos Céus e porta pela qual o mundo deve
passar. Há dois mil anos A Igreja Católica e somente A Igreja tem o direito de
proclamar se isto ou aquilo é revelação divina ou não. Mesmo porque As Escrituras
Sagradas já tinham sido formadas em um conjunto de livros há mais de 1300 anos
antes do protestantismo surgir. Quem é que você acha que leu, selecionou, orou,
discerniu e decidiu quais eram os livros inspirados? A Igreja Católica.
Em segundo lugar: temos que
saber, centenas de livros foram escritos. Só evangelhos foram escritos mais de
800. Todos os discípulos escreveram evangelhos e muitas outras pessoas que não
foram discípulos e muitos outros que não conheceram Jesus. Lucas e Marcos não
eram apóstolos, eram discípulos dos apóstolos, e escreveram evangelhos que
fazem parte dos livros sagrados. Então, como foi se chegou à conclusão entre
tantos livros quais eram os evangelhos inspirados? A resposta é uma só: A
Eucaristia. Depois de ler durante séculos todos os evangelhos que apareciam em
oração e discernimento também segundo inspiração do Espírito Santo, A Igreja
Católica viu que a fonte chave, o ponto crucial para que um evangelho fosse
reconhecido como inspirado é A Santa Ceia do Senhor. Nos quatro evangelhos a
Eucaristia está presente. Fato: nós bem sabemos que a Eucaristia é o ponto
máximo da fé católica. E é assim, através de muito estudo e muita oração A
Igreja Católica fechou o Canôn de toda A Bíblia Sagrada.
Em terceiro lugar: todo
cristão deve saber de algo: A Santa Ceia do Senhor é a única cena em comum nos
quatro evangelhos. Procure outro ponto relatado da mesma forma nos quatro
evangelhos. O nascimento de Jesus não é narrado do mesmo jeito nos evangelhos,
cada um descreve um momento da mesma cena. A crucificação de Cristo não é
transmitida da mesma forma. A ressurreição de Nosso Senhor está nos quatro
evangelhos, mas de forma diferentes em seu conteúdo. Somente a Eucaristia é o
ponto em comum contido entre os evangelhos. Isto é fé católica, é doutrina
católica, é dogma católico. Isto é prova de que foi A Igreja Católica que,
montou A Bíblia Sagrada, tanto o Antigo quanto o Novo Testamento. Mais uma vez
A Igreja Católica se sobressai em relação às seitas. Se existe uma reunião de
livros sagrados chamado de Bíblia é graças A Igreja Católica.
Agora podemos contar a
história conforme aconteceu. Quem formou A Bíblia Sagrada foi A Igreja Católica
que durante seis séculos estudou, orou discerniu até formar o que hoje temos em
nossas mãos. Seis séculos, isto é muito mais tempo do que o protestante tem de
existência. O protestantismo que não estudou, não orou, não discerniu, não
formulou nada, já tinham A Bíblia pronta em suas mãos, graças A Igreja
Católica, e ainda acham que podem dar alguma opinião sobre o caso.
Se A Bíblia Sagrada valesse por ela mesma sem
uma autoridade para interpretá-la e ministrar seus livros, apontando sua
inspiração divina, como poderíamos saber qual livro foi inspirado? E o que cada
passagem quer dizer? Os gnósticos queriam colocar muito mais livros nas
Escrituras para confirmar as idéias hereges que eles acreditavam. Marcião
queria tirar quase todos os livros do Novo Testamento, só deixaria as cartas de
Paulo Apóstolo e o Evangelho de Lucas. Isto aconteceu e muitas outras coisas
aconteceram mil anos antes do protestantismo.
E se não fosse A Igreja
Católica, quem mais poderia dizer não para os livros apócrifos? Santo Irineu de
Lion, no século II, já falava de livros que não poderiam entrar nas Escrituras
Sagradas porque continham muitos erros e apontava esses erros. Aliais, no final
do século II, já existia uma lista com os nomes dos livros do Novo Testamento,
livros esses que poderiam ser lidos durante A Santa Missa. Sem A Igreja
Católica, ninguém mais pode dizer quais livros são inspirados ou não.
Não existiria Antigo e muito
menos Novo Testamento sem A Igreja Católica, porque o Novo Testamento foi
escrito junto com A Igreja nascente. E o Antigo Testamento precisou muito
estudo e oração. Há dois mil anos A Igreja Católica mantém fé na mesma
doutrina, enquanto o protestantismo com somente 500 anos se desmancha em
milhares de denominações e doutrinas diferentes. Somente sabemos o que Cristo
fez durante sua vida porque A Igreja Católica nos contou através da Tradição
Oral, depois nas Cartas Apostólicas, cartas essas que comprovam a tradição
porque primeiro aconteceu à pregação e depois vieram os escritos. E o
Magistério da Igreja que com a mesma inspiração divina das Escrituras, montou A
Bíblia Sagrada.
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