Vimos anteriormente que o salário do pecado é a morte.
Sabemos que somos e nos reconhecemos pecadores. Estamos então perdidos?
Sofreremos a morte física e pior, a segunda morte, a morte definitiva que é o
afastamento eterno de Deus? Pela letra fria da lei, sim. Mas felizmente a
justiça de Deus é a misericórdia, não a lei. São Paulo nos adverte: “a consequência
do pecado é morte” (cf. Rm 6,23). São
João Evangelista nos conforta: “Deus amou tanto o mundo que deu seu filho único
para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna. Pois Deus
não o enviou para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por Ele” (cf.
Jo 3,16s).
Deus na sua infinita misericórdia veio a nós. Na plenitude
do tempo o Verbo Eterno se fez carne e veio habitar em meio a nós. E veio com
um propósito: nos reconciliar com o Pai, remir toda a humanidade que jazia nas
trevas, apagar de nosso coração o pecado, restituir-nos a dignidade de filhos
de Deus, vencer a morte. Jesus que pelo sacrifício da cruz nos ofereceu a salvação,
pela milagrosa ressurreição nos apresentou a vida eterna e pela sua gloriosa
ascensão nos abriu a porta do céu.
Jesus Nosso Senhor e Salvador, prova inconteste do amor
imenso do Pai. Eterno, se fez presente em nosso tempo para mudar nossa história;
invisível sendo Deus, tornou-se visível na carne; irrepreensível, imaculado,
isento de pecado, assumiu o nosso, fazendo-se pecado ao deixar-se pregar na
cruz. Por tudo isso temos a ousadia de rezar na Vigília Pascal: Ó doce culpa de
Adão que nos proporcionou tão grande Salvador!
Jesus é salvador, mas também senhor. Esse senhorio tem que
ser assumido para que tenhamos o direito à salvação oferecida. A oferta na cruz
só é válida se junto a ela nos submetermos a vontade de Jesus. E sua vontade é
que nos tornemos seus imitadores, que nos amemos, que sejamos mansos e humildes
de coração, que nos conformemos a Ele, pois seu jugo é leve e suave, pois Ele
não é senhor que subjuga na força e violência, mas que nos seduz no amor e
doação plena. Jesus doou-se, entregou-se integralmente por nós. Que a recíproca
seja verdadeira. Seguir Jesus; seguir Jesus até a cruz se for preciso. Para
alcançar a glória Jesus passou pela cruz. Não há Tabor sem Calvário.
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