quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

RCC unida em oração pelas vítimas da tragédia em Santa Maria



Desde o dia 27 de janeiro, nosso país vive um momento de dor pelo trágico incêndio acontecido em Santa Maria/RS. Nesse momento de tristeza, queremos convidar os carismáticos de todo o Brasil a, juntos, fazermos aquilo que nos é próprio: rezar com ardor, com fé expectante. Sugerimos que a RCC, em cada uma de suas instâncias, se una em oração por todos os atingidos por essa tragédia: jovens, familiares, amigos.


Que do nosso meio, suba ao Céu um clamor pela salvação dos que já partiram, pela cura dos jovens que continuam hospitalizados e pela restauração das famílias que tanto estão sofrendo.

Esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé! (I Jo 5,4b)

Santa Maria, rogai por nós!

Katia Roldi Zavaris – presidente do Conselho Nacional da RCCBRASIL
Darlen Macedo Vaz – presidente do Conselho Estadual da RCC do Rio Grande do Sul
Maria Isabel Pandolfo Flores – presidente do Conselho Arquidiocesano da RCC de Santa Maria

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

A Igreja Primitiva era Católica ou Protestante?-(4)


Portanto, se a Igreja Primitiva tivesse sido protestante, como defendem alguns, este concílio não se realizaria. Primeiro que não se incomodariam se alguns cristãos confessam algo diferente, pois para os protestantes, o que importa é a fé em Cristo. A doutrina não importa, o que importa é a fé. Se você tem fé e foi batizado está salvo. Não é assim no protestantismo?

Em segundo lugar, supondo a realização do concílio, como já se viu acima, nem os cristãos judaizantes nem os discípulos de São Paulo não adotariam as disposições do Concílio em sua inteireza. E então não haveria de forma alguma uma só fé na Igreja.

Verificamos que então que a fé primitiva não era protestante, era católica; por isto eles sabiam que deveriam obedecer a Igreja pois criam que Cristo a fundou para os guiar na Verdade (cf. 1Tm 3,15), assim como nós católicos cremos. Tanto é assim que, nos séculos que se seguiram, os “cristãos primitivos” continuaram resolvendo suas pendências doutrinárias segundo o modelo de At 15. Concílios ecumênicos e regionais se sucederam por toda a história da cristandade, sempre acatados e respeitados. Alguns deles (vá entender!) são acatados e respeitados até pelos protestantes.

Depois da heresia judaizante, a ortodoxia (reta doutirna) cristã teve que combater as seguintes heresias: gnosticismo, montanismo, sabelianismo, arianismo, pelagianismo, nestorianismo, monifisismo, iconoclatismo, catarismo, etc. Para saber mais sobre estas heresias ler artigo “Grandes Heresias”. Este mesmo artigo nos mostra como muitas destas heresias se revitalizaram nas seitas protestantes, que, assim, embora aleguem um retorno ao “crsitianismo primitivo”, acabam por encampar doutrinas anematizadas por estes mesmos cristãos primitivos.

Como costumamos dizer, a coerência não é o forte do protestantismo…

O fato é que graças á realização dos Concílios Ecumênicos ou Regionais, graças aos decretos Papais, e à submissão dos primeiros cristãos aos ensinamentos do Magistério da Igreja, é que foi possível que houvesse uma só fé na Igreja antes do século XVI (antes da Reforma). Foi pelo fato da Igreja antiga ser Católica, que as palavras de São Paulo (“uma só fé” cf. Ef 4,5) puderam se cumprir.

Se a Igreja Antiga fosse protestante, simplesmente, o combate às heresias não teria acontecido, e com toda certeza nem saberíamos no que crer hoje. O mundo protestante só não e mais confuso porque recebeu da Igreja Católica a base de sua teologia.

Como ensinou São Paulo: “A Igreja é a Coluna e o Fundamento da Verdade” (cf. 1Tm 3,15). Foi assim para os primeiros cristãos e assim continua para nós católicos.

Assim como no passado, continuamos obedecendo aos apóstolos (hoje são os bispos da Igreja, legítimos sucessores dos apóstolos) pois continuamos crendo que Jesus fundou sua Igreja nos ensinar a Verdade através dela.

Se isto foi verdade no passado, necessariamente é verdade agora e continuará sendo sempre.

Estude as origens da fé, procure saber sobre os Escritos patrísticos e descubra a Verdade, assim como nós do Veritatis Splendor, que somos ex-protestantes (em sua maioria) descobrimos.

Não rotulem, conheçam. “Conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará”.


Autoria: Alessandro Lima e Alexandre Semedo
www.veritatis.com.br

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Missa no Centro de Eventos: momento histórico da RCC



Gotas de chuva caíam sobre o solo que recebia os filhos de Deus para a primeira celebração no Centro de Eventos da Sede Nacional da RCC em Canas/SP. A fé era manifestada por aqueles que não mediram esforços para participarem deste momento histórico do nosso Movimento.

“Meu coração estava agitado e ansioso para chegar esse momento. Minha vinda para o ENF foi uma providência. Eu não tinha um real, mas consegui um dinheiro emprestado e vou poder pagar em várias vezes. Assim que entrei na Sede senti uma paz muito grande e me lembrei da passagem bíblica que diz ‘Desamarre as sandálias e descansem, esse chão é terra santa'. ’”, relatou emocionada.

Alcicléia Reis Faria, de Porto Velho/RO, contou que sente um amor muito grande pela Sede. De acordo com ela, esse momento de inauguração é uma vitória para todo o Movimento. “Estou no Movimento há 16 anos e fico muito feliz em ver o tanto que a RCC está crescendo e sendo respeitada no Brasil. Temos formação e estamos fazendo a diferença na Igreja”, avaliou.

O ex-presidente do Conselho Nacional da RCC, Marcos Volcan, também manifestou sua fé ao falar da emoção de estar em contato com a terra daquele lugar. “É uma emoção muito grande ver todos esses ônibus e carros chegando e ver essa Casa de Missão pronta. É uma alegria poder contribuir com esse projeto da Renovação Carismática Católica do Brasil”, detalhou.

Volcan lembrou que, há vários meses, muitas pessoas vinham trabalhando para esse momento tão especial. “Todos estavam nessa grande expectativa e o povo veio para cá assim também. Mesmo que não tenhamos conseguido fazer o ENF por completo aqui na Sede, só de pisar nesse barro já é bênção para nós”, frisou.

Bastante emocionada, a presidente do Conselho Nacional da RCCBRASIL, Katia Roldi Zavaris, falou da alegria de estar em baixo desse teto. “Deus nos deu esse lugar. É uma alegria muito grande ver essa casa acolhendo a Renovação Carismática Católica”, disse.

Katia contou que assim que chegou ao Centro de Eventos sentiu que ali havia um sinal. “Esse lugar é muito grande, mas o sentimento que tive foi de que ele nem se compara ao tamanho do Movimento. Ele é um sinal do quanto o Movimento vai crescer nesse tempo. É promessa de Deus para nós! É a Nossa Casa, Nossa Bênção”, destacou.

Em ritmo de louvor e acolhimento a Celebração Eucarística iniciou na presença de aproximadamente três mil pessoas, que encheram o pavilhão, em plena obra.

“É o sonho de Deus que se concretiza neste lugar”. Estas foram palavras iniciais do comentário da celebração presidida pelo Bispo Auxiliar da Arquidiocese do Rio de Janeiro, Dom Nelson. Ele saudou com uma salva de palmas a todos os membros da RCC, os coordenadores diocesanos, padres e a nova coordenadora Katia Roldi . Ao mencionar sobre a ausência de iluminação elétrica no local, a fase inacabada da obra, com o chão piso, e a chuva que caía, o bispo motivou"Igreja sem dificuldade não é Igreja". Desta forma, ele pediu que o alimento da eucaristia seja sustento e fortaleza: “Que a eucaristia nos alimente, envie e motive para os múltiplos desafios que nos aparecem”.

Em sua homilia o bispo manifestou sua confiança em relação à construção: “Aqui há de ser um chão abençoado para todo nosso Brasil”. Ele ainda destacou a importância do jovem para a Jornada Mundial da Juventude que será realizada em julho: “Jovem a Igreja confia em vocês, pois vocês irão se tornar os apóstolos deste Brasil capaz de mudar nossas estruturas.”

A motivação para a continuidade da construção se dava a todo instante, em cada pilar erguido, em cada pedaço de chão pisado e principalmente, no momento do ofertório, com a entrada do doadores, coordenadores e pessoas que contribuíram com a obra, levando placas que serão colocadas em cada pilar e a placa oficial do Centro de Eventos.

O momento de ação de graças ficará marcado no coração de cada participante da primeira celebração realizada no Centro de Eventos da Sede Nacional. O som dos instrumentos interrompidos pela queda de energia deram espaço para as vozes humanas, com cantos de fé e louvores em línguas que encheram o Centro de Eventos e o terreno da Nossa Casa. O membro permanente do Conselho Nacional Reinaldo Beserra, tomou a palavra e explicou aos presentes como é a ação do Espírito Santo concluindo com a seguinte frase: “Ninguém segura o Espírito Santo”.

Ao final da celebração, Dom Nelson agradeceu aos técnicos e aos pedreiros que trabalhavam naquele momento, sacerdotes e diáconos, Lázaro Praxedes e Marcos Volcan . Agradeceu ainda a participação da empresa fornecedora da estrutura metálica.

A explicação das placas levadas no ofertório foi feita pelos membros do Conselho Nacional que fizeram a leitura do texto impresso na placa de inauguração: “Está aquilo que sintetiza a moção que levou motivou a elevação deste espaço a qual a intenção deve ser preservada", falou Reinaldo.

Fonte: Portal RCC/Br

 

domingo, 27 de janeiro de 2013

Oração para anular maldições



Em nome de Jesus Cristo, confesso todos os pecados de meus antepassados, e pelo Sangue Redentor de Jesus quebro o poder de qualquer maldição que tenha chegado até mim e os meus, por linha de família. Arrependo-me de cada pecado que cometi, conhecido ou desconhecido, e aceito o perdão de Jesus. Ele me redimiu da maldição da lei, e eu me decido pela bênção e rejeito a maldição.

Ainda, em nome do meu Senhor Jesus Cristo, eu quebro e anulo o poder de toda e qualquer maldição que tenha sido pronunciada contra mim ou os meus. Cancelo a força de cada predição dita a meu respeito e a respeito dos meus , quer intencionalmente quer não, que não esteja de acordo com as promessas de bênçãos de Deus para mim e eles.

Abençôo a quem me amaldiçoou e aos meus, perdôo cada pessoa que me tenha feito mal ou aos meus, ou falado mal de mim ou deles. Em nome de Jesus Cristo ordeno a todo espírito de maldição que nos deixe agora, a mim e aos meus. Amém.

Eu creio nessa libertação e a recebo de uma vez por todas, em nome de Jesus, meu Senhor e Salvador.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

A Igreja Primitiva era Católica ou Protestante?-(3)


   Qual o argumento dos protestantes por não observarem tais normas. Não deixa de ser curioso o fato de que não existe uma revogação bíblica destas normas, e, portanto, os protestantes (adeptos da ?sola scriptura?) deveriam observá-las. No entanto, não as observam. Revogaram-nas por conta própria. E, ainda por cima, nos acusam de “doutrinas antibíblicas”…

Nada mais antibíblico, dentro do tenebroso mundo da ?sola scriptura”, do que não seguir as normas de At 15, 19-21…

Bem, prossigamos. Este Concílio, portanto, foi exemplar por três motivos:

a) narra uma intervenção solene de São Pedro, acatada por todos e obedecida até pelos protestantes hodiernos, ilustrando a infalibilidade papal;

b) narra a instituição de uma norma de fé por todo o concílio (qual seja: a abstenção de uniões ilegítimas), igualmente seguida por todos até hoje, o que ilustra a infalibilidade conciliar;

c) narra a instituição de normas pastorais, que se impuseram aos cristãos e que deixaram, com o tempo de serem seguidas, muito embora constem da Bíblia sem jamais terem sido, biblicamente, revogadas (o que, por óbvio, não cabe dentro do “sola scriptura”).

Ao fim do Concílio, portanto, e de uma certa forma, os dois lados estavam profundamente desgostosos. Em primeiro lugar, o grupo dos judaizantes teve que aceitar a tese de São Paulo como sendo ortodoxa. Afinal, São Pedro em pessoa o afirmara e, diante das palavras dele, a opinião de São Tiago não tinha lá grande importância. Como católicos que eram, curvaram-se, assim como o próprio São Tiago se curvou.

Imaginemos se fossem protestantes. Afirmariam que não há base escriturística para a afirmação de São Pedro. Que, sem versículos bíblicos (do cânon de Jerusalém, ainda por cima!), não acatariam aquela solene definição dogmática. Que São Pedro, sendo uma mera “pedrinha”, não tinha poder de ligar e de desligar coisa nenhuma, muito embora Jesus houvesse dito que ele o tinha. Afirmariam, ainda, que todos os cristãos são iguais, e que, portanto, São Tiago era tão confiável quanto São Pedro, pelo que a palavra deste não poderia prevalecer sobre a daquele, principalmente quando todas as Escrituras diziam o contrário.

Por fim, criariam uma nova Igreja. A Igreja do Apóstolo Tiago, verdadeiramente cristã, alheia aos erros do papado desde o princípio.

Imaginemos, agora, o lado dos discípulos de São Paulo. É verdade que sua tese saiu vitoriosa do Concílio, mas, em compensação, tiveram que acatar as normas pastorais de cunho nitidamente judaizante. Como bons católicos que eram, entenderam que a Igreja foi constituída pastora de nossas almas e que, portanto, tais normas eram de cumprimento obrigatório.

Imaginemos, agora, se fossem protestantes. Afirmariam que São Paulo teve uma “experiência pessoal” com Jesus e que, nesta experiência, o Senhor lhe dissera que ninguém deveria se preocupar com o que come ou com o que bebe. Além disto, a experiência cristã é, eminentemente, espiritual e não pode sem conspurcada ou auxiliada por coisas tão baixas como a matéria (muitos protestantes, na mais pura linha gnóstica, têm horror a tudo o que é material). Portanto, este Concílio estava negando a verdade cristã, pelo que não se sentiriam obrigados a coisa alguma nele definida.

Acabariam, finalmente, fundando uma nova Igreja. A “Igreja Em Cristo, Somos Mais do que Livres”, ou “Igreja Deus é Liberdade.”

Este foi o primeiro concílio da Igreja. Realizado por volta do ano 59 d.C., e narrado na Bíblia. Portanto, é “cristianismo primitivo” para protestante nenhum botar defeito!

Neste ponto, perguntamos: os protestantes realizam concílios para resolverem divergências doutrinárias? Sabemos que não. Então, como os protestantes podem avocar um pretenso retorno ao “cristianismo primitivo” se não resolvem suas pendências como os primitivos cristãos? Somente por aí já se percebe que a “teoria do resgate” não passa de uma desculpa de quem, orgulhosamente, não quer aderir à Verdade. (continua...)

sábado, 19 de janeiro de 2013

EUCARISTIA ALIMENTO DA ALMA


Assim como nosso corpo necessita de alimento para se manter vivo e saudável, também a alma precisa se fortalecer e se manter sadia. Há varias fontes de nutrição da alma: a Palavra de Deus na Sagrada Escritura, a oração e de modo especial a Eucaristia. Eucaristia que é o próprio Jesus que se dá como pão e vinho.

Nos Evangelhos sinóticos Jesus institui o rito eucarístico, nos apresenta a Eucaristia de modo formal, litúrgico. Mas no Evangelho segundo S. João, a Eucaristia nos é revelada na essência, conforme as passagens bíblicas a seguir: “Moisés não vos deu o pão do céu, mas o meu Pai é quem vos dá o verdadeiro pão do céu, porque o pão de Deus é o pão que desce do céu e dá vida ao mundo. Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim não terá fome e aquele que crê em mim não terá sede. Eu sou o pão da vida. Vossos pais, no deserto comeram o maná e morreram. Este é o pão que desceu do céu, para que não morra todo que dele comer. Eu sou o pão que desceu do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente; e o pão que eu hei de dar, é a minha carne para a salvação do mundo. Em verdade eu vos digo, se não comerdes a carne do Filho do homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós mesmos. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, eu o ressuscitarei no último dia. Pois a minha carne é verdadeiramente uma comida e meu sangue verdadeiramente uma bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele ” (Jo 6,32-33.35.48-51.53-56).

O pão e o vinho apresentados no altar, pelo poder do Espírito Santo, são transubstanciados no corpo e sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo, num renovar continuo de Seu sacrifício de amor. A cada missa Jesus se dá no pão e vinho consagrados como hóstia viva de amor, pois no altar se rememora a vida, paixão morte e ressurreição do Cristo Salvador.

Sim, precisamos de pão para a subsistência do corpo, mas precisamos também – e muito – da comunhão eucarística para que a alma não se fragilize, não adoeça, não definhe. Eucaristia: pão vivo descido do céu. Eucaristia: corpo, sangue, alma e divindade de nosso Senhor Jesus Cristo.  Eucaristia: alimento da alma, fonte de vida. Eucaristia: o milagre nós não vemos, basta a fé no coração. 

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

A Igreja Primitiva era Católica ou Protestante?-(2)


 Neste presente artigo, gostaríamos de lançar a seguinte pergunta: teria sido o cristianismo primitivo uma união de confissões protestantes ou uma única confissão católica?

Sabemos que o Protestantismo ensina que todos os crentes em Jesus formam a Igreja de Cristo. Desta forma, não interessa se o crente é da Assembléia de Deus, se é Luterano e etc; são crentes em Jesus e fazem parte da Igreja Invisível de Cristo, mesmo confessando doutrinas diferentes. Curiosamente (e este é um paradoxo insuperável desta “eclesiologia” chã e rastaquera), apenas os católicos é que não fazem parte deste “corpo invisível”, ainda que confessemos que Jesus Cristo é o Senhor do Universo.

O protestantismo, como percebe o leitor, é algo bastante curioso…

Aqui é importante que o leitor não confunda doutrina com disciplina. O fato de na Assembléia de Deus os homens sentarem em lugar distinto das mulheres em suas assembléias, e o fato dos Luteranos não adotarem esta prática, não é divergência de doutrina entre estas confissões, mas de disciplina. A divergência de doutrina nota-se pelo fato dos primeiros não aceitarem o batismo infantil e os segundos aceitarem. Isto é para citar um exemplo.

A doutrina é a Verdade Revelada, é o núcleo da fé, é o que nunca pode mudar. A disciplina é a forma como a doutrina é vivida, e é o que pode mudar, desde que não fira a doutrina.

Uma análise completa de como seria o passado do Cristianismo se ele tivesse sido protestante exigiria a escrita de um livro. Então, neste artigo vamos apenas verificar a questão das resoluções tomadas pela Igreja Primitiva a fim de combater o erro, isto é, as heresias.

Ao longo da história, a Igreja se deparou com sérios problemas doutrinários. Muitos cristãos confessavam algo que não estava de acordo com a fé recebida pelos apóstolos.

A primeira heresia que a Igreja teve que combater a fim de conservar a reta fé foi a heresia judaizante.

Os primeiros convertidos á fé Cristã eram Judeus, que criam que a observância da Lei era necessária para a Salvação. Quando os gentios (pagãos) se convertiam a Cristo, eram constrangidos por estes cristãos-judeus a observarem a Lei de Moisés. Os apóstolos se reúnem em Concílio para decidir o que deveria ser feito sobre esta questão.

Em At 15, o NT dá testemunho que os apóstolos acordaram que a Lei não deveria ser mais observada. E escreveram um decreto obrigando toda a Igreja a observar as disposições do Concílio.

Veja-se este Concílio de uma maneira mais pormenorizada. Haviam dois lados muito bem definidos em disputa, cada qual contando com um líder de enorme expressão. O primeiro destes lados era o já citado “partido dos judaizantes”, que tinha, como sua cabeça, ninguém menos do que São Tiago, primo de Jesus Cristo e a quem foi dado o privilégio de ser Bispo da Igreja Mãe de Jerusalém. Contrário a este partido, havia o que advogava que, ao cristão, não se poderia impor a Lei de Moisés, visto que o sacrifício de Jesus Cristo era suficiente e bastante para a salvação de quem crê. Como cabeça deste grupo, estava São Paulo, o mais influente apóstolo de então, a quem Deus havia dado o privilégio de “visitar o terceiro céu”, e de conhecer coisas que, a nenhum outro ser humano, foi dado conhecer.

Dois grupos muito fortes, com líderes extremamente influentes. Realiza-se o Concílio num clima de muita discussão. Estavam em jogo a ortodoxia e a salvação da alma de todos nós. No concílio, foram estabelecidas duas coisas muito importantes, de naturezas diversas.

Em primeiro lugar, São Pedro afirmou que os cristãos não estavam obrigados à observância da lei, definindo um ponto de doutrina imutável e observado por todos os cristãos até hoje (At 15, 7-8). Aliás, a liberdade cristã, vitoriosa neste Concílio, é o ponto de partida de toda a teologia protestante. Não deixa de ser curioso o fato de que este núcleo teológico acatado por todos eles foi definido, solenemente, pelo primeiro Papa, muito embora eles afirmem que o Papa não tem poder para definir coisa alguma…

Pouco depois, São Tiago sugeriu, juntamente com a proibição de uniões ilegítimas, a adoção de normas pastorais (a saber: a abstinência de carne imolada aos ídolos, e de tudo o que por eles estivesse contaminado),o que foi aceito por todos e imposto aos cristãos. Tais normas, hoje não são seguidas. Por que? Nós católicos temos o argumento de que tais normas eram disciplinares e não doutrinárias, e que a Igreja Católica que foi a Igreja de ontem com o tempo as revogou; assim como uma mãe que aplica normas disciplinares a um filho quando é criança e não as utiliza mais quando o filho se torna um adulto. (continua...)

sábado, 12 de janeiro de 2013

A Epifania de Jesus




No principio havia o Verbo – Palavra – sem nada de material ou concreto. Do Verbo a criação teve inicio; o universo material e todo o esplendor da natureza terrena, culminando com sua obra prima, o homem.

Aprouve a Deus que na plenitude do tempo Ele viesse a nós. Assim, o kairos juntou-se ao cronus e a glória de Deus se fez presente em nosso tempo com a encarnação do Verbo Divino, Jesus; Deus humanizado para divinizar a humanidade.

Na epifania, quando da visita dos reis orientais a Jesus menino recém-nascido, aqueles homens estrangeiros, pagãos do ponto de vista dos judeus da época, reconheceram a divindade naquele bebê. Guiados pela luz da estrela que lhes indicava o caminho, chegaram à verdadeira luz: Jesus de Nazaré a Luz do mundo. Vieram adorá-lo. Talvez sem mesmo o saber, adoravam o Deus verdadeiro, aquele que é e sempre será; o alfa e o ômega, o principio e o fim, o eterno presente no tempo.

 Adorá-lo, porque viram na fragilidade daquela criança, a fortaleza de Deus; na pequenez daquele menino, a grandeza de Deus; na humildade daquele ambiente, a  glória imensa de Deus! Sim, naquele momento aquela simples manjedoura era o trono da glória. Trouxeram-lhe presentes; incenso, ouro, mirra. O incenso representa sua divindade, o ouro sua realeza e senhorio, a mirra sua missão: pela morte de cruz remiria toda a terra.

Visitaram, adoraram, presentearam Jesus. E voltaram por outro caminho. Todo aquele que conhece Jesus, e o admite como Senhor e Salvador, e o presenteia com a abertura do coração, não retorna ao caminho antigo e passa a trilhar um novo caminho, o rumo apontado pelo Espírito Santo.  Aqueles homens, reis ou magos – não importa o que fossem – vieram como pagãos e retornaram como cristãos impregnados da luz do Messias, do Cristo, do Emanuel.

 

 

 

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

A Igreja Primitiva era Católica ou Protestante?


  Por Alessandro Lima e Alexandre Semedo




É interessante notar como o Protestantismo alega ser o retorno às origens da fé, ao Verdadeiro Cristianismo, enfim o verdadeiro confessor da fé legítima dos Primeiros séculos. Aliás, diga-se de passagem, se existe uma constante entre as religiões não-católicas é a chamada “teoria do resgate”. A imensa maioria delas (a quase totalidade) afirma que o cristianismo primitivo foi puro e limpo de todo erro, mas que, com o tempo, os homens acabaram por perverter a verdade cristã, amontoando sobre ela uma enormidade de enganos.

O verdadeiro cristão, sob este prisma, seria aquele que, superando tais enganos, redescobre o “verdadeiro cristianismo’, com toda a sua pureza e singeleza.

Para estas religiões, o responsável pelos erros que se acumularam no decorrer dos séculos é, quase sempre, o catolicismo. Já a religião que “resgatou a verdade” varia de acordo com o gosto do freguês: luteranismo, calvinismo, pentecostalismo, espiritismo, etc.

De uma certa forma, mesmo as religiões esotéricas, a Teologia da Libertação, a maçonaria e (pasmen!) o próprio islamismo bebe desta “teoria do resgate”.

O motivo do universal acatamento desta “teoria” é o fato de que, para o homem, é muito difícil, diante dos ensinamentos de Jesus Cristo, e da santidade fulgurante dos primeiros cristãos, negar, seja a validade daqueles ensinamentos, seja a beleza desta santidade. Portanto, as pessoas precisam acreditar que, de uma certa forma, se vinculam a Jesus Cristo e às primeiras comunidades cristãs, ainda que não diretamente.

Mas igualmente, é muito difícil para o orgulho humano aceitar que este genuíno cristianismo existe, intocado, dentro do catolicismo. Aceitá-lo, para todos os grupos não católicos, seria aceitar que estão errados e que, muitas vezes, combateram contra o verdadeiro cristianismo. Desta forma, a “teoria do resgate” é a maneira mais fácil para que um não-católico possa considerar-se um “verdadeiro discípulo de Cristo” sem ter que reconhecer os erros e heresias que professa.

O problema básico de todos estes grupos é que existem inúmeros escritos dos cristãos primitivos e, por meio de tais escritos é que alguém, afinal de contas, pode saber em que criam e em que não criam os cristãos primitivos. E estes escritos são uma devastadora bomba a implodir todos os grupos que ousaram a se afastar da barca de Pedro. Eles solenemente atestam que o cristianismo primitivo permanece intacto dentro do catolicismo. Assim (ironia das ironias), os adeptos da “teoria do resgate”, freqüentemente, para defender o que julgam ser a fé dos cristãos primitivos, são obrigados a desconsiderar todo o legado destes primitivos cristãos.

O protestantismo é o mais solene exemplo de tudo o quanto acima dissemos.

Em nosso artigo “Como o protestantismo pode ser um retorno às origens da fé?”, já expusemos como o protestantismo não confessa a fé que os primeiros cristãos confessaram, fé esta que receberam dos Santos Apóstolos. Quem estuda com seriedade as origens da fé e a história da Igreja, insistimos, sabe que a tão referida Igreja Primitiva, é na verdade a Igreja Católica dos primeiros séculos. (continua...)

sábado, 5 de janeiro de 2013

Viver o Querigma


Conhecemos o amor de Deus. O incomparável e infinito amor que só pode vir do coração inigualável do Pai Criador de tudo e de todos. Assim fomos criados, nessa fonte inesgotável de amor, pois que Deus é o próprio amor. Porém há um porém – assim mesmo com pleonasmo e tudo – muitos de nós não conhecemos ou não queremos aceitar esse amor e assim nos desfiguramos. Nos desfiguramos porque rejeitamos, desse modo, nossa condição de semelhantes e imagem do Criador.

A causa maior dessa distorção é oriunda do pecado. Pecado, que por definição é a transgressão às regras e preceitos; regras e preceitos estabelecidas por Deus, da mesma forma que os pais estabelecem regras e limites para os filhos. Pois bem, desobedecemos, transgredimos, erramos o alvo às vezes até mirando no que julgamos certo, enfim, pecamos.  E com o pecado nos afastamos da graça, repudiamos na verdade a graça. Deus faz chover copiosamente sua graça sobre todos, porém o pecado é como um guarda chuvas aberto. Se nos arrependemos, é como se fechássemos a umbrela e a graça divina nos envolve e inunda. A Bíblia diz que onde o pecado é abundante é superabundante a graça. 

Basta o arrependimento e confissão dos pecados para sermos perdoados? De certa forma sim. Como de certa forma? Porque o arrependimento e confissão são condições, mas isso só é possível porque alguém carregou por nós as nossas iniquidades, traições, nossos erros, faltas, nossa presunção, orgulho, ingratidão, nossas mazelas. Sobre ele pesou o castigo que nos salva; espoliou principados e potestades, venceu a morte, triunfou sobre todos pela cruz: “Mortos pelos vossos pecados e pela incircuncisão da vossa carne, chamou-vos novamente à vida em companhia com ele. É ele que nos perdoou todos os pecados, cancelando o documento escrito contra nós, cujas prescrições nos condenavam. Aboliu-o definitivamente ao encrava-lo na cruz” (Colossenses 2,13-14).

Temos convicção através da fé, esse dom que nos faz crer mesmo sem ter visto, que Jesus na cruz salvou a todos. A fé em Jesus Salvador é primordial, mas a fé em si só não basta, é preciso vivê-la, experimencia-la. Viver a fé é fazer a vontade do Pai por Jesus. Amar a Deus acima de tudo e ao próximo como a si mesmo; doar-se, entregar-se sem reservas ao Senhor; perdoar e ter a humildade de pedir perdão; despojar-se, aceitar a cruz quando esta se fizer presente; por fim, render preito de gratidão e reconhecimento, louvando a Deus em toda e qualquer circunstância. Assim mudamos o rumo de nossa vida iniciando o processo de conversão, que deve ser renovado dia a dia.

Tudo isso, a fé carismática, a conversão diária, a submissão ao senhorio de Jesus, só é possível pela ação do Espírito Santo. Quando nos abrimos a ação do Espírito Santo; quando nos deixamos moldar, ser conduzidos, ser iluminados pelo Espírito, tudo muda; somos renovados, nos tornamos novas criaturas e como novas criaturas aceitamos o senhorio de Jesus em nossa vida e com fé e atitude nos convertemos. 

Convertidos, mais apropriadamente, a caminho da conversão total que é a santidade, é necessária a inserção numa comunidade de fé. A pertença a um movimento eclesial, uma pastoral, um serviço na paróquia, enfim, desinstalar-se do comodismo e servir a Deus na Igreja do Senhor, anunciando-o, fazendo seu santo nome conhecido e amado. Diz o Senhor a seus amados: A messe é grande e os operários são poucos.
(Carlos Nunes)

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Ano da Fé


11 de outubro de 2012  a  24 de novembro de 2013 
Ano da Fé.
 

 

 

“Muitos cristãos se preocupam mais com as consequências sociais, culturais e políticas da fé do que com a própria fé. No passado era possível reconhecer os conteúdos da fé e os valores por ela inspirados. Hoje parece que não é mais assim em grandes setores da sociedade, devido o a uma profunda crise de fé que atingiu muitas pessoas” (Papa Bento XVI).

O ano da fé vem para mudar essa realidade. Neste período, nós cristãos católicos, podemos refletir e avaliar a quanto está a nossa fé em Cristo e assim crescermos enquanto povo de Deus.

Falando aos bispos do mundo inteiro e por extensão a toda Igreja, assim nos fala Bento XVI:
“Queremos celebrar este ano de forma digna e fecunda. Deverá intensificar-se a reflexão sobre a fé, para ajudar todos os crentes em Cristo a tornarem-se mais conscientes e revigorarem a sua decisão ao Evangelho, sobretudo num momento de profunda mudança como este que a humanidade vive. Teremos oportunidade de confessar a fé no Senhor Ressuscitado nas nossas catedrais e nas igrejas do mundo inteiro, nas nossas casas e no meio de nossas famílias, para que cada um sinta fortemente a exigência de conhecer melhor e de transmitir às gerações futuras a fé de sempre, neste ano, tanto as comunidades religiosas como as comunidades paroquiais e todas as realidades eclesiais, encontrarão forma de fazer publicamente a profissão do Credo”.