Por Alessandro Lima e Alexandre Semedo
É interessante notar como o
Protestantismo alega ser o retorno às origens da fé, ao Verdadeiro
Cristianismo, enfim o verdadeiro confessor da fé legítima dos Primeiros
séculos. Aliás, diga-se de passagem, se existe uma constante entre as religiões
não-católicas é a chamada “teoria do resgate”. A imensa maioria delas (a quase
totalidade) afirma que o cristianismo primitivo foi puro e limpo de todo erro,
mas que, com o tempo, os homens acabaram por perverter a verdade cristã,
amontoando sobre ela uma enormidade de enganos.
O verdadeiro cristão, sob este prisma, seria aquele que, superando tais
enganos, redescobre o “verdadeiro cristianismo’, com toda a sua pureza e
singeleza.
Para estas religiões, o responsável pelos erros que se acumularam no
decorrer dos séculos é, quase sempre, o catolicismo. Já a religião que
“resgatou a verdade” varia de acordo com o gosto do freguês: luteranismo,
calvinismo, pentecostalismo, espiritismo, etc.
De uma certa forma, mesmo as religiões esotéricas, a Teologia da
Libertação, a maçonaria e (pasmen!) o próprio islamismo bebe desta “teoria do
resgate”.
O motivo do universal acatamento desta “teoria” é o fato de que, para o
homem, é muito difícil, diante dos ensinamentos de Jesus Cristo, e da santidade
fulgurante dos primeiros cristãos, negar, seja a validade daqueles
ensinamentos, seja a beleza desta santidade. Portanto, as pessoas precisam
acreditar que, de uma certa forma, se vinculam a Jesus Cristo e às primeiras
comunidades cristãs, ainda que não diretamente.
Mas igualmente, é muito difícil para o orgulho humano aceitar que este
genuíno cristianismo existe, intocado, dentro do catolicismo. Aceitá-lo, para
todos os grupos não católicos, seria aceitar que estão errados e que, muitas
vezes, combateram contra o verdadeiro cristianismo. Desta forma, a “teoria do
resgate” é a maneira mais fácil para que um não-católico possa considerar-se um
“verdadeiro discípulo de Cristo” sem ter que reconhecer os erros e heresias que
professa.
O problema básico de todos estes grupos é que existem inúmeros escritos
dos cristãos primitivos e, por meio de tais escritos é que alguém, afinal de
contas, pode saber em que criam e em que não criam os cristãos primitivos. E
estes escritos são uma devastadora bomba a implodir todos os grupos que ousaram
a se afastar da barca de Pedro. Eles solenemente atestam que o cristianismo
primitivo permanece intacto dentro do catolicismo. Assim (ironia das ironias),
os adeptos da “teoria do resgate”, freqüentemente, para defender o que julgam
ser a fé dos cristãos primitivos, são obrigados a desconsiderar todo o legado
destes primitivos cristãos.
O protestantismo é o mais solene exemplo de tudo o quanto acima
dissemos.
Em nosso artigo “Como o protestantismo pode ser um retorno às origens da
fé?”, já expusemos como o protestantismo não confessa a fé que os primeiros
cristãos confessaram, fé esta que receberam dos Santos Apóstolos. Quem estuda
com seriedade as origens da fé e a história da Igreja, insistimos, sabe que a
tão referida Igreja Primitiva, é na verdade a Igreja Católica dos primeiros
séculos. (continua...)
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