sábado, 25 de janeiro de 2014

Importa assimilar, mais que memorizar


Um homem católico, mas nem tanto, queixava-se que frequentava a igreja havia mais de trinta anos e nesse período embora tenha ouvido cerca de três mil sermões, palestras e pregações, não se lembrava de nada que tivesse ouvido. Dizia que fora infrutífera sua frequência à igreja e que havia perdido seu tempo. Segundo ele as pregações não haviam servido para nada, não obstante reconhecer que algo em sua vida mudara, segundo ele devido a sua própria força de vontade e, reconhecendo, em parte devido as orações que ouvia e fazia.

Este mesmo homem, casado há mais de trinta anos, serviu-se de aproximadamente trinta mil refeições preparadas com carinho por sua esposa e certamente não se lembrava do cardápio de cada uma delas.  Mesmo assim era bem nutrido e saudável.

 Não se lembrava do que havia comido, mas independente disso estava muito bem alimentado; se não o fosse teria morrido a míngua, seu corpo, sua carne sucumbiria. Não se lembrava de uma palavra que havia lhe sido pregada, porém algo em si mudara. Por certo essa mudança foi por força da palavra anunciada. Sem o que havia ouvido e não guardara na memória seu espírito teria fraquejado, minguado.

Da mesma forma que o alimento ingerido age em nosso físico, a Palavra anunciada age com poder em nossa área espiritual, independentemente de ser lembrada por toda a vida ou esquecida no dia seguinte. O que importa aí é a receptividade do coração. Se nos abrimos ao novo do Senhor em nossa vida, se os ouvidos conduzem ao coração a mensagem recebida mesmo que a memória falhe, a ação de Deus pelo Espírito Santo se efetuará em nós, pois somos templos vivos do Espírito.

Se vamos a igreja de coração fechado, endurecido, capengas na fé, por certo a palavra, seja qual for, não penetrará nosso coração. Assim, sem nenhuma abertura à ação do Espírito Santo nada edificante ocorrerá em nossa vida. Se comemos nossa refeição e ela não fica retida no estômago, se em seguida vomitamos, de nada serve o alimento.  Assim acontece com as pregações que ouvimos e não apreendemos; é como se fosse uma bulimia espiritual.

Portanto não é tão importante lembrar-se de cada palavra, cada frase, decorar uma pregação que ouvimos (até porque só conseguimos guardar cerca de trinta por cento do que é falado); o que importa é estar atento, interiorizado para se apossar da proclamação e do anúncio no interior, no mais fundo do coração.  Se a memória for boa, ótimo. Se não, que o coração esteja aberto, receptivo a Boa Nova. Isso é o que importa.   


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