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pedra na água afunda porque é mais pesada, uma rolha de cortiça flutua porque é
mais leve que a água. Se você se lançar ao mar, se atirar na água sem saber
nadar, por certo se afogará. Aí então alguém há de culpar Deus por isso.
A
nossa tendência é sempre culpar os outros pelos nossos erros, nossas falhas.
Assim sendo, Deus é quase sempre considerado culpado por nossos sofrimentos,
nossas dores, pelas coisas ruins que acontecem invariavelmente devido a nossa
desobediência, teimosia, imprudência, descuido... Nos julgamos auto
suficientes, fazemos o que queremos e quando a casa cai, culpamos Deus!
É
típico o caso da mãe que perde o filho em acidente de trânsito. O jovem dirigia
em alta velocidade, derrapou e se acabou numa árvore ou poste. A mãe, em
desespero, entre blasfêmias e imprecações se revolta contra Deus. Será que Deus
pisava o acelerador daquele carro? Será que Deus induziu aquele jovem a dirigir
como um louco?
Há
uma lei em física, a inércia, que diz que o estado de repouso ou movimento de
um corpo não pode se alterar por si só. Há necessidade de um estimulo, de uma
ação externa, ou seja, nada se move se não for impulsionado, nada em movimento
para se não for freado. Podemos assim, traçar um paralelo com nossa relação com
Deus. Se observarmos bem as escrituras, podemos ver que para cada ação de Deus
há uma contrapartida humana e vice-versa. Nas bodas de Caná, Jesus transformou
em vinho a água que os homens, a seu pedido, colocaram nas talhas; Os homens
rolaram a pedra para que Jesus ressuscitasse Lázaro; O general sírio Naamã foi
curado da lepra pelo profeta Eliseu, após se banhar sete vezes no rio Jordão.
Assim, em tudo que fazemos, há uma conseqüência, boa ou má. As coisas ruins nos
acontecem não devido a uma ação divina, mas a uma ação humana. Dessa forma, não
devemos afrontar Deus nem pô-Lo a prova. Todos conhecemos a passagem do
Evangelho em que Jesus é colocado no alto de uma torre e tentado. Satanás
citando a Bíblia, o Salmo 90(91) diz a Jesus para que Ele se atire, que os
anjos o protegeriam, o amparariam, que nada de mal iria acontecer. Lembram-se
da resposta de Jesus? - Também está
escrito: “Não tentarás o Senhor teu Deus”. Se nós, deliberadamente, nos expomos
a uma situação de risco, de perigo iminente, na pretensão de estarmos sob a
proteção de Deus, transferindo a Ele nossa responsabilidade, estaremos
colocando Deus a prova! E colocar Deus a prova é tentar a Deus.
Deus
tudo pode, para Deus nada é impossível. Uma coisa porém Deus não pode fazer. Deus não pode
deixar de amar! Simplesmente porque Deus é amor e se Deus é amor, deixando de
amar, deixaria de ser Deus. Isso é impossível, porque Deus é eterno, é
infinito, é imutável. Deus nos ama com amor infinito e não quer o nosso mal,
nem mesmo o mal para o pecador. Desgraças não são castigos, diz Jesus em Lc 13,
referindo-se aos 18 homens que morreram no desabamento da torre de Siloé.
Fatalidades acontecem, mas não são obras de Deus. Acontecem por imperícia,
incompetência, imprudência humana. Pessoas são atropeladas sobre a calçada,
elas eram inocentes, mas alguém errou, alguém falhou, alguém guiava mal um
automóvel; por certo não era Deus. Em verdade quando Deus age nestes casos é
para salvar, para dar um livramento, não para prejudicar. Há vários exemplos a
citar, mas nenhum é tão notório como falar de crianças atingidas pelo mal.
Parece o argumento definitivo dos detratores de Deus: Se Deus é bom, porque
crianças ficam doentes e morrem? Porque crianças nascem defeituosas? Não cabe a
nós julgar nem buscar entendimento dos desígnios de Deus, mas sem aprofundar,
podemos dizer que em muitos, muitíssimos casos, os pais negligenciaram no
cuidado da saúde dos filhos; mães, gestantes, ingeriram remédios inadequados,
fumaram, consumiram drogas, etc.
No
mundo sempre haverá dor, sofrimento, tragédias. Mas nem por isso devemos perder
a esperança e a confiança em Deus, ao contrário, devemos levar o conforto e o
alivio aos que sofrem, devemos levar Jesus às pessoas. Jesus que sofreu na
carne as nossas dores, foi humilhado, torturado e não reclamou. Jesus que
morreu por nós, Jesus, o nome acima de todo nome. Jesus, diante do qual todo
joelho se dobra no céu, na terra e no inferno. Que toda boca proclame que Jesus
é o Senhor. Se você irmão, irmã, estiver com seu coração aberto vai perceber
que é o próprio Deus falando a você. E Ele esta dizendo: confie, confie e
espere em Mim, não importa o que aconteça a sua volta.
Deus
não é responsável pelas coisas ruins que nos acontecem. Somos responsáveis
pelos nossos atos e temos que arcar com as conseqüências. Não podemos imputar a
Deus a responsabilidade que é nossa. Deus é bom, (Carlos Nunes)
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