sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

Desgraças não vêm de Deus (2)



Ultimamente tenho ouvido muitas acusações a Deus (Deus é cruel... Onde está Deus que não vê isso... Deus isso, Deus aquilo...). Quando ocorrem coisas desagradáveis, desastres naturais ou não, ouvimos as constantes e conhecidas contestações a Deus e seu amor. Reflitamos, então, nas palavras do texto escrito pelo padre Francisco Sehnem, transcrito a seguir: “Hoje muito procuram um deus à sua imagem e semelhança, um deus que justifique seu modo de pensar e agir. Mas é bom e necessário que pelo menos alguns continuem a crer no Deus revelado por e em Jesus Cristo; que continuem a crer no verdadeiro Deus, de amor e misericórdia. Fora de Cristo os homens se arriscam a dar ao rosto de Deus, aparências estranhas e às vezes perigosas, porque todo o modo de pensar a Deus tem repercussão sobre o modo de pensar o homem e a sua vida. Hoje há um verdadeiro renascimento de vários deuses pagãos, que não possam de criações humanas colocadas nos céus: deus-poder que assusta e domina o mundo, que destrói todos aqueles que são contra ele. Volta a sobressair o deus-juiz, que tem somente a função de punir e condenar (principalmente aqueles que não pensam como eles ou não são da sua religião). Para muitos, Deus se confunde com o mundo, se dissolve e desaparece , deixando o homem na solidão dos seus problemas não resolvidos”.
Pensando assim com tal imagem distorcida da Divindade, agimos arbitrariamente, a nosso bel prazer, prescindindo do Deus verdadeiro e no fim culpando-o quando algo dá errado. Quando tudo me é conforme, eu quero, eu posso, eu faço, eu aconteço, eu sou forte e auto-suficiente. Porém, quando não é como eu quero ou gostaria que fosse, quando o resultado é diferente do esperado, quando algo de ruim acontece, Deus é cruel e não olha por nós. Isto é notório quando se refere ao mal.
O mal nasce do abuso da liberdade ou da falta de amor. Deus não intervém a todo momento para modificar o   curso natural das coisas ou para corrigir arbitrariamente nossos erros – lembremo-nos: uma pedra afunda na água, uma rolha de cortiça flutua, um vazamento de gás asfixia ou provoca incêndios, etc. – pois Deus não nos tolhe a liberdade, mesmo quando abusamos, desobedecemos; também não reverte as leis naturais. Deus perdoa sempre, o homem às vezes e a natureza nunca.  
           

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