A Palavra de Deus nos alerta
para estarmos sempre vigilantes, pois não sabemos dia nem hora da vinda do
Senhor. Seu retorno é iminente, pode vir a qualquer momento; pode ser hoje,
amanhã, semana que vem, daqui a um mês, um ano, uma década. Não importa, Ele
virá, ou iremos ao encontro dele inevitavelmente. “Quem é, pois, o servo prudente que o Senhor constituiu sobre os de sua
família, para dar-lhes o alimento no momento oportuno? Bem aventurado aquele
servo a quem seu Senhor, na sua volta, encontrar procedendo assim! Em verdade
vos digo, ele o estabelecerá sobre todos os seus bens. Mas se é um mau servo
que imagina consigo: ‘Meu senhor tarda a
vir’, e se põe a bater em seus companheiros e a comer e beber com os ébrios, o
senhor desse servo virá no dia em que ele não espera e na hora em que ele não
sabe e o despedirá e o mandará ao destino dos hipócritas; ali haverá choro e
ranger de dentes” (Mt 24,45-51).
O texto bíblico em referência
tem quase dois mil anos, mas é atualíssimo. Quantos têm o procedimento do servo
mau; são desobedientes, omissos, desonestos, violentos. Quanta gente quer
aproveitar a vida – ela é curta, dizem – de maneira frenética. Vivem
frivolamente, descompromissados com o próximo, levando a vida de forma egoísta
e hedonista. Não importa que o outro passe fome, desde que ele esteja saciado.
Buscam uma vida de prazeres, sem se preocupar com o bem estar dos demais. Se
for bom para ele, ótimo, mesmo que prejudique os outros; “tô nem aí!” Assim
muitos vivem de maneira dissoluta, sem pensar no amanhã, sem pensar nas
consequências. “De que vale ganhar o
mundo inteiro, se vier a perder a vida eterna?” (cf. Mt 16,26a).
Há gente que diz: “vou viver
a vida do meu jeito enquanto sou jovem e posso aproveitá-la; vou fazer o que
quero, vou me permitir tudo. Mais tarde, na velhice, procuro uma igreja, peço
perdão a Deus e fica tudo bem.” Hipócrita, faz planos pensando iludir a Deus e
na verdade se ilude. Não imagina a possibilidade de findar a vida antes de
envelhecer. Aí morre em pecado (...o servo virá no dia em que ele não espera,
na hora em que ele não sabe e o despedirá e o mandará ao destino dos
hipócritas; ali haverá choro e ranger de dentes). Mesmo envelhecendo, se a
busca por Deus tiver essa intenção; fez o que fez, tudo quanto podia, agora
idoso, limitado, convenientemente “se converte”. Ledo engano; Deus vê o coração
e conhece nossas intenções. Não há perdão dos pecados sem arrependimento, sem a
reta intenção de mudança. Isso não significa que pessoas que têm, ou tiveram,
uma vida desregrada possam se arrepender sinceramente a qualquer tempo, não
importando a idade.
Não sabemos o dia de amanhã,
não sabemos sequer se haverá um amanhã. Ontem passou, já o vivemos; hoje é
agora, estamos vivendo. O amanhã é futuro, é incógnita, e em Deus haveremos de
vivê-lo. Portanto, como não conhecemos o amanhã – podemos no máximo conjecturar
– vivamos de tal modo que se Cristo voltar agora, ou se Ele nos chamar, que nos
encontre preparados, tal qual o servo fiel e honesto em quem Ele confiou.
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