sábado, 28 de novembro de 2015

Ouvir a voz de Deus


É de suma importância ouvir o Senhor. Mais que ouvir, acolher a palavra e obedecer. Mas como ouvir a voz de alguém que não vemos, alguém que na realidade é incorpóreo, pois que é puro Espírito? Esse é o questionamento que muitos fazem; crentes e descrentes. Muitos dos que creem, apesar de não duvidar, julgam-se incapazes de ter contato intimo com Deus; julgam – erroneamente – que só os especialmente iluminados têm essa capacidade. Os descrentes, obviamente não creem e ponto final; ouvir Deus? Ah, isso é loucura!
Quase todas as pessoas, indistintamente, já tiveram intuição. Grande número delas guiaram suas decisões através da intuição e por certo tomaram a decisão correta. E o que é intuição senão a voz de Deus falando ao coração? Quando dirigidos por ela – essa voz interior que nos fala ao coração – e obedientes, seguimos como que seus conselhos, por certo o resultado será positivo. Mas é preciso atenção, discernir bons e maus direcionamentos. Às vezes nossa vontade prevalece e o que julgamos ser algo intuitivo, é na verdade um desejo intrínseco; neste caso, inúmeras vezes a decisão é equivocada. Cuidado também para que vozes espúrias, pensamentos invasivos, confusos, coisa que nos trazem dúvidas e invariavelmente antiéticas, pautem nossas decisões.
Para nós carismáticos, é relativamente fácil entender: basta aplicar o discernimento dos espíritos; o que vem para o bem, que traz harmonia e dirime dúvidas, tem grande probabilidade de vir de Deus. Quando o pensamento ou a suposta intuição provoca mal estar emocional, nos confunde, quase sempre vem de fonte diabólica; são as tentações. Considere-se isto apenas uma dica, uma pista; sabemos que não existem regras nem manuais de aplicação dos dons carismáticos.
Nosso Deus é amoroso e se aproxima de nós. Ele quer ser intimo de todos, indistintamente. Por isso Ele se comunica, Ele nos fala – de modo inaudível aos ouvidos carnais, porém de forma loquaz em nosso coração. Portanto, os que se abrem, os que creem, os que realmente querem ouvir, certamente serão inundados pela voz do Senhor. Mas não basta ouvir, como dito acima é preciso reter, mais que reter obedecer às ordens divinas, seguir os conselhos, pautar-se na Palavra de Deus.
Estejamos atentos a palavra de Deus, não só através da conhecida “intuição”, como também no conselho salutar e na orientação de um amigo verdadeiro , nas palavras proféticas e de sabedoria ouvidas numa pregação e principalmente na leitura da Palavra, na Bíblia Sagrada.



quarta-feira, 25 de novembro de 2015

O que é o Exorcismo?


É dogma de fé que o demônio existe e pode agir sobre o ser humano. O Catecismo da Igreja diz que: “Por trás da opção de desobediência de nossos primeiros pais há uma voz sedutora que se opõe a Deus e que, por inveja, os faz cair na morte. A Escritura e a Tradição da Igreja veem neste ser um anjo destronado, chamado Satanás ou Diabo. A Igreja ensina que ele tinha sido anteriormente um anjo bom, criado por Deus… mas se tornaram maus por sua própria iniciativa.” (§391). O Diabo é “pecador desde o princípio” (1Jo 3,8), “pai da mentira” (Jo 8,44). Jesus o chama de “homicida desde o princípio” (Jo 8,44). “Para isto é que o Filho de Deus se manifestou: para destruir as obras do Diabo” (1Jo 3,9), disse São João.
A Igreja ensina que o demônio pode possuir uma pessoa, assumir o comando de suas faculdades; e para isso tem o Rito do Exorcismo para expulsá-lo. Jesus realizou muitos exorcismos: “Se é pelo Espírito de Deus que eu expulso os demônios, então o Reino de Deus já  chegou a vós” (Mt 12,28).  É de Jesus que a Igreja recebeu o poder e o encargo de exorcizar.
Quando a Igreja exige publicamente e com autoridade, em nome de Jesus Cristo, que uma pessoa ou objeto sejam protegidos contra a influência do maligno e subtraídos a seu domínio, fala-se de exorcismo.
Sob uma forma simples, o exorcismo é praticado durante a celebração do Batismo. Visto que o Batismo significa a libertação do pecado e de seu instigador, o Diabo, pronuncia-se um exorcismo sobre o candidato. Este é ungido com o óleo dos catecúmenos ou então o celebrante impõe-lhe a mão, e o candidato renuncia explicitamente a satanás.
O exorcismo solene, chamado “grande exorcismo “só pode ser praticado por um sacerdote, com a permissão do Bispo. Nele é necessário proceder com prudência, observando estritamente as regras estabelecidas pela Igreja. É importante, pois, assegurar-se, antes de celebrar o exorcismo, se se trata de uma presença do maligno ou de uma doença mental.
A Congregação da Fé do Vaticano, em 24.09.1985, deu uma Instrução sobre o Exorcismo, onde lembra o seguinte:
1. O cânon 1172 do Código de Direito Canônico declara que a ninguém é lícito proferir exorcismo sobre pessoas possessas, a não ser que o Ordinário do lugar tenha concedido peculiar e explícita licença para tanto (1º). Determina também que esta licença só pode ser concedida pelo Ordinário do lugar a um presbítero dotado de piedade, sabedoria, prudência e integridade de vida.
2. Não é lícito aos fiéis cristãos utilizar a fórmula de exorcismo contra Satanás e os anjos apóstatas, contida no Rito que foi publicado por ordem do Sumo Pontífice Leão XIII; muito menos lhes é lícito aplicar o texto inteiro deste exorcismo.
3. Os senhores Bispos são solicitados a que vigiem para que – mesmo nos casos que pareçam revelar algum influxo do diabo, com exclusão da autêntica possessão diabólica – pessoas não devidamente autorizadas não orientem reuniões nas quais se façam orações para obter a expulsão do demônio, orações que diretamente interpelem os demônios ou manifestem o anseio de conhecer a identidade dos mesmos.
Prof. Felipe Aquino -  DOUTRINA E TEOLOGIA


sábado, 21 de novembro de 2015

A Queda dos muros de Jericó

 Por Prof. Felipe Aquino – Cleofas.com.br

(Js 6, 1-20)
Logo após a travessia do Jordão, os filhos de Israel defrontaram-se com a cidade de Jericó, habitada por cananeus hostis. Tiveram de se dispor ao assalto do reduto inimigo, obtendo por fim estrondosa vitória.

O texto bíblico referente ao episódio (Js 6, 1-20) parece ter sofrido glossas no decorrer dos tempos, prestando-se atualmente a diversos ensaios de reconstituição e interpretação; ademais as recensões hebraica e grega apresentam pequenas divergências entre si. Eis, porém, em grandes linhas, o que se verificou:

Havendo os filhos de Israel acampado diante de Jericó, os habitantes da cidade, confiantes no poder de suas muralhas, fecharam-se no interior destas, esperando que a penúria ou alguma inclemência da natureza obrigasse os invasores a retroceder. Foi então que, a mandado do Senhor, os guerreiros hebreus, junto com os sacerdotes, que levavam a arca de Javé, por seis dias consecuti-vos deram processionalmente a volta da cidade (a qual não devia ter perímetro muito longo, para poder ser bem defendida); os desfiles se fizeram ao som das trombetas dos sacerdotes. No sétimo dia, efetuaram sete circuitos, após os quais ressoaram as trombetas; a estas os quarenta mil filhos de Israel (cf. Js 4, 13) responderam imediatamente com brado poderosíssimo; em consequência, as muralhas de Jericó desmoronaram e os assaltantes puderam penetrar na cidade.
Não há dúvida, trata-se aqui de um feito maravilhoso, que só se verificou por intervenção extraordinária de Deus. É o que a Sagrada Escritura explicitamente recorda num dos livros posteriores do Antigo Testamento:

“O soberano Senhor do mundo, sem catapulta e sem máquinas de guerra, derrubou os muros de Jericó nos tempos de Josué”. (2Mc 12, 15)

Contudo não pode deixar de chamar a atenção o artifício prescrito pelo Senhor. Precisava o Todo-Poderoso de que os israelitas fizessem o circuito da cidade para que Ele desmantelasse as fortificações? Que relação há entre as procissões, com seus toques de trombeta, e o desmoronamento subsequente?

Pressupondo que eram um estratagema bélico, os exegetas têm procurado estabelecer um nexo entre esses desfiles e a vitória final. Assim:

1. Alguns apelam para o testemunho de cronistas da antiguidade, os quais referem que tropas assaltantes, em um ou outro caso, fizeram repetidos circuitos da cidade ou do acampamento sitiados, com o fim de ludibriar o inimigo. Eis, por exemplo, o que narra Sexto Júlio Frontino, autor da obra Stratagemata (catálogo de estratagemas) sob o Imperador Domiciano (81-96):

“Domício Calvino cercava na Ligúria a cidade de Luna, localidade defendida tanto por sua posição geográfica como por obras de fortificação. Muito frequentemente mandava que todas as suas tropas desfilassem ao redor da mesma, reconduzindo-as, a seguir, ao acampamento. Esta tática incutiu aos habitantes a convicção de que os romanos não queriam senão exercitar-se; visto então que negligenciavam o serviço de vigilância. Domício transformou essa espécie de passeata em ataque repentino. A cidade foi tomada, e os moradores se renderam”.
Merece atenção o fato de que o autor refere este estratagema sob o título “De fallendis his Qui obsidebuntur. Como se procede para enganar os que são sitiados”.18
Baseando-se neste testemunho, julga o Pe. Abel O. P., professor da Escola Bíblica de Jerusalém, que Josué recorreu a tática semelhante com a intenção de fazer crer aos habitantes de Jericó que os seus planos eram pacíficos e não visavam um ataque à cidade (em tempo de guerra justa, torna-se lícito o recurso não somente a manobras cruentas, mas também  às que enganam e desnorteiam o adversário). É de notar, porém, que o ilustre exegeta, para construir a sua hipótese, é obrigado a afirmar que as “passeatas” dos israelitas se realizavam em absoluto silêncio; nem toque de trombeta nem clamor de guerra emanava de Israel, de sorte a não provocar suspeita ou alarma na cidade de Jericó. E, a fim de inferir este traço da narrativa bíblica, Abel, apelando para critérios filológicos, distingue dois documentos, fontes do texto atual de Js 6, documentos dos quais o primeiro, o “fundamental”, lhe parece narrar unicamente desfiles silenciosos !19

A sentença do Pe. Abel não deixa de ter autoridade. Contudo baseia-se num postulado que não pode ser estabelecido com segurança. É o que a torna discutível.

2. Há quem, apelando igualmente para a mentalidade e a praxe dos antigos, explique de outra maneira o valor bélico dos circuitos praticados pelos filhos de Israel. Em vez de tranquilizar os habitantes de Jericó, teriam tido por fim aterrorizá-los!… A ostentação da arca (quase “estandarte” da teocracia israelita) acompanhada pelos sacerdotes e os guerreiros, o toque das trombetas, o brado final deviam ser ritos aptos a impressionar os “supersticiosos” moradores de Jericó. Estes admitiam, sim, a existência de um Deus próprio dos israelitas, protetor poderoso desta gente; haviam ouvido falar dos prodígios realizados por Javé em prol dos hebreus na saída do Egito, na travessia do Mar Vermelho e no deserto; isto tudo os fazia temer (cf. Js 2, 8-11). Sobre este fundo, os desfiles dos israelitas podiam-lhes parecer equivalentes a uma tomada de posse do terreno em nome do Deus Forte de Israel; o número setenário (dos desfiles, dos dias de cerco), sendo símbolo de totalidade, devia insinuar a esses homens a ruína total que o pujante Senhor lhes destinava, condenando-os ao anátema. É preciso não esquecer que, para os antigos, a guerra era ação religiosa; junto com os povos que se defrontavam, julgavam que os respectivos deuses pugnavam entre si;20 ora no caso parecia que o Deus de Israel se anunciava mais forte que os deuses de Jericó, como se mostrara mais poderoso que os dos egípcios e de outras nações.


Assim os desfiles em torno de Jericó teriam desempenhado o papel de causar pessimismo psicológico e religioso aos assediados: quando no fim dos sete dias de estratagema, explorando este estado de alma, Josué soltou o brado de avanço, já não terá encontrado grande resistência por parte dos defensores da cidade.

Esta sentença não pode ser comprovada de maneira decisiva, como também nada de sério se lhe poderia objetar.

Caso se admita uma das duas hipóteses acima propostas, ainda fica margem para a pergunta: como se deu o assalto à cidade após a preparação psicológica dos sete dias?

Sem poder reconstituir o quadro com precisão, dada a escassez de dados, os exegetas por vezes sugerem um ou outro particular que a narrativa lhes parece oferecer:

a) os espiões que, antes do cerco da cidade, estiveram em Jericó (cf. Js 2) concluíram um pacto com a meretriz Rahab, cuja casa estava situada na periferia da cidade (cf. 2, 15). Esta mulher, crendo que realmente Javé havia de entregar Jericó aos hebreus, decidira salvar-se com os seus familiares, atraiçoando os concidadãos; terá, pois, prometido dar ingresso aos invasores pela sua casa, logo que se propusessem empreender o assalto… Para apoiar a tese, os estudiosos fazem notar a precisão de topografia e de sinais, a recomendação de silêncio, no diálogo travado entre Rahab e os exploradores (cf. 2, l5-2O);21

b) pode-se interpretar em sentido figurado o termo hebraico homah, geralmente traduzido por “muralha”. É, sim, com valor metafórico que ele ocorre, por exemplo, em 1Sm 25, 16.22 Significaria então a guarnição militar, os homens que montavam a guarda às portas de Jericó. Estes, e não as muralhas, teriam caído… isto é, desfalecido de terror após o estratagema de Josué; teriam capitulado, permitindo o ingresso na cidade sem desferir algum golpe. Entrando em Jericó, os invasores lhe teriam ateado fogo, pou¬pando apenas a casa de Rahab, posta no perímetro das muralhas; 23

c) o toque diário de trombetas teria sido um artifício para prender a atenção dos habitantes de Jericó, enquanto operários israelitas cavavam galerias debaixo das muralhas de Jericó; uma vez terminados os trabalhos, o brado mais forte teria sido sinal para que pusessem fogo à armação de madeira que sustentava os muros e se retirassem; o pânico teria então irrompido em Jericó. Aproveitando-se da situação confusa e das ruínas causadas pelo incêndio, os filhos de Israel teriam conseguido penetrar na cidade. 24

3. Estas diversas conjecturas formuladas para explicar os desfiles dos israelitas como estratagema bélico, embora muito eruditas, não possuem senão o valor de suposições mais ou menos fundadas no texto e na arqueologia. Não se pode insistir sobre o papel estratégico de tais procissões. Uma consideração mais atenta dos trechos sagrados insinua que o seu significado primordial é de outra ordem: é significado religioso, não militar. Com efeito, eis os termos com que, no fim da Escritura, o Apóstolo de Cristo se refere ao episódio:

“Foi pela fé que os muros de Jericó desmoronaram, depois de se lhes haver dado a volta durante sete dias”. (Hb 11, 30)

Esta breve frase estabelece um nexo entre a fé dos israelitas e a conquista de Jericó; foi aquela que de Deus obteve esta. Verdade é que entre a atitude de fé dos hebreus que assediaram Jericó e a conquista da cidade medearam os desfiles de sete dias. Tais cerimônias foram prescritas pelo Senhor, não, porém, como se Javé visasse ensinar aos seus fiéis um estratagema bélico, a manobra adequada….; foram inculcadas primariamente para que os filhos de Israel tivessem ocasião de exercer a sua fé; praticando aqueles artifícios (cujo valor militar é incerto e não importa muito no caso), os hebreus, antes do mais, professavam crer no Auxílio de Deus, que dispensa máquinas de guerra desde que Ele queira realizar algum desígnio. Depois de ter experimentado essa fé, o Senhor recompensou-a com retumbante vitória.25

Firme este princípio básico para a interpretação do episódio, não nos seria lícito fechar os olhos a ulteriores considerações: é bem possível que, para entregar Jericó aos israelitas em prêmio de sua fé, o Senhor se tenha servido de causas segundas. Bons autores pensam que permitiu um terremoto em momento oportuno,26 à semelhança do que se verificou posteriormente numa batalha contra os filisteus.27 Não terá dispensado de pequenos combates o exército de Josué; a estes alude Js 24, 11. 28 O clamor proferido pelo povo israelita imediatamente antes de assaltarem a cidade parece não ser senão a terou´a ou o brado de ataque que marcava o início das batalhas de outrora.29 Nem se exclui a ação devastadora da sede na cidade cercada, pois a única fonte de abastecimento pode ter estado fora dos muros do reduto, como às vezes acontecia (cf. Jt 7, 6). Em suma, é de crer que o texto do livro de Josué não nos refere a história completa da tomada de Jericó, mas se restringe ao episódio que realçava a influência do fator “fé” na campanha bélica.

Quanto à arqueologia, as escavações levadas a efeito desde 1908 no local da antiga cidade fizeram ver que a muralha de Jericó construída após 1600 a.C.  sofreu destruição; o seu lado oriental foi mesmo totalmente arrasado. Os arqueólogos discutem sobre a época precisa em que se deu o desastre, embora o assinalem geralmente ao intervalo que corre entre 1400 e 1200 a.C. (ora Josué tomou Jericó por volta de 1200 a.C.)

Em conclusão: as manobras dos hebreus em tomo de Jericó têm primariamente o significado de um testemunho da fé que Deus exigia de seu povo; a sua finalidade imediata era provocar um bem de ordem espiritual numa gente rude como Israel, ou seja, excitar uma sincera atitude religiosa perante o verdadeiro Deus. A resposta do Senhor ao seu povo consistiu certamente numa intervenção poderosa, portentosa, cujos pormenores não podemos descrever com exatidão, visto que o texto sagrado não fornece os elementos para isto.



quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Existem seres extraterrestres?


Algumas pessoas nos perguntam se existem ETs, seres de outros planetas ou galáxias. Este é um assunto que a Igreja não fala sobre e deixa para os cientistas da astrofísica e astronomia falarem do assunto. Já sabemos que em nosso sistema solar não há vida humana, nem mesmo vida animal e vegetal.
O Dr. Marcelo Gleiser, que é professor de física teórica no “Dartmouth College”, em Hanover (EUA), e autor de “Criação Imperfeita”. (Facebook: goo.gl/93dHI), escreveu recente matéria no jornal Folha de São Paulo (14/7/2013), intitulada “Sobre visitas de extraterrestres”, que esclarece um pouco o assunto, e mostra a dificuldade dos ETs, se existem, chegarem a nós. Ele pergunta: “Será razoável supor que tenham [os ETs] feito o esforço para chegar até aqui e se esconder como luzes nos céus?”.
Ele mostra que o grande desafio de viagens interestelares são as distâncias gigantescas, o que dificultaria um ET chegar até nós se ele fosse de outra galáxia, ou mesmo que fosse de nossa Via Láctea. Por quê?
O Sol está a aproximadamente oito minutos-luz da Terra; isto é, se alguém viajasse com a velocidade da luz (300.000 km/s), demoraria oito minutos para cobrir os 150 milhões de quilômetros que nos separa do Sol.
Para se chegar às estrelas mais próximas de nós, a constelação do Centauro, seria preciso viajar quatro anos na velocidade da luz. Com a espaçonave mais rápida que temos, que viaja a 50.000 km/h, demoraríamos cerca de 100 mil anos para chegar nas estrelas mais próximas de nós!
Seria, portanto, muito difícil que os ETs, se existissem, chegassem a nós. Einstein mostrou que é impossível alguém viajar na velocidade da luz. Os cientistas sérios nunca descobriram ETs que chegaram a nós. O Dr. Marcelo Gleiser diz que, em 1950, o físico Enrico Fermi “fez um cálculo  mostrando que, se inteligências capazes de viagens interestelares existem na nossa galáxia, teriam já tido tempo de sobra para colonizá-la. “Onde estão eles?”, perguntou-se.
O pesquisador, Dr. Fermi, colocou um Paradoxo: “nossa galáxia tem 10 bilhões de anos e 100.000 anos-luz de extensão. Vamos supor que uma inteligência surgiu em algum canto um milhão de anos antes da gente, o que é bem razoável, considerando que a galáxia tem 200 bilhões de estrelas e possivelmente trilhões de planetas e luas. Esses seres do planeta Yczykx têm espaçonaves que viajam a velocidades de 10% da velocidade da luz. Ou seja, em um milhão de anos, poderiam ter viajado de ponta a ponta da galáxia, incluindo várias passagens pela Terra. Se tivessem surgido não um, mas 10 milhões de anos atrás, poderiam ter colonizado a galáxia inteira. E certamente não nos contataram de forma direta e clara”. Isto mostra que dificilmente os ETs cheguem a nós caso existam. Portanto, até hoje não há confirmação da existência de ETs.
Dr. Gleiser diz que “das várias explicações para luzes estranhas nos céus, as mais plausíveis – fenômenos atmosféricos, balões de pesquisa etc.- , mesmo que menos dramáticas, são muito mais realistas”.

sábado, 14 de novembro de 2015

Caminhos para o discipulado


"O Senhor Deus deu-me uma língua habilidosa para que aos desanimados eu saiba ajudar com uma palavra. Toda manhã ele desperta meus ouvidos para que, como bom discípulo, eu preste atenção. O Senhor Deus abriu-me os ouvidos, e eu não fiquei revoltado, para trás não andei" (Is 50, 4-5). Tornar-se discípulo do Senhor! Este é um desafio que suscitou o seguimento aos profetas que punham sua boca e sua inteligência à disposição de Deus, para abrir os caminhos de Deus para seu tempo. Jesus, Salvador e Senhor, escolheu discípulos que foram por ele enviados, de acordo com as tarefas que se abriam no grande horizonte da evangelização, fazendo-os assim missionários.
A Igreja, em nosso tempo, especialmente à luz do grande Documento da V Conferência do Episcopado da América Latina e do Caribe, realizada em Aparecida - SP, tem buscado os caminhos para que o cristãos se formem como discípulos verdadeiros, que se sintam também missionários, pois não é possível separar as duas realidades. Bento XVI nos recordou que “o discípulo, fundamentado na rocha da Palavra de Deus, sente-se motivado a levar a Boa Nova da salvação a seus irmãos. Discipulado e missão são como os dois lados de uma mesma moeda: quando o discípulo está enamorado de Cristo, não pode deixar de anunciar ao mundo que só ele salva (cf. At 4,12). Na realidade, o discípulo sabe que sem Cristo não há luz, não há esperança, não há amor, não há futuro” (Documento de Aparecida, 146).
Aqueles que foram escolhidos por Jesus percorreram várias etapas em sua formação. Descobriram-se amigos, chamados pelo nome, amados por Jesus, que lhes ia ao encontro com misericórdia, corrigidos por ele em sua imaturidade, ajudados a superar as dificuldades, para o seguirem com radicalidade. Foram por ele enviados às primeiras experiências missionárias. Ao retornarem, as lições se desdobram: “Os setenta e dois voltaram alegres, dizendo: Senhor, até os demônios nos obedecem por causa do teu nome. Jesus respondeu: Eu vi Satanás cair do céu, como um relâmpago. Eu vos dei o poder de pisar em cobras e escorpiões, e sobre toda a força do inimigo. Nada vos poderá fazer mal. Contudo, não vos alegreis porque os espíritos se submetem a vós. Antes, ficai alegres porque vossos nomes estão escritos nos céus” (Lc 10, 17-20). Não podem acostumar-se com o elogio fácil e aparente, mas haverão de apegar-se a valores consistentes, que não podem ser destruídos.
O Evangelho de São Marcos (10, 46-52), proclamado neste final de semana em nossas celebrações eucarísticas, descreve uma etapa preciosa da formação ao discipulado, quando chegam com Jesus a Jericó, depois de fazerem um caminho ao longo do Jordão, vindos da Galileia. Curioso é que intervém uma figura que não fazia parte do grupo escolhido inicialmente por Jesus. Chama atenção o fato de que ele tem nome, Bartimeu, o filho de Timeu. Mendigo, cego, morador de Jericó, ele se torna o modelo do discípulo. No Evangelho, pobre tem nome e é importante!
Um homem que vivia na escuridão de sua cegueira, tendo ouvido falar de Jesus, pergunta a respeito do ruído que se espalhava pela cidade. Jesus se transforma na grande oportunidade para sua vida: “Jesus, filho de Davi, tem piedade de mim”. Descobre que Jesus é a sua esperança! Não pode desperdiçar esta oportunidade! Do mais profundo da vida de cada pessoa, emerge o grito e o desejo de conhecer Jesus, quem sabe no meio de tanta confusão. O discípulo é parecido com as outras pessoas. Não é melhor do que ninguém, mas é capaz de gritar! Podem criticá-lo, mas Bartimeu aposta tudo e não faz caso das reprovações circunstantes.
Nós também, muitas vezes temos os olhos e o coração fechados. Jesus passa pelo caminho e, do mais profundo do abismo (Cf. Sl 129) pode subir ao Senhor nosso clamor. Podem começar as dificuldades, pois os cegos, os coxos e aleijados de sempre encontram muitas vozes que querem abafar o grito. Pode ser a própria sociedade ou o ambiente que nos desviam, até para que não incomodemos Jesus. Ou, quem sabe nosso comodismo, os hábitos adquiridos ou outros impedimentos nos fazem calar a boca. O discípulo autêntico começa com um clamor pela verdade e pela liberdade verdadeira!
Quem não escuta a voz das turbas, mas deixa vir à tona o grito pela verdade, quem for constante na busca do Senhor, insistindo para encontrar o Senhor, vai fazer Jesus parar nas estradas de Jericó. Apesar das dificuldades externas, a oração do cego foi ouvida, mesmo quando aparentemente Jesus está em silêncio, não fala nada, apenas caminha. É que o Senhor, tendo ouvido desde o princípio o clamor do cego, quer vê-lo insistente e corajoso! Depois Jesus parou, como faz sempre diante de qualquer pedido confiante. Chamaram o cego: “Coragem, levanta-te, Jesus te chama”. Bartimeu jogou fora o manto! Afinal, a vida agora será outra! E com um pulo se apresenta diante do Senhor! Trata-se do salto a ser dado corajosamente pelo discípulo, na direção do Senhor. Uma veste nova, presente de Batismo, é o sinal da novidade para cada discípulo de todos os tempos!
Cegos ou não, temos desejos profundos a ser apresentados ao Senhor, e ele não os despreza: “Mestre, que eu veja!”. Os discípulos encontram mestres e não apenas professores. Mestre atrai, arrasta as pessoas para compartilharem de sua vida. O milagre que se segue é o encontro daquele que busca com o único que pode dar respostas. “Vai, a tua fé te salvou!”. Pediu a cura dos olhos e encontrou a salvação. O mendigo se faz discípulo missionário, seguindo Jesus pelo caminho, e nunca se esquecerá do Senhor. Certamente vamos encontrá-lo no Céu, entre santos cujos nomes não foram divulgados.
Roteiro de vida para os discípulos de hoje: gritar, pular, largar o manto, dizer o que quer, confrontar-se com o Senhor, deixar-se envolver pelo manto da vida nova que vem da fé, continuar na estrada de Jesus para a Jerusalém da morte e da ressurreição, sair pelo caminho contando o que lhe aconteceu.
Aqui está nosso desafio fundamental: promover e formar discípulos que respondam à vocação recebida e comuniquem em todas as partes, transbordando de gratidão e alegria, o dom do encontro com Jesus Cristo. Não temos outro tesouro a não ser este. Não temos outra felicidade nem outra prioridade que não seja sermos instrumentos do Espírito de Deus na Igreja, para que Jesus Cristo seja encontrado, seguido, amado, adorado, anunciado e comunicado a todos, não obstante todas as dificuldades e resistências. Este é o melhor serviço que a Igreja tem que oferecer às pessoas e nações (Cf. Documento de Aparecida, 14).
Dom Alberto Taveira Corrêa - Arcebispo de Belém do Pará - Assessor Eclesiástico da RCCBRASIL



quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Postura e os gestos na Santa Missa


Postura
A Liturgia é feita de gestos e símbolos. Dizia-nos o papa Paulo IV sobre a postura: “Talvez vos possa parecer que a Liturgia está feita de coisas pequenas: atitudes do corpo, genuflexões, inclinações de cabeça, movimentos do incensório, do missal, das galhetas. É então que se devem recordar aquelas palavras do Cristo no Evangelho: quem é fiel no pouco sê-lo-á no muito (Lc 16, 16). Por outro lado, nada é pequeno na Santa Liturgia, quando se pensa na grandeza daquele a quem se dirige”. A imagem é bastante clara, toda e qualquer ação litúrgica não está em seu lugar por um mero acaso, ao contrário, está naquele momento e é daquela forma porque a Igreja entende que é assim, e não de qualquer outra forma, que se pode mais facilmente elevar ao alto nossos corações ao encontro de Deus.
O Missal Romano, de uma forma bastante sucinta e direta, diz-nos que todos os gestos e posturas devem ser realizados com a simplicidade e nobreza que são característicos do Rito Romano e que eles sejam capazes de, ao serem realizados com a simplicidade e nobreza que são características do Rito Romano e que eles sejam capazes de, ao serem realizados, ajudar o entendimento daquilo que se celebra e, ao mesmo tempo, que melhor possamos celebrá-lo.
Normalmente, os gestos e posturas são realizados por todos (seja por toda a Assembleia ou por todos os que estão no Presbitério – como é o caso de estar de mãos-postas) e isso, igualmente, indica a profunda unidade que toda a Assembleia reunida como Corpo Místico de Cristo deve possuir em seu seio.
Mãos postas ou juntas
Ter as mãos postas é o que poderíamos chamar de postura padrão do Presbitério e faz parte da prática tradicional do Rito Romano desde há muitos séculos, mesmo que o Missal Romano não o cite como exemplo ao falar das práticas tradicionais, a posição é citada no Cerimonial dos Bispos. As mãos ficam juntas, palma com palma, os dedos juntos, sendo o polegar direito acima do polegar esquerdo em forma de cruz. Todos aqueles que estão no Presbitério, a não ser que o Rito especifique o contrário (por exemplo, os padres concelebrantes no momento da “Consagração” ou o Bispo ao levar o báculo), devem manter-se assim. A postura deve ser observada tanto ao andar do Presbitério, como ao permanecer nele. Essa postura só não será esteticamente bonita se for realizada de forma forçada ou com desleixo.
Sempre que uma das mãos está ocupada e outra livre, a livre vai para o peito (a não ser na “Oração Eucarística”, onde a mão esquerda encostará no Altar).
Estar sentado
Estar sentado é uma forma de mostrar atenção. Normalmente, senta-se de costas ereta na cadeira, mas sem parecer que o gesto é forçado, com as palmas das mãos sobre os joelhos. É esteticamente belo e faz parte da Tradição da Igreja, o Cerimonial dos Bispos o indica para o bispo quando ele não segura nada, logo, acaba aplicando-se a todos os que estão no Presbitério estando ou não o Ordinário presente.
O sinal da cruz
O sinal da cruz é feito com calma, leveza e beleza. Para fazê-lo a pessoa colocará a mão esquerda sobre o peito e traçará a cruz sobre si com a mão direita, sobre a testa e o peito, ombro esquerdo e ombro direito, juntando, em seguida, as mãos novamente.
Durante o “Evangelho” há ainda a repetição do sinal da cruz por duas vezes. Uma é feita no livro (lecionário ou Evangeliário), com a mão direita sobre a cruz do início do texto, enquanto a mão esquerda está junto ao peito. O outro é feito por todos, de modo suave e calmo, na forma de três cruzes: na testa, nos lábios e no peito.
Por fim, o sacerdote traça o sinal da cruz sobre o povo ao abençoá-lo. Neste caso, a mão esquerda repousa sobre o peito e a direita abençoa traçando o sinal da cruz em direção a aqueles que serão abençoados. Cabe lembrar que apenas o bispo pode realizar a benção fazendo três cruzes.
Reverência
Na Forma Ordinária do Rito Romano a Reverência é bastante simples, mas um pouco relegada a segundo plano. Existem dois tipos e a cada um deles se atribui a reverência e a honra a quem recebe a inclinação.
A Inclinação de cabeça, ou seja, uma leve inclinação apenas de cabeça, faz-se ao nomear as três pessoas da Santíssima Trindade (“Glória ao Pai…”); aos Santos Nomes de Jesus (acompanhado ou não com “Cristo”, mas não apenas a “Cristo”), de Maria e do santo da qual se celebra a festa, solenidade ou memória, seja na Santa Missa ou na Liturgia das Horas.
A Inclinação de corpo é mais profunda, curvando-se a cabeça junto com os ombros de modo profundo e mantendo as mãos postas. Ela faz-se ao Altar, ao chegar e ao sair do Presbitério, além de ao passar diante do Altar, o sacerdote o faz a algumas orações (“Ó Deus todo poderoso, purificai-me…” e “De coração contrito e humilde…”) e no Cânon Romano (ao dizer “Nós vos suplicamos…”); todos o fazem no “Símbolo” as palavras “E se encarnou…” ou “nasceu da Virgem Maria”; o diácono o faz ao pedir a benção para proclamar o Evangelho. Se os fiéis ficaram de pé durante a Consagração, fazem inclinação profunda durante ou depois de cada uma delas, também eles o fazem ao receber a benção solene, possivelmente com o convite do diácono. Os sacerdotes concelebrantes realizam na Consagração, enquanto o sacerdote celebrante genuflete. Ela é realizada, igualmente, antes e depois de se incensar pessoas e objetos. Faz-se, sempre, ao bispo, seja ao aproximar-se, deixa-lo ou passar por ele.
Cabe aqui ressaltar algo, se está o bispo sentado atrás do Altar, onde normalmente está a Cátedra ou a Cadeira, a reverência é feita a quem a pessoa se dirige, por exemplo, se dirige ao bispo, reverencia-o e não ao Altar. Para evitar conflitos de reverência, deve-se evitar passar em frente ao bispo (logo, entre ele e o Altar) quando a disposição do Presbitério for a citada acima, para que haja, igualmente, um respeito guardado aos dois.
Genuflexão
A genuflexão é o ato de tocar o solo com o joelho direito, mantendo o esquerdo dobrado e significa adoração. Faz-se, sempre, ao Santíssimo Sacramento. Se há Tabernáculo no Altar se faz genuflexão ao entrar e sair do Presbitério, porém, não durante a Missa, ou seja, faz-se genuflexão apenas ao se aproximar do Presbitério no início da Missa e ao deixá-lo no final, não se faz durante a Missa, logo, quem se aproxima do Presbitério, por exemplo, para proclamar uma Leitura, fará apenas a reverência devida ao Altar. Se se passa processionalmente de frente a um Tabernáculo, não se faz genuflexão.
Caminhar
Caminhar, especialmente de modo processional, é muito importante no Rito Romano e deve-se saber como fazê-lo. Normalmente, caminha-se com as mãos postas, sem pressa e mantendo-se certa distância daquele que está a sua frente. O mesmo diz-se de quando se anda, por exemplo, no Presbitério, deve-se fazê-lo com calma e de modo ordenado, sem demonstrar pressa, mesmo que se tenha algumas vezes.
Oscular
Oscular é um ato que demonstra mais que a simples veneração que, por exemplo, exercemos ao realizarmos uma reverência. É um leve tocar de lábios no objeto que queremos reverenciar. Realiza-se poucas vezes na Liturgia, sendo que demonstra a grande veneração que merecem o Altar e o Evangeliário, dependendo do Tempo Litúrgico também a Cruz.
Incensar
Não se deve pensar que o ato de incensar seja supérfluo, ao contrário, deve-se ter um manejo com o turíbulo evitando vários problemas com isso. Em uma Celebração da Santa Missa, normalmente, usa-se incenso ou incensa-se: a “Procissão de Entrada”, a Cruz e o Altar, a “Procissão do Evangelho”, as oferendas e o Povo e as Espécies Consagradas na “Consagração”. Na Liturgia das Horas celebrada de forma solene incensa-se o Altar quando entoa-se o “Cântico Evangélico”. Da mesma forma, na Exposição Solene do Santíssimo Sacramento se deve usar sempre o turíbulo.

Em si, o turíbulo é composto de uma base fixa presa a três correntes, de uma parte móvel – que chamamos de opérculo – que desliza sobre as correntes, e uma parte fixa no topo destes, de onde saem as correntes, que chamamos de cápsula. Existe uma arte de incensar, devendo-se fazê-lo com calma e leveza e é apropriado que todos aqueles realizam as incensações e tomam parte como turiferário na santa liturgia pratiquem o ato de incensar, até encontrar a graça e beleza necessária nesta função.
Para a Santa Missa, dependendo do carvão usado, deve-se começar a preparar o turíbulo até vinte minutos antes da celebração. Se o carvão for especial, cerca de dez minutos são suficientes, porém, se o carvão não for apropriado (ou seja, normalmente o carvão vegetal comum), deve-se começar a sua preparação com bastante antecedência. Para o início da celebração, as brasas devem estar de tal forma que queimem o incenso imediatamente ao deitarem-no nelas. Durante a Celebração, pode-se ser necessário trocar ou colocar mais brasas nele, por isso, é necessário, e parece ser mias simples, se fazer as brasas em um recipiente a parte do turíbulo e ir colocando mais nele conforme a necessidade. Na Santa Missa, especialmente, pode haver a necessidade de mais brasas entre as incensações do “Evangelho” e do “Ofertório”. O turiferário deve ficar atento em relação a isso, evitando surpresas desagradáveis (como carvões que não queimam o incenso, apenas cinzas sem brasas ou turíbulos que soltam labaredas).
Existem dois movimentos do turíbulo que denominamos “ducto” e “icto” e cada um deles é usado em determinado momento da Celebração. O ducto é o movimento de balançar o turíbulo duas vezes. Na Celebração pode-se incensar com dois ductos ou três, dependendo da situação. Incensa-se com dois ductos: as relíquias e imagens de Santos expostos à pública veneração, porém, aquelas imagens que contém a imagem de nosso Senhor o são incensadas com três. Com três ductos são incensadas o Santíssimo Sacramento, a relíquia da Santa Cruz e imagens do Senhor solenemente expostas, as oferendas, a cruz do alto, o livro dos Evangelhos, o círio pascal, o Presidente da celebração, os concelebrantes, o coro, o povo e o corpo de defunto.
Já o icto é o movimento do turíbulo balançado apenas uma vez em direção a um objeto e usa-se duas vezes na Missa: quando se incensa o Altar, fazendo-se com ictos sucessivos.
Há sempre duas normas a serem realizadas antes da incensação: o sacerdote sempre que depõe incenso no turíbulo o abençoa com o sinal da cruz sem nada dizer; sempre que se aproxima ou se se retira para incensar um objeto ou pessoa, faz-se uma reverência profunda a ele, porém, não se faz reverência ao Altar ou as oferendas.
Normalmente, o turíbulo é apresentado para que lhe deitem incenso de tal forma que facilite o ato, ou seja, que nenhuma corrente atrapalhe o mesmo. Assim, faz-se, normalmente, o seguinte: o turiferário, tendo o naviculário (vulgarmente chamado de “naveteiro” no Brasil) com a naveta aberta a sua esquerda, abre o turíbulo puxando o cadeado do opérculo para cima com a mão direita, com a mão esquerda junto ao peito, ele segurará a cápsula ou pouco abaixo dela, enquanto que com a mão direita segurará os cadeados, as correntes, que sustentam a base. Tendo aberto o turíbulo, o turiferário o coloca na direção e altura necessária para que seja imposto incenso nele, com o cuidado de que nenhuma corrente atrapalhe (por estar no meio, ou possa bater) na colher. O sacerdote ou o bispo imporá incenso no turibulo, tomando a colher e deitando-o, tradicionalmente, três vezes. O turiferário manter-se-á assim até o incenso tenha sido abençoado, depois, ele descerá com calma a corrente do opérculo, mantendo-o pouco aberto, mudando de mão a cápsula, se necessário (como o será, por exemplo, na “Procissão de Entrada”).
Nas procissões, o turíbulo vai à mão direita, balançando-se para frente e para trás do lado do corpo do turiferário, enquanto a mão esquerda fica na altura do peito; neste caso, o naviculário carregará a naveta do lado esquerdo do turiferário, mantendo-a fechada. Dependendo da igreja ou dos costumes, ele pode ser usado não de forma paralela, mas quase diagonal ao corpo. De modo tradicional e, normalmente quando há diáconos presentes que servirão junto ao turibulo, pode-se, inclusive ter-se apenas uma pessoa que leve o turibulo e a neveta, neste caso: o turiferário carregará com a mão direita o turibulo, tendo o polegar na argola maior e o médio na argola menor da corrente e sem mover o braço ou corpo, balançando-o diagonalmente em relação a si, enquanto que, com a mão esquerda no peito, segurará a base da naveta.
Para se incensar algo com ductus, normalmente procede-se assim: o turiferário abre um pouco o turíbulo puxando o opérculo para cima com a mão direita, com a mão esquerda junto ao peito ele segurará a cápsula, enquanto que com a mão direita ele segura as correntes que sustentam a base e, consequentemente, o opérculo que estará pouco acima dela. Ele erguerá o turibulo a altura dos olhos e realizará as duas balançadas do mesmo. Se for necessário incensar-se três vezes com ductus (como no Evangelho ou à cruz), não se precisa descer o turíbulo a cada ductus, apenas dá-se uma pausa entre cada um deles.
Para se entregar o turíbulo para alguém, tomando-se que todos são destros, normalmente faz-se assim: a mão esquerda segurará o topo da cápsula e a direita o topo do opérculo, assim, o diácono ou sacerdote que for recebe-lo já o receberá de tal forma que poderá começar a incensar normalmente, sem precisar trocar de mão. Para receber, faz-se o procedimento acima, recebendo com as mãos opostas.
Tradicionalmente, incensa-se também em ordem, primeiramente o centro, depois à esquerda e a direita.
Braços abertos
Quando falamos de braços abertos aqui, estamos falando da posição da oração do sacerdote celebrante, principalmente. É a posição das imagens “Orans” em iconografia cristã primitiva: uma mulher com as mãos erguidas em oração. Não existe uma postura padrão em relação a ela, apenas deve-se evitar exageros ou minimalismo. Abre-se os braços, normalmente com as palmas das mãos voltadas uma em direção a outra, de uma forma natural e singela.
Mãos estendidas
Já a posição de ter as mãos estendidas é quando as direcionam a um objeto ou a uma pessoa. Neste caso, os braços são estendidos sobre o objeto com as palmas das mãos voltadas a ele, como, por exemplo, no caso da epiclese antes da Consagração.
A voz
Quando falamos da voz do leitor ou daquele que lê e proclama um texto (o diácono ou o sacerdote, por exemplo) e, também, a do cantor, o mais importante é que ela deve ser clara. O sacerdote, por seu ministério, deve ler, recitar, ou cantar as partes da Santa Missa que lhe cabem com voz alta e clara, a não ser que as rubricas indiquem o contrário, por exemplo, quando realiza-se o “Ofertório”. Neste caso, as orações ditas pelo sacerdote em segredo acabam por não passar de sussurros, porém elas devem ser recitadas vocal e não apenas mentalmente, mesmo que apenas o sacerdote a ouça. Sempre que o sacerdote fala em alta voz os instrumentos devem calar.
O silêncio
Uma forma bastante eloquente de se poder ter um encontro pessoal e intimo com o Senhor é o próprio silêncio. Se a música é uma forma de ultrapassar as limitações que a própria fala nos traz no encontro com o Senhor, o silêncio é uma forma de saber que, muitas vezes, nem nossos cantos ou nossas palavras são suficientes no encontro com o nosso Deus. A calma deve transparecer na celebração, fazendo com que pelo canto, pela fala e pelo silêncio todos possam ser conduzidos a uma participação espiritualmente ativa e frutuosa, incluindo aqui a meditação pessoal do Mistério que é celebração. A começar, o Missal pede que haja silêncio na igreja antes do início da celebração, para propiciar um clima de oração.
O silêncio servirá de muito na Santa Missa: no “Ato Penitencial” ele ajudará e levará ao recolhimento e reconhecimento das próprias faltas, entre as “Leituras” ele levará a meditação do que foi proclamado, no pós-Comunhão ele será uma forma de encontro profundo e repleto de alegria ao Cristo que acaba de ser recebido.
Infelizmente, existe uma tendência a um excessivo ruído nas Celebrações Eucarísticas. Além de se cantar tudo o que é possível (algumas vezes com alterações grotescas de letras musicais ou sentidos), costuma-se cantar o que não existe e se evitar qualquer momento de silêncio. Isso deve vir de um mal entendimento da participação ativa, não como uma participação frutuosa para a alma (que demanda o uso de voz, mas também a interiorização pelo silêncio), mas um excessivo “agir”: canta-se, pula-se, grita-se, cai-se ao chão, porque, para alguns, o silêncio seria um forma de negar a participação. Esta mentalidade deve ser combatida duramente, especialmente com a catequese, para se entender não apenas a importância do silêncio, mas a sua necessidade para se aprofundar verdadeiramente no encontro com o Senhor.
Para refletir: Certa vez, disse um padre na homilia, que nosso Senhor é muito bem educado, Ele só irá falar quando fizermos o silêncio para escutá-lo.
A memorização
Na Santa Missa, tanto o sacerdote como o diácono realizam orações conhecidas como “secretas”, que são orações pessoais e rituais ditas em voz baixa. Normalmente, essas orações estão presentes no Missal Romano, mas também é bom que se as saibam de memória.
Ao sacerdote, seria bom que ele soubesse a oração ao pedir a benção para proclamar o Evangelho (no caso de uma concelebração com o bispo): “Dá-me a tua…”; a antes da “Proclamação do Evangelho”: “Ó Deus todo-poderoso…” e ao beijá-lo: “Pelas Palavras…”; ao deitar água no vinho: “Por esta água…”; também as do “Ofertório”: “Bendito sejais…”; da “Purificação das mãos”: “Lavai-me, Senhor…”; a oração ao realizar a partilha do pão e coloca-lo junto ao vinho: “Esta união…”; a antes de sua Comunhão: “Senhor Jesus Cristo Filho…” e a sua opção: “Senhor Jesus Cristo, o vosso…”; as da sua Comunhão: “O Corpo de Cristo…” e “Que o Sangue…”; a da purificação do cálice: “Fazei, Senhor…”.
O diácono deve saber a oração ao pedir a benção antes do Evangelho: “Dá-me a tua…”; a antes de proclamá-lo e ao beijá-lo: “Pelas palavras…”; ao preparar o cálice deitando-lhe água: “Pelo mistério desta…”.
Retirado do livro: Entrarei no Altar de Deus, Michel Pagiossi Silva, Ed. Cultor de Livros



sábado, 7 de novembro de 2015

Breve reflexão sobre as virtudes cardeais


Penso que, como simples amostra, podem-nos ajudar algumas pinceladas sobre as quatro virtudes cardeais. Serão rápidas, impressionistas, e mostrarão apenas umas poucas moedas do tesouro riquíssimo que guarda cada uma delas.
Prudência. Como ajuda e enche de segurança ter um pai que seja alegre, sensato e reflexivo! Que não improvise. Que não dê decepções a toda a hora, mudando de planos sem mais nem menos. Que não dê sustos por ter-se esquecido de controlar as contas bancárias, ou os prazos disto ou daquilo; que não precise ouvir aquelas palavras do Paraíso de Dante: Siate, cristiani, a muovervi più gravi: non siate come pena ad ogni vento… (“Caminhai, cristão, com mais ponderação: não sejais qual pena movida por qualquer vento…”).
Justiça. Como faz bem aos filhos ter um pai e uma mãe que cumprem o que prometem! Que não se desdizem, porque ficou mais difícil aquele passeio com os filhos e estão cansados e são comodistas. Que não tratam os filhos como números, com ordens genéricas, iguais para todos, como se o lar fosse um quartel, mas, como pede a justiça, tratam desigualmente os filhos desiguais (logicamente, não por mimo ou preferências injustas). Que, se fazem uma repreensão justa e prometem um pequeno ou médio castigo (castigo grande quase nunca se justifica), não amolecem, mas cumprem, sem deixar de cercar o filho punido da certeza de que é muito amado e só se quer o seu bem.
E fazem bem aos filhos outras “justiças” menores do cotidiano. Por exemplo, saber que os pais não se aproveitam nunca de um troco errado (devolvem ao caixa a diferença), nem dão jeitos para enganar e deixar de pagar uma entrada, que qualquer pessoa honesta paga.
Fortaleza. Bastaria lembrarmo-nos da mãe que admirávamos há pouco. Mas é também um exemplo maravilhoso viver num clima familiar em que não se ouvem queixas nem reclamações. Em que ninguém se julga mártir ou vítima. Em que o pai, exausto, é capaz de ficar brincando com os filhos, interessando-se pelas suas pequenas problemáticas ou pelos seus sonhos e alegrias, e tudo isso sabendo oferecer a todos um sorriso afável, no meio da pena ou do esgotamento. Pais que sempre projetam a bela luz da paciência e da constância.
Temperança. Que grande exemplo dão os pais que nunca são vistos, nem dentro nem fora de casa, nem nos dias de trabalho nem aos domingos, e feriados, abusando da comida e da bebida! Que não se iludem, achando que vão enganar os filhos dizendo-lhes que se trata só de um “aperitivo” ou uma “cervejinha” de que precisam muito porque andam fatigados e faz bem para a saúde, quando os filhos os veem claramente “altos”, com a voz gosmenta e as pernas bambeando por excesso de álcool. Pelo contrário, como toca o coração ver uma mão que habitualmente “gosta” do pedaço de carne que tem mais nervos e gorduras, ou ver o pai que “gosta” do cinema que a mãe adora…, mesmo em dias em que joga o seu time.
E a temperança na TV e na Internet? Acham que os filhos são tolos? Em matéria de informática, quase sempre dão um solene “chapéu” nos pais, e descobrem muito facilmente – pois ainda não aprenderam a viver a virtude da discrição e a controlar a curiosidade – a quantidade de sites inconvenientes que o pai visitou, como se fosse um adolescente com obsessão sexual neurótica.
E em matéria de humildade, que São Tomás de Aquino situa no âmbito da temperança? Como se nota a falta de humildade e como faz mal! Por isso, é tão formativo que os filhos percebam que os pais não se deixam arrastar por mesquinharias de susceptibilidade, por mágoas persistentes, por rancores e incapacidade de perdoar. Que nunca vejam os pais virando o rosto para ninguém, nem dominados por espírito de revide e vingança, nem com raiva do cunhado que fez isso ou da tia que fez aquilo…
Virtudes humanas! São tantas as que os pais deveriam cultivar, como uma lâmpada que brilha em lugar escuro… (1Pe 1, 19)! Cultivar virtudes e ensiná-las aos filhos, com a autoridade moral que dá o exemplo, é um empreendimento árduo, mas é decisivo, e, por isso, deve ser enfrentado pelos pais (tendo uma intensa vida interior, muita formação cristã, exame de consciência todas as noites, direção espiritual, etc.), e, com a graça de Deus, deve ser levado a termo. Oxalá os filhos, quando crescerem, possam dizer que nunca se apagou deles a imagem do pai, a imagem da mãe, e que até à velhice o pai e a mãe continuaram a iluminar lhes a vida.
Isto foi o que aconteceu a um amigo meu muito chegado. A imagem dos pais ficou-lhe gravada para sempre, como uma estrela orientadora. E veio a tomar uma consciência mais plena dessa bela realidade quando aconteceu o fato que transcrevo a seguir, usando literalmente as palavras com que ele descreveu:
Por ocasião de um centenário
“Meu pai morreu com 85 anos de idade, em 1987. Quando ia começar o ano de 2002, filhos, netos, amigos e colegas da sua profissão jurídica resolveram honrar lhe a memória, comemorando, com diversas celebrações – alhures, lá na terra onde ele nasceu e viveu -, o centenário do seu nascimento. Para uma dessas celebrações, ocorreu-me preparar umas palavras de público agradecimento – de gratidão filial -, sob o título: O que eu aprendi de meu pai.
“Penso que pode ser esclarecedor acrescentar que redigi esse texto em cima da hora, deixando os dedos e o coração correrem espontaneamente pelo teclado do computador. Tal como o texto surgiu e foi lido na cerimônia, transcrevo-o a seguir:
“– De meu pai, eu aprendi o valor da simplicidade. Lembrando-me dele, compreendo muito bem que essa virtude amável é o segredo da autêntica grandeza.
“– De meu pai aprendi o que significa respeito profundo por cada ser humano. Para ele, um ajudante de pedreiro ou uma humilde faxineira tinha tanto ou mais valor que o presidente de uma grande companhia. E, no seu escritório de advogado-tabelião, o problema dos limites da minúscula horta de dona Maria <> tanto como a constituição de uma grande sociedade.
“– Ao pensar no meu pai, ainda hoje fico comovido toda vez que me recordo do respeito que tinha pelos seus seis filhos. Não os dominava nem os descurava: educava-os dentro de profundos valores cristãos (em comunhão estreita com a mãe), mas sempre respeitando-lhes as opções, as preferências, as escolhas nobres, a vocação, a liberdade responsável.
“– De meu pai aprendi que não há alma tão amável como aquela que possui, no seu fundo mais íntimo, o tesouro da humildade. E que não existe coisa mais ridícula que o inchaço do orgulhoso, os ares de grandeza do convencido e a correria ansiosa do ambicioso. Eu diria que ele somente conheceu aquelas pequeninas vaidades, minúsculas e até infantis, que não embaçam a humildade de coração.
“– De meu pai aprendi também a alegria única que proporcionam as coisas mais singelas do mundo, como as festas familiares, as tradições do lar, os passeios no campo, a observação dos pássaros, das árvores, dos plantios e das pastagens, os “bate-papos” com os amigos, e as leituras repousadas de livros bons.
 “– De meu pai aprendi que certas nuvens escuras, que poderiam toldar seriamente o convívio familiar, podem dissipar-se ou atenuar-se muito com uma pitada de bom humor sem ácido e sem fel.
“– De meu pai aprendi que é possível viver uma longa vida sem guardar nem uma migalha de ódio, de inveja ou de rancor, movido apenas pelo impulso permanente de bondade.
“– De meu pai aprendi que o coração só se sente bem com a verdade, e que a menor mentira incomoda e faz mal.
“– De meu pai aprendi o que é ser amigo dos amigos, apenas pela alegria de tê-los e de ficar feliz vendo que estão contentes.
“– De meu pai aprendi a grandeza de sermos fiéis aos autênticos valores e convicções. Vendo-o, aprendi que, debaixo de Deus, há infinitas maravilhas; mas que por cima ou à margem de Deus não há nenhuma, pois Ele é <> a maravilha e sem Ele nenhuma o é…
“– De meu pai aprendi como é grande e cativante o homem que vive a fé com a mesma naturalidade com que respira, sem exibicionismo nem retórica, mas também sem respeitos humanos nem receio de se mostrar como cristão.
“– De meu pai aprendi como é belo não se preocupar nem um pouquinho com o que os outros possam pensar ou dizer, quando se possui um coração reto, uma intenção pura e boa vontade…
“– De meu pai aprendi… tantas coisas! Perdão. Desde o inicio destas evocações, eu deveria ter dito tudo de maneira diferente. Eu deveria ter dito: – De meu pai eu poderia ter aprendido tantas coisas boas! E de minha mãe, que mereceria uma evocação igual. Que Deus me perdoe por não ter sabido fazê-lo como eles mereciam!…”
Estas foram as palavras lidas naquela homenagem. “Relendo-as depois – comentava ainda o meu amigo –, dei-me conta de que só fiquei falando do exemplo. Isto me tem ajudado a valorizar o exemplo, como a melhor herança que os pais podem deixar os filhos”.
Texto retirado do livro: A Força do exemplo, Francisco Faus



quarta-feira, 4 de novembro de 2015

O Ecumenismo - Unidade na Igreja

                     “Pois, como em um só corpo temos muitos membros e cada um dos nossos membros tem diferente função, assim nós, embora sejamos muitos, formamos um só corpo em Cristo, e cada um de nós é membro um do outro. Temos dons diferentes, conforme a graça que nos foi conferida. Aquele que tem o dom da profecia exerça-o conforme a fé. Aquele que é chamado ao ministério, dedique-se ao ministério. Se tem o dom de ensinar, que ensine; o dom de exortar, que exorte; aquele que distribui as esmolas faça-o com simplicidade; aquele que preside, presida com zelo; aquele que exerce a misericórdia, que o faça com afabilidade.” (Romanos 12, 4-8)
                     “Rogo-vos, irmãos, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que todos estejais em pleno acordo e que não haja entre vós divisões. Vivei em boa harmonia, no mesmo espírito e no mesmo sentimento.” (1Corintios 1, 10)
                     “Porque, como o corpo é um todo tendo muitos membros, e todos os membros do corpo, embora muitos formasse um só corpo, assim também é Cristo. Em um só Espírito fomos batizados todos nós, para formar um só corpo, judeus ou gregos, escravos ou livres; e todos fomos impregnados do mesmo Espírito. Assim o corpo não consiste em um só membro, mas em muitos. Se o pé dissesse: Eu não sou a mão; por isso, não sou do corpo, acaso deixaria ele de ser do corpo? E se a orelha dissesse: Eu não sou o olho; por isso, não sou do corpo, deixaria ela de ser do corpo? Se o corpo todo fosse olho, onde estaria o ouvido? Se fosse todo ouvido, onde estaria o olfato? Mas Deus dispôs no corpo cada um dos membros como lhe aprouve. Se todos fossem um só membro, onde estaria o corpo? Há, pois, muitos membros, mas um só corpo. O olho não pode dizer à mão: Eu não preciso de ti; nem a cabeça aos pés: Não necessito de vós. Antes, pelo contrário, os membros do corpo que parecem os mais fracos, são os mais necessários. E os membros do corpo que temos por menos honrosos, a esses cobrimos com mais decoro. Os que em nós são menos decentes, recatamo-los com maior empenho, ao passo que os membros decentes não reclamam tal cuidado. Deus dispôs o corpo de tal modo que deu maior honra aos membros que não a têm, para que não haja dissensões no corpo e que os membros tenham o mesmo cuidado uns para com os outros. Se um membro sofre, todos os membros padecem com ele; e se um membro é tratado com carinho, todos os outros se congratulam por ele. Ora, vós sois o corpo de Cristo e cada um, de sua parte, é um dos seus membros.”
 (1Corintios 12, 12-27)
                      “Agora, porém, graças a Jesus Cristo, vós que antes estáveis longe, vos tornastes presentes, pelo sangue de Cristo. Porque é ele a nossa paz, ele que de dois povos fez um só, destruindo o muro de inimizade que os separava, abolindo na própria carne a lei, os preceitos e as prescrições. Desse modo, ele queria fazer em si mesmo dos dois povos uma única humanidade nova pelo restabelecimento da paz, e reconciliá-los ambos com Deus, reunidos num só corpo pela virtude da cruz, aniquilando nela a inimizade. Veio para anunciar a paz a vós que estáveis longe, e a paz também àqueles que estavam perto; porquanto é por ele que ambos temos acesso junto ao Pai num mesmo espírito. Consequentemente, já não sois hóspedes nem peregrinos, mas sois concidadãos dos santos e membros da família de Deus, edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, tendo por pedra angular o próprio Cristo Jesus. É nele que todo edifício, harmonicamente disposto, se levanta até formar um templo santo no Senhor. É nele que também vós outros entrais conjuntamente, pelo Espírito, na estrutura do edifício que se torna a habitação de Deus.” (Efésios 2, 13-22)
                     “Sede solícitos em conservar a unidade do Espírito no vínculo da paz. Sede um só corpo e um só espírito, assim como fostes chamados pela vossa vocação a uma só esperança. Há um só Senhor, uma só fé, um só batismo. Há um só Deus e Pai de todos, que atua acima de todos, por todos e em todos.” (Efésios 4, 3-6)
                     “Cumpre, somente, que vos mostreis em vosso proceder dignos do Evangelho de Cristo. Quer eu vá ter convosco quer permaneça ausente, desejo ouvir que estais firmes em um só espírito, lutando unanimemente pela fé do Evangelho.” (Filipenses 1, 27)
                     “Se me é possível, pois, alguma consolação em Cristo, algum caridoso estímulo, alguma comunhão no Espírito, alguma ternura e compaixão, completai a minha alegria, permanecendo unidos. Tende um mesmo amor, uma só alma e os mesmos pensamentos.” (Filipenses 2, 1-2)
                      “Aí não haverá mais grego nem judeu, nem bárbaro nem cita, nem escravo nem livre, mas somente Cristo, que será tudo em todos. Portanto, como eleitos de Deus, santos e queridos, revesti-vos de entranhada misericórdia, de bondade, humildade, doçura, paciência. Suportai-vos uns aos outros e perdoai-vos mutuamente, toda vez que tiverdes queixa contra outrem. Como o Senhor vos perdoou, assim perdoai também vós. Mas, acima de tudo, revesti-vos da caridade, que é o vínculo da perfeição. Triunfe em vossos corações a paz de Cristo, para a qual fostes chamados a fim de formar um único corpo. E sede agradecidos.” (Colossesnses 3, 11-15)