Uma vez foi feita uma pesquisa na internet para se saber
qual a pergunta que as pessoas mais queriam ter a resposta. E a pergunta que
ganhou foi esta: “Quem é Deus?”
A grande maioria das pessoas acreditam em Deus, pois não há
como explicar a nossa beleza e existência, a perfeição do ser humano, e de
todos os seres belos e encantadores como o cosmo, as estrelas, as flores, os
pássaros, as crianças, e toda a ordem da natureza. Não há como explicar tudo
isso sem Deus. Mas quem é Deus para você?
Há muitas falsas imagens de Deus. Para uns pode ser um
“pronto-socorro” onde se corre nas horas de sofrimento. Para outros pode ser um
“super mercado”, onde se pode suprir as suas necessidades materiais; ou quem
sabe uma farmácia para buscar o remédio da dor. Para outros pode ser o carrasco
o me espera em cada esquina para o castigar por causa de cada erro; para outros
pode ser um grande relojoeiro que montou todo o mundo e o pôs a funcionar, mas
o abandonou à própria sorte. Para outros pode ser um juiz severo, ou um ser
desconhecido.
Alguém me disse esses dias que Deus é como o açúcar que a
gente põe no café, mas que não vê, mas que se falta, fica amargo.
É verdade, sem Deus a vida fica amarga, triste, ficamos
impotentes diante das dificuldades da vida. Ele pode ser visto também como a
onde eletromagnética que traz a voz e a imagem de alguém, mas que a gente não
vê; e se a onde não for captada pelo receptor, não gera som e imagem. Deus pode
ser também comparado com a luz que vem do Sol até nós, atravessa milhões de kms
para nos aquecer, iluminar, fazer germinar o grão e acontecer a fotossíntese
que dá vida às vegetais.
Mas, além das alegorias, felizmente o próprio Deus veio a
nós, se fez um de nós, “armou a sua tenda entre nós”, se fez homem para
dizer-nos quem Ele é. Jesus nos revelou quem é Deus no seu Rosto e na sua Vida.
Ele mostrou que é Deus pelos milagres. Diz a Carta aos hebreus que Ele é “o
esplendor da glória de Deus e imagem do seu ser, sustenta o universo com o poder
de sua palavra” (Hb 1,3).
São Paulo disse que “Nele habita toda a plenitude da
divindade” (Cl 1,19). E São João disse que “Ele é o Verbo que está em Deus e
que é Deus” (Jo 1,1). Então, Jesus, Deus, nos revela Deus. Como? No seu amor
por nós, socorrendo pobres, doentes e aleijados, curando a todos que a Ele se
achegavam; disposto a morrer numa cruz para que pudéssemos voltar para Deus;
por sua humildade ao se fazer homem, nascido numa gruta fria, escravo, vendido
por 30 moedas… Então, Ele revelou: “Deus é amor!”
Mas Ele disse também que Deus é nosso Pai. Viveu para fazer
a vontade do Seu Pai. Disse a seus discípulos que “seu alimento era fazer a
vontade do Pai” (Jo 4,4). Já aos doze anos fugiu dos seus pais para ficar na
casa do seu Pai. Então, Ele revelou: “Deus é Pai”. Pai-nosso, de todos nós. E
nos ensinou a ousadia de chama-lo de Pai.
Jesus nos revelou também que Deus não é solitário; não; Ele
é uma Família. O Pai que gera o Filho desde toda a eternidade, sem começo; e de
ambos procede o Espírito Santo. É um mistério que a mente humana não pode
compreender, porque tudo de Deus supera nossa compreensão. Mas, então, Deus é
uma Família de amor; não três deuses, mas um só Deus existente em Três pessoas
divinas; Três Infinitos que se fundem num só. O amor infinito que há em Deus
une perfeitamente as Pessoas divinas. É a Unidade na Divindade, e a Divindade
na Unidade.
Quando Ele enviou o Seu Anjo para dizer a Maria que ela o
conceberia por obra do Espírito Santo, este disse a Sua Mãe que “para Deus nada
é impossível!”. Isto quer dizer que Deus é Infinito em tudo: onisciente (sabe
tudo), onipresente (está em toda parte); onipotente (pode tudo). Ele está fora
do tempo e do espaço; para Ele não existe ontem e amanhã; Ele é “um instante
que não passa!”, disse Karl Ranner.
Mas, então, não dá para entender Deus? Não dá mesmo; porque
o Oceano não cabe num copo; Sua sabedoria não cabe em nossa mente; em tudo Ele
supera a nossa compreensão. Santo Agostinho disse que “Ele não pode e não deve
ser compreendido, mas adorado”. Se nós o compreendêssemos ele seria um deus
falso, muito pequeno, limitado, criatura e não criador. Um deus que cabe na
nossa cabeça não é Deus. Ele se apresentou a Moisés como “Aquele que É”, isto
quer dizer: “Aquele que existe por Si mesmo”, que não teve um criador, que não
depende de ninguém para existir; é eterno, sem princípio e sem fim. De fato,
Deus é inefável, incompreensível, mas é nosso Pai e é amor; fique em paz, não
se angustie por isso. Se não fosse assim, não seria Deus, mas apenas um deus.
Quanto mais tivermos dificuldade para entendê-Lo, tanto mais
podemos estar certos de estar crendo no Deus verdadeiro, que não pode ser
apreendido pela nossa humanidade. Caso contrário Ele não seria Deus.
Então, como devemos ter Deus em nossa vida? Como um Pai
amoroso, insuperável, que nos corrige porque nos ama e que nos ouve em toda
parte e a todo momento. Nossa relação com Ele só pode ser como era a relação de
Jesus com Ele; Pai e Filho, num permanente colóquio de amor. Meu Pai, meu Abbá,
meu paizinho!
Prof. Felipe Aquino
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