Jamais se viu, como em nossos dias, um nível tão alto
de desenvolvimento técnico e científico. É tão vertiginosa essa evolução, que
nem conseguimos acompanhar as novas descobertas de cada dia nos diversos
campos: carros, aviões, computadores, máquinas, aparelhos, ficam obsoletos em
pouco tempo… Até aí nada de mal. O problema surge quando se pretende criar um
“paraíso terrestre”, esquecendo-se do verdadeiro paraíso.
Jamais o homem encontrará na terra a satisfação de sua sede
infinita de felicidade que só Deus pode suprir.
O que assistimos hoje é uma triste ‘batalha’, de um homem
afastado de Deus, buscando desesperadamente a felicidade onde ela não existe;
isto é, no deleite, no conforto, na diversão e no prazer dos sentidos.
Procura-se, a todo custo, aquilo que dê prazer, sensação,
prestígio, riqueza e poder, ao mesmo tempo que se foge de tudo o que possa
significar austeridade, sofrimento, auto-domínio, paciência, humildade,
desprendimento, temperança…
Nunca como hoje houve tantas alternativas de diversões,
algumas pouco se importando com as exigências morais das mesmas:
video-locadoras (muitas com filmes que dariam vergonha a Sodoma e Gomorra!),
academias de ginástica, saunas, boates, danceterias, teatros, cinemas, fliperamas,
casas de ‘massagens’, tele-sexo, tele-horóscopo, motéis, excursões mil,
televisão, restaurantes, shows, salões de beleza, flats, rotisserias, e mil
outras artimanhas para fazer o homem e a mulher ‘felizes’. Mas, que felicidade?
E será que a temos conseguido? Não!
Quanto mais aumentam as redes de negócios, visando agradar
as pessoas e dar-lhes uma vida ‘regalada’, tanto mais aumentam os problemas e
as frustrações.
Quanto mais luxo, prazer, comida, bebida, passeios,
programas… mais famílias destruídas, filhos e pais frustrados e a sociedade
desmoronada.
Até quando permaneceremos neste sono letárgico e mortal? Até
quando desprezaremos a riqueza do que somos e a beleza da vida que Deus nos
deu?
Nunca como hoje o homem e a mulher precisaram tanto de meios
para conter as próprias frustrações: psicólogos, psiquiatras, psicanalistas, e
tanta fuga na bebida, no fumo e na droga.
Nunca como hoje se consumiu tantos calmantes, soníferos e
anti-depressivos. De acordo com notícias da Folha de São Paulo, a doença que
mais afasta as pessoas hoje, do trabalho, nos Estados Unidos, é a depressão.
Superou as demais. A conclusão é sintomática: a doença não é do corpo, é do
espírito. A tecnologia satisfez as necessidades do corpo humano, mas não
satisfez as necessidades da sua alma.
Pobre homem moderno! Afastou-se de Deus e quis construir o
seu paraíso terrestre sem Deus; o que gerou foi apenas azedume, impaciência,
doenças, aflições, disputas…
A palavra de Deus não erra: “O salário do pecado é a morte”
(Rm 6,23).
E não nos iludamos; pois, o pecado nos é oferecido pelo
Tentador como um anzol bem iscado.
O demônio seduz o homem assim como o pescador engana o
peixe. Tão logo ele engole a isca, sente o ferro do anzol prender lhe pela
boca; arranca-o para fora da água, até morrer debatendo-se asfixiado. Que morte
!
É assim também a angústia daquele que se entrega ao pecado.
O seu preço é a dor, o desespero, a angustia e a morte.
Ainda é tempo! Como aquele filho pródigo, nós também não
fomos criados para viver longe do Pai, e nem para comermos lavagens de porcos;
não temos dentes e estômagos adequados a isso. É preciso ter coragem de
levantar e dizer basta! Eu sou um filho amado de Deus!
O caminho de volta é fácil e bem conhecido: a porta da
Igreja. Basta renunciar ao orgulho e dobrar os joelhos; basta renunciar à
soberba e baixar a cabeça; basta encher-se de fé Naquele que é o único que pode
nos dar a vida e a paz.
Aquele que te criou para ser feliz espera-o, como o Pai do
filho pródigo, no sacramento da Confissão, para, através do seu ministro,
dar-lhe o abraço da paz. Não demore, pois o salário do pecado é a morte. A
salvação é gratuita.
Prof. Felipe Aquino
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